Primeira cerim\u00f4nia do Oscar, no Hollywood Roosevelt Hotel em 1929.<\/figcaption><\/figure>\nA primeira cerim\u00f4nia do Oscar foi realizada em maio de 1929, em um jantar exclusivo no Hollywood Roosevelt Hotel, homenageando os melhores filmes de 1927 e 1928. <\/span><\/p>\nJ\u00e1 a primeira transmiss\u00e3o do evento aconteceu pelo r\u00e1dio, em 1930. Somente em 1953 a festa passou a ser televisionada, tendo se tornado uma atra\u00e7\u00e3o anual em mais de 200 pa\u00edses, al\u00e9m de ser transmitida pela Internet. <\/span><\/p>\nDesde o surgimento da premia\u00e7\u00e3o, j\u00e1 foram entregues mais de 3 mil estatuetas.<\/span><\/p>\nO local de realiza\u00e7\u00e3o da cerim\u00f4nia de entrega do Oscar variou muito, no decorrer dos anos, embora sempre tenha sido em Los Angeles, na Calif\u00f3rnia. <\/span><\/p>\nDesde 2002, a premia\u00e7\u00e3o acontece no Dolby Theatre (tamb\u00e9m conhecido como Kodak Theatre). Foi nele que aconteceu a entrega dos pr\u00eamios este ano, pela 90\u00aa vez, em um evento que teve como anfitri\u00e3o o apresentador Jimmy Kimmel.<\/span><\/p>\nComo funciona?<\/b><\/h3>\nTeatro Dolby em Los Angeles, tamb\u00e9m conhecido como Kodak Theatre, onde a premia\u00e7\u00e3o acontece desde 2002.<\/figcaption><\/figure>\nPara que um filme seja eleg\u00edvel nas categorias de longa-metragem, ele deve ter no m\u00ednimo 40 minutos de dura\u00e7\u00e3o e possuir c\u00f3pias em 35 mm ou 70 mm. Recentemente, passaram a ser aceitos tamb\u00e9m longas em formato digital de alta resolu\u00e7\u00e3o. Os produtores dos filmes tamb\u00e9m devem preencher formul\u00e1rios online, especificando os cr\u00e9ditos de cada produ\u00e7\u00e3o, dentro de um prazo. <\/span><\/p>\nAo final de dezembro, c\u00e9dulas de vota\u00e7\u00e3o e um lembrete da Lista de Lan\u00e7amentos Eleg\u00edveis s\u00e3o encaminhados aos membros da Academia, contendo cinco indicados em cada categoria – exceto Melhor Filme, que pode ter at\u00e9 dez produ\u00e7\u00f5es concorrendo. Na maioria dos casos, os votantes escolhem os vencedores apenas dentro das \u00e1reas em que eles mesmos atuam (por exemplo, atores votam nos atores) – exceto, novamente, para a escolha do Melhor Filme, em que todos os membros participam. <\/span><\/p>\nEm geral, o an\u00fancio dos filmes indicados ao Oscar \u00e9 anunciado ao p\u00fablico na metade de janeiro. Produtoras e distribuidoras gastam milhares de d\u00f3lares em marketing todos os anos – no per\u00edodo conhecido como “Oscar season” – para convencer os membros da Academia a votarem em determinado filme, especialmente nas categorias consideradas mais importantes. No entanto, a pr\u00f3pria Academia busca limitar essas campanhas, de modo a permitir uma vota\u00e7\u00e3o minimamente imparcial. <\/span><\/p>\nO Brasil no Oscar<\/b><\/h3>\n A categoria de Melhor Filme Estrangeiro foi introduzida apenas no ano de 1957. Antes disso, os filmes de outros pa\u00edses eram premiados com o Special Achievement Award. O primeiro brasileiro a ser indicado a um Oscar foi Ary Barroso, em 1945, pela composi\u00e7\u00e3o “Rio de Janeiro” na categoria Melhor M\u00fasica Original, para o filme norte-americano <\/span>Brazil<\/span><\/i>. Na categoria Melhor Filme Estrangeiro, a primeira vit\u00f3ria veio em 1960, com o drama \u00edtalo-franco-brasileiro <\/span>Orfeu do Carnaval<\/span><\/i>. Apenas em 1963 o Brasil teve seu pr\u00f3prio representante entre os melhores filmes estrangeiros do ano, com <\/span>O Pagador de Promessas<\/span><\/i>, de Anselmo Duarte. <\/span><\/p>\nAinda no que diz respeito a coprodu\u00e7\u00f5es, o longa brasileiro, franc\u00eas e belga <\/span>Raoni <\/span><\/i>concorreu na categoria de Melhor Document\u00e1rio, em 1979. J\u00e1 em 1986, a co-produ\u00e7\u00e3o brasileira e norte-americana <\/span>O Beijo da Mulher-Aranha<\/span><\/i> recebeu quatro indica\u00e7\u00f5es ao Oscar, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor para o cineasta naturalizado brasileiro Hector Babenco.<\/span><\/p>\nCentra do Brasil (1999) \u00e9 indicado ao Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.<\/figcaption><\/figure>\nOs anos 1990 podem ser considerados uma boa fase do cinema nacional no Oscar, j\u00e1 que tr\u00eas representantes nossos tiveram indica\u00e7\u00f5es na categoria de Melhor Filme Estrangeiro: <\/span>O Quatrilho<\/span><\/i> (1996), <\/span>O Que \u00c9 Isso, Companheiro?<\/span><\/i> (1998) e <\/span>Central do Brasil<\/span><\/i> (1999).<\/span><\/p>\nA primeira indica\u00e7\u00e3o do Brasil a um Oscar de Melhor Curta-Metragem foi em 2001, para <\/span>Uma Hist\u00f3ria de Futebol<\/span><\/i>. Em 2004, <\/span>Cidade de Deus <\/span><\/i>surpreendentemente recebeu quatro indica\u00e7\u00f5es, nas categorias Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia e Melhor Edi\u00e7\u00e3o, mesmo tendo sido ignorado como Melhor Filme Estrangeiro. <\/span><\/p>\nEntre as conquistas mais recentes est\u00e3o as indica\u00e7\u00f5es ao Oscar de Melhor Longa-Metragem de Document\u00e1rio para os filmes <\/span>Lixo Extraordin\u00e1rio<\/span><\/i>(2011), uma produ\u00e7\u00e3o do Brasil e Reino Unido, e <\/span>O Sal da Terra<\/span><\/i> (2015). Em 2016, tivemos nossa primeira indica\u00e7\u00e3o na categoria de Melhor Longa-Metragem de Anima\u00e7\u00e3o, com <\/span>O Menino e o Mundo<\/span><\/i>, de Al\u00ea Abreu. No entanto, o cineasta brasileiro Carlos Saldanha tamb\u00e9m j\u00e1 esteve na premia\u00e7\u00e3o algumas vezes por seu trabalho nas anima\u00e7\u00f5es norte-americanas <\/span>A Era do Gelo<\/span><\/i> (<\/span>Ice Age<\/span><\/i>),<\/span> Aventura Perdida de Scrat<\/span><\/i> (<\/span>Gone Nutty<\/span><\/i>), <\/span>Rio <\/span><\/i>e <\/span>O Touro Ferdinando <\/span><\/i>(<\/span>Ferdinand<\/span><\/i>).<\/span><\/p>\nCada pa\u00eds deve submeter apenas um longa-metragem por ano \u00e0 categoria de Melhor Filme Estrangeiro, cuja \u00fanica regra \u00e9 que seus di\u00e1logos sejam predominantemente em uma l\u00edngua diferente do ingl\u00eas. Caso a obra seja selecionada para estar entre os cinco filmes indicados ao Oscar, \u00e9 interessante que tenha sido vista pela maior quantidade poss\u00edvel de membros da Academia – j\u00e1 que nem todos os votantes conseguem assistir a todos os filmes.<\/span><\/p>\nQuest\u00f5es pol\u00eamicas –\u00a0 representatividade<\/b><\/h3>\n Atualmente, o n\u00famero de membros votantes da Academia \u00e9 de 8 mil profissionais do cinema. H\u00e1 representantes das mais diversas \u00e1reas dentro da produ\u00e7\u00e3o cinematogr\u00e1fica, selecionados de acordo com sua contribui\u00e7\u00e3o para a s\u00e9tima arte; contudo, os atores constituem o bloco mais numeroso, com 22% do total. <\/span>Um dado preocupante \u00e9 que, na \u00faltima pesquisa realizada, constatou-se que 94% dos membros da Academia eram brancos, 77% homens e 54% com idade acima de 60 anos. Esses n\u00fameros deram origem a movimentos que buscam representatividade e inclus\u00e3o em Hollywood, com destaque para o recente #OscarsSoWhite. A falta de diversidade \u00e9 gritante nas estat\u00edsticas: de 1929 a 1991, apenas 6.4% dos indicados a Oscars n\u00e3o eram brancos; a partir de ent\u00e3o, esse n\u00famero passou para 11.2%. A lista de vencedores de estatuetas entre as minorias \u00e9 ainda mais insignificante.<\/span><\/p>\nA atriz e ativista de direitos civis Sacheen Littlefeather, de origem ind\u00edgena, que participou da cerim\u00f4nia no lugar de Marlon Brando, que se recusou a receber sua estatueta de Melhor Ator em O Poderoso Chef\u00e3o (1972) alegando ser contra a discrimina\u00e7\u00e3o e os retratos estereotipados da popula\u00e7\u00e3o ind\u00edgena na ind\u00fastria cinematogr\u00e1fica norte-americana.<\/figcaption><\/figure>\nOutra cr\u00edtica est\u00e1 no fato de que muitos filmes usam uma f\u00f3rmula conhecida como “Oscar bait” (ou isca de Oscar) para “fisgar” os membros da Academia. Geralmente s\u00e3o filmes grandiosos, como romances \u00e9picos e hist\u00f3ricos, dramas biogr\u00e1ficos ou melodramas familiares, lan\u00e7ados nos cinemas dos Estados Unidos tr\u00eas meses antes do final do ano. A Academia tem fama de favorecer certos tipos de filmes, em detrimento de g\u00eaneros como suspense e fic\u00e7\u00e3o cient\u00edfica (exceto nas categorias t\u00e9cnicas, como efeitos especiais) ou mesmo produ\u00e7\u00f5es independentes.<\/span><\/p>\nOutro incidente que ajudou a manchar a credibilidade da cerim\u00f4nia ocorreu em 2017, quando os atores Warren Beatty e Faye Dunaway anunciaram erroneamente que o vencedor na categoria Melhor Filme era o musical <\/span>La La Land<\/span><\/i>, quando na verdade o pr\u00eamio deveria ir para <\/span>Moonlight<\/span><\/i>. Posteriormente, descobriu-se que o envelope errado havia sido entregue aos apresentadores. O constrangimento foi ainda maior pelo fato de que a equipe de<\/span> La La Land<\/span><\/i> j\u00e1 se encontrava no palco, com as estatuetas em m\u00e3os, fazendo seus agradecimentos. <\/span><\/p>\nHouve tamb\u00e9m quem tenha recusado o Oscar, como forma de protesto. O primeiro a boicotar a cerim\u00f4nia e abrir m\u00e3o do pr\u00eamio foi o roteirista Dudley Nichols (vencedor de Melhor Roteiro em 1935), por conta dos conflitos, na \u00e9poca, entre a Academia e o Sindicato dos Roteiristas. George C. Scott foi a segunda pessoa a recusar um Oscar, referindo-se ao pr\u00eamio como um “desfile de carne” e dizendo que n\u00e3o queria fazer parte disso. J\u00e1 Marlon Brando recusou sua estatueta de Melhor Ator em <\/span>O Poderoso Chef\u00e3o<\/span><\/i> (1972) alegando ser contra a discrimina\u00e7\u00e3o e os retratos estereotipados da popula\u00e7\u00e3o ind\u00edgena na ind\u00fastria cinematogr\u00e1fica norte-americana. Ele chegou a enviar \u00e0 cerim\u00f4nia, em seu lugar, a atriz e ativista de direitos civis Sacheen Littlefeather, de origem ind\u00edgena, para ler um discurso de 15 p\u00e1ginas a respeito do assunto.<\/span><\/p>\n“And the Oscar goes to…”<\/b><\/h3>\nWalt Disney foi premiado com 22 Oscars, de um total de 59 indica\u00e7\u00f5es.<\/figcaption><\/figure>\nTr\u00eas filmes seguem empatados como maiores vencedores de Oscars da hist\u00f3ria, com um total de 11 pr\u00eamios: <\/span>Ben-Hur<\/span><\/i> (1959), nomeado em 12 categorias; <\/span>Titanic <\/span><\/i>(1997), nomeado em 14 categorias; e <\/span>The Lord of the Rings: The Return of the King<\/span><\/i> (2003), nomeado em 11 categorias e vencedor em todas elas. <\/span><\/p>\nEntre os que receberam mais indica\u00e7\u00f5es, com um total de 14, est\u00e3o os filmes: <\/span>All About Eve<\/span><\/i> (1950), <\/span>Titanic <\/span><\/i>(1997) e <\/span>La La Land<\/span><\/i> (2016). <\/span><\/p>\nQuanto \u00e0 pessoa que mais recebeu estatuetas em sua carreira, certamente foi o dono dos est\u00fadios Disney.\u00a0<\/span>O magnata da anima\u00e7\u00e3o Walt Disney foi premiado com nada menos do que 22 Oscars, de um total de 59 indica\u00e7\u00f5es.<\/span><\/p>\nKatharine Hepburn foi a mulher que mais venceu como Melhor Atriz, com um total de quatro estatuetas.<\/figcaption><\/figure>\nEntre os atores, Meryl Streep \u00e9 a campe\u00e3 de indica\u00e7\u00f5es, tendo sido nomeada 21 vezes, como Melhor Atriz e Coadjuvante. Ela ganhou tr\u00eas Oscars, assim como Ingrid Bergman. <\/span><\/p>\nKatharine Hepburn foi a mulher que mais venceu como Melhor Atriz, com um total de quatro estatuetas. <\/span><\/p>\nEm meio aos homens, o vencedor \u00e9 Jack Nicholson, que soma 12 indica\u00e7\u00f5es, tendo vencido em tr\u00eas ocasi\u00f5es – assim como Daniel Day-Lewis, com tr\u00eas vit\u00f3rias como Melhor Ator, e Walter Brennan, que ganhou tr\u00eas vezes como Melhor Ator Coadjuvante. <\/span><\/p>\nNos 90 anos de hist\u00f3ria do Oscar, apenas dois atores receberam a estatueta postumamente: o brit\u00e2nico Peter Finch, que venceu como Melhor Ator por <\/span>Network – Rede de Intrigas<\/span><\/i> (1976) e o australiano Heath Ledger, como Melhor Ator Coadjuvante em <\/span>Batman: O Cavaleiro das Trevas<\/span><\/i> (2009).<\/span><\/p>\nKathryn Bigelow \u00e9 a \u00fanica mulher a receber um Oscar como melhor diretora na hist\u00f3ria do evento, por Guerra ao Terror (2010).<\/figcaption><\/figure>\nOs pr\u00eamios de Melhor Filme e Melhor Dire\u00e7\u00e3o sempre estiveram conectados na cerim\u00f4nia do Oscar, tanto que s\u00e3o os \u00faltimos a serem apresentados durante a festa. Das 90 produ\u00e7\u00f5es que venceram na categoria Melhor Filme, 63 tamb\u00e9m receberam o pr\u00eamio de Melhor Dire\u00e7\u00e3o. <\/span><\/p>\nEsse n\u00famero inclui a \u00fanica mulher a receber um Oscar como melhor diretora na hist\u00f3ria do evento: Kathryn Bigelow, por <\/span>Guerra ao Terror<\/span><\/i> (2010). <\/span><\/p>\nApenas outras quatro cineastas j\u00e1 receberam indica\u00e7\u00f5es nessa categoria: Greta Gerwig (2018), Lina Wertmuller (1977), Jane Campion (1994) e Sofia Coppola (2004).<\/p>\n