{"id":22234,"date":"2019-11-13T17:00:26","date_gmt":"2019-11-13T19:00:26","guid":{"rendered":"http:\/\/aicinema.site.brtloja.com.br\/?p=22234"},"modified":"2021-03-24T15:24:53","modified_gmt":"2021-03-24T18:24:53","slug":"cinema-de-hollywood","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/cinema-de-hollywood\/","title":{"rendered":"Conhe\u00e7a a hist\u00f3ria de sucesso do cinema de Hollywood!"},"content":{"rendered":"
O cinema de Hollywood<\/a>, se a express\u00e3o for levada ao p\u00e9 da letra, nem pertence apenas \u00e0quela cidade. Quando falamos dessa forma, estamos nos referindo a todo o circuito comercial e milion\u00e1rio da S\u00e9tima Arte dos Estados Unidos, al\u00e9m de alguns de seus desdobramentos.<\/p>\n Assim, h\u00e1 est\u00fadios na Florida, por exemplo, e em diversos outros estados do pa\u00eds. Hollywood propriamente dito \u00e9 um munic\u00edpio com pouco mais de 200 mil habitantes<\/strong> submetido politicamente \u00e0 capital do estado da California, Los Angeles.<\/p>\n Neste artigo, voc\u00ea vai conhecer brevemente o desenvolvimento do milion\u00e1rio mercado norte-americano de cinema desde sua funda\u00e7\u00e3o at\u00e9 as produ\u00e7\u00f5es atuais, conhecido pelo nome de uma das principais cidades onde essa produ\u00e7\u00e3o acontece. Continue a leitura!<\/p>\n Com muito tino comercial, ningu\u00e9m menos que Thomas Edison \u2014\u00a0o inventor da l\u00e2mpada el\u00e9trica \u2014\u00a0pode ser creditado como o empres\u00e1rio que forneceu as bases para a cria\u00e7\u00e3o da ind\u00fastria cinematogr\u00e1fica de Hollywood.<\/p>\n Edison reuniu empresas que detinham patentes em torno dos est\u00e1gios de cria\u00e7\u00e3o e distribui\u00e7\u00e3o <\/strong>de obras cinematogr\u00e1ficas, cinemas, equipamentos e tecnologias. Por meio da forma\u00e7\u00e3o de algo que mais tarde conhecer\u00edamos com o nome “monop\u00f3lio”, criou a MPPC \u2014\u00a0Motion Pictures Patents Company<\/em>.<\/p>\n Por meio de patentes, o inventor e outros empres\u00e1rios controlavam com m\u00e3o de ferro tudo que era produzido no setor, obrigando artistas e produtores a pagar valores muitas vezes abusivos para criar e vender suas obras.<\/p>\n Em alguns casos, Thomas Edison comprava os direitos de filmes e lucrava muito com eles, remunerando mal os artistas e equipe envolvidas.<\/p>\n Desgostosos com essa situa\u00e7\u00e3o, v\u00e1rios desses artistas resolveram se mudar para um estado que ficasse fora da al\u00e7ada da MPPC<\/strong>. O lugar que escolheram foi a California, e l\u00e1 fundaram os oito est\u00fadios considerados os mais ic\u00f4nicos da ind\u00fastria cinematogr\u00e1fica at\u00e9 hoje: United Artists<\/em>, Paramount<\/em>, MGM<\/em>, Warner Bros<\/em>, Fox<\/em>, Universal<\/em>, Columbia<\/em> e RKO<\/em>.<\/p>\n Os est\u00fadios controlaram a produ\u00e7\u00e3o de cinema nos Estados Unidos e tamb\u00e9m a distribui\u00e7\u00e3o dos filmes mundo afora. Com isso, acumularam em torno de si muito poder pol\u00edtico, al\u00e9m de lucros exorbitantes.<\/p>\n Eles n\u00e3o tinham car\u00e1ter de monop\u00f3lio (os est\u00fadios do chamado “Big Eitght”, ao contr\u00e1rio do que acontecia com a associa\u00e7\u00e3o de Thomas Edison, competiam entre si), mas tamb\u00e9m n\u00e3o agradavam muitos artistas com as condi\u00e7\u00f5es que impunham.<\/p>\n A United Artists, como o nome indica, foi uma organiza\u00e7\u00e3o desses artistas dissidentes para conseguir lidar com a cria\u00e7\u00e3o e distribui\u00e7\u00e3o de obras independentes, al\u00e9m dos pr\u00f3prios filmes.<\/p>\n Datam dessa \u00e9poca cl\u00e1ssicos absolutos como Grande Hotel<\/em> (1932), Dr\u00e1cula<\/em> (1931), Casablanca<\/em> (1943) e Cantando na Chuva<\/em> (1952).<\/p>\n A Era dos Est\u00fadios e a Era de Ouro n\u00e3o se sucedem historicamente. Na verdade, elas se sobrep\u00f5em, uma vez que a \u00faltima come\u00e7a na d\u00e9cada de 20 e s\u00f3 termina nos anos 60, quando a televis\u00e3o se estabelece como meio de comunica\u00e7\u00e3o de massas.<\/p>\n Al\u00e9m disso, a maior parte dos sucessos da Era de Ouro foi financiada com o dinheiro dos est\u00fadios. Tecnicamente, ela compreende as d\u00e9cadas de 20 e 30, mas seus efeitos se fazem sentir pelo menos at\u00e9 os anos 50<\/strong>, quando os elementos da Nova Hollywood come\u00e7am a aparecer.<\/p>\n Assim, a Era de Ouro envolve produ\u00e7\u00f5es muito d\u00edspares, e estrelas as mais variadas, indo de Charles Chaplin a Alfred Hitchcock, passando por Carmen Miranda, Elvis Presley, Marilyn Monroe, Marlon Brando e Audrey Hapburn, s\u00f3 para citar alguns exemplos.<\/p>\n Esse est\u00e1gio do cinema norte-americano \u00e9 lembrado principalmente pelos musicais, mas vai muito al\u00e9m deles. A evolu\u00e7\u00e3o humana e tecnol\u00f3gica ao longo desses 40 anos<\/strong> \u00e9 indiscut\u00edvel: t\u00e9cnicas de atua\u00e7\u00e3o, c\u00e2meras e coloriza\u00e7\u00e3o foram experimentadas e sedimentaram-se como refer\u00eancias.<\/p>\n Se tiv\u00e9ssemos que eleger a \u00e9poca mais importante para o cinema norte-americano, n\u00e3o seria exagero dizer que ela coincide com os anos 20.<\/p>\n Essa d\u00e9cada \u00e9 marcada pela genialidade de Charles Chaplin e Walt Disney<\/strong>, e foi quando aconteceu o advento do cinema falado, que representou uma modifica\u00e7\u00e3o profunda na forma como o american way of life<\/em> experimentava o entretenimento.<\/p>\n A Disney lan\u00e7ou seu curta de anima\u00e7\u00e3o Steamboat Willie<\/em> (1928), abrindo caminho para o mercado do cinema animado. Isso permitiu os primeiros passos daquilo que viria a ser a Walt Disney Company, uma das maiores empresas de cinema de Hollywood e certamente a maior refer\u00eancia mundial em anima\u00e7\u00e3o at\u00e9 os dias de hoje.<\/p>\n Tamb\u00e9m data dos anos 20 a cria\u00e7\u00e3o da\u00a0Academy of Motion Picture Arts and Sciences <\/em>e a ic\u00f4nica premia\u00e7\u00e3o do Oscar, organizada por ela desde sua funda\u00e7\u00e3o. Guardadas as propor\u00e7\u00f5es do crescimento dessa associa\u00e7\u00e3o em grandeza e abrang\u00eancia, o pr\u00eamio permanece nos moldes originais at\u00e9 hoje.<\/p>\n O cinema dos Estados Unidos, na terceira d\u00e9cada daquele s\u00e9culo, assumiu contornos de uma contradi\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica e social<\/strong>. Os anos 30 come\u00e7aram com a Grande Depress\u00e3o, fort\u00edssima crise econ\u00f4mica que abateu o pa\u00eds e levou parte enorme da sua popula\u00e7\u00e3o \u00e0 fal\u00eancia e pobreza.<\/p>\n Assim, o clima inicial das produ\u00e7\u00f5es no in\u00edcio dessa d\u00e9cada era de pessimismo, e elas exploravam tem\u00e1ticas como decad\u00eancia moral, crimes e personagens que agiam na trama sem qualquer linha \u00e9tica.<\/p>\n N\u00e3o demorou, no entanto, que entidades conservadoras se mobilizassem contra essa maneira de contar hist\u00f3rias no cinema. A Legi\u00e3o da Dec\u00eancia, formada por membros da Igreja Cat\u00f3lica, atuou fortemente para regular a produ\u00e7\u00e3o da \u00e9poca.<\/p>\n Assim, cenas com alto teor sexual foram desestimuladas, e personagens como gangsteres e prostitutas passaram a aparecer muito menos e com pap\u00e9is laterais nas obras da \u00e9poca.<\/p>\n Os filmes se transformaram em uma forma de escapismo da realidade econ\u00f4mica<\/strong>, e acabaram ajudando a resgatar a f\u00e9 e esperan\u00e7a dos americanos no governo, na economia e institui\u00e7\u00f5es.<\/p>\n Nos anos 30 surge a Technicolor, empresa cuja tecnologia possibilitou as primeiras filmagens a cores, ainda que rudimentares, se comparadas ao que viria a seguir.<\/p>\n O pano de fundo pol\u00edtico tamb\u00e9m afetou drasticamente o cinema nos 10 anos seguintes. O pa\u00eds preparava seu ingresso na Segunda Guerra Mundial, e a aposta de Hollywood na l\u00f3gica escapista assumiu novos contornos.<\/p>\n Dessa vez, o foco era os musicais, que elevavam ao patamar de estrelas tanto atores e atrizes \u2014\u00a0e a brasileira Carmem Miranda foi uma delas, tornando-se a mulher mais bem paga dos Estados Unidos \u2014\u00a0quanto os compositores e coreografistas que se envolviam nas produ\u00e7\u00f5es.<\/p>\n O governo Roosevelt, antevendo as consequ\u00eancias pol\u00edticas do fim da Segunda Guerra, come\u00e7ou um processo de aproxima\u00e7\u00e3o dos Estados Unidos com outros pa\u00edses do continente americano<\/strong>.<\/p>\n Essa aproxima\u00e7\u00e3o foi talvez uma das maiores a\u00e7\u00f5es no sentido de internacionalizar o cinema de Hollywood. O personagem Z\u00e9 Carioca foi criado por Walt Disney \u00e0 \u00e9poca, como forma de homenagear o Brasil, por exemplo.<\/p>\n Tamb\u00e9m s\u00e3o produ\u00e7\u00f5es ic\u00f4nicas da d\u00e9cada de 40 (embora estivessem de fora do “mainstream” dos musicais): O Falc\u00e3o Malt\u00eas<\/em> (1941) de John Huston, O Grande Ditador<\/em> (1940) de Charles Chaplin, Casablanca<\/em> (1943), de Michael Curtiz, Cidad\u00e3o Kane<\/em> (1941) e diversos filmes de Alfred Hitchcock.<\/p>\n Embora a Era de Ouro continue por boa parte da d\u00e9cada de 50, a Era dos Est\u00fadios tem seu fim pouco antes desse per\u00edodo. Esses est\u00fadios encontraram uma solu\u00e7\u00e3o economicamente mais vi\u00e1vel atuando n\u00e3o como produtores de cinema, mas como distribuidores.<\/p>\n Assim, demitiram seus principais artistas e concentraram-se nesse novo papel. Isso abriu o caminho para que as produ\u00e7\u00f5es da \u00e9poca engrandecessem o papel dos atores<\/strong>, e esses foram elevados \u00e0 categoria de grandes astros das produ\u00e7\u00f5es.<\/p>\n Apenas para ficar em alguns grandes nomes dessa d\u00e9cada, podemos citar Marilyn Monroe, Grace Kelly, Elvis Presley, Brigitte Bardot e Audrey Hepburn, al\u00e9m de Gene Kelly nos musicais.<\/p>\n O cinema europeu<\/a> e internacional tamb\u00e9m se tornou forte na \u00e9poca, embora a maior parte do que produzisse n\u00e3o pudesse ser enquadrado na categoria que hoje chamamos de “cinema comercial”. Assim, \u00e9 nos anos 50 que surge o movimento franc\u00eas da Nouvelle Vague<\/a>, al\u00e9m das primeiras obras ic\u00f4nicas de Akira Kurosawa.<\/p>\n O cinema americano incorporava alguns elementos dessa produ\u00e7\u00e3o internacional, mas seguia apegado a uma de suas grandes caracter\u00edsticas: o foco na narrativa<\/a>. Assim, um dos grandes \u00edcones dos anos 50 foi Alfred Hitchcock. Datam dessa \u00e9poca seus longas Disque M Para Matar<\/em>, A Janela Indiscreta<\/em> (ambos de 1954) e Um Corpo Que Cai<\/em> (1959).<\/p>\n O sentimento da contracultura invade o fazer art\u00edstico dos Estados Unidos a partir da d\u00e9cada de 60 e tem in\u00edcio o movimento chamado New Wave. No cinema, a liberdade criativa passa a ser o mote dessa nova gera\u00e7\u00e3o<\/strong>, e o papel do diretor ganha relevo, em contraposi\u00e7\u00e3o aos atores, que foram figuras de destaque nas \u00e9pocas anteriores.<\/p>\n Assim, nomes como Brian De Palma, Stanley Kubrick, Steven Spielberg e Francis Ford Coppola, Roman Polanski e Martin Scorcese s\u00e3o elevados ao status de celebridades mundiais.<\/p>\n O aprofundamento est\u00e9tico e conceitual dessa fase est\u00e1 relacionado \u00e0 cria\u00e7\u00e3o das primeiras faculdades de cinema<\/strong>, o que levou \u00e0s discuss\u00f5es da S\u00e9tima Arte para o meio acad\u00eamico. Assim, h\u00e1 uma lista de sucessos de bilheteria com enredo denso e altas doses de confrontos psicol\u00f3gicos na trama.<\/p>\n Tamb\u00e9m houve desenvolvimento dos efeitos especiais, elevando a produ\u00e7\u00e3o hollywoodiana ao patamar de espet\u00e1culo pela qual \u00e9 conhecida at\u00e9 hoje. Alguns filmes dessa \u00e9poca s\u00e3o a trilogia Poderoso Chef\u00e3o<\/em> (1973), Taxi Driver<\/em> (1976), Star Wars<\/em> (1977), 2001 \u2014\u00a0Uma Odisseia no Espa\u00e7o<\/em> (1968) e tantos outros cl\u00e1ssicos absolutos.<\/p>\n A partir dos anos 80, h\u00e1 um movimento contradit\u00f3rio em Hollywood, que marca sua \u00faltima fase. Se, por um lado, as grandes produ\u00e7\u00f5es ganham as salas de exibi\u00e7\u00e3o \u2014\u00a0e os efeitos especiais ajudam a transformar um filme em uma experi\u00eancia \u2014\u00a0por outro lado, com a populariza\u00e7\u00e3o das c\u00e2meras VHS, o dito “uma c\u00e2mera na m\u00e3o e uma ideia na cabe\u00e7a” fornece as linhas gerais para produtores e cineastas independentes.<\/p>\n Na pr\u00e1tica, essa contradi\u00e7\u00e3o faz parte de um modelo de neg\u00f3cio ousado que acabou determinando os rumos do cinema<\/strong> dos Estados Unidos dos anos 80 at\u00e9 hoje: estratificar a produ\u00e7\u00e3o, diminuindo o investimento e potencializando os lucros.<\/p>\n Assim, temos a camada principal de investimento, com os chamados blockbusters<\/em>, filmes multimilion\u00e1rios com apelo enorme e estrat\u00e9gias de marketing multinacionais. Um bom exemplo deles \u00e9 Titanic<\/em> (1998), com um or\u00e7amento de 280 milh\u00f5es de d\u00f3lares.<\/p>\n Abaixo dos blockbusters, h\u00e1 produ\u00e7\u00f5es um pouco mais modestas, mas que lucram mais proporcionalmente, com rela\u00e7\u00e3o a seus custos: A Bruxa de Blair<\/em> (1999) e Atividade Paranormal<\/em> (2009) s\u00e3o bons exemplos.<\/p>\n Embaixo, h\u00e1 o cinema dito “independente”<\/a>. S\u00e3o obras de diretor, cujo potencial de lucro \u00e9 muito grande, quando comprado ao valor \u00ednfimo investido. S\u00e3o exemplos disso os filmes Amnesia<\/em> (2001), de Christopher Nolan e Enterrado Vivo<\/em> (2010) de Rodrigo Cort\u00e9s.<\/p>\n Estudando a hist\u00f3ria de Hollywood, \u00e9 poss\u00edvel perceber o forte v\u00ednculo da ind\u00fastria cultural com a pol\u00edtica e sociedade de um pa\u00eds<\/strong>. Isso pode ser utilizado para gerar escapismo baseado no entretenimento ou para melhorar a autoestima da popula\u00e7\u00e3o em momentos dif\u00edceis.<\/p>\n Uma coisa, no entanto, \u00e9 fato. O v\u00ednculo com o cinema \u00e9 algo muito forte para o p\u00fablico de outros pa\u00edses<\/a> e isso n\u00e3o \u00e9 diferente no caso do Brasil. Investir na produ\u00e7\u00e3o cinematogr\u00e1fica emprega milhares de pessoas e traz retorno financeiro, econ\u00f4mico e social<\/strong> para um pa\u00eds.<\/p>\n O cinema brasileiro<\/a> possui poucos investimentos e n\u00e3o vem ao caso compar\u00e1-lo ao norte-americano do ponto de vista quantitativo. Quando o assunto \u00e9 qualidade, no entanto, temos nossa forma de contar hist\u00f3rias nas grandes telas, e o aumento do p\u00fablico em torno das produ\u00e7\u00f5es brasileiras \u00e9 indiscut\u00edvel.<\/p>\nCinema de Hollywood: os prim\u00f3rdios<\/h2>\n
A Era dos Est\u00fadios<\/h2>\n
A Era de Ouro<\/h2>\n
Anos 20<\/h3>\n
Anos 30<\/h3>\n
Anos 40<\/h3>\n
Anos 50<\/h3>\n
A era da Nova Hollywood<\/h2>\n
Cinema de Hollywood na \u00e9poca atual<\/h2>\n
A import\u00e2ncia do investimento em cinema<\/h2>\n