Nos \u00faltimos anos, a pauta da diversidade tem estado em alta em todo o mercado audiovisual. Atores, diretores e produtores que integram minorias pol\u00edticas (como as mulheres, os negros e os LGBTs) cada vez mais lutam para garantir a seus trabalhos a devida visibilidade e o reconhecimento que tanto merecem.<\/p>\n
Ainda que o Oscar 2020 tenha, mais uma vez, privilegiado apenas homens brancos na categoria de Melhor Diretor<\/strong>, v\u00e1rios diretores negros (e diretoras!) fizeram um trabalho que merece ser reconhecido e premiado.<\/p>\n
Pensando nisso, apresentamos 5 nomes neste texto para que voc\u00ea conhe\u00e7a n\u00e3o s\u00f3 os seus trabalhos mais recentes, mas tamb\u00e9m a relev\u00e2ncia da carreira e das obras desses profissionais n\u00e3o s\u00f3 \u00e0 comunidade negra, mas tamb\u00e9m a todo o mercado cinematogr\u00e1fico<\/a>. Continue com a gente e confira!<\/p>\n
Ava DuVernay \u00e9 uma roteirista e diretora norte-americana. Seus trabalhos de maior destaque s\u00e3o o filme Selma <\/strong>e a s\u00e9rie Olhos Que Condenam<\/strong>. Por\u00e9m, ela vem quebrando recordes desde 2012, quando lan\u00e7ou Middle of Nowhere<\/strong>. O filme independente<\/a>, que \u00e9 apenas seu segundo longa-metragem, ganhou como Melhor Dire\u00e7\u00e3o no Festival de Sundance daquele ano, tornando-a a primeira mulher afro-americana a receber esse pr\u00eamio.<\/p>\n
Seu trabalho mais recente, Olhos que Condenam, recebeu 11 indica\u00e7\u00f5es ao Emmy de 2019. Trata-se de uma miniss\u00e9rie baseada em fatos reais, que conta a hist\u00f3ria de cinco jovens negros do Harlem condenados por um crime que n\u00e3o cometerem. Vale conferir o trabalho dessa diretora, que tamb\u00e9m j\u00e1 foi indicada ao Oscar de Melhor Document\u00e1rio<\/a> por 13th<\/strong>, que fala sobre o encarceramento em massa nos Estados Unidos.<\/p>\n
Voc\u00ea at\u00e9 pode ainda n\u00e3o ter ouvido falar sobre Jordan Peele, mas dificilmente seus dois \u00faltimos trabalhos passaram despercebidos entre suas rodas de amigos. Ele \u00e9 o diretor e roteirista de Corra<\/strong>!, filme que lhe rendeu o Oscar de Melhor Roteiro Original em 2017, tornando-o o primeiro homem negro a levar o pr\u00eamio nessa categoria<\/strong>.<\/p>\n
Seu trabalho mais recente foi N\u00f3s<\/strong>, estrelado por Lupita Nyong’o. Assim como Corra!, o filme tamb\u00e9m traz um terror psicol\u00f3gico mas, diferentemente de seu primeiro filme de grande sucesso, n\u00e3o aborda t\u00e3o diretamente a quest\u00e3o do racismo. Infelizmente, dessa vez tanto o diretor como o elenco ficaram de fora das indica\u00e7\u00f5es ao Oscar.<\/p>\n
Spike Lee \u00e9 um experiente diretor norte-americano, al\u00e9m de tamb\u00e9m atuar como roteirista, produtor e professor de uma cadeira de drama na Universidade de Nova Iorque. Seu primeiro filme de grande repercuss\u00e3o foi Malcolm X<\/strong>, de 1992. Trata-se de um drama biogr\u00e1fico sobre a vida do ativista, inspirado no livro de Alex Haley.<\/p>\n
Infiltrado na Klan<\/strong>, de 2018, lhe rendeu indica\u00e7\u00f5es (incluindo Melhor Diretor e Melhor Filme) e uma premia\u00e7\u00e3o no Oscar e quatro indica\u00e7\u00f5es ao Globo de Ouro, al\u00e9m de uma bilheteria de mais de U$ 90 milh\u00f5es de d\u00f3lares<\/a>. O longa tamb\u00e9m \u00e9 um roteiro adaptado e se passa no Colorado da d\u00e9cada de 1970, quando um detetive afro-americano decide se infiltrar na Ku Klux Klan com o objetivo de expor o movimento que defendia a supremacia branca<\/strong>.<\/p>\n
E podemos aguardar boas novidades do diretor para 2020: Da 5 Bloods<\/strong> ser\u00e1 uma parceria com a Netflix<\/a> e apresenta a hist\u00f3ria de quatro veteranos de guerra negros que decidem voltar ao Vietn\u00e3 em busca de um tesouro. Ser\u00e1 que vem mais premia\u00e7\u00e3o por a\u00ed?<\/p>\n
O diretor e roteirista Barry Jenkins tamb\u00e9m ganhou maior notoriedade com seus dois \u00faltimos trabalhos: Moonlight<\/a> e Se a Rua Beale Falasse<\/strong>. O primeiro, voc\u00ea deve lembrar, levou o Oscar de Melhor Filme em 2017, depois de um an\u00fancio que ficou marcado por uma grande confus\u00e3o na leitura dos envelopes<\/a>.<\/p>\n
O filme conta a hist\u00f3ria de Chiron em tr\u00eas etapas, enquanto ele precisa lidar com quest\u00f5es sobre ra\u00e7a e sexualidade<\/strong>. Trata-se do segundo filme com menor bilheteria nos EUA<\/a> a levar o maior pr\u00eamio do Oscar, sendo que o filme teve ainda outras 7 indica\u00e7\u00f5es (levando tamb\u00e9m nas categorias de Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Roteiro Adaptado).<\/p>\n
Se a Rua Beale Falasse<\/a> tamb\u00e9m \u00e9 um roteiro<\/a> adaptado e conta a hist\u00f3ria de uma jovem que faz de tudo para inocentar o marido de crimes que ele n\u00e3o cometeu<\/strong>. O longa recebeu tr\u00eas indica\u00e7\u00f5es ao Oscar de 2018, mas levou apenas na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante (com Regina King).<\/p>\n
E para encerrar esta lista, uma diretora norte-americana que pode ser entendida como uma grande aposta para os anos que vir\u00e3o. Ela j\u00e1 atuou em mais de 10 s\u00e9ries e filmes, inclusive como atriz e roteirista, mas demonstra um grande potencial como diretora, como podemos ver em Harriet<\/strong>, seu filme de 2019 que retrata a hist\u00f3ria da abolicionista Harriet Tubman<\/strong>.<\/p>\n
O filme foi reconhecido em diversas categorias no NAACP (National Association for the Advancement of Colored People<\/em>, ou Associa\u00e7\u00e3o Nacional em Prol do Desenvolvimento de Pessoas de Cor, em tradu\u00e7\u00e3o livre), mas foi indicado apenas na categoria de Melhor Atriz (com Cynthia Erivo) no Globo de Ouro e no Oscar de 2020.<\/p>\n
Movimentos como o #MeToo<\/em><\/a> e o #OscarSoWhite<\/em><\/a> demonstram a import\u00e2ncia da diversidade e da representatividade<\/strong> em Hollywood<\/a> e nas grandes premia\u00e7\u00f5es do cinema mundial. E o primeiro passo para que esses profissionais cheguem ao Oscar, Globo de Ouro e similares \u00e9 ampliarem seu alcance e visibilidade. Eles precisam ser assistidos, divulgados e compartilhados!<\/p>\n
Por conta disso, \u00e9 de extrema import\u00e2ncia que estudantes e novos profissionais do audiovisual<\/a> conhe\u00e7am e prestigiem o trabalho de diretores negros. Mais que isso, para que tamb\u00e9m possam t\u00ea-los como refer\u00eancia e inspira\u00e7\u00e3o do que podem alcan\u00e7ar em suas respectivas carreiras<\/strong>.<\/p>\n