Se voc\u00ea se cansou das produ\u00e7\u00f5es comerciais de Hollywood<\/em>, que tal assistir a um filme independente<\/strong>? S\u00e3o produ\u00e7\u00f5es com pouco ou, at\u00e9 mesmo, nenhum envolvimento de grandes est\u00fadios de cinema. Al\u00e9m disso, geralmente, os atores e cineastas<\/a> s\u00e3o conhecidos, facilitando a distribui\u00e7\u00e3o por subsidi\u00e1rias de est\u00fadios populares.<\/p>\n
Esses filmes tamb\u00e9m t\u00eam outras caracter\u00edsticas que diferem das grandes produ\u00e7\u00f5es, seja pelo conte\u00fado ou document\u00e1rios<\/a>, seja pelo estilo do cineasta. Inclusive, alguns s\u00e3o bem conhecidos e trazem enredos e atua\u00e7\u00f5es fant\u00e1sticas. Neste post, existem 9 produ\u00e7\u00f5es independentes para voc\u00ea conhecer e se inspirar. Por isso, acompanhe para conferir!<\/p>\n
Moonlight<\/em> \u00e9 um filme com muitas estreias no mundo cinematogr\u00e1fico. Al\u00e9m de ter sido o primeiro filme LGBT a ganhar o Oscar, tamb\u00e9m \u00e9 a primeira produ\u00e7\u00e3o que tem todo o elenco 100% negro.<\/p>\n
O enredo \u00e9 dividido em 3 etapas para contar as fases da vida de Chiron e os desafios que ele enfrenta para lidar com a pobreza e sua orienta\u00e7\u00e3o sexual em uma \u00e9poca repleta de preconceito e discrimina\u00e7\u00e3o. A d\u00e9cada \u00e9 a de 80, em uma cidade pobre de Miami e no auge do crack.<\/p>\n
Chiron \u00e9 um garoto da periferia que descobriu ser gay quando nem sabia o que significava isso. A mensagem do filme levanta quest\u00f5es importantes para lidar com aprova\u00e7\u00e3o social e invers\u00e3o de valores. Por exemplo, enquanto a m\u00e3e \u00e9 usu\u00e1ria de drogas, a pessoa que ele considera como pai \u00e9 quem fornece para ela, criando um conflito interno na cabe\u00e7a do personagem.<\/p>\n
O filme foi dirigido pelo incr\u00edvel Barry Jenkins, que tamb\u00e9m participou de Medicine for Melancholy<\/em>. Traz uma fotografia impec\u00e1vel<\/a>, com ilumina\u00e7\u00e3o e enquadramento perfeitos. O foco na express\u00e3o dos personagens cria uma conex\u00e3o forte com o espectador<\/strong>.<\/p>\n
Como um garoto indiano e da favela conseguiu chegar no final de um jogo milion\u00e1rio? Essa \u00e9 a indaga\u00e7\u00e3o feita no come\u00e7o do filme para apresentar a hist\u00f3ria de Jamal Malik, um rapaz de 18 anos que chega no gran finale<\/em> de um programa milion\u00e1rio respondendo perguntas de conhecimentos gerais.<\/p>\n
Conforme o personagem avan\u00e7a no jogo, as autoridades come\u00e7am a questionar sua honestidade, afinal, nem os participantes com gradua\u00e7\u00e3o de peso conseguiram chegar t\u00e3o longe. Mas, aclamado pela m\u00eddia, Jamal<\/em> luta para provar que o m\u00e9rito vem das experi\u00eancias que teve ao longo da vida, misturado com a pobreza e desigualdade social.<\/p>\n
A produ\u00e7\u00e3o independente \u00e9 do cineasta Danny Boyle, que tamb\u00e9m dirigiu outros filmes conhecidos como Exterm\u00ednio e Sunshine<\/em>. De qualidade duvidosa, as cores saturadas e os enquadramentos tr\u00eamulos t\u00eam a proposta de transmitir a simplicidade da vida do personagem por meio de flashbacks<\/em>.<\/p>\n
\u00c9 um filme que faz alus\u00e3o \u00e0 cultura pop enquanto mostra que a mis\u00e9ria e a falta de oportunidades n\u00e3o s\u00e3o indicativos na constru\u00e7\u00e3o do car\u00e1ter humano. Dany usou uma tradi\u00e7\u00e3o liter\u00e1ria inglesa para aplicar a uma narrativa de Bollywood<\/em><\/a>, isto \u00e9, na ind\u00fastria de cinema de l\u00edngua hindi, criando um enredo original. Vale a pena conferir esse resultado.<\/p>\n
Outro drama dirigido por Danny Boyle, 127 horas \u00e9 uma produ\u00e7\u00e3o brit\u00e2nica que conta a hist\u00f3ria real do alpinista Aron Ralston, que lutou por sua vida durante incans\u00e1veis 127 horas depois de um acidente nas montanhas de Utah<\/em>, nos Estados Unidos.<\/p>\n
Apesar de ser um filme baseado em fatos, o que pode torn\u00e1-lo clich\u00ea, Danny conseguiu apresentar uma hist\u00f3ria que envolve o espectador do in\u00edcio ao fim. No come\u00e7o, voc\u00ea vai conhecer o universo que envolve o protagonista \u2014 estrelado pelo ator James Franco, o Duende Verde do filme Spider Man<\/em> \u2014, at\u00e9 cair na fenda com ele, quando come\u00e7am as cenas agonizantes.<\/p>\n
Sabe aquele ditado: \u201ctinha tudo para dar errado, mas deu certo\u201d? Ele se encaixa perfeitamente nesse filme. Era para ser mais um clich\u00ea de supera\u00e7\u00e3o em que um alpinista fica preso numa pedra e luta com todas as suas for\u00e7as pela sobreviv\u00eancia. Mas, se transformou numa hist\u00f3ria contagiante, com cenas que prendem o espectador do come\u00e7o ao fim<\/strong>.<\/p>\n
Ali\u00e1s, a escolha de James como ator principal foi justamente devido \u00e0 semelhan\u00e7a que ele traz com o Aron Ralston. Ent\u00e3o, se voc\u00ea busca uma produ\u00e7\u00e3o de cinema completa<\/a>, com qualidade cinematogr\u00e1fica, enredo bem constru\u00eddo e mensagem forte, vai gostar desse filme independente.<\/p>\n
Reservoir Dogs<\/em> ou “C\u00e3es de Aluguel”, \u00e9 uma produ\u00e7\u00e3o escrita e dirigida pelo talentoso Quentin Tarantino<\/a>, quem inclusive, marcou sua estreia como roteirista<\/a>. O filme narra a hist\u00f3ria de 6 criminosos que s\u00e3o \u201crecrutados\u201d por Joe Cabot, estrelado por Lawrence Tierney, para assaltar uma loja de joalherias com valor alto em diamantes.<\/p>\n
Outro filme independente de sucesso, \u201cPrecisamos falar sobre Kevin\u201d conta a hist\u00f3ria de uma m\u00e3e, vivida por Tilda Swinton, que precisa reconstruir a vida depois que o filho Kevin, estrelado por dois grandes atores, Jasper Newell e Ezra Miller, cometeu um massacre na escola quando era crian\u00e7a.<\/p>\n
O enredo se divide em linhas tempor\u00e1rias, narrando cenas do passado e do presente para explicar como foi a cria\u00e7\u00e3o familiar e o relacionamento entre a m\u00e3e e o filho. O filme deveria ser mais uma hist\u00f3ria para abordar drama e horror que eventos violentos causam, no entanto, a dire\u00e7\u00e3o de Lynne Ramsay construiu uma mensagem diferenciada para focar na experi\u00eancia dos personagens envolvidos<\/strong>.<\/p>\n
Por exemplo, enquanto Kevin comete o massacre, a c\u00e2mera foca na dor e desespero das pessoas presentes, inclusive, na frustra\u00e7\u00e3o do pr\u00f3prio Kevin. Logo, contextualiza com as experi\u00eancias vividas na inf\u00e2ncia.<\/p>\n
\u00c9 uma produ\u00e7\u00e3o independente que foi adaptada do romance de Lionel Shriver, mergulhando em anseios de culpa e terror para criar v\u00e1rios questionamentos. A atriz Tilda Swinton est\u00e1 incr\u00edvel no papel de Eva, m\u00e3e de Kevin, transmitindo com maestria as fases da vida pelo qual a personagem passa.<\/p>\n
A produ\u00e7\u00e3o tem um visual arrojado,<\/strong> com uma narrativa que fragmenta e arrebata o enredo todo o tempo. Se voc\u00ea busca qualidade e emo\u00e7\u00e3o, vai se surpreender com esse filme.<\/p>\n
Estrelado pelo talentoso Michael Fassbender \u2014 do cl\u00e1ssico Sherlock Holmes \u2014, “Shame<\/em>” conta a hist\u00f3ria de Brandon, um homem bem sucedido, mas que enfrenta frustra\u00e7\u00f5es em relacionamentos amorosos. Ent\u00e3o, sua fuga est\u00e1 na pr\u00e1tica sexual, tornando-se um amante incontrol\u00e1vel e viciado por sexo.<\/p>\n
Talvez voc\u00ea possa pensar que o filme retrata a hist\u00f3ria de um Don Juan, mas, a grande sacada \u00e9 como Brandon lida com isso de maneira inc\u00f4moda. Ele se entrega \u00e0s mulheres como se caminhasse rumo a um abatedouro. No entanto, esse escape \u00e9 interrompido quando sua irm\u00e3 Sissy chega para uma estadia s\u00fabita, interpretada por Carey Mulligan.<\/p>\n
O filme foi dirigido por Steve McQueen e sua produ\u00e7\u00e3o independente foge dos roteiros convencionais<\/a>, porque aborda a maneira como o personagem se submete ao v\u00edcio sexual. A est\u00e9tica \u00e9 fria<\/strong> e a fotografia traz enquadramentos que transformam o espectador em um voyeur<\/em><\/strong> das experi\u00eancias e conflitos<\/strong> de Brandon.<\/p>\n
Agora, vamos deixar as produ\u00e7\u00f5es estrangeiras de lado e saudar o cinema brasileiro<\/a>. Em “O Palha\u00e7o”, Selton Mello \u00e9 o grande protagonista de toda a trama, porque, al\u00e9m de ser o ator principal, tamb\u00e9m escreveu, produziu e dirigiu o filme.<\/p>\n
A produ\u00e7\u00e3o foi escolhida para indica\u00e7\u00e3o ao Oscar de melhor filme estrangeiro, mas ficou de fora da cerim\u00f4nia. Tamb\u00e9m foi considerado um dos 100 melhores filmes brasileiros pela ABRACCINE<\/a>.<\/p>\n
Com uma produ\u00e7\u00e3o \u00e9pica fazendo luz ao estiloso preto e branco, \u201cBoa Sorte, Meu Amor\u201d\u00a0\u00e9 um longa-metragem dirigido por Daniel Arag\u00e3o que retrata um conflito amoroso, enquanto aborda quest\u00f5es sociais do cotidiano. O filme narra o romance entre Maria (Christiana Ubach) e Dirceu (Vinicius Zinn) que, apesar de terem ra\u00edzes sertanejas, n\u00e3o conseguem criar a mesma sintonia com a metr\u00f3pole em que vivem.<\/p>\n
Ao mesmo tempo que a trama gira em torno dos personagens, tamb\u00e9m explora fatos da cidade de Recife, como desigualdade social e forte urbanismo. A trilha sonora traz tens\u00e3o e emo\u00e7\u00e3o<\/strong>, enquanto a fotografia em preto e branco explora os dois mundos entre a capital e o sert\u00e3o nordestino.<\/p>\n
\u00c9 essa mistura de regime feudal com mundo contempor\u00e2neo que o filme quer transmitir. Por isso, traz uma hist\u00f3ria de amor diferente dos clich\u00eas romantizados. Os conflitos n\u00e3o giram em torno de Dirceu e Maria, mas sim do ambiente em que vivem.<\/p>\n
A produ\u00e7\u00e3o traz uma bel\u00edssima fotografia, exploradas pela ilumina\u00e7\u00e3o e aus\u00eancia de cores<\/strong>. \u00c9 um filme que comp\u00f5e um grande momento vivido pelo cinema pernambucano, reconhecido nacionalmente por sua qualidade nas produ\u00e7\u00f5es cinematogr\u00e1ficas. Isso tamb\u00e9m justifica ter recebido o t\u00edtulo de Melhor Filme no Festival de Locarno, na Su\u00ed\u00e7a.<\/p>\n
Escrito e dirigido por Kleber Mendon\u00e7a Filho, “O Som ao Redor” \u00e9 um longa-metragem com hist\u00f3rias paralelas, mas que, ao mesmo tempo, est\u00e3o entrela\u00e7adas. Ele narra os desafios de moradores da classe m\u00e9dia alta de Recife, Pernambuco, que precisam lidar com a chegada de uma mil\u00edcia onde moram, comprometendo a tranquilidade na rua.<\/p>\n
O filme transmite uma mensagem profunda sobre as rela\u00e7\u00f5es sociais e como elas evoluem at\u00e9 chegar ao \u00e1pice da viol\u00eancia<\/strong>. Inclusive, traz uma vis\u00e3o pouco explorada sobre a classe m\u00e9dia brasileira, mostrando um p\u00fablico revoltado querendo mudan\u00e7as, mas que n\u00e3o perdem tempo para agir e resolver os problemas.<\/p>\n
A narrativa do filme<\/a> traz uma proposta diferente com o que vimos no cinema tradicional, e que lembra sutilmente as ideias defendidas pelo \u00edcone do cinema, Charles Chaplin<\/a>. Ele sempre acreditou que as produ\u00e7\u00f5es barulhentas comprometem a experi\u00eancia que o cinema traz para o espectador. Por isso, defendeu o cinema mudo por anos.<\/p>\n
Ent\u00e3o, em meio a tantas produ\u00e7\u00f5es cada vez mais barulhentas, eis que surge esse roteiro incr\u00edvel de Kleber com um ritmo pr\u00f3prio e prezando pela sensibilidade sonora<\/a>. \u00c9 um filme independente com uma mistura de elenco supertalentoso, tanto profissionais quanto amadores.<\/p>\n