{"id":9546,"date":"2014-05-29T20:11:42","date_gmt":"2014-05-29T23:11:42","guid":{"rendered":"http:\/\/www.aicinema.com.br\/?p=9546"},"modified":"2014-05-29T20:11:42","modified_gmt":"2014-05-29T23:11:42","slug":"papo-de-elevador-sindrome-de-tourette-e-o-exercicio-321","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/papo-de-elevador-sindrome-de-tourette-e-o-exercicio-321\/","title":{"rendered":"Papo de Elevador, S\u00edndrome de Tourette e o Exerc\u00edcio 3,2,1"},"content":{"rendered":"

Imagina entrar em um elevador e algu\u00e9m desatar a falar palavr\u00e3o entre uma frase e outra. Esse \u00e9 o mote do curta-metragem \u201cPapo de<\/p>\n

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Grava\u00e7\u00e3o do curta Papo de Elevador, feito no Intensivo de F\u00e9rias de Cinema, em julho de 2013.<\/figcaption><\/figure>\n

Elevador\u201d, dirigido pelo amazonense Emerson Medina, de 41 anos, que veio para a Academia Internacional de Cinema (AIC) em julho do ano passado para cursar o Intensivo de F\u00e9rias de Cinema<\/b><\/a>.<\/p>\n

Pouca gente conhece, mas existe um dist\u00farbio neuropsiqui\u00e1trico chamado de S\u00edndrome de Taurette, caracterizado por tiques m\u00faltiplos, motores ou vocais. \u00c9 quando uma pessoa tem tiques compulsivos recorrentes como piscar, tossir, retorcer-se e at\u00e9 mesmo xingar.<\/p>\n

A ideia surgiu do tamb\u00e9m aluno Marcelo Reis, que conhecia a s\u00edndrome e queria fazer uma hist\u00f3ria de humor, mas o exerc\u00edcio, sugerido pela professor de roteiro Thiago Foga\u00e7a<\/a>, exigia uma estrutura de narrativa cl\u00e1ssica e a ideia original precisou de algumas adapta\u00e7\u00f5es, conta Emerson.<\/p>\n

A hist\u00f3ria deu t\u00e3o certo que o curta foi selecionado para o Amazonas Film Festival<\/a> e fez sucesso na Mostra de Curtas.<\/p>\n

Estudar X Conhecer Gente<\/b><\/h4>\n

Todo ano, nos meses de f\u00e9rias, \u00e9 assim. Quem entra no casar\u00e3o de janelas vermelhas, da Academia Internacional de Cinema (AIC), escuta os mais diversos sotaques e v\u00ea pessoas do norte e nordeste cheias de blusa, sentindo muito frio e, os sulistas, praticamente sem roupa, por que acham que aqui faz calor. \u00c9 uma mistura cultural t\u00e3o interessante que s\u00f3 por isso j\u00e1 vale o curso, conta Emerson, que conheceu a AIC pela internet. \u201cGostei da proposta do curso e fiz a inscri\u00e7\u00e3o. A experi\u00eancia \u00e9 muito proveitosa, em especial, as aulas de roteiro e produ\u00e7\u00e3o, pois eu j\u00e1 tinha experi\u00eancia em outros cursos de dire\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m das aulas, o relacionamento com os colegas e a troca de culturas \u00e9 outro enriquecimento. Ainda hoje conversamos com alguns colegas que voltaram para seus Estados e acompanhamos o que cada um est\u00e1 fazendo na \u00e1rea\u201d, conta.<\/p>\n

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Atores e equipe de produ\u00e7\u00e3o do curta – quatro horas gravando “dentro” do elevador – gente de todo canto do pa\u00eds.<\/figcaption><\/figure>\n

\u201cPapo de Elevador\u201d foi um dos seis trabalhos finais do Intensivo no ano passado e foi produzido dentro de um exerc\u00edcio chamado de \u201c3,2,1\u201d, que consiste em criar o projeto de um curta de no m\u00e1ximo 3 minutos, com no m\u00e1ximo 2 atores e em 1 \u00fanica loca\u00e7\u00e3o. \u201cComo o curso \u00e9 intensivo e a dura\u00e7\u00e3o \u00e9 de um m\u00eas, n\u00e3o d\u00e1 para fazer uma megaprodu\u00e7\u00e3o, a ideia \u00e9 produzir um filme de 3 minutos com baixo or\u00e7amento e muita criatividade\u201d, conta o Coordenador Cl\u00e1udio Gon\u00e7alves.<\/p>\n

\u201cAinda durante as aulas de roteiro fomos divididos em equipe e tivemos que defender tr\u00eas ideias para que curta fosse filmado. O \u2018Papo de Elevador\u2019 foi ideia da equipe de roteiristas que eu fazia parte e acabou sendo votada pela assembleia (todos os alunos do curso) junto com os outros seis projetos. Depois disso foram escolhidos os diretores – sem que se soubesse qual roteiro cada um dirigiria. Por elei\u00e7\u00e3o, acabei sendo escolhido para dirigir um dos filmes e \u2018Papo de Elevador\u2019 acabou ficando com a minha equipe, que tinha gente do Brasil todo: o roteiro \u00e9 de Marcelo Reis (SP), Kleberson Cespede (MS) e Ariel Goldenberg (Sim! O ator do longa “Colegas”, de Marcelo Galv\u00e3o, ganhador do Kikito de ouro em Gramado, tamb\u00e9m passou pela AIC); Vin\u00edcius Bulgarelli (MS) ficou na produ\u00e7\u00e3o; Eduardo \u00c1vila (RJ) fez a dire\u00e7\u00e3o de fotografia; Andr\u00e9a Cohim (PE) a dire\u00e7\u00e3o de som e montagem original; Giba Vieira (SP) a dire\u00e7\u00e3o de arte e produ\u00e7\u00e3o de casting. Os atores s\u00e3o de S\u00e3o Paulo: M\u00e1rcia Pandel\u00f3 e Leandro Dest\u00e1cio\u201d, conta Emerson.<\/p>\n

O Filme<\/b><\/h4>\n

Emerson conta que a hist\u00f3ria \u00e9 sobre um rapaz com S\u00edndrome de Tourette. \u201cNa vers\u00e3o mais popularizada que escolhemos, a pessoa fala palavr\u00f5es involuntariamente. O nosso protagonista – Leandro est\u00e1 no elevador quando entra a M\u00e1rcia Pandel\u00f3 e o elevador sofre uma pane. M\u00e1rcia, que j\u00e1 estava nervosa, come\u00e7a a reclamar e xingar sem parar e Leandro s\u00f3 quer sair de l\u00e1 sem transparecer que tem a s\u00edndrome de Tourette\u201d.<\/p>\n

A Produ\u00e7\u00e3o<\/b><\/h4>\n

Um monte de gente de fora da cidade precisando encontrar um elevador para gravar um curta. Parar o elevador de um pr\u00e9dio n\u00e3o \u00e9<\/p>\n

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Emerson Medina, que veio de Manaus para cursar o Intensivo de F\u00e9rias de Cinema da AIC.<\/figcaption><\/figure>\n

algo f\u00e1cil de se conseguir, ainda mais em S\u00e3o Paulo. \u201cO mais complicado foi encontrar a loca\u00e7\u00e3o – o elevador – j\u00e1 que optamos pela abordagem realista. Quando conseguimos, faltava tr\u00eas dias para o in\u00edcio das filmagens. Foi gra\u00e7as ao diretor de fotografia, Eduardo \u00c1vila, que tinha contatos com uma produtora e negociou a libera\u00e7\u00e3o do elevador no pr\u00e9dio dessa produtora. As grava\u00e7\u00f5es foram muito tranquilas e agrad\u00e1veis e gastamos apenas quatro horas das doze que t\u00ednhamos dispon\u00edvel\u201d, conta Emerson.<\/p>\n

O Diretor<\/b><\/h4>\n

Emerson \u00e9 jornalista, formado pela Federal do Amazonas e al\u00e9m da p\u00f3s em Artes Visuais, tem diversos cursos de cinema no curr\u00edculo,<\/p>\n

al\u00e9m de um roteiro premiado. Edita duas revistas em Manaus, mas a grande paix\u00e3o \u00e9 o cinema e todas as horas vagas s\u00e3o destinadas para produ\u00e7\u00e3o de seus curtas. Atualmente est\u00e1 montando seu pr\u00f3ximo curta \u201cNascer, Crescer e Negar\u201d.<\/p>\n

Ficou curioso? Assista Papo de Elevador:<\/h4>\n