{"id":6897,"date":"2013-04-05T20:39:41","date_gmt":"2013-04-05T23:39:41","guid":{"rendered":"http:\/\/aicinema.com.br\/?p=6897"},"modified":"2017-09-12T13:24:54","modified_gmt":"2017-09-12T16:24:54","slug":"nasce-o-cineasta-site-de-crowdfunding-especifico-para-cinema","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/nasce-o-cineasta-site-de-crowdfunding-especifico-para-cinema\/","title":{"rendered":"Nasce o Cineasta, site de crowdfunding espec\u00edfico para cinema"},"content":{"rendered":"
\u201cQue tal fazer um filme? Tem um roteiro e precisa de ajuda para tir\u00e1-lo do papel? Gostou de um projeto e quer participar ou apoiar? Quer ver sua marca nas telas?\u201d \u00c9 assim que o Cineasta.cc<\/strong> anuncia sua chegada. Um site para capta\u00e7\u00e3o coletiva de recursos espec\u00edficos para filmes, que acaba de ser lan\u00e7ado por Leonardo Curcino<\/strong>, ex-aluno do Curso de Cinema Digital<\/strong><\/a>, ao lado de Pedro Xudr\u00e9 e Renato Alencastro.<\/p>\n <\/p>\n \u201cMuitos projetos legais acabam n\u00e3o saindo do papel por conta do atual modelo do mercado audiovisual, na qual o estado ajuda e banca a grande maioria dos projetos, atrav\u00e9s de Leis de Incentivo Fiscal e\/ou de Editais. Acreditamos que o audiovisual brasileiro pode crescer consideravelmente com a democratiza\u00e7\u00e3o do processo\u201d<\/strong>, conta Leonardo.<\/p>\n O novo site funciona de forma simples: basta ter um projeto de filme ou programa audiovisual, cadastrar no site, dizer quanto precisa para realiza\u00e7\u00e3o e qual o prazo para conseguir levantar os recursos. As pessoas que gostarem da ideia podem apoiar com qualquer valor, a partir de R$ 10,00. \u00c9 poss\u00edvel tamb\u00e9m, encontrar pessoas interessadas em participar do projeto compondo o elenco ou a equipe t\u00e9cnica, esse \u00e9 um grande diferencial do site. Quando acabar o prazo estipulado, se o autor do projeto tiver alcan\u00e7ado o valor estipulado, recebe o dinheiro para fazer o filme. Se n\u00e3o alcan\u00e7ou a meta, os apoiadores recebem o dinheiro de volta. Se o autor tiver alcan\u00e7ado pelo menos 70% da meta, ele pode decidir bancar os outros 30%. O site fica com 6% do valor total.<\/p>\n \u201cO nosso diferencial em rela\u00e7\u00e3o a outros sites de crowdfunding<\/em> \u00e9 que, como trabalhamos com um nicho espec\u00edfico, isso nos garante um modelo de neg\u00f3cios personalizado para o audiovisual. Temos como diferencial o uso bem definido do product placement<\/em> e inser\u00e7\u00e3o de marcas nos produtos, a possibilidade de apoiar o projeto fazendo parte da equipe, um atendimento personalizado na curadoria dos projetos, ajudando todos os nossos proponentes individualmente. A inten\u00e7\u00e3o \u00e9 criar uma rede de pessoas que trabalham com audiovisual, ampliando cada vez mais o neg\u00f3cio, trabalhando depois para contribuir na distribui\u00e7\u00e3o dos produtos desenvolvidos atrav\u00e9s do site\u201d<\/strong>, revela Leonardo.<\/p>\n AIC – Como surgiu a ideia de montar um site espec\u00edfico para arrecadar recursos para fazer filmes? <\/strong><\/p>\n Leonardo Curcino<\/strong> – Sempre quis estudar cinema, mas acabei conseguindo fazer isso s\u00f3 quando j\u00e1 estava estabilizado profissionalmente. Cinema no Brasil ainda \u00e9 coisa pra poucos. A\u00ed fiz o curso de seis meses, Intensivo de Cinema digital na AIC, tive a oportunidade de dirigir um curta e n\u00e3o parei mais de estudar. Decidi que quero continuar fazendo cinema, ent\u00e3o precisava dar um jeito de viabilizar isso. O projeto saiu da\u00ed. Em meio a todos esses estudos e conversas com gente do mercado, ficou claro pra mim o quanto o processo ainda \u00e9 pouco democr\u00e1tico e burocr\u00e1tico, principalmente para iniciantes. Me uni com os amigos Pedro Xudr\u00e9 e Renato de Alencastro e come\u00e7amos a pensar no projeto, fazer pesquisas, a concep\u00e7\u00e3o, cria\u00e7\u00e3o e, por fim, o desenvolvimento do site. Inclusive, o Pedro, que liderou o desenvolvimento do site, est\u00e1 preparando para que seja a primeira ferramenta open-source<\/em> de crowdfunding<\/em> do Brasil. Nossa vontade \u00e9 tornar a produ\u00e7\u00e3o audiovisual autossustent\u00e1vel, com muita gente podendo fazer.<\/p>\n AIC – Nos Estados Unidos o crowdfunding<\/em> j\u00e1 \u00e9 mais difundido. O que falta para a ideia pegar de vez no Brasil? <\/strong><\/p>\n L.C.:<\/strong> O crowdfunding<\/em> no Brasil ainda \u00e9 novo, estamos come\u00e7ando a nos acostumar com a ideia, mas o momento \u00e9 positivo. Diria que temos um cen\u00e1rio promissor pela frente. Os EUA tem uma cultura de audiovisual muito forte, tem projetos interessantes, \u00e9 um mercado extremamente profissional e tem adeptos no mundo todo. O brasileiro ainda est\u00e1 tentando se acostumar com produ\u00e7\u00f5es nacionais, ainda resta um pouco daquela nossa velha s\u00edndrome de vira-lata. Prova disso \u00e9 que muita gente reclamou da Lei do Audiovisual, pois n\u00e3o queriam ver seus canais de tv a cabo favoritos recheados de “produ\u00e7\u00f5es nacionais toscas.” Quanto mais projetos bacanas e bem produzidos come\u00e7armos a fazer, mais o brasileiro vai se convencer de que temos talentos aqui e isso vai interferir diretamente no share<\/em> do cinema nacional, na aceita\u00e7\u00e3o de nossas produ\u00e7\u00f5es e no crescimento do crowdfunding<\/em>.<\/p>\n AIC – Voc\u00ea poderia citar filmes que foram feitos atrav\u00e9s de sites de crowdfunding<\/em>?<\/strong><\/p>\n L.C.:<\/strong> Nesse ano, tivemos produ\u00e7\u00f5es que ganharam o Oscar usando crowdfunding<\/em>. A Julia Rufino, aluna da AIC, tamb\u00e9m conseguiu arrecadar grana atrav\u00e9s de crowdfunding <\/em>para filmar seu curta aqui no Brasil. Mas por aqui, ainda \u00e9\u00a0inimagin\u00e1vel arrecadarmos quase 4 milh\u00f5es, como foi o caso de \u201cVeronica Mars\u201d, no Kickstarter<\/a>. Como disse, ainda estamos engatinhando. De repente, se um grande diretor ou artista de renome estivesse envolvido no projeto, seria poss\u00edvel arrecadar mais grana. Tudo depende muito do potencial de engajamento do autor do projeto.<\/p>\n AIC – Na sua opini\u00e3o, qual a melhor forma de vender uma ideia de filme e conseguir apoio?<\/strong><\/p>\n L.C.:<\/strong> Na verdade, s\u00e3o v\u00e1rios fatores. O tema tem que ser bom ou de interesse de v\u00e1rias pessoas, o projeto tem que estar bem formatado, bem escrito, ter recompensas interessantes, a divulga\u00e7\u00e3o deve ser bem feita, um bom v\u00eddeo ajuda muito etc.<\/p>\n AIC – Qual a vantagem de apoiar os projetos no cineasta? Como funcionam as recompensas?<\/strong><\/p>\n L.C.:<\/strong> O Cineasta fica com somente 6% do valor captado fora as taxas de transa\u00e7\u00e3o do PagSeguro. Al\u00e9m disso, marcas podem apoiar o projeto de maneira clara e bem definida, usando o product placement<\/em> ou patroc\u00ednio. Tamb\u00e9m \u00e9 poss\u00edvel apoiar participando diretamente dos projetos. As recompensas s\u00e3o uma esp\u00e9cie de contrapartidas que os autores d\u00e3o em agradecimento ao apoio que tiveram. Podem ser recompensas simb\u00f3licas como agradecimento no filme \u00e0 camisetas, cartazes do filme, acompanhar a filmagem etc.<\/p>\n AIC – Quem pode inscrever um projeto no Cineasta?<\/strong><\/p>\n L.C.:<\/strong> Teoricamente, todo mundo. Mas os projetos passam por curadoria e os curr\u00edculos, expertises dos proponentes s\u00e3o levados em conta. Ideal \u00e9 que estudantes de cinema\/audiovisual, profissionais da \u00e1rea ou produtoras enviem projetos. Queremos ter premissas mais garantidas de que os projetos tem chance de resultarem produtos audiovisuais de qualidade.<\/p>\n AIC – Como funciona a quest\u00e3o do dinheiro? <\/strong><\/p>\n L.C.:<\/strong> As transa\u00e7\u00f5es s\u00e3o feitas via PagSeguro. Se o projeto tem sucesso na capta\u00e7\u00e3o, o proponente recebe o valor para fazer o filme. Se n\u00e3o tem sucesso, todo mundo leva o dinheiro de volta. \u00c9 isso.<\/p>\nVeja o v\u00eddeo sobre o Cineasta.cc no final da mat\u00e9ria.<\/em><\/h5>\n
Confira a entrevista com Leonardo e entenda melhor o \u201cCineasta\u201d:<\/h3>\n