{"id":20210,"date":"2019-02-19T11:36:00","date_gmt":"2019-02-19T14:36:00","guid":{"rendered":"http:\/\/aicinema.site.brtloja.com.br\/?p=20210"},"modified":"2024-04-11T17:57:02","modified_gmt":"2024-04-11T20:57:02","slug":"filmes-franceses-que-todo-cinefilo-deveria-conhecer","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/filmes-franceses-que-todo-cinefilo-deveria-conhecer\/","title":{"rendered":"Filmes franceses que todo cin\u00e9filo deveria conhecer"},"content":{"rendered":"

\u201cTenho pena do cinema franc\u00eas porque ele n\u00e3o tem dinheiro. Tenho pena do cinema americano porque ele n\u00e3o tem ideias\u201d.<\/p>\n

A afirma\u00e7\u00e3o do cineasta parisiense Jean-Luc Godard talvez carregue uma pitada de arrog\u00e2ncia na provoca\u00e7\u00e3o aos filmes hollywoodianos, mas tamb\u00e9m aponta uma caracter\u00edstica marcante dos filmes de seus conterr\u00e2neos: a imagina\u00e7\u00e3o<\/strong>.<\/p>\n

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O estilo dos filmes franceses<\/strong><\/h2>\n

Muito antes de a Nouvelle Vague<\/strong><\/a> conquistar o mundo com seu frescor e ousadia, o cinema franc\u00eas j\u00e1 contava com uma filmografia respeit\u00e1vel, com destaque para produ\u00e7\u00f5es surrealistas e de experimenta\u00e7\u00e3o, que hoje fazem parte da hist\u00f3ria da s\u00e9tima arte mundial.<\/p>\n

\u201cA Nouvelle Vague foi, sem d\u00favida, o grande marco de uma forma de pensar e produzir cinema que a Fran\u00e7a inaugurou\u201d, explica Larissa Figueiredo, cineasta e professora da AIC. \u201cGrande parte da produ\u00e7\u00e3o cinematogr\u00e1fica francesa contempor\u00e2nea ainda se fundamenta nas heran\u00e7as desse movimento\u201d.<\/p>\n

Entretanto, como qualquer movimenta\u00e7\u00e3o est\u00e9tica, art\u00edstica e social, a Nouvelle Vague estava atrelada \u00e0s quest\u00f5es de seu tempo.<\/p>\n

Isso quer dizer que o cinema franc\u00eas n\u00e3o se resume a esse per\u00edodo, embora seja preciso reconhecer que ele deixou marcas profundas e permanentes na forma de cria\u00e7\u00e3o e produ\u00e7\u00e3o cinematogr\u00e1ficas que se estabeleceram em todo o continente europeu desde ent\u00e3o.<\/p>\n

\u201cA Fran\u00e7a, historicamente, \u00e9 um pa\u00eds muito ligado ao pensamento acad\u00eamico e intelectual\u201d, ressalta Larissa. \u201cMuitos movimentos de vanguarda sa\u00edram das universidades francesas. O cinema franc\u00eas, portanto, \u00e9 um cinema que tem como caracter\u00edstica esse movimento de explora\u00e7\u00e3o da linguagem e do simb\u00f3lico, sempre conectados ao contexto hist\u00f3rico, social e pol\u00edtico em que se inserem. Geralmente, s\u00e3o filmes que buscam tratar do particular para falar do universal e refletir sobre as quest\u00f5es que habitam a humanidade ao longo dos tempos\u201d.<\/p><\/blockquote>\n

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\"\"<\/a> <\/b><\/p>\n

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Os melhores filmes franceses de todos os tempos<\/strong><\/h2>\n

Listas de \u201cmelhores filmes\u201d s\u00e3o sempre muito subjetivas e podem se tornar assunto delicado, j\u00e1 que cada pessoa tem suas prefer\u00eancias individuais. No entanto, \u00e9 poss\u00edvel citar alguns cineastas e filmes franceses que todo cin\u00e9filo deveria conhecer, seja por crit\u00e9rios de inova\u00e7\u00e3o art\u00edstica, qualidade t\u00e9cnica ou popularidade.<\/p>\n

De acordo com o site IMDb (Internet Movie Database)<\/a>, os mais bem cotados filmes franceses de todos os tempos s\u00e3o:<\/p>\n

\"filme<\/p>\n

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    \n
  1. A Regra do Jogo \/ La R\u00e8gle du Jeu<\/em> (1939), de Jean Renoir<\/li>\n
  2. A M\u00e3e e a Puta \/ La Maman et la Putain<\/em> (1973), de Jean Eustache<\/li>\n
  3. O Boulevard do Crime \/ Les Enfants du Paradis<\/em> (1945), de Marcel Carn\u00e9<\/li>\n
  4. O Dem\u00f4nio das Onze Horas \/ Pierrot le Fou<\/em> (1965), de Jean-Luc Godard<\/li>\n
  5. Os Olhos Sem Rosto \/ Les Yeux sans Visage<\/em> (1960), de Georges Franju<\/li>\n
  6. Playtime – Tempo de Divers\u00e3o \/ Playtime<\/em> (1967), de Jacques Tati<\/li>\n
  7. O Desprezo \/ Le M\u00e9pris<\/em> (1963), de Jean-Luc Godard<\/li>\n
  8. O Atalante \/ L’Atalante<\/em> (1934), de Jean Vigo<\/li>\n
  9. Os Incompreendidos \/ Les Quatre Cents Coups (1959), de Fran\u00e7ois Truffaut<\/li>\n
  10. A Bela e a Fera \/ La Belle et la B\u00eate<\/em> (1946), de Jean Cocteau e Ren\u00e9 Cl\u00e9ment<\/li>\n<\/ol>\n

    <\/h2>\n

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    Diretores franceses que todo cin\u00e9filo precisa conhecer<\/strong><\/h2>\n

    Para Larissa Figueiredo, entre os maiores diretores franceses podem ser citados:<\/p>\n

      \n
    • Marguerite Duras (diretora de Les Enfants<\/em>, Le Camion<\/em> e Destruir, Disse Ela \/ D\u00e9truire dit-elle<\/em>; coroteirista de Hiroshima, Meu Amor \/ Hiroshima Mon Amour<\/em>)<\/li>\n
    • Jean-Luc Godard (de Acossado \/ \u00c0 Bout de Souffle<\/em>, Uma Mulher \u00c9 Uma Mulher \/ Une Femme est une Femme, Viver a Vida \/ Vivre sa Vie: Film en Douze Tableaux<\/em>)<\/li>\n
    • Claire Dennis (Bom Trabalho \/ Beau Travail<\/em>, Nenette E Boni \/ N\u00e9nette et Boni<\/em>, 35 Doses de Rum \/ 35 Rhums<\/em>)<\/li>\n
    • Agn\u00e8s Varda (Os Renegados \/Sans toit ni loi<\/em>, Cl\u00e9o das 5 \u00e0s 7 \/ Cl\u00e9o de 5 \u00e0 7<\/em>, As Duas Faces da Felicidade \/ Le Bonheur<\/em>)<\/li>\n
    • Fran\u00e7ois Truffaut (Os Incompreendidos \/ Les Quatre Cents Coups<\/em>, Jules e Jim – Uma Mulher para Dois \/ Jules et Jim<\/em>, A Noite Americana \/ La Nuit Am\u00e9ricaine<\/em>)<\/li>\n<\/ul>\n

       <\/p>\n

      \"amelie<\/p>\n

       <\/p>\n

      Destacam-se, ainda:<\/p>\n

        \n
      • Alan Resnais (Hiroshima, Meu Amor \/ Hiroshima Mon Amour, O Ano Passado em Marienbad \/ L’ann\u00e9e Derni\u00e8re \u00e0 Marienbad<\/em>), Abdellatif Kechiche (Azul \u00e9 a Cor Mais Quente \/ La Vie d’Ad\u00e8le<\/em>)<\/li>\n
      • Chris Marker (A Pista \/ La Jet\u00e9e<\/em>), Claude Chabrol (Nas Garras do V\u00edcio \/ Le Beau Serge)<\/em><\/li>\n
      • Claude Lelouch (Um Homem, uma Mulher \/ Un Homme et une Femme<\/em>)<\/li>\n
      • Fran\u00e7ois Ozon (8 Mulheres \/ 8 Femmes<\/em>)<\/li>\n
      • Henri-Georges Clouzot (O Sal\u00e1rio do Medo \/ Le Salaire de la Peur<\/em>)<\/li>\n
      • Jacques Audiard (O Profeta \/ Un Proph\u00e8te<\/em>)<\/li>\n
      • Jacques Demy (Os Guarda-Chuvas do Amor \/ Les Parapluies de Cherbourg<\/em>)<\/li>\n
      • Jacques Tati (Playtime – Tempo de Divers\u00e3o \/ Playtime<\/em>)<\/li>\n
      • Jean Cocteau (A Bela e a Fera \/ La Belle et la Bete<\/em>)<\/li>\n
      • Jean Renoir (A Grande Ilus\u00e3o \/ La Grande Illusion<\/em>)<\/li>\n
      • Jean-Pierre Jeunet (Delicatessen, O Fabuloso Destino de Am\u00e9lie Poulain \/ Le Fabuleux Destin d’Am\u00e9lie Poulain<\/em>), Jean-Pierre Melville (O Samurai \/ Le Samoura\u00ef<\/em>)<\/li>\n
      • Leos Carax (Holy Motors<\/em>)<\/li>\n
      • Louis Malle (Adeus, Meninos \/ Au Revoir les Enfants<\/em>)<\/li>\n
      • Luc Besson (O Profissional \/ L\u00e9on<\/em>)<\/li>\n
      • Marcel Carn\u00e9 (O Boulevard do Crime \/ Les Enfants du Paradis<\/em>)<\/li>\n
      • Michel Hazanavicius (O Artista \/ The Artist<\/em>)<\/li>\n
      • Olivier Assayas (Depois de Maio \/ Apr\u00e8s Mai<\/em>)<\/li>\n
      • Olivier Nakache e \u00c9ric Toledano (Intoc\u00e1veis \/ Intouchables<\/em>, filme franc\u00eas de maior bilheteria no mundo)<\/li>\n
      • R\u00e9n\u00e9 Cl\u00e9ment (A Batalha dos Trilhos \/ Bataille du Rail<\/em>)<\/li>\n
      • Robert Bresson (As Damas do Bois de Boulogne \/ Les Dames du Bois de Boulogne<\/em>).<\/li>\n<\/ul>\n

         <\/p>\n

        \"\u00c0<\/p>\n

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        H\u00e1, tamb\u00e9m, alguns filmes franceses cujos diretores n\u00e3o s\u00e3o necessariamente da Fran\u00e7a, mas que poderiam entrar na lista de melhores filmes j\u00e1 produzidos no pa\u00eds:<\/p>\n

          \n
        • O Mart\u00edrio de Joana D’Arc \/ La Passion de Jeanne d’Arc<\/em> (1928)<\/li>\n
        • Rififi<\/em> (1955), A Bela da Tarde \/ Belle de Jour<\/em> (1967)<\/li>\n
        • Z<\/em> (1969), Trilogia das Cores: A Liberdade \u00e9 Azul, A Fraternidade \u00e9 Vermelha, A Igualdade \u00e9 Branca \/ Trois Couleurs: Bleu, Rouge, Blanc<\/em> (1993-1994)<\/li>\n
        • Irrevers\u00edvel \/ Irr\u00e9versible<\/em> (2002)<\/li>\n
        • O Escafandro e a Borboleta \/ Le Scaphandre et le Papillon<\/em> (2007)<\/li>\n
        • Amor \/ Amour<\/em> (2012), Elle<\/em> (2016).<\/li>\n<\/ul>\n

           <\/p>\n

          Vale lembrar que um dos cineastas mais importantes dos prim\u00f3rdios do cinema, Georges M\u00e9li\u00e8s, tamb\u00e9m era franc\u00eas. Seu trabalho inovador e efeitos pr\u00e1ticos realizados com t\u00e9cnicas de ilusionismo fazem de Viagem \u00e0 Lua \/ Le Voyage dans la Lune<\/em> (1902), at\u00e9 os dias de hoje, um dos filmes mais fascinantes da hist\u00f3ria do cinema \u2013 imprescind\u00edvel a qualquer cin\u00e9filo que se preze.<\/p>\n

           <\/p>\n

          <\/div>\n