{"id":20453,"date":"2019-03-11T08:26:44","date_gmt":"2019-03-11T11:26:44","guid":{"rendered":"http:\/\/aicinema.site.brtloja.com.br\/?p=20453"},"modified":"2019-03-12T11:16:47","modified_gmt":"2019-03-12T14:16:47","slug":"abel-vargas-ex-aluno-da-aic-trabalha-com-vfx-em-vancouver","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/abel-vargas-ex-aluno-da-aic-trabalha-com-vfx-em-vancouver\/","title":{"rendered":"Abel Vargas, ex-aluno da AIC, trabalha com VFX em Vancouver"},"content":{"rendered":"

\"\"Um jovem de 19 anos deixa Goi\u00e2nia rumo a Curitiba (onde ficava a sede da Academia Internacional de Cinema, antes de abrir as portas em S\u00e3o Paulo), para fazer parte da primeira turma do FilmWorks<\/a>. O curso marcou o in\u00edcio da carreira de Abel Vargas, que hoje atua como lighter\/compositor<\/em> em Vancouver, no Canad\u00e1. \u201cEu n\u00e3o s\u00f3 era um dos mais novos da turma, como fui a primeira matr\u00edcula da AIC! Minha carteirinha lia 001. Isso j\u00e1 mostra o meu n\u00edvel de empolga\u00e7\u00e3o com cinema, n\u00e3o \u00e9?\u201d, conta.<\/p>\n

Abel lembra que, na \u00e9poca em que cursou o FilmWorks<\/a>, esse tipo de forma\u00e7\u00e3o profissional era algo in\u00e9dito no Brasil, por isso ele agarrou a oportunidade. \u201cO que a AIC me permitiu, inicialmente, foi pular toda a burocracia e depress\u00e3o do sistema de vestibular e entrar em uma institui\u00e7\u00e3o baseada em experi\u00eancia pr\u00e1tica, no modelo das escolas que eu sonhava em estudar, na \u00e9poca. Acho que valeu a pena ter logo essa experi\u00eancia e ver se era algo que poderia seguir para a vida toda\u201d, ressalta. \u201cOutro ponto importante \u00e9 a valoriza\u00e7\u00e3o da t\u00e9cnica. \u00c9 muito dif\u00edcil ser um roteirista ou diretor que n\u00e3o tem dom\u00ednio das ferramentas, seja a c\u00e2mera ou o computador na hora da edi\u00e7\u00e3o. Quem sabe fazer, de verdade, tem solu\u00e7\u00f5es pr\u00e1ticas que enriquecem o produto final. Eu achava que a dire\u00e7\u00e3o era o \u00fanico caminho e acabei estudando roteiro, edi\u00e7\u00e3o e fotografia, nos semestres que seguiram\u201d.<\/p>\n

A jornada de Abel foi longa, para chegar at\u00e9 Vancouver. \u201cEu trabalhei como fot\u00f3grafo, morei na Europa, abri uma produtora com amigos da AIC em S\u00e3o Paulo e, depois de dois anos trabalhando com publicidade, resolvi largar tudo e vir estudar na Vancouver Film School\u201d. Como o foco de sua produtora estava na p\u00f3s-produ\u00e7\u00e3o, ele optou por investir nisso. \u201cEu decidi que queria trabalhar no tipo de filmes que me influenciaram a estudar cinema, l\u00e1 atr\u00e1s, em 2004. Nessa busca, vim estudar, arrumei um emprego e fui evoluindo na carreira de VFX\u201d.<\/p>\n

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\u201cNo Velozes e Furiosos 8\/The Fate of the Furious, passei 5 meses trabalhando em 5 cenas (shots). Imagina s\u00f3: 15 segundos no total, 5 meses de trabalho. Cada quadro (frame) foi feito \u00e0 m\u00e3o. O n\u00edvel de detalhe que n\u00f3s colocamos aqui n\u00e3o se encontra em lugar nenhum e eu amo poder realizar trabalhos desse n\u00edvel\u201d.<\/figcaption><\/figure>\n

Com tanta experi\u00eancia na \u00e1rea, Abel passou a conhecer muito bem as oportunidades do mercado, principalmente da ind\u00fastria hollywoodiana. \u201cHollywood n\u00e3o est\u00e1 produzindo menos filmes e, cada vez mais, depende da p\u00f3s-produ\u00e7\u00e3o. Hoje em dia, tenho muito conforto profissional de ir de uma produ\u00e7\u00e3o a outra sem sofrer com per\u00edodos de desemprego. Quanto mais experi\u00eancia, mais querem te contratar, ent\u00e3o lentamente fui criando esse ciclo virtuoso. Ainda tem espa\u00e7o para muita gente e todo dia respondo alguma d\u00favida nas redes sociais sobre a ind\u00fastria ou como chegar onde estou\u201d, comenta.<\/p>\n

Para difundir no Brasil todo o conhecimento adquirido ao longo de mais de dez anos como profissional de efeitos visuais, recentemente Abel criou o projeto VFX Pro. No site<\/a> do projeto\u00a0\u00e9 poss\u00edvel baixar um e-book gr\u00e1tis, explicando as diversas \u00e1reas envolvidas na cria\u00e7\u00e3o de efeitos visuais e mostrando o que fazer para trabalhar em grandes produ\u00e7\u00f5es. \u201cEu gravo v\u00eddeos respondendo perguntas que chegam frequentemente e tento manter tudo em dia. N\u00e3o \u00e9 f\u00e1cil, mas acredito que pode dar oportunidades a outras pessoas de seguirem essa carreira ou de fazerem um upgrade<\/em> no tipo de projeto em que j\u00e1 trabalham. Coisas que eu gostaria de saber anos atr\u00e1s, mas que ningu\u00e9m havia explicado com esse n\u00edvel de dedica\u00e7\u00e3o e detalhe\u201d, destaca.<\/p>\n

\"\"
Abel trabalhou nos efeitos visuais do filme Pantera Negra\/Black Panther, primeiro longa de super-her\u00f3is indicado ao Oscar de melhor filme<\/figcaption><\/figure>\n

O esfor\u00e7o e a dedica\u00e7\u00e3o profissional certamente geraram bons frutos para Abel. No ano passado, ele esteve envolvido nos efeitos visuais de filmes como Pantera Negra\/Black Panther <\/em>(primeiro longa de super-her\u00f3is indicado ao Oscar de melhor filme), P\u00e9 Pequeno\/Smallfoot<\/em> e Homem-Aranha no Aranhaverso\/<\/em> Spider-Man: Into the Spider-Verse<\/em> (vencedor do Oscar de melhor anima\u00e7\u00e3o). \u201cEu comecei fazendo s\u00e9ries de televis\u00e3o. Foi um \u00e1rduo caminho at\u00e9 me profissionalizar e passar para longa-metragem. S\u00f3 digo que vale a pena\u201d, afirma. \u201cNo Velozes e Furiosos 8\/The Fate of the Furious<\/em>, passei 5 meses trabalhando em 5 cenas (shots<\/em>). Imagina s\u00f3: 15 segundos no total, 5 meses de trabalho. Cada quadro (frame<\/em>) foi feito \u00e0 m\u00e3o. O n\u00edvel de detalhe que n\u00f3s colocamos aqui n\u00e3o se encontra em lugar nenhum e eu amo poder realizar trabalhos desse n\u00edvel\u201d.<\/p>\n

\"\"<\/a>
Filme “Homem-Aranha: No Aranhaverso” (2019), que tamb\u00e9m contou com a participa\u00e7\u00e3o de Abel.<\/figcaption><\/figure>\n

Os projetos para o futuro s\u00e3o diversos. \u201cCome\u00e7o a trabalhar no longa de anima\u00e7\u00e3o da fam\u00edlia Adams daqui a uma semana e fico nessa produ\u00e7\u00e3o at\u00e9 agosto ou setembro. Em paralelo, tenho uma empresa de pesquisa e desenvolvimento chamada Blue Fairy<\/a> (). N\u00f3s desenvolvemos ferramentas para efeitos visuais com intelig\u00eancia artificial\u201d, explica Abel.<\/p>\n

Para quem est\u00e1 ingressando agora nos estudos cinematogr\u00e1ficos, o ex-aluno da AIC tem alguns conselhos: \u201cEu adoro a ind\u00fastria do cinema e continuo trabalhando para que ela seja melhor, mas n\u00e3o \u00e9 f\u00e1cil entrar e ter uma carreira nesse meio. De todos os meus colegas da AIC e da VFS, apenas os mais dedicados est\u00e3o trabalhando na ind\u00fastria, ent\u00e3o se dedique \u00e0 sua arte. Seja nerd. E, finalmente, essa \u00e9 uma arte coletiva. Aprenda a trabalhar em equipe, independentemente do tipo de cinema que voc\u00ea quer fazer\u201d.<\/p>\n

*Texto de\u00a0Katia Kreutz e fotos divulga\u00e7\u00e3o\u00a0<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Um jovem de 19 anos deixa Goi\u00e2nia rumo a Curitiba (onde ficava a sede da Academia Internacional de Cinema, antes de abrir as portas em S\u00e3o Paulo), para fazer parte da primeira turma do FilmWorks. 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