{"id":9572,"date":"2014-06-02T15:53:56","date_gmt":"2014-06-02T18:53:56","guid":{"rendered":"http:\/\/www.aicinema.com.br\/?p=9572"},"modified":"2014-06-02T15:53:56","modified_gmt":"2014-06-02T18:53:56","slug":"ex-aluna-cria-serie-contos-da-rua-e-consegue-patrocinio-da-fiat","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/ex-aluna-cria-serie-contos-da-rua-e-consegue-patrocinio-da-fiat\/","title":{"rendered":"Ex-aluna cria s\u00e9rie \u201cContos Da Rua\u201d e consegue patroc\u00ednio da FIAT"},"content":{"rendered":"

\"Contos<\/a>Ser\u00e1 poss\u00edvel contar uma hist\u00f3ria apenas com palavras e imagens achadas na rua? Sim. Segundo a ex-aluna Juliana Bartorilla, que fez o curso de Document\u00e1rio<\/a><\/b> da Academia Internacional de Cinema (AIC), \u201ca rua nos conta hist\u00f3rias todos os dias, mas, a gente nunca tem tempo e olhos atentos para ouvi-las\u201d. Foi a partir dessa ideia original que surgiu o conceito do projeto \u201cContos da Rua\u201d.<\/p>\n

Tudo come\u00e7ou quando Juliana, o marido Adriano Matos e o amigo Murilo Melo, resolveram \u201cca\u00e7ar\u201d palavras pelas ruas e, em 5 meses, juntaram mais de 700 palavras escritas na rua e centenas de imagens, a partir da\u00ed, viram que sim, era poss\u00edvel criar um roteiro e contar uma hist\u00f3ria. Com isso, fizeram um filme piloto e apresentaram para a FIAT<\/a><\/b>, que tem como slogan \u201cquem mais entende de rua<\/b>\u201d. \u201cA ideia deu t\u00e3o certo que eles se dispuseram a pagar um incentivo de custo para viabilizar mais filmes. Conseguimos convidar outros diretores para codirigir os curtas e dessa forma, criamos a s\u00e9rie\u201d, conta Juliana.<\/p>\n

Trilha Sonora de Ant\u00f4nio Pinto<\/b><\/h4>\n

<\/b>Se j\u00e1 n\u00e3o bastasse a ideia genial e o patroc\u00ednio de uma grande marca, eles ainda conseguiram a parceria de Ant\u00f4nio Pinto para compor<\/p>\n

\"Contos<\/a>
O curta “As Irm\u00e3s” conta a hist\u00f3ria das irm\u00e3s Augusta e Ang\u00e9lica, cheia de desencontros e conflitos.<\/figcaption><\/figure>\n

algumas das trilhas da s\u00e9rie. Ant\u00f4nio Pinto \u00e9 compositor de trilhas sonoras de grandes filmes nacionais, como \u201cCidade de Deus\u201d (2002), \u201cCidade dos Homens\u201d (2007), \u201cLula, o Filho do Brasil\u201d (2010) e \u201cVips\u201d (2010). Filho do cartunista Ziraldo, tamb\u00e9m tem importantes trabalhos internacionais no curr\u00edculo, como a m\u00fasica do longa \u201cColateral\u201d, do diretor Michael Mann, protagonizado por Tom Cruise. (Assista a entrevista de Ant\u00f4nio Pinto no Programa do J\u00f4 aqui<\/a>.<\/b>) \u201cQuando apresentamos o projeto ele amou a ideia e topou na hora\u201d, conta Juliana.<\/p>\n

As Hist\u00f3rias e A Entrevista<\/b><\/h4>\n

<\/b>Por enquanto s\u00e3o quatro hist\u00f3rias com linguagens e pontos de vista diferentes, que podem ser assistidos no canal do You Tube da FIAT. Os roteiros s\u00e3o de Juliana, em parceria com Murilo e Adriano, e os diretores foram convidados. \u201cA liberdade criativa de cada um fez cada hist\u00f3ria ganhar um corpo e uma linguagem \u00fanica\u201d, conta. Em entrevista para a comunica\u00e7\u00e3o da AIC, a ex-aluna Juliana Bartorilla, que tem 28 anos e \u00e9 publicit\u00e1ria de forma\u00e7\u00e3o, conta que sempre gostou muito de cinema e fala mais sobre o projeto e como tudo aconteceu. Confira as curiosidades, a sinopse de cada um dos filmes e n\u00e3o deixe de assistir aos epis\u00f3dios.<\/p>\n

AIC – Como surgiu a ideia do projeto?
\n<\/b>Juliana Bartorilla:<\/b> Meu marido, um amigo e eu criamos um grupo para fazer um filme. A princ\u00edpio batizamos de JAM (Juliana, Adriano e Murilo). Tudo come\u00e7ou quando nos perguntamos se era poss\u00edvel contar uma hist\u00f3ria usando apenas coisas da rua. A sinopse da hist\u00f3ria a gente j\u00e1 tinha e a partir disso come\u00e7amos a viver um \u201csafari\u201d. Deu muito trabalho, muito mesmo. Cada canto da rua tinha alguma coisa muito interessante que a gente n\u00e3o podia perder e no processo encontramos v\u00e1rios elementos da narrativa que n\u00e3o hav\u00edamos concebido previamente. E assim, percebemos que a rua tamb\u00e9m estava sendo a roteirista do projeto. Foi assim que \u201cContos da Rua\u201d nasceu.<\/p>\n

\"contos<\/a>
Ao todo foram 5 meses captando palavras pelas ruas de S\u00e3o Paulo, o que resultou em um banco com mais de 700 imagens.<\/figcaption><\/figure>\n

AIC \u2013 Conte um pouquinho sobre cada um dos quatro filmes.
\n<\/b>J.B.:<\/b> “
O Amor desvia a Alma<\/a><\/b>” \u00e9 baseado num fato real. Constru\u00edmos o enredo de um homem que se apaixona por uma mulher e n\u00e3o sabe que ela \u00e9 uma prostituta. A rua deu aos personagens uma profiss\u00e3o, idade e um lugar para se encontrar pela primeira vez. As falas tamb\u00e9m apareciam conforme a gente constru\u00eda o conflito entre os dois.<\/p>\n

Aqui se faz, aqui se paga<\/a><\/b>” partiu da frase “por que o senhor atirou em mim?” Foi assim que idealizamos um assaltante que aborda uma pessoa na rua e paga por seu crime. Nesse conto, os efeitos sonoros e as imagens deram corpo para a hist\u00f3ria, ganhando outro significado quando colocadas em diferentes contextos.<\/p>\n

Balthazar<\/a><\/b>” \u00e9 o conto mais leve de todos. Ele foi inspirado num passeio que fizemos no parque. Ouvimos uma mulher gritando “Balthazar!” e achamos que esse nome era o m\u00e1ximo. Pensamos que poder\u00edamos falar da idealiza\u00e7\u00e3o de um cachorrinho de ra\u00e7a sobre a liberdade de um c\u00e3o de rua.<\/p>\n

As irm\u00e3s<\/a><\/b>” foi idealizado com uma linguagem incrivelmente delicada e bruta ao mesmo tempo. O mundo de Ang\u00e9lica e Augusta \u00e9 cheio de desencontros e conflitos que constroem uma realidade muito dura.<\/p>\n

AIC – Quanto tempo demoraram para \u201cjuntar\u201d todo o banco de palavras?
\n<\/b>J.B.:<\/b> Levamos uns 5 meses para ter um banco de mais de 700 palavras e imagens.<\/p>\n

\"Contos<\/a>
Balthazar!” \u00e9 um dos curtas que fala sobre a idealiza\u00e7\u00e3o de um cachorrinho de ra\u00e7a sobre a liberdade de um c\u00e3o de rua.<\/figcaption><\/figure>\n

AIC – Como chegaram na FIAT? Como foi apresentar o projeto pra eles?
\n<\/b>J.B.:<\/b> Quando terminamos o primeiro filme, procuramos a FIAT porque Adriano e Murilo trabalham na
Leo Burnett<\/a>, ag\u00eancia de publicidade que tem a FIAT como cliente. O posicionamento da FIAT \u00e9 “a marca que mais entende de rua” e por isso, fomos atr\u00e1s deles para vender a ideia do projeto. A resposta da FIAT foi incr\u00edvel, viram muito potencial no \u201cContos da Rua\u201d e conseguiram enxergar aquilo al\u00e9m da publicidade. Eles gostaram tanto da ideia que pediram mais. A FIAT acreditou no nosso olhar e entrou como patrocinadora de uma s\u00e9rie de curtas. Os filmes foram exibidos em cinemas e hoje tamb\u00e9m podem ser assistidos no canal do YouTube<\/a> da FIAT.<\/p>\n

AIC – Quem s\u00e3o os diretores que codirigiram os outros curtas?
\n<\/b>J.B.:<\/b> Achei que o resultado ficou muito interessante quando fomos atr\u00e1s dos outros diretores, pois cada um trouxe uma vis\u00e3o e um tratamento diferente para cada hist\u00f3ria.Os filmes apresentam linguagens e sentimentos distintos. Sem a dire\u00e7\u00e3o do Butchers, Fabr\u00edcio Brambatti\u00a0e Marcelo Presotto n\u00e3o haveria s\u00e9rie. Foi uma escola para todos, pois n\u00e3o havia um processo determinado pra esse tipo de formato. Tinha que ser muito sens\u00edvel para observar cada detalhe, mas ao mesmo tempo muito perseverante porque era um trabalho danado embaixo do sol. Eu, Murilo e Adriano compartilh\u00e1vamos com cada diretor o roteiro e um rafe com imagens que pegamos na rua.<\/p>\n

\"Screen<\/a><\/b>AIC – Quem assina a trilha \u00e9 Ant\u00f4nio Pinto. Como chegaram nele?
\n<\/strong>J.B.:<\/b> Adriano j\u00e1 havia trabalhado com Ant\u00f4nio e procuramos por ele para mostrar a ideia do projeto e entender se ele toparia vir conosco. Ele pirou e ficamos muito mais empolgados. Foi uma honra ir no est\u00fadio, estudar e construir a identidade sonora com ele, Ant\u00f4nio foi extremamente espont\u00e2neo e criativo. Al\u00e9m de Ant\u00f4nio e sua equipe tamb\u00e9m pudemos contar com o trabalho maravilhoso de galera da Sat\u00e9lite e do Paulo Akio.<\/p>\n

AIC – Conte um pouco sobre o curso de Document\u00e1rio que fez na AIC.
\n<\/b>J.B.:<\/b> Acho que o projeto que fiz no curso me fez\u00a0aceitar que um filme nunca sai do jeito que tra\u00e7amos. \u00c9 \u00f3timo ter esse pensamento estabelecido, pois voc\u00ea se apega nas coisas certas e deixa o resto fluir. Quando fizemos o \u201cEducand\u00e1rio\u201d, t\u00ednhamos tr\u00eas personagens confirmados. Dias antes da grava\u00e7\u00e3o todos ligaram cancelando e acabamos mudando tudo de \u00faltima hora, inclusive o roteiro. Foi a melhor coisa que aconteceu pro filme, porque os novos personagens foram surpreendentes. Eles estavam inteiros ali conosco, foi muito visceral contar a hist\u00f3ria deles.\u00a0O imprevis\u00edvel sempre traz coisas boas.<\/p>\n

Assista Contos da Rua:<\/h4>\n