Academia Internacional de Cinema (AIC)

Quero ser Diretor de Arte

*Por Katia Kreutz e equipe da Academia Internacional de Cinema – Crédito foto: Alessandra Haro

Já pensou em trabalhar como diretor de arte? Caso sim, você vai ter que se preparar para uma vida de muita criatividade e imprevistos a todo momento. Afinal, é bem possível que, num dia, esteja no papel de um pesquisador, descobrindo tudo sobre os costumes de uma época, e no outro tenha que fazer chover em uma movimentada avenida.

O termo production designer (ou “designer de produção”) basicamente define o que costumamos chamar de diretor de arte – já que, nos Estados Unidos, art director significa cenógrafo. Em produções hollywoodianas, o marco da direção de arte foi o filme “E O Vento Levou/Gone With The Wind” (1939). Aqui no Brasil, o primeiro longa em que um profissional assinou essa função foi “O Beijo da Mulher Aranha” (1985).

A história da direção de arte se confunde com a própria história do cinema. Tudo começou com os filmes dos irmãos Lumière, que eram basicamente documentários e não tinham preocupações com o chamado “desenho de produção”. Chegamos então às narrativas mais elaboradas de Georges Méliès, um mágico que usava recursos cênicos e plásticos para ambientar suas histórias – o verdadeiro precursor da direção de arte no cinema.

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As grandes produções norte-americanas dos anos 1920 e 1930 fizeram com que a sofisticação fosse aumentando no que diz respeito a cenários e figurinos. Posteriormente, as propostas estéticas e temáticas do cinema europeu dos anos 1950 e 1960 trouxeram ainda mais complexidade à direção de arte – com a sutileza dos filmes da nouvelle vague, por exemplo.

Hoje em dia, é inegável a diferença que um bom diretor de arte faz na criação da atmosfera de um filme, ajudando a desenvolver visualmente a realidade da história. Seja em produções de época, em que se exige reconstituição histórica, seja em obras de ficção científica, em que é preciso criar universos nunca antes vistos, ou mesmo em filmes que se passam na atualidade e em ambientes e situações corriqueiras, nos quais é necessário criar a atmosfera correta sem que os elementos desviem o foco da narrativa, o profissional da direção de arte se tornou simplesmente indispensável em um set de filmagem.

Neste artigo, vamos responder às principais dúvidas sobre a carreira de um diretor de arte:

Veja também nossos outros artigos da série Profissões do Cinema:

O que faz um diretor de arte?

Diretor de Arte é o responsável por criar o conceito visual do filme e orientar sua equipe para a execução desse projeto. É como se ajudasse a dar tridimensionalidade ao roteiro, tirando as ideias do papel e transformando-as em coisas palpáveis: cenários, objetos, figurinos. Basicamente, o diretor de arte cria a realidade na qual os personagens, de fato, existem.

Na hierarquia do “desenho de produção”, em filmes de longa-metragem, as funções mais comuns são: coordenador de arte (uma espécie de produtor executivo da arte, que lida mais com a parte financeira e de execução), production designer (que é o diretor de arte propriamente dito, aquele que cria o conceito visual), cenógrafo (que desenvolve o trabalho criativo no desenvolvimento dos cenários), produtor de arte (que também tem uma função mais executiva, trazendo soluções para o conceito planejado), produtor de objetos (um profissional extremamente importante, responsável por todos os objetos que estarão visíveis na cena) e assistente de arte (cujas tarefas e responsabilidades variam, de acordo com o tamanho e as necessidades de cada produção). Em projetos menores, o acúmulo de funções é comum, o que pode prejudicar um pouco a execução do conceito.

O trabalho prático de um production designer, especificamente, é criar o projeto completo de direção de arte, que envolve pesquisas e definições sobre clima/atmosfera, defesa conceitual, escolha de paleta de cores, além de acompanhar a construção do cenário, produção de objetos, figurino e maquiagem, estando presente na filmagem e, finalmente, na “desprodução” do set. A direção de arte abrange toda a parte estética do filme, desenvolvendo uma unidade visual para a narrativa e atuando em estreita parceria com a equipe de direção de fotografia. Afinal, tudo o que está no enquadramento é arte.

Quais as responsabilidades de um Diretor de Arte

O diretor de arte lida com um espectro muito vasto em seu trabalho, já que precisa construir (conceitualmente e na prática) tudo o que depois será captado pelo fotógrafo. Isso significa que o profissional está envolvido nos mais variados processos, desde levantar uma cidade fictícia até se preocupar com o detalhe de um cinzeiro que será importante em determinada cena.

É a atmosfera visual criada pela direção de arte que transporta as palavras e as intenções do roteiro para a tela. Assim, o profissional dessa área atua como uma espécie de “tradutor”, que

precisa transformar em algo concreto o que foi apenas imaginado. Para isso, ele conta com ferramentas como a cenografia, o figurino, o visagismo e os efeitos visuais.

Isso quer dizer que a maior responsabilidade de um diretor de arte é pensar o roteiro em imagens, entendendo a narrativa e realmente alinhando suas ideias com o que o diretor quer ou precisa. Por ser uma função extremamente criativa, a direção de arte tem uma relação muito próxima com as artes plásticas, já que trabalha o tempo inteiro para criar um produto visual, de modo que o conceito atravesse o filme e chegue ao espectador de maneira orgânica, quase instintiva.

A definição do conceito visual é determinante nesse processo, porque as produções cinematográficas estão sujeitas ao orçamento disponível. Nesse contexto, a direção de arte acaba precisando se adaptar às circunstâncias, trabalhando de maneira criativa com as condições e materiais disponíveis. Sem um planejamento conceitual muito claro, o filme fica à mercê dessas dificuldades, correndo o risco de perder sua essência.

Dificuldades e Desafios

Um dos maiores desafios, no início da carreira de um diretor de arte, pode ser sua ingenuidade na avaliação dos projetos. Pela falta de experiência, muitas vezes o profissional não é capaz de medir ou analisar o grau de dificuldade que terá em determinado filme, já que não possui parâmetros de comparação. Muitas vezes, negocia-se uma equipe reduzida ou acaba-se cedendo às pressões, o que gera problemas no decorrer do processo.

Aos poucos, é possível adquirir uma certa “malícia” com relação aos “perrengues” da profissão. O profissional aprende a avaliar a quantidade de trabalho de cada projeto, evitando sobrecarregar a equipe de arte. Também é preciso lutar por uma verba adequada e no mínimo realista para realizar o que o diretor tem em mente. Algumas produções apresentam estimativas orçamentárias muito diferentes para a arte e para a fotografia, dando preferência ao aluguel de equipamentos do que à criação de cenários e figurinos. Essa escolha pode ser equivocada e prejudicar o conceito visual.

Outro problema frequente é que algumas pessoas enxergam apenas seus próprios departamentos no set – muitas sequer entendem exatamente do que trata a direção de arte. Às vezes, o próprio diretor se preocupa somente com a câmera e esquece de tudo o que precisa estar em frente a ela. Esse desconhecimento do “desenho de produção” faz com que muitos pedidos de outras

áreas cheguem ao diretor de arte em cima da hora, o que demonstra a falta de um entendimento global sobre como as coisas funcionam. Por exemplo, se uma cena terá uma luz diegética (cuja fonte aparecerá em quadro, como um abajur em um quarto), o diretor de arte e o iluminador precisarão trabalhar nisso juntos, de maneira colaborativa.

Em uma obra audiovisual, existe um “tripé”, que envolve o diretor, o fotógrafo e o diretor de arte. Esses profissionais precisam desenvolver uma relação muito próxima para “contar a mesma história”, transformando o texto em imagens. Enquanto o diretor de arte constrói isso concretamente, por meio da cenografia, figurinos e objetos, o fotógrafo é responsável por captar e o diretor por comandar, explicando como quer que aquilo seja captado. A sintonia entre esses três departamentos é fundamental, porque se traduz na tela.

As limitações financeiras também acabam impondo dificuldades. É comum que as pretensões do diretor não caibam dentro do orçamento, tornando inviáveis várias cenas imaginadas. Por isso, o diretor de arte precisa criar estratégias para realizar o máximo possível dentro dos recursos disponíveis – o que exige muito jogo de cintura, mas pode gerar ideias incríveis e soluções criativas.

Justamente por isso, é essencial que o diretor de arte possa entrar o quanto antes no desenvolvimento do filme. Ele precisa conhecer a fundo os lugares, vislumbrar os problemas, pensar e repensar as situações, estudar e pesquisar as melhores formas de executar seu plano visual. Muitos elementos acabam surgindo da própria relação do profissional com os ambientes e as pessoas, assim como diversos fatores precisam ser mudados ou adaptados na última hora. O fator humano, dentro da arte, é essencial, mas também desafiador. Esses desafios serão sempre novos, mas a equipe precisa estar preparada para eles.

Como é o dia a dia de um diretor de arte

Não existe rotina nesse trabalho, embora também seja preciso encarar jornadas de dez a doze horas por dia, dentro de um estúdio ou em uma floresta cheia de insetos. Ou seja, o dia a dia da profissão envolve um trabalho tanto intelectual e criativo quanto braçal (prático, mão na massa mesmo). Isso quer dizer que não existe monotonia na vida desse profissional, pois cada projeto traz demandas artísticas diferentes, locações e horários variados, equipes desconhecidas… É como se cada filme fosse uma nova aventura!

O diretor de arte atua em todas as fases do processo de realização de um filme. Geralmente, é um dos primeiros a começar a trabalhar, ainda no período de preparação (em geral uma semana antes da pré-produção). Depois da leitura do roteiro, ele conversa com a direção e a produção, esboçando o conceito visual dentro do orçamento previsto. Começa então a pesquisa de parâmetros para o projeto de arte, os estudos de referências e de personagens. Em alguns casos, visita-se as locações para levantar os prós e contras. Principalmente em projetos com poucos recursos, a fase de preparação é indispensável, já que permite avaliar (e, se necessário, descartar) possibilidades.

Na pré-produção, que normalmente dura quatro semanas, o ideal é ter pelo menos as locações principais fechadas. Nesse momento, começam a entrar os demais membros da equipe de arte: assistente, cenógrafo, produtor de objetos, etc. Esse é o período em que o “grosso” da execução será realizado, de modo que tudo fique pronto para a fase de filmagem. A pesquisa por referências continua, tanto de forma virtual quanto física (visitando os locais de filmagem, conhecendo a região e os costumes locais, acompanhando a construção daquilo dos cenários). Também são realizadas reuniões com equipe, para troca e compartilhamento de informações sobre o projeto. É um trabalho intenso.

No set, o diretor de arte e sua equipe continuam atuando ativamente, cuidando para que tudo esteja conforme combinado esteticamente durante a pesquisa conceitual. Ele atua na preparação do set e da mise en scène (expressão francesa que se relaciona à composição do quadro dentro de uma cena). Também é importante estar presente nessa fase para resolver questões de última hora, aproveitando ao máximo o que o ambiente pode oferecer e não permitindo que a arte seja prejudicada por imprevistos de produção. Finalmente, a “desprodução” é a tarefa de devolver a locação às suas condições originais, retornando também os objetos aos seus respectivos donos (em caso de empréstimo).

Na fase de pós-produção, o diretor de arte participa um pouco menos, geralmente em filmes nos quais é necessário inserir efeitos ou quando o fotógrafo necessita de auxílio na correção de cor. Muitos orçamentos não incluem direção de arte na pós, no entanto é interessante ter o olhar desse profissional para acompanhar os acabamentos do filme.

A intensidade da jornada de trabalho varia muito de acordo com cada filme e com a fase em que o projeto se encontra. Como o diretor de arte é uma espécie de “maestro visual”, ele é responsável por uma quantidade enorme de coisas, tanto criativamente quanto na prática. São muitos aspectos a lidar: montagem da equipe, orçamento, questões técnicas, eventualidades… É comum também que um profissional atue em vários projetos ao mesmo tempo, em diferentes processos de execução. No fundo, a arte tem um pouco de semelhança com a produção: quase nunca para.

Quanto tempo demora cada projeto?

Já vimos que o diretor de arte trabalha em um ritmo pesado e, por isso mesmo, precisa ser apaixonado pelo que fez. Mas quanto tempo dura um projeto de longa-metragem, exatamente? Tudo depende do tamanho do filme.

Produções de baixo orçamento, comuns no Brasil, geralmente ficam na média de quatro semanas para a pré-produção e mais quatro para a filmagem – com uma semana de preparação, antes de tudo, se for possível. O tempo pode aumentar para projetos maiores, sendo algo entre seis e oito semanas para cada fase.

No caso de televisão, publicidade ou curtas, o tempo é outro. Naturalmente, tudo varia conforme o orçamento e o cronograma determinado pelo produtor, mas sempre tenta-se fazer tudo o mais rápido possível. Essa necessidade de correr contra o tempo é uma das maiores inimigas da equipe de direção de arte.

Para qualquer trabalho de criação, o tempo é fundamental na maturação das ideias. Especialmente em histórias de época, é muito difícil executar um trabalho de qualidade em apenas um mês. O ideal seriam seis meses de trabalho para um filme de longa-metragem, mas a realidade acaba sendo outra. Nesse sentido, o trabalho em seriados pode ser interessante para quem tem vontade de se aprofundar na arte, já que permite desenvolver os conceitos de maneira um pouco mais refinada, com melhores condições e, principalmente, mais tempo.

Outro problema enfrentado pelos diretores de arte brasileiros é que nosso país não possui muitos locais preservados, por isso a cenografia de filmes históricos acaba trabalhando em dobro. Até porque o universo criado pela direção de arte não engloba apenas o que está no roteiro: ele precisa existir como se tudo já estivesse ali muito antes de a história começar, dando uma sensação de verossimilhança e transportando o espectador ao passado. Não é tarefa das mais fáceis.

 

Quanto ganha um diretor de arte?

Novamente, os valores variam muito de um trabalho para o outro, dependendo também do nível de experiência e do reconhecimento do profissional no mercado.

Pela tabela do Sindcine, o piso para a função, em longas-metragens, é de aproximadamente R$ 2500 por semana – para uma carga horária de 6 horas por dia (o que corresponde à metade do que normalmente se trabalha). Por isso, na prática, essa base pode aumentar para algo entre R$ 4 mil e R$ 8 mil por semana, de acordo com a verba do projeto.

Quando está formando sua equipe, o diretor de arte deve ter em mente quais serão suas dificuldades e que profissionais precisarão ser contratados, conforme o roteiro e as demandas do filme. Quem fecha o valor é o produtor, porém o profissional de arte precisa ser realista em sua planilha e não subestimar os desafios da parte executiva.

Esses valores também podem mudar dependendo do local onde o diretor de arte trabalha. Até entre São Paulo e Rio de Janeiro existe uma diferença entre os salários praticados. O fato é que jobs de publicidade costumam ser mais rápidos e melhor remunerados, enquanto que filmes ou séries se estendem por períodos mais longos, porém pagam menos.

O importante, segundo os diretores de arte já estabelecidos, é ir se estruturando aos poucos no mercado, para ganhar destaque e poder negociar melhor os cachês. Esse é um departamento cujo trabalho acaba sendo visto de maneira um pouco mais subjetiva e menos técnica, mas a capacidade de avaliar os desafios é algo que o profissional precisa adquirir. Outra dica é saber se organizar como autônomo e ir atrás das oportunidades, pois elas aparecem a todo momento.

Como se tornar um diretor de arte?

Essa é uma profissão que requer muito conhecimento e bagagem cultural. É preciso ter uma formação intelectual ampla, estar sempre estudando, alimentando o olhar. Também ajuda muito se você já souber desenhar e trabalhar em programas gráficos de desenho (como Illustrator ou Photoshop), além de ter boas noções de dimensão e perspectiva, cor e espaço, diferentes materiais e suas possíveis aplicações. Conhecer muito bem a linguagem cinematográfica e alguns de seus aspectos técnicos também pode levar o iniciante um passo à frente na carreira. O diretor de arte deve ser artista e executivo ao mesmo tempo.

Quanto mais informação e experiência, mais o profissional terá para oferecer. A sugestão dos mais experientes, nesse sentido, é começar fazendo cursos ou estagiando em um set. Trabalhar como assistente de figurino ou de objetos pode abrir caminhos, até mesmo mostrar qual é a sua vocação. Não desanime: começar em uma área diferente daquela que você procura também pode ser um ótimo aprendizado. Sabendo onde quer chegar, você acaba vencendo os obstáculos durante o percurso.

Acima de tudo, é indispensável gostar de trabalhar em equipe e lidar com diversos saberes, numa proposta multidisciplinar. O jogo de cintura para se adaptar às mais variadas circunstâncias é essencial. Por fim, é preciso saber se impor, já que o diretor de arte é um chefe de equipe, responsável pela criação da unidade visual do projeto.

Nem sempre o trabalho será em produtoras, com o conforto de uma equipe completa ou de internet rápida. É bastante comum que as locações sejam distantes de grandes centros, o que requer uma certa imersão nos mais diversos ambientes. Além disso, os profissionais com quem você poderá lidar (com exceção da equipe mais próxima) são pessoas que nem sempre trabalharam com produção – por exemplo, marceneiros, serralheiros, pedreiros ou pintores. No entanto, essas podem ser as pessoas que mais irão lhe ensinar em sua trajetória.

Muitos desses aprendizados acabam acontecendo na própria rotina da profissão. Contudo, fazer cursos práticos, nos quais você pode atuar de verdade em um set de filmagem, são excelentes oportunidades para vivenciar o fazer cinematográfico. Além da visão do filme como um “todo” e do contato com futuros colegas de trabalho, a escola ajuda a instrumentalizar o profissional e oferece a oportunidade de conhecer pessoas dos mais diversos perfis, o que sempre enriquece o repertório.

Referências e conselhos

Existem inúmeros filmes que podem ser citados como boas referências para quem gosta de direção de arte. “Moça com Brinco de Pérola”, por exemplo, é um longa de época, dirigido por Peter Webber, cuja arte foi totalmente inspirada nas obras do pintor Johannes Vermeer.

Diretores contemporâneos com estilos marcantes, como Wes Anderson, Michel Gondry, Jean-Pierre Jeunet, Tim Burton e Pedro Almodóvar também costumam caprichar na direção de arte.

Pensando em produções brasileiras dignas de nota, filmes como “Casa de Alice” (dirigido por Chico Teixeira), “Sonhos de Peixe” (uma coprodução Brasil-EUA, com direção de Kirill Mikhanovsky) e “Os Famosos e os Duendes da Morte” (de Esmir Filho) apresentam trabalhos de direção de arte extremamente sofisticados e de sutileza admirável.

O livro nacional “Arte em cena: a direção de arte no cinema brasileiro”, de Vera Hamburger, é uma verdadeira Bíblia para quem pretende abraçar essa profissão. Outra recomendação é “A Linguagem Secreta do Cinema”, de Jean-Claude Carrière, que não trata apenas da arte, mas oferece uma visão abrangente do vocabulário cinematográfico.

A principal sugestão, para quem curte essa área e quer ingressar nela, é estar sempre estudando, aprendendo novas técnicas e programas que possam ser úteis. Crie repertório vendo filmes (se possível, na tela grande do cinema), peças de teatro, obras de arte em museus. Ler muito e desenvolver seu filtro crítico também é interessante.

Muitos profissionais em início de carreira não se dão conta de que o diretor de arte precisa ter uma relação com o mundo, um contato direto com essa realidade que ele terá que reproduzir (ou modificar). Por isso, viajar e trocar ideias com pessoas de culturas e experiências diferentes das suas é sempre uma boa maneira de estimular sua criatividade.

Sobretudo, observe. Seja curioso, não pare de se maravilhar com as coisas! O “alimento” de um profissional do cinema não está apenas nos filmes, mas na própria vida. Cada detalhe do seu dia pode trazer novas surpresas e inspirações. Os olhos são os melhores instrumentos de trabalho de um diretor de arte. Busque essa visão livre e ampla, verdadeiramente criativa. Afinal, você é um dos artistas nessa tal de sétima arte, não é mesmo?

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* Parte do texto desse artigo, contendo entrevista com Monica Palazzo, foi publicado originalmente no site da Academia Internacional de Cinema em 02/09/13. 

** Outras fontes consultadas para esse artigo, professores da Academia Internacional de Cinema: Cris de Lamare e Bia Junqueira.

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