{"id":3012,"date":"2012-07-11T08:02:33","date_gmt":"2012-07-11T08:02:33","guid":{"rendered":"http:\/\/aicinema.com.br\/?p=3012"},"modified":"2017-09-12T12:31:10","modified_gmt":"2017-09-12T15:31:10","slug":"cinema-de-ponta-a-ponta","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/cinema-de-ponta-a-ponta\/","title":{"rendered":"Cinema de ponta a ponta"},"content":{"rendered":"

Tata Amaral fala sobre seu trabalho paralelo como produtora, uma rela\u00e7\u00e3o com o processo de realiza\u00e7\u00e3o que ela descreve como \u201cde m\u00e3e para filho\u201d\u00a0 <\/strong><\/p>\n

A paulistana Tata Amaral, uma das mais talentosas realizadoras do cinema brasileiro, j\u00e1 recebeu mais de 50 pr\u00eamios em festivais nacionais e internacionais. Seu trabalho despontou como parte da gera\u00e7\u00e3o de curtas-metragistas dos anos 1980. Depois vieram os sucessos na dire\u00e7\u00e3o de \u201cUm C\u00e9u de Estrelas\u201d (1996), premiado nos festivais de Bras\u00edlia, Boston, Trieste, Cr\u00e9teil e Havana, \u201cAtrav\u00e9s da Janela\u201d (2000), que rendeu a Laura Cardoso os pr\u00eamios de melhor atriz nos festivais de Miami e Cine-PE (Recife), e \u201cAnt\u00f4nia\u201d (2006), seu terceiro longa. Como produtora, s\u00e3o mais de 10 trabalhos, incluindo longas e curtas ficcionais e documentais para o cinema e TV.<\/p>\n

Em entrevista para a Academia Internacional de Cinema e Revista ZOOM, Tata Amaral conta como concilia seu trabalho de produtora, roteirista e diretora. Ela \u00e9 uma das professoras convidadas do novo curso de Produ\u00e7\u00e3o Executiva<\/a> da Academia Internacional de Cinema, que come\u00e7a em agosto. (A mat\u00e9ria completa est\u00e1 na \u00faltima edi\u00e7\u00e3o da revista ZOOM – n. 148.)<\/strong><\/p>\n

Voc\u00ea produziu v\u00e1rios dos seus filmes, desde os primeiros curtas-metragens. Como voc\u00ea v\u00ea o trabalho do diretor-produtor, como se d\u00e1 o equil\u00edbrio?<\/strong><\/p>\n

Embora sejam duas fun\u00e7\u00f5es distintas, elas caminham em paralelo. No meu caso, eu sempre gostei de saber tudo que acontece com os filmes at\u00e9 porque a rela\u00e7\u00e3o \u00e9 de m\u00e3e para filho. Mesmo delegando fun\u00e7\u00f5es dentro da equipe, afinal, ningu\u00e9m consegue dar conta de tudo sozinho. Gosto sempre de participar de todos os processos do in\u00edcio ao fim, inclusive no lan\u00e7amento em cinema e a vida do filme depois disso.<\/p>\n

O que difere o trabalho de produ\u00e7\u00e3o nos primeiros curtas-metragens do trabalho de produ\u00e7\u00e3o em grandes t\u00edtulos como \u201cAnt\u00f4nia\u201d? Como voc\u00ea v\u00ea sua trajet\u00f3ria sob o ponto de vista da produ\u00e7\u00e3o?<\/strong><\/p>\n

Eu tanto me coloco na fun\u00e7\u00e3o de produtora como no de produtora executiva. Ou seja, eu gosto de pensar projetos, de realizar e esse \u00e9 o ponto de vista de produ\u00e7\u00e3o. Trabalhar com grandes t\u00edtulos, como no caso do \u201cAnt\u00f4nia\u201d, que o filme teve coprodutores, acontece no momento que voc\u00ea precisa se aliar a outros profissionais para que tudo ocorra da melhor maneira poss\u00edvel. No caso do Ant\u00f4nia me aliei ao Roberto Moreira e a O2.<\/p>\n

Voc\u00ea prefere produzir seus pr\u00f3prios filmes? Como funciona a din\u00e2mica entre dire\u00e7\u00e3o e produ\u00e7\u00e3o em filmes como \u201cAtrav\u00e9s da Janela\u201d, produzido pelos irm\u00e3os Gullane, por exemplo? <\/strong><\/p>\n

No caso de \u201cAtrav\u00e9s da Janela\u201d foi a Gullane, no caso de \u201cAnt\u00f4nia\u201d foi a O2. Como eu disse anteriormente, temos que nos aliar para fazer o projeto crescer e acontecer. Eu tamb\u00e9m estava com o Alain Fresnot em \u201cAtrav\u00e9s da Janela\u201d e o trabalho ficou lindo.<\/p>\n

Poderia falar dos seus trabalhos colaborativos com Jean-Claude Bernardet? Como \u00e9 a rela\u00e7\u00e3o entre realizadora e roteirista, e o que ele traz para os seus filmes? <\/strong><\/p>\n

Jean Claude \u00e9 um dos maiores pensadores de cinema da atualidade, pensando em \u00e2mbito mundial. Minha rela\u00e7\u00e3o com ele \u00e9 quase que de pai para filha. Tivemos uma liga\u00e7\u00e3o muito forte inclusive quando fiz \u201cO Rei do Carim\u00e3\u201d, desvendando o passado do meu pai. A forma como o Jean Claude colabora n\u00e3o influi somente nos meus filmes, mas, no cinema nacional.<\/p>\n

Quais s\u00e3o suas dicas para quem pretende come\u00e7ar a fazer filmes, dirigindo e produzindo? <\/strong><\/p>\n

Saber desapegar como diretor e agregar como produtor. N\u00e3o tem regra clara, mas, a ideia \u00e9 focar no trabalho e fazer tudo organizadamente e dimensionado, que assim, as coisas acontecem bem.<\/p>\n

Quais as principais diferen\u00e7as entre produzir para cinema e produzir para TV? <\/strong><\/p>\n

Quando se produz um conte\u00fado para televis\u00e3o, j\u00e1 se tem um destino tra\u00e7ado, ou seja, sabe-se que ele tem um futuro certo em alguma janela. Quando se faz um filme para cinema, os cuidados art\u00edsticos s\u00e3o maiores em quase todos os casos, o numero de c\u00f3pias, os transfers<\/em> em 35mm, trailers, enfim, uma s\u00e9rie de cuidados extras que n\u00e3o s\u00e3o necess\u00e1rios na TV.<\/p>\n

Qual ser\u00e1 o foco no curso de Produ\u00e7\u00e3o Executiva da Academia Internacional de Cinema?<\/strong><\/p>\n

Quando a Laura, coordenadora do curso, me chamou para ministrar uma das aulas do curso, fiquei muito contente, pois tenho outros planos de cursos que poderia realizar dentro da AIC. No Curso de Produ\u00e7\u00e3o Executiva vou falar sobre os meus trabalhos e abrir para um bate papo informal com os alunos. Quero transmitir e lhes contar um pouco da minha experi\u00eancia.<\/p>\n

*Foto: Ding Musa<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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