Filmworks<\/a><\/span><\/strong>, da Academia Internacional de Cinema (AIC), entre os anos de 2010 e 2011. Na \u00e9poca, ele j\u00e1 fazia a curadoria do festival Anima Mundi. A uni\u00e3o dessas duas experi\u00eancias o levou, no ano passado, a trabalhar na equipe de sele\u00e7\u00e3o do edital do Pr\u00eamio Est\u00edmulo do Governo de S. Paulo.<\/p>\n“Quando vim estudar na AIC, queria conhecer mais sobre a pr\u00e1tica de set e principalemente sobre dire\u00e7\u00e3o.\u00a0J\u00e1 conhecia teoria de cinema e hist\u00f3ria da arte antes de me matricular, o que foi bom pois o curso da AIC tem um foco maior na pr\u00e1tica. Durante o primeiro ano procurei colaborar mais com filmes de outras turmas e entender um pouco mais da din\u00e2mica de set. No segundo ano me concentrei nos projetos e no curta ‘Varia\u00e7\u00f5es Sobre um Mesmo Tema’, que dirigi no exerc\u00edcio de 16mm, com o colega Thiago Amaral (assista ao curta no fim deste post). Ficamos felizes pois fomos selecionados por v\u00e1rios no Brasil inteiro, como a Mostra do Filme Livre, Festival Brasileiro de Cinema Universit\u00e1rio, Cine MuBe Vitrine Independente, entre outros”, explica o ex-aluno.<\/p>\n
Carioca, morando em S\u00e3o Paulo desde 2008, Fernando Timba \u00e9 graduado em Comunica\u00e7\u00e3o Social pela ECO-UFRJ e trabalha com a linguagem audiovisual numa rela\u00e7\u00e3o que vai al\u00e9m de produzir um filme pra telona. Entre suas v\u00e1rias experi\u00eancias profissionais,\u00a0ele desenvolve trabalhos em diversas \u00e1reas de produ\u00e7\u00e3o de imagem, como: \u00a0videomapping, cen\u00e1rios multim\u00eddia para shows, teatro e \u00f3pera, dire\u00e7\u00e3o de arte para cinema, design gr\u00e1fico, motion design, anima\u00e7\u00e3o e ilustra\u00e7\u00e3o.\u00a0Veja mais no site pessoal dele (www.fernandotimba.com).<\/p>\n
E foi por conta dessa experi\u00eancia variada com anima\u00e7\u00e3o e imagens em movimento que Timba foi convidado para ser integrante do j\u00fari do Anima Mundi\u00a0(Festival Internacional de Anima\u00e7\u00e3o do Brasil), um dos mais importantes eventos do g\u00eanero\u00a0, que este ano entra em sua 21\u00aa edi\u00e7\u00e3o. “O J\u00fari Profissional do Anima Mundi \u00e9 composto por animadores, m\u00fasicos, cineastas, cartunistas, produtores, designers e professores. Essa composi\u00e7\u00e3o \u00e9 importante pois julgamos quesitos como t\u00e9cnica de anima\u00e7\u00e3o, trilha sonora, dire\u00e7\u00e3o de arte, dentre outras. Uma fato interessante que aconteceu em 2012 \u00e9 que, \u00a0pela primeira vez, o pr\u00eamio de melhor filme, dado pelo j\u00fari em conjunto com a dire\u00e7\u00e3o do Anima Mundi indicou o vencedor \u00a0para o Oscar de melhor anima\u00e7\u00e3o: o curta ‘Head Over Heels’ , de Timothy Reckart e Fodhla Cronin O’Reilly, que est\u00e1 entre os cinco finalistas da categoria deste ano e \u00e9 bacana ver o reconhecimento internacional do festival que j\u00e1 tem 20 anos de hist\u00f3ria.<\/p>\n
Em 2012, a experi\u00eancia no j\u00fari do Anima Mundi trouxe para Timba o convite\u00a0para ele fazer a sele\u00e7\u00e3o de curtas para o edital do Pr\u00eamio Est\u00edmulo, da Secretaria Estadual da Cultura\/SP. “O Pr\u00eamio Est\u00edmulo \u00e9 um dos mais bacanas para novos diretores no Estado de S\u00e3o Paulo. Ele premia curtas de fic\u00e7\u00e3o, anima\u00e7\u00f5es e document\u00e1rios. Foram inscritos mais de 300 projetos e tivemos muito z\u00ealo ao avali\u00e1-los. Analisamos o sinopse, roteiro, proposta de dire\u00e7\u00e3o e or\u00e7amento. Temos cinco jurados, todos com fun\u00e7\u00f5es equivalentes. N\u00e3o h\u00e1 algo como um presidente do j\u00fari, o que torna a decis\u00e3o plural. Al\u00e9m da an\u00e1lise do projeto entregue na inscri\u00e7\u00e3o fazemos um pitching, uma esp\u00e9cie de entrevista com os diretores, com os melhores e dentre estes s\u00e3o selecionados 12 vencedores e 12 suplentes”.<\/p>\n
E para ter sucesso num processo seletivo p\u00fablico como este, Timba conta que \u00e9 fundamental ter um bom embasamento na apresenta\u00e7\u00e3o do projeto inscrito: “O que acredito que havia em comum entre os melhores projetos era uma conjun\u00e7\u00e3o de propostas originais, pesquisa sobre o que se propunham a contar, e isso era bem vis\u00edvel no pitching. N\u00e3o acredito que haja uma f\u00f3rmula. Um projeto bonito visualmente n\u00e3o mant\u00e9m em p\u00e9 um projeto sem conte\u00fado, pouca pesquisa para um document\u00e1rio, por exemplo, transparece ao defender o projeto”, explica.<\/p>\n
Al\u00e9m disso, Timba acrescenta que o envolvimento e a organiza\u00e7\u00e3o de quem prop\u00f5e um projeto\u00a0acabam fazendo diferen\u00e7a na disputa por verbas p\u00fablicas para a produ\u00e7\u00e3o de um filme: “O mais importante, principalmente no pitching \u00e9 que um diretor tem que estar envolvido com o que quer filmar, saber defender seu filme. Isso, quando \u00e9 verdadeiro, fica muito claro no processo. Essa \u00e9 uma das li\u00e7\u00f5es das aulas com a diretora Lina Chamie (professora de dire\u00e7\u00e3o no curso Filmworks da AIC), que pude ver na pr\u00e1tica. Todas as outras etapas s\u00e3o importantes, \u00e9 essencial estruturar bem um or\u00e7amento, ter uma defesa clara de dire\u00e7\u00e3o e dos departamentos de fotografia e arte, mas estas etapas s\u00e3o alcan\u00e7adas se voc\u00ea se dedica e n\u00e3o deixa tudo para a v\u00e9spera da data de inscri\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
Unindo a forma\u00e7\u00e3o de cineasta pela AIC com a expertise vinda das artes pl\u00e1sticas e da multim\u00eddia, Timba acredita na converg\u00eancia das linguagens proposta pela era digital, indo muito al\u00e9m de pensar em produtos audiovisuais para a telona. “O cinema \u00e9 muito pouco pra formar um cineasta e o mundo das artes visuais e do cinema podem conciliar-se.\u00a0Hoje podemos abrir m\u00e3o da tela para projetar e trabalhar outras superf\u00edcies, assim como aproximar o cinema de outras artes como escultura e teatro.\u00a0Cada vez mais projetos s\u00e3o pensados para outros suportes m\u00f3veis e distribu\u00eddos pela internet mas acredito que isto apenas se some ao cinema que conhecemos, oferecendo mais uma op\u00e7\u00e3o. \u00c9\u00a0s\u00f3 entender que existem outros lugares para buscar algo que esteja mais pr\u00f3ximo do que queremos contar e de quem ir\u00e1 ver e ouvir nossos filmes. Apesar de trabalhar muito ultimamente com teatro e \u00f3pera, criando proje\u00e7\u00f5es para espet\u00e1culos, ou criando obras para exposi\u00e7\u00f5es, me vejo produzindo cinema para tela grande esses mundos n\u00e3o s\u00e3o excludentes.”<\/p>\n
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