{"id":22443,"date":"2019-12-03T13:04:59","date_gmt":"2019-12-03T15:04:59","guid":{"rendered":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/?p=22443"},"modified":"2022-06-30T16:24:04","modified_gmt":"2022-06-30T19:24:04","slug":"cinema-baiano-especial-nordeste","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/cinema-baiano-especial-nordeste\/","title":{"rendered":"Cinema Baiano | Especial Nordeste"},"content":{"rendered":"

O diferencial do cinema contempor\u00e2neo produzido na Bahia fica por conta das tem\u00e1ticas com foco na representatividade <\/em><\/strong><\/p>\n

Um pouco de hist\u00f3ria<\/strong><\/h2>\n
\"Bahia,
Bahia, Glauber Rocha acabou produzindo filmes em diversos lugares do pa\u00eds e do mundo.<\/figcaption><\/figure>\n

Nascido na Bahia, Glauber Rocha acabou produzindo filmes em diversos lugares do pa\u00eds e do mundo.<\/p>\n

A cinematografia baiana, que conta com nomes de peso como Glauber Rocha, j\u00e1 passou por diversas fases ao longo da hist\u00f3ria. Tudo come\u00e7ou em 1959, com o lan\u00e7amento do primeiro longa-metragem gravado no estado, que iniciou tamb\u00e9m a carreira do ator Geraldo Del Rey: Reden\u00e7\u00e3o<\/em>, de Roberto Pires. Um detalhe curioso \u00e9 que o cineasta criava os equipamentos usados em seus filmes de maneira artesanal e foi respons\u00e1vel pela inven\u00e7\u00e3o de uma lente anam\u00f3rfica, o Igluscope (semelhante ao Cinemascope).<\/p>\n

O sucesso dessa produ\u00e7\u00e3o impulsionou o chamado Ciclo Baiano de Cinema (1959-1963); que, por sua vez, fomentou o movimento do Cinema Novo<\/a> \u2013 o qual teve como um de seus expoentes, claro, o baiano Glauber Rocha. Foi um encontro casual entre o (na \u00e9poca ainda inexperiente) cineasta e o produtor Rex Schindler que deu origem \u00e0 Escola Bahiana de Cinema, com uma proposta de implantar uma infraestrutura cinematogr\u00e1fica local. Dessa associa\u00e7\u00e3o surgiu o primeiro longa de Glauber, Barravento<\/em> (1962). Entre os postulados da Escola estavam a valoriza\u00e7\u00e3o das ra\u00edzes e da cultura do estado, o que n\u00e3o seria poss\u00edvel sem um sistema para a produ\u00e7\u00e3o de filmes de maneira cont\u00ednua, movimentando uma ind\u00fastria que fosse capaz de se auto sustentar. Assim, a Bahia se tornou uma verdadeira Meca do cinema brasileiro, aglutinando cineastas tamb\u00e9m de outras regi\u00f5es do pa\u00eds.<\/p>\n

No in\u00edcio dos anos 1960, a Escola Bahiana de Cinema, tendo Schindler como principal produtor, realizou os filmes Barravento<\/em>, A Grande Feira<\/em> (1961) e Tocaia no Asfalto<\/em> (1962). Outras produ\u00e7\u00f5es que se destacam, desse per\u00edodo, s\u00e3o O Caipora<\/em> (1963), de Oscar Santana, produzido por Winston Carvalho; Sol sobre a Lama<\/em> (1964), uma produ\u00e7\u00e3o realizada com dinheiro do pr\u00f3prio bolso por Jo\u00e3o Palma Neto e dirigida por Alex Viany; e O Grito da Terra<\/em> (1964), filme aclamado de Olney S\u00e3o Paulo, que tem no elenco Helena Ignez<\/a>. E enquanto Glauber buscava recursos para realizar suas obras em outros estados, Schindler investiu em uma coprodu\u00e7\u00e3o entre Brasil e Portugal: A Montanha dos Sete Ecos<\/em> (1963), de Armando de Miranda, longa todo filmado na cidade hist\u00f3rica de Cachoeira, que chegou a ser exibido em algumas capitais.<\/p>\n

Embora Glauber Rocha seja um dos nomes mais lembrados quando se pensa em cineastas baianos (ainda que ele tamb\u00e9m tenha atuado em outros locais do pa\u00eds), foram muitos os realizadores que ajudaram a construir a hist\u00f3ria do cinema no estado, incluindo Roberto Pires, Olney S\u00e3o Paulo, Luiz Paulino dos Santos, Orlando Senna, Geraldo Sarno, Moacir Gramacho, Alexandre Robatto, Braga Neto, Luis Paulino dos Santos, Trigueirinho Neto e Oscar Santana, al\u00e9m de cr\u00edticos importantes para o pa\u00eds, como Walter da Silveira, criador do Clube de Cinema da Bahia.<\/p>\n

\"O
‘O Pagador de Promessas’ foi o \u00fanico longa brasileiro a conquistar a Palma de Ouro no Festival de Cannes.<\/figcaption><\/figure>\n

Durante o regime militar, o cinema documental foi a ferramenta de protesto de cineastas como Agnaldo Azevedo, Guido Ara\u00fajo, Tuna Espinheira, Jos\u00e9 Telles, Timo Andrade, Roberto Gaguinho, L\u00e1zaro Torres, Kab\u00e1 Gaudenzi, Jos\u00e9 Walter Lima, Wandeoursen, Lucio Mendes, Roque Ara\u00fajo e Alonso Rodrigues. Na onda da contracultura, destacaram-se nomes como Andr\u00e9 Luiz de Oliveira, \u00c1lvaro Guimar\u00e3es e Z\u00e9 Humberto Dias, enquanto Fernando Coni Campos e Jos\u00e9 Fraz\u00e3o emplacaram sucessos no grande circuito, com o apoio da Embrafilme.<\/p>\n

Ainda sob o regime militar, o surgimento do Super 8 possibilitou o cinema de Pola Ribeiro, Fernando Belens, Edgard Navarro, Jorge Felippi e Joel de Almeida. Nessa \u00e9poca, o Grubacin foi um grupo que reuniu profissionais liberais para produzir filmes, como os fot\u00f3grafos Robson Roberto, Ailton Sampaio, Milton Ga\u00facho, C\u00edcero Bathomarco e Carlos Modesto. Surgiu tamb\u00e9m um movimento que se denominou \u201cneonov\u00edssimo Cinema Novo\u201d, do qual fizeram parte Virgilio Carvalho e Marcus Sergipe. J\u00e1 Chico e Alba Liberato produziram uma pioneira anima\u00e7\u00e3o de longa-metragem.<\/p>\n

J\u00e1 na d\u00e9cada de 1990, o cinema baiano continuou se desenvolvendo, mesmo com a crise do governo Collor. Com a retomada do cinema nacional, houve uma mobiliza\u00e7\u00e3o dos cineastas do estado em busca de melhores pol\u00edticas p\u00fablicas para o setor. Entre os nomes de realizadores dessa fase est\u00e3o Sergio Machado, Jorge Alfredo, Rosana Almeida, Ant\u00f4nio Olavo, Edyala Iglesias, Roberto Duarte, Monica Sim\u00f5es, Solange Lima, Adler Paz, Lula Oliveira, Kiko Povoas, Ca\u00f3 Cruz Alves, Henrique Dantas, Jo\u00e3o Rodrigo Mattos e Sofia Federico, Karina Rabinovtiz, \u00c9lson Ros\u00e1rio, F\u00e1bio Rocha e Daniel Lisboa.<\/p>\n

Mais recentemente, a partir dos anos 2000, destacam-se longas como Samba Riach\u00e3o<\/em> (2001), de Jorge Alfredo; Esses Mo\u00e7os<\/em> (2004), de Jos\u00e9 Araripe Jr.; Cascalho<\/em> (2004), de Tuna Espinheira; Cidade Baixa<\/em> (2005), de S\u00e9rgio Machado; Eu me Lembro<\/em> (2005), de Edgard Navarro; A Cidade das Mulheres<\/em> (2005), de L\u00e1zaro Faria; Revoada<\/em> (2008), de Jos\u00e9 Umberto Dias; Estranhos<\/em> (2009), de Paulo Alc\u00e2ntara; Pau Brasil<\/em> (2009), de Fernando Belens; Filhos de Jo\u00e3o (2009), de Henrique Dantas; e O Jardim das Folhas Sagradas<\/em> (2011), de Pola Ribeiro; al\u00e9m de in\u00fameros curtas premiados.<\/p>\n

Cinema baiano contempor\u00e2neo<\/strong><\/h2>\n
\"Cidade
‘Cidade Baixa’, longa baiano com Wagner Moura, Alice Braga e L\u00e1zaro Ramos.<\/figcaption><\/figure>\n

S\u00e3o diversos os cineastas que t\u00eam mostrado trabalhos interessantes no cinema baiano contempor\u00e2neo. Entre esses artistas est\u00e3o Ramon Coutinho, Amaranta Cesar, Glenda Nic\u00e1cio e Ary Rosa, Marcus Curvelo, Vinicius Elizi\u00e1riu, Leon Sampaio, Daniel Lisboa, Viviane Ferreira, Maria Carol e Igor Souza, Pedro Perazzo e Rodrigo Luna, Safira Moreira, Michelle Mattiuzze, Cl\u00e1udio Marques e Mar\u00edlia Hughes, Jo\u00e3o Lins e Maria do Socorro Carvalho, al\u00e9m de Gabriela Amaral (que atualmente tem produzido em S\u00e3o Paulo).<\/p>\n

De acordo com Ramon Coutinho, nascido na cidade de Concei\u00e7\u00e3o do Coit\u00e9, no interior da Bahia, e morador de Salvador, o cinema produzido atualmente no estado tem como diferencial as pautas focadas em quest\u00f5es de representatividade. \u201cAcabamos agora o Panorama, o festival mais importante daqui no que diz respeito ao escoamento da produ\u00e7\u00e3o independente. Eu acho que estamos em um momento, nos \u00faltimos anos, de afirma\u00e7\u00e3o \u2013 quanto a quest\u00f5es de ra\u00e7a, de negritude, de sexualidade\u201d, explica o realizador. Para ele, tratar de tais assuntos \u00e9 uma forma de o cinema baiano firmar sua posi\u00e7\u00e3o a esse respeito, talvez de maneira mais direta do que outros cinemas da regi\u00e3o Nordeste. \u201cArrisco dizer que a maioria dos curtas que vi nos \u00faltimos tempos tratava desses temas. Temos um cinema muito pautado em quest\u00f5es pol\u00edticas, em debates de inclus\u00e3o de novos sujeitos na tela\u201d, completa.<\/p>\n

Ramon \u00e9 formado em hist\u00f3ria e desenvolve pesquisas relacionando sua \u00e1rea ao cinema, al\u00e9m de j\u00e1 ter atuado como cr\u00edtico. \u201cCursei bacharelado interdisciplinar em artes, com \u00e1rea de concentra\u00e7\u00e3o em cinema e audiovisual, e foi nesse curso que comecei minhas primeiras experi\u00eancias pr\u00e1ticas. Foi nessa experi\u00eancia que o coletivo Cual se formou, em 2011\u201d, conta. O coletivo j\u00e1 realizou diversos filmes, al\u00e9m de atuar em oficinas, mostras e cineclubes. \u201cAtualmente, mais que \u2018cineasta\u2019, eu me considero um \u2018audiovisuero\u2019 \u2013 ou seja, algu\u00e9m que se envolve com diversas atividades na \u00e1rea. Sinto que esse termo se contrap\u00f5e ao glamour em torno da ideia de fazer cinema.\u201d<\/p>\n

Uma das caracter\u00edsticas mais marcantes do trabalho do Cual diz respeito ao modelo de produ\u00e7\u00e3o. Na mesma \u00e9poca de sua cria\u00e7\u00e3o, come\u00e7aram a surgir uma s\u00e9rie de coletivos por todo o Brasil. \u201cA gente foi muito influenciado por essa nova forma de cria\u00e7\u00e3o, sem privilegiar a produ\u00e7\u00e3o de filmes em si, mas se propondo a elaborar atividades em todos os campos do audiovisual. Por exemplo, a gente criou mostras e um cineclube que dava espa\u00e7o para curtas-metragens independentes, feitos com baix\u00edssimo or\u00e7amento. Tamb\u00e9m fizemos mostras de filmes baianos pelo interior\u201d, ressalta.<\/p>\n

\"Making
Making of da s\u00e9rie ‘Eu, Empresa’, do baiano Ramon Coutinho.<\/figcaption><\/figure>\n

Segundo Ramon, a Oficina Urgente de Audiovisual do coletivo, voltada \u00e0 produ\u00e7\u00e3o de baixo custo, era um espa\u00e7o de forma\u00e7\u00e3o tanto para os alunos quanto para os pr\u00f3prios realizadores. \u201cO Cual se destacou, nesses anos, tanto por pr\u00eamios como pela circula\u00e7\u00e3o de alguns curtas, mas principalmente por essa atitude diferente, essa necessidade de produ\u00e7\u00e3o intensa\u201d, afirma. \u201cNo contexto em surgimos, a m\u00e9dia de tempo para se fazer um longa na Bahia que era de tr\u00eas a quatro anos. A gente ficava muito chocado com essa dificuldade toda. Desde o in\u00edcio, quisemos burlar isso, esse modo de produ\u00e7\u00e3o muito \u2018limpinho\u2019; tanto que nossos filmes s\u00e3o realmente um pouco \u2018loucos e toscos\u2019. Mas a gente se orgulha deles.\u201d<\/p>\n

Conforme explica Ramon, a produ\u00e7\u00e3o das turmas de Cachoeira \u00e9 uma das mais fortes nos dias de hoje, no estado da Bahia. \u201cEles t\u00eam um curso de audiovisual muito forte e um festival importante (Cachoeira Doc). Criou-se uma cena interessante. Acho que eu destacaria a Glenda Nic\u00e1rio, da Rosza Filmes, que ganhou o Festival de Bras\u00edlia com Caf\u00e9 com Canela<\/em> (codirigido por Ary Rosa). \u00c9 uma produ\u00e7\u00e3o muito forte, a desses grupos e novos cineastas, a partir de ideias de identidade e ra\u00e7a\u201d, salienta o cineasta, que considera como um cl\u00e1ssico ineg\u00e1vel do cinema de sua terra o longa SuperOutro<\/em> (1989), de Edgard Navarro. \u201cEu destacaria tamb\u00e9m um filme de performance e dan\u00e7a, de um coletivo daqui, chamado Pinta<\/em> (2013), de Jorge Alencar. \u00c9 um longa arriscado, muito diferente do que \u00e9 produzido aqui.\u201d<\/p>\n

Para Ramon, o cinema baiano atual est\u00e1 calcado em uma base tem\u00e1tica, focada na representatividade. \u201cNosso cinema ainda possui uma est\u00e9tica muito formalista, no sentido de contar claramente essas hist\u00f3rias, de incluir essas personagens e esses conflitos, principalmente a partir da quest\u00e3o de ra\u00e7a e de negritude. Acho que a gente ainda se arrisca muito pouco por aqui, no que diz respeito \u00e0 experimenta\u00e7\u00e3o audiovisual. Boa parte dos filmes produzidos na Bahia est\u00e3o muito vinculados a uma dramaturgia mais cl\u00e1ssica. N\u00e3o que isso seja necessariamente ruim, apenas que o risco est\u00e9tico \u00e9 pequeno\u201d, observa.<\/p>\n

\"'Dona
‘Dona Flor e Seus Dois Maridos’, gravado na Bahia, \u00e9 um dos maiores sucessos do cinema nacional.<\/figcaption><\/figure>\n

Como no resto do Brasil, o cen\u00e1rio audiovisual da Bahia tamb\u00e9m depende de editais p\u00fablicos, que t\u00eam enfrentado problemas para manter uma certa const\u00e2ncia no apoio aos filmes. \u201cA pol\u00edtica do estado n\u00e3o \u00e9 muito regular e isso prejudica a cadeia de produ\u00e7\u00e3o local, porque a gente depende disso. No Cual, tratamos de maneira diversa essa quest\u00e3o da participa\u00e7\u00e3o do dinheiro p\u00fablico no nosso trabalho. Tentamos fazer filmes tanto com esses recursos quanto sem dinheiro algum, como uma resposta, uma afirma\u00e7\u00e3o de que a gente n\u00e3o precisa fazer cinema apenas a partir de edital, ou justificar a aus\u00eancia de uma produ\u00e7\u00e3o de conte\u00fado porque n\u00e3o temos edital. Acredito que produzir filmes seja uma das formas mais eficientes de exigir e de cobrar pol\u00edticas p\u00fablicas mais constantes\u201d, conclui o realizador.<\/p>\n

Filmes imperd\u00edveis<\/strong><\/h2>\n

Conhe\u00e7a alguns filmes baianos que vale a pena assistir, para saber um pouco mais sobre o cinema produzido nesse estado t\u00e3o rico em hist\u00f3rias e heran\u00e7as culturais:<\/p>\n

O Pagador de Promessas <\/em>(1962)<\/h3>\n

Embora o diretor Anselmo Duarte seja paulista, o filme foi rodado em Salvador. Considerado um dos mais importantes do pa\u00eds, foi o \u00fanico longa brasileiro a conquistar a Palma de Ouro no Festival de Cannes, na Fran\u00e7a. A hist\u00f3ria fala de Z\u00e9 do Burro, dono de uma pequena propriedade no interior da Bahia. Quando seu burro Nicolau adoece, ele promete dividir suas terras entre os pobres e carregar uma cruz at\u00e9 a Igreja de Santa B\u00e1rbara, na capital.<\/p>\n

Barravento<\/em> (1962)<\/h3>\n

Primeiro longa-metragem de Glauber Rocha, filmado na praia do Buraquinho, em Itapu\u00e3. A hist\u00f3ria acompanha uma aldeia de pescadores, de antepassados africanos, que mant\u00e9m cultos m\u00edsticos ligados ao candombl\u00e9. Firmino, um antigo morador que retorna ao povoado, encomenda um despacho para se livrar de um rival amoroso, mas o alvo acaba sendo a pr\u00f3pria aldeia.<\/p>\n

Meteorango Kid \u2013 Her\u00f3i Intergal\u00e1tico<\/em> (1969)\"\"<\/h3>\n

Um cl\u00e1ssico do cinema underground, o longa dirigido por Andr\u00e9 Luiz Oliveira ganhou v\u00e1rios pr\u00eamios no Brasil e no exterior. Conta as aventuras de Lula, um estudante universit\u00e1rio de uma gera\u00e7\u00e3o oprimida pelo regime militar. No dia de seu anivers\u00e1rio, o anti-her\u00f3i atravessa o labirinto cotidiano atrav\u00e9s de seus del\u00edrios libert\u00e1rios.<\/p>\n

Dona Flor e Seus Dois Maridos<\/em> (1976)<\/h3>\n

Dirigido pelo carioca Bruno Barreto, mas gravado em Salvador, o filme \u00e9 uma adapta\u00e7\u00e3o da obra de um renomado baiano \u2013 Jorge Amado. Recordista de bilheterias durante v\u00e1rias d\u00e9cadas e um dos maiores sucessos do cinema nacional, conta a hist\u00f3ria de uma sedutora vi\u00fava (S\u00f4nia Braga), que tem um caso com o fantasma do ex-marido.<\/p>\n

Boi Aru\u00e1<\/em> (1983)<\/h3>\n

A primeira anima\u00e7\u00e3o produzida na Bahia, com dire\u00e7\u00e3o de Chico e Alba Liberato, levou dois anos para ser conclu\u00edda e passou por diversos festivais europeus. Baseada no folclore sertanejo, a hist\u00f3ria trata de um fazendeiro arrogante, cujo o poder \u00e9 desafiado pela figura fant\u00e1stica do Boi Aru\u00e1.<\/p>\n

Cidade Baixa<\/em> (2005)<\/h3>\n

Dirigido por S\u00e9rgio Machado, o filme mostra um tri\u00e2ngulo amoroso entre uma stripper<\/em> e dois homens que trabalham com transporte mar\u00edtimo para a Cidade Baixa de Salvador. Ela pega carona com eles e interfere na din\u00e2mica da dupla. O longa retrata o cotidiano da popula\u00e7\u00e3o local, em uma realidade de pobreza, viol\u00eancia e prostitui\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

\u00d3 Pa\u00ed, \u00d3 <\/em>(2007)<\/h3>\n

Com dire\u00e7\u00e3o de Monique Gardenberg, o filme conta com a participa\u00e7\u00e3o de Caetano Veloso na trilha sonora e diversos atores do Bando de Teatro Olodum no elenco. A hist\u00f3ria se passa em meio ao Carnaval, em um animado corti\u00e7o do centro hist\u00f3rico do Pelourinho. \u00c9 quando uma vizinha religiosa resolve acabar com a festa, fechando o registro de \u00e1gua do pr\u00e9dio.<\/p>\n

Quincas Berro D\u2019\u00c1gua<\/em> (2010)<\/h3>\n
\"'Caf\u00e9<\/a>
‘Caf\u00e9 com Canela’, premiado filme baiano de Glenda Nic\u00e1rio e Ary Rosa.<\/figcaption><\/figure>\n

O filme de S\u00e9rgio Machado, protagonizado por Paulo Jos\u00e9, conta a hist\u00f3ria de um funcion\u00e1rio p\u00fablico cansado de sua vida, que resolve abandonar a fam\u00edlia e cair na farra, tornando-se “o rei dos vagabundos”. Algum tempo depois ele \u00e9 encontrado morto e os familiares resolvem apagar os vest\u00edgios dessa fase duvidosa no funeral, at\u00e9 que aparecem seus amigos\u2026 com outros planos.<\/p>\n

Capit\u00e3es de Areia<\/em> (2011)<\/h3>\n

A neta de Jorge Amado, Cec\u00edlia, adaptou a obra do av\u00f4 para o cinema. Na hist\u00f3ria, que se passa nos anos 1930, um grupo de meninos abandonados vive em um trapiche e pratica pequenos assaltos na cidade de Salvador, liderados pelo malandro Pedro Bala.<\/p>\n

Caf\u00e9 com Canela<\/em> (2017)<\/h3>\n

O longa baiano, que conquistou tr\u00eas pr\u00eamios no Festival de Bras\u00edlia, fala sobre Margarida, uma mulher que vive isolada por conta da dor de perder seu filho. Ela reencontra uma antiga conhecida, tamb\u00e9m marcada pelo luto, e entre faxinas e caf\u00e9s as duas v\u00e3o ressignificando suas vidas. O filme aborda quest\u00f5es como amizade, machismo e homofobia.<\/p>\n

* Texto e pesquisa Katia Kreutz fotos divulga\u00e7\u00e3o dos filmes – foto destaque filme Caf\u00e9 com Canela.<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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