{"id":21156,"date":"2019-04-17T15:43:02","date_gmt":"2019-04-17T18:43:02","guid":{"rendered":"http:\/\/aicinema.site.brtloja.com.br\/?p=21156"},"modified":"2021-03-07T15:11:51","modified_gmt":"2021-03-07T18:11:51","slug":"os-filmes-de-sofia-coppola","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/os-filmes-de-sofia-coppola\/","title":{"rendered":"Os filmes de Sofia Coppola"},"content":{"rendered":"\r\n
\r\n\u201cEssa \u00e9 a maneira como trabalho: eu tento imaginar o que gostaria de ver.\u201d <\/em><\/p>\r\n<\/blockquote>\r\n\r\n\r\n\r\n
Sofia Carmina Coppola, vencedora do Oscar de melhor roteiro original por Encontros e Desencontros<\/em> \/ Lost in Translation<\/em> (2003), poderia ser \u201capenas\u201d a filha de um cineasta famoso \u2013 Francis Ford Coppola (de cl\u00e1ssicos como O Poderoso Chef\u00e3o<\/em> \/ The Godfather<\/em> e Apocalypse Now<\/em>). No entanto, ela resolveu trilhar seu pr\u00f3prio caminho como roteirista e diretora, consagrando-se como uma artista de estilo marcante, al\u00e9m de muita sensibilidade e ousadia.<\/p>\r\n\r\n\r\n\r\n
A estreia de Sofia Coppola no cinema se deu como atriz, em O Poderoso Chef\u00e3o <\/em>(1972). Alguns anos depois ela retornou a esse universo, interpretando a filha de Michael Corleone em O Poderoso Chef\u00e3o \u2013 Parte III <\/em>(1990), uma performance que foi muito criticada. A partir de ent\u00e3o, Sofia passou a se dedicar aos bastidores do fazer cinematogr\u00e1fico, tendo iniciado sua carreira na dire\u00e7\u00e3o com o aclamado As Virgens Suicidas<\/em> \/ The Virgin Suicides<\/em> (1999). O longa tamb\u00e9m deu in\u00edcio \u00e0 parceria da diretora com a atriz Kirsten Dunst, que estrela v\u00e1rios de seus filmes.<\/p>\r\n\r\n\r\n\r\n
Em 2004, Sofia Coppola se tornou a terceira mulher na hist\u00f3ria do cinema a ser indicada a uma estatueta de melhor dire\u00e7\u00e3o, por Encontros e Desencontros.<\/em> Isso impulsionou sua carreira, j\u00e1 que o reconhecimento permitiu \u00e0 cineasta realizar o ambicioso drama hist\u00f3rico Maria Antonieta<\/em> \/ Marie Antoinette<\/em> (2006). Conforme descreveu a cr\u00edtica e pesquisadora Samantha Brasil, o filme \u201capresenta uma subvers\u00e3o formal n\u00e3o apenas por retratar uma figura controversa sob uma \u00f3tica pouco convencional, mas principalmente por mesclar s\u00edmbolos atuais e contempor\u00e2neos num drama de \u00e9poca\u201d.<\/p>\r\n\r\n\r\n\r\n
J\u00e1 em 2010, com Um Lugar Qualquer<\/em> \/ Somewhere<\/em>, uma hist\u00f3ria que traz elementos da pr\u00f3pria rela\u00e7\u00e3o da diretora com Hollywood, Sofia Coppola se tornou a primeira mulher norte-americana a receber um Le\u00e3o de Ouro, o principal pr\u00eamio do Festival de Veneza. Em 2013, ela dirigiu Bling Ring: A Gangue de Hollywood \/ The Bling Ring<\/em>, baseado em uma hist\u00f3ria real. Finalmente, em 2017, retornou \u00e0s telas com o drama com toques de suspense O Estranho que N\u00f3s Amamos<\/em>, filme pelo qual recebeu o pr\u00eamio de melhor dire\u00e7\u00e3o no Festival de Cannes \u2013 tornando-se a segunda mulher na hist\u00f3ria do festival a conquistar essa premia\u00e7\u00e3o. Atualmente, Sofia trabalha na pr\u00e9-produ\u00e7\u00e3o do longa On The Rocks<\/em>, sobre uma filha que tenta se reconectar com o pai, filme que ter\u00e1 no elenco Rashida Jones e Bill Murray (outro colaborador frequente da cineasta).<\/p>\r\n\r\n\r\n\r\n
Resson\u00e2ncia emocional<\/strong><\/h3>\r\n\r\n\r\n\r\n
Uma das caracter\u00edsticas dos roteiros de Sofia Coppola est\u00e1 no fato de ela buscar hist\u00f3rias com as quais se conecte emocionalmente, em n\u00edvel pessoal. Tr\u00eas dos principais filmes da diretora (As Virgens Suicidas<\/em>, Encontros e Desencontros<\/em> e Maria Antonieta<\/em>) abordam temas relacionados a quest\u00f5es de identidade e a certos ritos de passagem, como a fase da adolesc\u00eancia para a vida adulta, al\u00e9m de transmitirem uma sensa\u00e7\u00e3o de ingenuidade e de incerteza com rela\u00e7\u00e3o ao futuro. A melancolia e a efemeridade dos relacionamentos tamb\u00e9m est\u00e3o muito presentes em sua linguagem narrativa.<\/p>\r\n\r\n\r\n\r\n
De acordo com o jornalista e cr\u00edtico de cinema Filippo Pitanga, professor da Academia Internacional de Cinema (AIC), o principal diferencial narrativo de Sofia Coppola est\u00e1 em seu interesse em explorar o cotidiano mais rotineiro, partindo de uma estrutura externa \u00e0s suas personagens e chegando \u00e0 ess\u00eancia mais intimista e peculiar das protagonistas \u2013 em geral, mulheres. \u201cUm perfeito exemplo disso \u00e9 que, mesmo em se tratando de personagens masculinos, eles s\u00e3o desenvolvidos na maior parte das vezes com suas vulnerabilidades expostas, de uma bolha injustamente constru\u00edda com regras para favorec\u00ea-los, ao ponto de eles pr\u00f3prios n\u00e3o saberem mais o que fazer com o privil\u00e9gio indevido. A partir da demoli\u00e7\u00e3o de uma moral arcaica \u00e9 que as mulheres de seus filmes podem romper a barreira social como ar\u00edetes, justamente por caminharem sua \u2018jornada da hero\u00edna\u2019 por fora da tangente\u201d, explica.<\/p>\r\n\r\n\r\n\r\n
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