{"id":22259,"date":"2019-12-04T11:00:01","date_gmt":"2019-12-04T13:00:01","guid":{"rendered":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/?p=22259"},"modified":"2020-09-30T21:36:20","modified_gmt":"2020-10-01T00:36:20","slug":"jornada-do-heroi","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/jornada-do-heroi\/","title":{"rendered":"Entenda como aplicar a jornada do her\u00f3i em produ\u00e7\u00f5es de audiovisual"},"content":{"rendered":"
O maior motivo de a jornada do her\u00f3i<\/strong> ter um apelo t\u00e3o grande \u00e9 que as pessoas adoram hist\u00f3rias. Essa afirma\u00e7\u00e3o parece trivial a cineastas, e tamb\u00e9m j\u00e1 \u00e9 verdade aceita por publicit\u00e1rios, jornalistas e outros que dependem do audiovisual para transmitir uma mensagem<\/a> cativante.<\/p>\n \u00c9 fato, ainda, que as hist\u00f3rias funcionam melhor quando se desenvolvem segundo estruturas<\/strong> que sejam reconhec\u00edveis pelos ouvintes ou espectadores. A jornada do her\u00f3i<\/strong> \u00e9 uma dessas estruturas e, talvez, a mais conhecida delas. Pode ser identificada em obras hollywoodianas<\/a>, nos quadrinhos e romances da alta literatura, por exemplo.<\/p>\n Neste artigo, voc\u00ea vai aprender como utiliz\u00e1-la em suas pr\u00f3prias produ\u00e7\u00f5es audiovisuais, aumentando a identifica\u00e7\u00e3o do p\u00fablico com as hist\u00f3rias que voc\u00ea conta. Confira!<\/p>\n Essa teoria foi baseada em um conceito um pouco mais antigo, cunhado por Joseph Campbell, um c\u00e9lebre antrop\u00f3logo que se dedicou a estudar as narrativas dos povos antigos e encontrar padr\u00f5es que as unissem.<\/p>\n Campbell percebeu que uma estrutura se repetia incessantemente nessas hist\u00f3rias<\/strong>, e a chamou de “monomito”. Segundo o estudioso, quase todos os enredos se desenvolvem segundo as mesmas etapas, e cada uma dessas etapas tem uma mesma fun\u00e7\u00e3o narrativa.<\/p>\n O monomito se desenvolveu como teoria, e acabou ficando conhecido como a jornada do her\u00f3i<\/strong>, que pode ser dividida em 4 est\u00e1gios bem definidos.<\/p>\n O her\u00f3i aparece aqui pela primeira vez. Ele \u00e9 apresentado de modo que suas caracter\u00edsticas despertem empatia no telespectador. Repare que isso n\u00e3o quer dizer que ele seja totalmente bom ou perfeito.<\/p>\n Assim como n\u00f3s, o her\u00f3i pode apresentar dilemas \u00e9ticos e comportamento duvidoso em alguns momentos. O essencial, no entanto, \u00e9 que ele seja humano e esteja envolvido em algo (o problema, propriamente dito).<\/p>\n \u00c9 esse embate entre um protagonista e um problema<\/strong> que faz com que a hist\u00f3ria exista. \u00c9 tamb\u00e9m essa rela\u00e7\u00e3o que sustenta a aten\u00e7\u00e3o das pessoas at\u00e9 o fim, por meio da curiosidade sobre a jornada do her\u00f3i<\/strong>.<\/p>\n A primeira atitude do her\u00f3i frente o problema \u00e9 a recusa. Ele teme, sente-se inseguro ou resolve evit\u00e1-lo, fingir que n\u00e3o existe. Em tramas mais complexas, isso pode ter a ver com falhas anteriores, que o deixaram com medo de errar mais uma vez.<\/p>\n Em alguns casos, a recusa \u00e9 uma necessidade moral. Por exemplo, o her\u00f3i pode se negar a participar de uma batalha por n\u00e3o acreditar na guerra como maneira de resolver os problemas.<\/p>\n Algo faz o her\u00f3i mudar de opini\u00e3o, no entanto. Em uma trama rica, pode haver algum elemento que cause press\u00e3o sobre ele, levando-o a questionar sua primeira op\u00e7\u00e3o de se esquivar do problema.<\/p>\n O embate entre esses dois sentimentos acaba compelindo o her\u00f3i para a sua jornada. Ele resolve enfrentar o pr\u00f3prio medo e seguir \u2014\u00a0ou aceita a necessidade de algo que condenava moralmente \u2014\u00a0mesmo que as probabilidades estejam contra ele.<\/p>\n Deve haver uma certa dificuldade na solu\u00e7\u00e3o desse problema<\/strong>. Essa dificuldade deve parecer (mas apenas parecer) desproporcional \u00e0s for\u00e7as do her\u00f3i, de modo que ele duvide de sua capacidade.<\/p>\n O pr\u00eamio que o her\u00f3i recebe pela sua conduta corajosa n\u00e3o \u00e9 necessariamente a vit\u00f3ria. Pode ser a mudan\u00e7a. Face aos desafios que deve enfrentar, ele se torna algu\u00e9m melhor do que era<\/strong>, mais resistente, convicto ou realizado.<\/p>\n Repare que o elemento que mais aproxima o telespectador do her\u00f3i n\u00e3o \u00e9 vencer a batalha, mas a sua evolu\u00e7\u00e3o como pessoa. Se a vit\u00f3ria acontece, ela se d\u00e1 como consequ\u00eancia dessa transforma\u00e7\u00e3o, muitas vezes tornando o her\u00f3i mais s\u00e1bio ou arrazoado.<\/p>\n No contexto da cria\u00e7\u00e3o audiovisual, conhecer a jornada do her\u00f3i facilita muito na cria\u00e7\u00e3o de roteiros<\/a>. Voc\u00ea passa a enxerg\u00e1-los do ponto de vista formal, e isso permite despertar sensa\u00e7\u00f5es mais intensas no p\u00fablico sem grandes esfor\u00e7os intelectuais.<\/p>\n Abaixo, listamos um passo a passo para voc\u00ea escrever o seu pr\u00f3ximo roteiro. Repare que a estrutura j\u00e1 est\u00e1 pronta. Tudo que voc\u00ea deve fazer \u00e9 preencher com os elementos que a sua criatividade permitir, como numa esp\u00e9cie de template<\/em>.<\/p>\nO que \u00e9 a jornada do her\u00f3i<\/h2>\n
1. A apresenta\u00e7\u00e3o do problema<\/h3>\n
2. A recusa do chamado<\/h3>\n
3. Supera\u00e7\u00e3o e decis\u00e3o<\/h3>\n
4. A conclus\u00e3o<\/h3>\n
Como utilizar esse m\u00e9todo no audiovisual<\/h2>\n
Escolha o ambiente da sua hist\u00f3ria<\/h3>\n