{"id":4942,"date":"2012-11-29T13:01:34","date_gmt":"2012-11-29T15:01:34","guid":{"rendered":"http:\/\/aicinema.com.br\/?p=4942"},"modified":"2017-09-12T12:41:17","modified_gmt":"2017-09-12T15:41:17","slug":"curta-cohab-e-exibido-no-entretodos-5","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/curta-cohab-e-exibido-no-entretodos-5\/","title":{"rendered":"Curta ‘Cohab’ \u00e9 exibido no Entretodos 5"},"content":{"rendered":"

\"\"Depois da estreia no Festival\u00a0<\/em>Cine Favela<\/em><\/span><\/strong>, no m\u00eas passado, agora \u00e9 a vez do curta Cohab<\/strong><\/em> ser exibido na mostra competitiva do Entretodos – 5\u00b0 Festival de Curtas Metragens de Direitos Humanos<\/em><\/strong><\/span>, que acontece simultaneamente em 31 locais da regi\u00e3o metropolitana de S. Paulo e tamb\u00e9m\u00a0na cidade de Paraty (RJ), de 29\/11 a 03\/12 .<\/p>\n

A ideia do festival \u00e9 descentralizar a informa\u00e7\u00e3o e privilegiar \u00a0a reflex\u00e3o<\/strong> acerca das quest\u00f5es dos Direitos Humanos<\/strong> junto ao p\u00fablico expectador. Cohab<\/em> ser\u00e1 exibido \u00e0s 14h30, desta quinta, 29, no Senac Jabaquara<\/strong> e contar\u00e1 com a presen\u00e7a<\/strong> de Lincoln P\u00e9ricles,\u00a0<\/strong>diretor<\/strong>\u00a0e aluno do Filmworks<\/span> <\/a>da Academia Internacional de Cinema (AIC)<\/strong>,\u00a0para um debate ap\u00f3s a sess\u00e3o<\/strong>\u00a0(veja outras datas e locais no final dest post).<\/p>\n

A hist\u00f3ria se passa na regi\u00e3o do Cap\u00e3o Redondo<\/strong>, bairro de periferia localizado na zona sul da capital paulista, onde Lincoln\u00a0<\/strong>mora desde que nasceu<\/strong>. “A ideia do curta \u00e9 mostrar um olhar de dentro para fora<\/strong>, acompanhando um dia s\u00f3brio num pr\u00e9dio da Cohab Adventista<\/strong>: as crian\u00e7as, os amigos, os blocos do condom\u00ednio popular”, explica o diretor. “N\u00e3o falo da especificamente da viol\u00eancia<\/strong>, apesar dela ser parte importante para entendermos as coisas, de forma que acredito que ela esteja no imagin\u00e1rio de quem v\u00ea<\/strong>.”, complementa.<\/p>\n

\"\"O curta foi feito paralelamente ao curso da AIC<\/strong>, que Lincoln finaliza este ano. Feito de forma\u00a0independente<\/strong>, Cohab foi produzido\u00a0Ast\u00facia Filmes<\/span><\/strong> – um coletivo audiovisual<\/strong> do qual ele participa junto de outros colegas. “Coletivos s\u00e3o uma<\/strong> alternativa ao mercado<\/strong> que esmaga e escolhe somente ‘os melhores’. Os coletivos funcionam de uma maneira muito mais humana e sincera”<\/strong>, acredita o diretor.
\nA ideia de Cohab<\/em>, segundo Lincoln, surgiu na ilha de edi\u00e7\u00e3o<\/strong>: “\u00c9 um filme artesanal, comecei a faz\u00ea-lo a partir de imagens captadas para outros filmes<\/strong>. Tentei expressar um vazio muito pessoal<\/strong> e espec\u00edfico, que est\u00e1 dentro desse contexto de estar num lugar ‘esquecido’ pelos outros<\/strong>, \u00e0 margem de S\u00e3o Paulo e seu luxo fajuto.\u00a0O que me despertou para falar da minha pr\u00f3pria realidade foi o\u00a0mesmo desejo que me despertou esses dias de escrever uma poesia<\/strong>.”<\/p>\n

\"\"O document\u00e1rio n\u00e3o teve uma pr\u00e9-concep\u00e7\u00e3o<\/strong>, no sentido cl\u00e1ssico da produ\u00e7\u00e3o de um curta. “Foi acontecendo<\/strong>\u00a0sem me prender \u00e0s regras formais. Na verdade houve um certo planejamento interno no meio disso tudo, uma precis\u00e3o quase mec\u00e2nica de uma certeza que tenho: a de que quero fazer filmes”<\/strong>.<\/p>\n

Por enquanto, Lincoln P\u00e9ricles segue fazendo…<\/p>\n

Veja abaixo a entrevista<\/strong> que a reportagem da AIC fez com o diretor. E, logo depois, assista ao teaser<\/strong> do curta Cohab<\/em>.<\/p>\n

\"\"AIC<\/span> –\u00a0Seu curta escapa um pouco \u00e0\u00a0forma cl\u00e1ssica\u00a0de se produzir um filme, surgiu na ilha de edi\u00e7\u00e3o enquanto voc\u00ea trabalhava com outras imagens. Como foi esse processo criativo?
\n<\/strong><\/span>Lincoln P\u00e9ricles<\/strong><\/span> –<\/span> Cada filme \u00e9 que dita como devo realiza-lo<\/strong>, n\u00e3o posso me apegar ao padr\u00e3o ou fazer filmes porque os outros querem que eu fa\u00e7a, tenho que fazer porque eu quero<\/strong>. Se o filme for pra ser produzido ‘da forma cl\u00e1ssica’ tamb\u00e9m n\u00e3o vejo problema<\/strong> nenhum nisso, j\u00e1 filmei nessas condi\u00e7\u00f5es. O que n\u00e3o pode \u00e9 achar que existe ‘uma forma’ de se produzir<\/strong>, isso \u00e9 muito pequeno.<\/p>\n

AIC<\/span>\u00a0– Depois do Cine Favela<\/em>, o filme ser\u00e1 passado no Entretodos<\/em>, que \u00e9 um festival de Direitos Humanos. Voc\u00ea acredita no papel conscientizador que o cinema pode ter?
\n<\/strong><\/span>Lincoln P\u00e9ricles<\/strong><\/span><\/span>\u00a0–\u00a0<\/span>Acredito que a arte por si s\u00f3 j\u00e1 \u00e9 revolucion\u00e1ria<\/strong>, porque luta contra dogmas religiosos, filos\u00f3ficos e sociais. O cinema reflete o mundo no qual vivemos<\/strong>\u00a0e o mundo no qual vivemos est\u00e1 todo zuado. Um filme sempre \u00e9 feito por pessoas<\/strong>\u00a0e elas talvez tenham um papel muito maior na divulga\u00e7\u00e3o dos Direitos Humanos<\/strong> do que o pr\u00f3prio filme em si.<\/p>\n

\"\"AIC<\/span>\u00a0–\u00a0<\/strong>\u00a0 Tanto no Cine Favela<\/em> como no E<\/em><\/strong><\/span>ntretodos<\/em> s\u00e3o promovidos debates com o p\u00fablico depois das exibi\u00e7\u00f5es. Esse contato com a audi\u00eancia acontece diretamente no teatro, pela pr\u00f3pria natureza da apresenta\u00e7\u00e3o ao vivo, no palco. No cinema, ela s\u00f3 \u00e9 promovida mesmo em eventos especiais como estes. Como \u00e9 pra voc\u00ea ter a rea\u00e7\u00e3o direta dos expectadores, ainda no calor do filme?<\/strong>
\n\"\"Lincoln P\u00e9ricles<\/span><\/span><\/span><\/strong><\/span>\u00a0–<\/span><\/span>\u00c9 um contato interessante<\/strong>! Perigoso<\/strong>! Divino<\/strong>! Maravilhoso<\/strong>! S\u00f3 \u00e9 ruim quando cai no banal de te pedirem pra explicar o filme. A discuss\u00e3o sempre me interessa<\/strong>, mas a gente s\u00f3 explica pra confundir mesmo, como diz o Tom Z\u00e9. No Brasil tem essa moda de levar diretor pras sess\u00f5es e tentar fazer dele o superstar, n\u00e3o \u00e9 uma coisa que me interessa<\/strong>.Quero s\u00f3 fazer meus filminhos.<\/p>\n

AIC<\/span> –\u00a0\u00a0E daqui pra frente, o que voc\u00ea pensa para o curta Cohab<\/em>?
\nLincoln P\u00e9ricles<\/span>\u00a0–\u00a0<\/span><\/strong>Vamos distribuir o Cohab<\/em> por outros lugares, vamos mandar o filme para v\u00e1rias quebradas, pra pessoas que est\u00e3o exibindo filmes em periferias, escolas e saraus… Outra coisa que me interessa \u00e9 gerar a discuss\u00e3o pela internet, por isso sempre dou um jeito de lan\u00e7ar os filmes online. Acredito que seja uma ferramenta incr\u00edvel, principalmente nesse contato direto com o p\u00fablico.<\/p>\n

<\/div>\n

Teaser de Cohab<\/h3>\n