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Em seu segundo dia, a Semana de Orienta\u00e7\u00e3o da Academia Internacional de Cinema (AIC) em S\u00e3o Paulo trouxe o Diretor de Fotografia\u00a0Marcelo Trotta. O est\u00fadio estava cheio desde a proje\u00e7\u00e3o do filme \u201cQuanto Dura o Amor?\u201d (Dire\u00e7\u00e3o Roberto Moreira), que assinou a Fotografia, e o\u00a0p\u00fablico ficou vidrado em suas falas t\u00e3o importantes sobre a tecnologia na hist\u00f3ria do cinema, arte, modismos e o mercado de trabalho atual.<\/p>\n
Antes de falar da paix\u00e3o pela Fotografia, Marcelo come\u00e7ou o bate-papo falando sobre a democratiza\u00e7\u00e3o dos meios e alertando os alunos das responsabilidades do Diretor de Fotografia e import\u00e2ncia de ter experi\u00eancias em sets profissionais de filmagem.<\/p>\n
S\u00f3 estudando v\u00eddeos na internet, voc\u00ea aprende a fazer c\u00e2mera, ilumina\u00e7\u00e3o. Mas provavelmente estar\u00e1 jogando fora 120 anos de conhecimento acumulado e toda a outra parte do trabalho, que n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 ilumina\u00e7\u00e3o e fazer c\u00e2mera. Gerenciamento de equipe, como lidar com produtor executivo, e de forma respeitosa com os atores – \u00e0s vezes fazendo cenas super dram\u00e1ticas. S\u00e3o muitas outras responsabilidades que voc\u00ea s\u00f3 consegue entrar em contato se estiver em um set profissional. Acho que estamos vivendo um momento em que existe uma democratiza\u00e7\u00e3o dos meios, voc\u00ea pode ter uma c\u00e2mera fotogr\u00e1fica super barata e fazer imagens bem legais com ela, mas ao mesmo tempo \u00e9 importante tamb\u00e9m tentar ter uma fun\u00e7\u00e3o num set profissional, pode ser uma fun\u00e7\u00e3o abaixo do que voc\u00ea j\u00e1 sabe, pra entender esse esquema. Isso est\u00e1 ficando especialmente importante com a internacionaliza\u00e7\u00e3o da distribui\u00e7\u00e3o, \u00e9 isso que o v\u00eddeo est\u00e1 trazendo. Tem alguns procedimentos que agora ter\u00e3o que ser seguidos com muito mais rigor.<\/p><\/blockquote>\n
Em seguida, Marcelo come\u00e7ou a proje\u00e7\u00e3o dos slides contextualizando com sua trajet\u00f3ria profissional, quando iniciou a carreira ainda na faculdade com 19 anos, em 1990 na MTV Brasil. Na emissora, teve uma carreira mete\u00f3rica, come\u00e7ando como operador de VT, editor, produtor executivo de chamadas, depois passando para a assist\u00eancia de dire\u00e7\u00e3o e p\u00f3s-produ\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
A gente fazia videoclipes que influenciavam a publicidade, e assim por diante. A gente se arriscava mais, e foi andando pra frente com isso. Naquela \u00e9poca filmava em filme, era dif\u00edcil ter acesso as coisas. E hoje em dia a gente vive um oceano de produ\u00e7\u00e3o audiovisual. E hoje, como a facilidade de produ\u00e7\u00e3o ficou muito grande, a gente tem que come\u00e7ar a falar mais de conceito e de inven\u00e7\u00e3o. Temos que tomar cuidado pra n\u00e3o substituir o que \u00e9 inven\u00e7\u00e3o pelo registro interessante. O esp\u00edrito do nosso tempo agora \u00e9 o registro interessante. Vou filmar um neg\u00f3cio que \u00e9 a minha namorada andando na floresta, vou colocar uma lente aqui, dar uns “flairz\u00e3o”, esse \u00e9 um registro interessante de uma situa\u00e7\u00e3o que n\u00e3o \u00e9 especialmente interessante, e quando voc\u00ea olha o frame de cima tem dire\u00e7\u00e3o de arte, mistura de temperatura de cor, tem escolha da roupa, tem um monte de coisas que d\u00e3o inten\u00e7\u00e3o na cena.\u00a0 Ent\u00e3o a gente n\u00e3o pode ficar escravo da tecnologia e dessa coisa t\u00e9cnica, quem est\u00e1 atr\u00e1s da c\u00e2mera tem que pensar no que est\u00e1 na frente, pra isso em si ser interessante e ser um conte\u00fado legal, n\u00e3o ser aquela coisa de dourar p\u00edlula. Por que hoje em dia, por exemplo, o mundo de movimento de c\u00e2mera \u00e9 isso a\u00ed, casament\u00e3o, agora rolando o movimento de drone. Era car\u00edssimo fazer uma tomada de helic\u00f3ptero, e agora como todo mundo tem drone, acontece uma banaliza\u00e7\u00e3o da linguagem. Ent\u00e3o isso \u00e9 uma coisa que a gente tem que cuidar.<\/p><\/blockquote>\n
No final, Marcelo contou com detalhes sobre o projeto do filme\u00a0\u201cQuanto Dura o Amor?\u201d (Dire\u00e7\u00e3o Roberto Moreira), que assinou a Fotografia,\u00a0e respondeu as d\u00favidas dos alunos e convidados que estavam no est\u00fadio e acompanhando online pelo Canal da AIC no Youtube<\/a>.<\/p>\n
Desde 1998, Marcelo trabalha exclusivamente como diretor de fotografia para filmes, s\u00e9ries, videoclipes e filmes publicit\u00e1rios. Recebeu os pr\u00eamios de Melhor Fotografia em Curta-Metragem no Festival de Gramado (2004), Melhor Fotografia de Videoclipe no VMB de 2005 e de Melhor Fotografia de Curta-Metragem no Festival de Curitiba (2005). Foi Diretor de fotografia dos filmes\u00a0O Signo da Cidade<\/em>, de Carlos Alberto Riccelli,\u00a0Quanto Dura o Amor<\/em>, de Roberto Moreira, entre outros. Na TV, trabalhou nas s\u00e9ries\u00a0Alice<\/em>, da HBO, \u00d3, pai, \u00d3,<\/em>\u00a0da TV Globo,\u00a0Som e F\u00faria<\/em>, TV Globo, entre outras.<\/p>\n
O bate-papo com Marcelo Trotta foi\u00a0transmitido ao vivo no canal no Youtube. Assista!<\/strong><\/p>\n