{"id":3053,"date":"2012-07-13T22:26:27","date_gmt":"2012-07-13T22:26:27","guid":{"rendered":"http:\/\/aicinema.com.br\/?p=3053"},"modified":"2017-07-13T17:01:50","modified_gmt":"2017-07-13T20:01:50","slug":"george-stoney-parte","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/george-stoney-parte\/","title":{"rendered":"George Stoney parte"},"content":{"rendered":"
O cineasta e professor George Stoney fez a passagem no dia 12 de julho, aos 96 anos, boots on (\u201ccal\u00e7ando botas\u201d, ou seja, trabalhando at\u00e9 o fim). Stoney \u00e9 a grande refer\u00eancia no v\u00eddeo e filme sociais, cujo esfor\u00e7o permanente e cont\u00ednuo resultou, entre outras coisas no sistema de TVs de acesso p\u00fablico nos EUA, influente em todo o mundo, inclusive no Brasil.<\/p>\n
Seus document\u00e1rios foram impactaram profundamente a comunidade cinematogr\u00e1fica nos Estados Unidos, promovendo o sujeito do document\u00e1rio social (pobres, negros, minorias, crian\u00e7as, exclu\u00eddos em geral) em protagonistas da pr\u00f3pria imagem ao fomentar as condi\u00e7\u00f5es da auto-representa\u00e7\u00e3o. Com isso seu trabalho dialogava com antrop\u00f3logos, militantes pol\u00edticos, trabalhadores sociais, professores, enfim, quaisquer categorias e profissionais que pudessem favorecer a mudan\u00e7a social.<\/p>\n
George Stoney era um exemplo de vida, de amizade, de fidelidade, de combate \u00e0 opress\u00e3o, e de dedica\u00e7\u00e3o ao pr\u00f3ximo. Se uma fita VHS fosse enviada a ele, o remetente podia ter certeza eu seria visto, e sua correspond\u00eancia respondida. Fazia de seu pequeno apartamento alugado no West Village, em Nova Iorque, um ponto de encontro e hospedagem \u201cdo que havia de melhor nos Estados Unidos\u201d nas palavras sua colaboradora e ex-aluna Judith Helfant. A juventude universit\u00e1ria o prestigiava como refer\u00eancia de milit\u00e2ncia pol\u00edtica desde a d\u00e9cada de 1930.<\/p>\n
Foi dedicado professor da NYU desde 1970. Apreciador da t\u00e9cnica, jamais a preferia ao seu impacto social, da efic\u00e1cia pol\u00edtica \u00e0 eticidade da rela\u00e7\u00e3o entre equipe e sujeitos em cena. Foi nesse contexto que se aproximou de produtores brasileiros a partir de 1984, quando veio mostrar trabalhos que admirava e buscar inspira\u00e7\u00e3o no processo de democratiza\u00e7\u00e3o que vigorava, e se refletia no vigor das produ\u00e7\u00f5es audiovisuais (Olhar Eletr\u00f4nico, ABVP, entre outros coletivos). Fez amigos insepar\u00e1veis, entre eles o chefe Krah\u00f4 Aleixo Po-Hi, que hospedou nos Estados Unidos.<\/p>\n
Conheceu Paulo Freire com quem estabeleceu uma profunda identifica\u00e7\u00e3o. George Stoney poderia ser considerado um \u201cPaulo Freire\u201d ao audiovisual, promovendo a alfabetiza\u00e7\u00e3o audiovisual no seu sentido cr\u00edtico, formador de vis\u00e3o de mundo, com a\u00e7\u00e3o transformadora. Iniciou um projeto de documenta\u00e7\u00e3o da repercuss\u00e3o de sua obra, que se transformou com o falecimento de Freire e que agora se encontra em fase de finaliza\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
George voltou ao Brasil mais de uma d\u00fazia de vezes e promoveu novos v\u00ednculos e agrupamentos ativos no ensino e na produ\u00e7\u00e3o audiovisual. A pr\u00f3pria dire\u00e7\u00e3o da AIC ,de certa maneira, \u00e9 tribut\u00e1rias das aproxima\u00e7\u00f5es que fomentava por onde passava. Stoney deu palestra na AIC em sua \u00faltima estada no Brasil, em 2008.<\/p>\n
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O cineasta e professor George Stoney fez a passagem no dia 12 de julho, aos 96 anos, boots on (\u201ccal\u00e7ando botas\u201d, ou seja, trabalhando at\u00e9 o fim). Stoney \u00e9 a grande refer\u00eancia no v\u00eddeo e filme sociais, cujo esfor\u00e7o permanente e cont\u00ednuo resultou, entre outras coisas no sistema de TVs de acesso p\u00fablico nos EUA, …<\/p>\n