{"id":7407,"date":"2013-06-24T16:13:04","date_gmt":"2013-06-24T19:13:04","guid":{"rendered":"http:\/\/aicinema.com.br\/?p=7407"},"modified":"2013-06-24T16:13:04","modified_gmt":"2013-06-24T19:13:04","slug":"meio-seculo-de-legado-da-nouvelle-vague-e-o-novo-curso-de-historia-do-cinema-mundial","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/meio-seculo-de-legado-da-nouvelle-vague-e-o-novo-curso-de-historia-do-cinema-mundial\/","title":{"rendered":"Meio s\u00e9culo de legado da Nouvelle Vague e o novo curso de Hist\u00f3ria do Cinema Mundial"},"content":{"rendered":"
<\/a>Um movimento cinematogr\u00e1fico dos mais ricos j\u00e1 ocorridos no mundo, capaz de abarcar numa mesma corrente diretores t\u00e3o distintos quando Fran\u00e7ois Truffaut e Alain Resnais. Grandes filmes do movimento, como “Tempo de Guerra”, de Jean Luc Godard, “Muriel”, de Alain Resnais, e “A Carreira de Suzane”, de Eric Rhomer, completam meio s\u00e9culo neste ano, celebrando um momento na hist\u00f3ria do cinema que deixou um legado fundamental para o mundo.<\/p>\n Os efeitos da Nouvelle Vague podem ser sentidos at\u00e9 hoje no cinema-arte do mundo. Iniciado em 1959 com filmes como “Os Incompreendidos”, de Fran\u00e7ois Truffaut, “Hiroshima, Meu Amor”, de Alain Resnais e “Os Primos”, de Claude Chabrol, o movimento atingiu seu \u00e1pice h\u00e1 cinquenta anos e perdurou por todos os anos 1960. Sob a tutela do te\u00f3rico e pesquisador Andr\u00e9 Bazin, jovens pensadores se tornaram cr\u00edticos de cinema e migraram suas ideias de um novo cinema para a Fran\u00e7a na rec\u00e9m-criada revista Cahiers du Cin\u00e9ma<\/i>, at\u00e9 hoje a revista de cinema mais importante do mundo. \u00c9 l\u00e1 que explicitaram o que chamam hoje de Pol\u00edtica dos Autores, uma s\u00e9rie de pensamentos que orientariam o cinema franc\u00eas para um vi\u00e9s mais voltado para a arte, e n\u00e3o apenas entretenimento desapegado da cultura do pa\u00eds. \u201cPouco mais de uma d\u00e9cada antes da Nouvelle Vague, o Neorrealismo Italiano havia sacudido o cinema do mundo inteiro propondo uma nova era para o pensamento audiovisual, propondo filmes cujos sentidos se completariam com a interpreta\u00e7\u00e3o dos espectadores. Mas foi a Nouvelle Vague que realmente deixou um grande legado, pois seus filmes n\u00e3o falavam apenas de quest\u00f5es sociais, pol\u00edticas. Cada diretor abarcava temas extremamente pessoais, de uma hist\u00f3ria simples de um menino desajustado na sociedade at\u00e9 uma homenagem experimental sobre as bombas de Hiroshima e Nagazaki\u201d, comenta o coordenador da Academia Internacional de Cinema, Franthiesco Ballerini, professor do novo curso de Hist\u00f3ria do Cinema Mundial<\/strong><\/span><\/a>, que ser\u00e1 oferecido pelas manh\u00e3s na Academia Internacional de Cinema – AIC no pr\u00f3ximo semestre, focando um panorama profundo da hist\u00f3ria do cinema, sem esquecer da an\u00e1lise da est\u00e9tica, t\u00e9cnicas e linguagem dos grandes diretores que concretizaram os principais pensamentos cinematogr\u00e1ficos em todos os continentes.<\/p>\n No novo curso de hist\u00f3ria do cinema, Ballerini e outros professores e palestrantes explicar\u00e3o, entre outras coisas, como diretores contempor\u00e2neos como Walter Salles, Tim Burton, Terrence Malick e Michael Haneke, todos ganhadores de grandes pr\u00eamios no mundo inteiro e autores de obras inesquec\u00edveis, devem seu sucesso \u00e0s experimenta\u00e7\u00f5es de linguagem de diretores da Nouvelle Vague. \u201cN\u00e3o se formam grandes diretores de cinema hoje sem que eles tenham refer\u00eancias bem fundamentadas do passado, e isso inclui a Nouvelle Vague. Curiosamente, eram os diretores do movimento franc\u00eas que pregavam o fim da escada artesanal de formar diretores, ou seja, de que um grande diretor necessariamente deveria come\u00e7ar por n\u00edveis hier\u00e1rquicos mais baixos na cadeia cinematogr\u00e1fica antes. Ao contr\u00e1rio, Truffaut, por exemplo, dizia que a t\u00e9cnica se aprendia em algumas horas, mas as refer\u00eancias art\u00edsticas e cinematogr\u00e1ficas podem levar anos, por isso mesmo ele come\u00e7ou como grande estudioso de cinema, devorando livros e consumindo grandes filmes, passou a ser cr\u00edtico e ent\u00e3o cineasta. Curiosamente, todos os grandes diretores hoje t\u00eam um repert\u00f3rio de refer\u00eancias incr\u00edvel. Ou seja, a Nouvelle Vague mostrou ao mundo que cinema autoral, antes de saber sobre foco, opera\u00e7\u00e3o de c\u00e2mera, luz, precisa saber o que exatamente se quer contar e como contar. O resto \u00e9 consequ\u00eancia\u201d, completa Ballerini.<\/p>\n