{"id":18142,"date":"2018-03-26T10:35:27","date_gmt":"2018-03-26T13:35:27","guid":{"rendered":"http:\/\/aicinema.site.brtloja.com.br\/?p=18142"},"modified":"2018-09-11T09:46:29","modified_gmt":"2018-09-11T12:46:29","slug":"fundo-setorial-do-audiovisual-fsa","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/fundo-setorial-do-audiovisual-fsa\/","title":{"rendered":"Fundo Setorial do Audiovisual (FSA)"},"content":{"rendered":"<p>Um dos maiores desafios, para os produtores de cinema, \u00e9 conseguir recursos para tirar hist\u00f3rias do papel. Felizmente, algumas iniciativas p\u00fablicas est\u00e3o a\u00ed para fomentar a produ\u00e7\u00e3o e refor\u00e7ar um mercado que, apesar de ainda em crescimento, j\u00e1 mostra sinais de maturidade.<\/p>\n<p>Embora a ind\u00fastria cinematogr\u00e1fica no Brasil n\u00e3o seja t\u00e3o estabelecida quando a hollywoodiana, \u00e9 percept\u00edvel o enorme sucesso de filmes recentes nas bilheterias, tanto em salas de cinema nacionais quanto internacionais. Essa presen\u00e7a de produtores e diretores brasileiros no cen\u00e1rio mundial abre cada vez mais possibilidades de neg\u00f3cios e de desenvolvimento para o nosso mercado; o que, consequentemente, agrega profissionais e gera recursos para novas produ\u00e7\u00f5es.<\/p>\n<p><b>Deixe seu e-mail e Receba&#8230;<\/b><\/p>\n<p>Convite para eventos gratuitos, entrevistas e dicas, promo\u00e7\u00f5es e descontos nos cursos da AIC<\/p>\n<p><script type=\"text\/javascript\" src=\"\/\/mautic.aicinema.com.br\/form\/generate.js?id=26\"><span data-mce-type=\"bookmark\" style=\"display: inline-block; width: 0px; overflow: hidden; line-height: 0;\" class=\"mce_SELRES_start\">\ufeff<\/span><\/script><br \/>\n<b> <\/b><br \/>\n<b> <\/b><br \/>\n<b> <\/b><br \/>\n<b> <\/b><\/p>\n<p>Mesmo em tempos de vulnerabilidade econ\u00f4mica, o governo foi capaz de vislumbrar esse retorno para nossa ind\u00fastria cultural e se tornou um verdadeiro parceiro dos produtores nesse mercado com tanto potencial lucrativo. Num contexto em que os produtores t\u00eam se informado, cada vez mais, sobre formas de viabiliza\u00e7\u00e3o, a Ag\u00eancia Nacional de Cinema (Ancine) e o Minist\u00e9rio da Cultura t\u00eam buscado, de maneira consistente, suprir essa demanda do audiovisual brasileiro por recursos, principalmente no que diz respeito a filmes de longa-metragem.<\/p>\n<p>Nesse sentido, o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) \u00e9 um mecanismo de incentivo muito bem-vindo. Uma das vantagens dessa fonte de recursos \u00e9 que ela atende \u00e0s empresas mais diversas, desde as j\u00e1 consolidadas at\u00e9 produtoras estreantes, de praticamente todos os estados do pa\u00eds. Nas linhas de TV, por exemplo, mais da metade dos contratos de investimento celebrados foram com proponentes que realizaram poucos projetos anteriores com recursos p\u00fablicos.<\/p>\n<h3><strong>Hist\u00f3rias de sucesso<\/strong><\/h3>\n<p>Entre os filmes nacionais produzidos por meio do FSA, n\u00e3o faltam exemplos de produ\u00e7\u00f5es bem-sucedidas, junto ao p\u00fablico e tamb\u00e9m \u00e0 cr\u00edtica. <em>Hoje eu Quero Voltar Sozinho<\/em>, de Daniel Ribeiro, chegou a ser o representante brasileiro na disputa pelo Oscar de filme estrangeiro, h\u00e1 alguns anos.<\/p>\n<p>Na lista de longas de sucesso nas telas de cinema est\u00e3o ainda <em>Praia do Futuro<\/em>, de Karim A\u00efnouz; <em>Faroeste Caboclo<\/em>, de Ren\u00e9 Sampaio; <em>Boa Sorte<\/em>, de Carolina Jabor; <em>Rio Corrente<\/em>, de Paulo Sacramento; <em>Entre N\u00f3s<\/em>, de Pedro e Paulo Morelli; <em>Somos T\u00e3o Jovens<\/em>, de Antonio Carlos da Fontoura; <em>Irm\u00e3 Dulce<\/em>, de Vicente Amorim; <em>Os homens s\u00e3o de Marte e \u00e9 pra l\u00e1 que eu vou<\/em>, de Marcus Baldini; <em>Chico Xavier<\/em>, de Daniel Filho; <em>Qualquer Gato Vira-Lata 2<\/em>, de Tomas Portella; <em>Xingu<\/em>, de Cao Hamburger; <em>O Palha\u00e7o<\/em>, de Selton Mello; e<em> Os Amigos<\/em>, de Lina Chamie, cineasta e professora da Academia Internacional de Cinema (AIC).<\/p>\n<p>As com\u00e9dias, em especial, proporcionaram retornos financeiros consider\u00e1veis para o FSA, em certos casos at\u00e9 dobrando o valor investido. Entre as mais vistas pelo p\u00fablico \u2013 e tamb\u00e9m mais lucrativas &#8211; est\u00e3o <em>De Pernas pro Ar<\/em>, <em>At\u00e9 que a Sorte nos Separe <\/em>e <em>Loucas pra Casar<\/em>, de Roberto Santucci; <em>Cilada.com<\/em>, de Bruno Mazzeo; e <em>Minha M\u00e3e \u00e9 uma Pe\u00e7a<\/em>, de Andre Pellenz.<\/p>\n<p>Produtores menores e filmes de estados fora do eixo Rio\/S\u00e3o Paulo tamb\u00e9m t\u00eam seu espa\u00e7o entre os contemplados pelo fundo, que preza pela diversidade de vozes no cinema brasileiro. Nas chamadas p\u00fablicas mais recentes para produ\u00e7\u00f5es independentes, foram aplicados recursos em projetos de Santa Catarina, Maranh\u00e3o, Minas Gerais, Paran\u00e1, Amap\u00e1 e Distrito Federal.<\/p>\n<h3><strong>Sobre o Fundo<\/strong><\/h3>\n<p>O FSA \u00e9 composto por recursos federais, destinados ao desenvolvimento de toda a cadeia produtiva do audiovisual no pa\u00eds. Criado em 2006 e regulamentado em 2007, o fundo recolhe taxas geradas dentro da pr\u00f3pria atividade audiovisual e reinveste esse dinheiro em projetos como:<\/p>\n<ul>\n<li>Desenvolvimento, produ\u00e7\u00e3o e distribui\u00e7\u00e3o de obras para cinema e TV (longas-metragens e s\u00e9ries);<\/li>\n<li>Desenvolvimento de jogos eletr\u00f4nicos;<\/li>\n<li>A\u00e7\u00f5es de infraestrutura (como a constru\u00e7\u00e3o e moderniza\u00e7\u00e3o de salas de cinema);<\/li>\n<li>Financiamento de empresas de p\u00f3s-produ\u00e7\u00e3o;<\/li>\n<li>Inova\u00e7\u00e3o e capacita\u00e7\u00e3o profissional.<\/li>\n<\/ul>\n<p>O FSA re\u00fane, atualmente, um conjunto de editais, operados principalmente pela Ancine, mas tamb\u00e9m pela Secretaria do Audiovisual do Minist\u00e9rio da Cultura, ou em parcerias com secretarias de cultura e outros \u00f3rg\u00e3os estaduais e municipais, por meio de editais regionais de investimento \u2013 como os da SP Cine e Riofilme.<\/p>\n<p>Para quem quer produzir um projeto audiovisual, vale pesquisar sobre as diversas linhas de a\u00e7\u00e3o do fundo, com programas direcionados a todos os segmentos da ind\u00fastria, incluindo o <a href=\"https:\/\/fsa.ancine.gov.br\/programas\/prodecine\">PRODECINE<\/a> (Programa de Apoio do Desenvolvimento do Cinema Brasileiro), o <a href=\"https:\/\/fsa.ancine.gov.br\/?q=programas\/prodav\">PRODAV<\/a> (Programa de Apoio do Desenvolvimento do Audiovisual Brasileiro) e o <a href=\"https:\/\/fsa.ancine.gov.br\/programas\/programa-cinema-perto-de-voce\">PROINFRA<\/a> (Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Infraestrutura).<strong>\u00a0<\/strong><\/p>\n<h3><strong>Passo a passo<\/strong><\/h3>\n<ol>\n<li>O primeiro passo para buscar recursos do FSA \u00e9 ter uma empresa registrada na Ancine e classificada como agente econ\u00f4mico brasileiro independente. Essa \u00e9 a condi\u00e7\u00e3o inicial para acessar a maioria das chamadas p\u00fablicas.<\/li>\n<li>O segundo passo \u00e9 ler os textos das chamadas, publicados no site: <a href=\"http:\/\/www.brde.com.br\/fsa\/\">http:\/\/www.brde.com.br\/fsa\/<\/a>. A partir da\u00ed, \u00e9 necess\u00e1rio elaborar uma proposta de acordo com o perfil do projeto que o produtor deseja inscrever, tendo em vista todos os requerimentos do edital e prestando muita aten\u00e7\u00e3o aos prazos.<\/li>\n<li>O proponente dever\u00e1 ent\u00e3o preencher a inscri\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica espec\u00edfica para seu processo de sele\u00e7\u00e3o, dispon\u00edvel no Sistema FSA\/BRDE, apresentando tamb\u00e9m todos os documentos solicitados.<\/li>\n<li>Os projetos passam por uma triagem documental, para verificar se est\u00e3o aptos a serem analisados. Por fim, a an\u00e1lise leva em conta quesitos como coer\u00eancia, relev\u00e2ncia e experi\u00eancia da equipe envolvida.<\/li>\n<li>O produtor precisa estar atento aos comunicados no site e verificar as listas de projetos deferidos.<\/li>\n<\/ol>\n<blockquote><p><u>Dica dos profissionais da AIC<\/u>: A melhor forma de acessar os recursos do FSA \u00e9 elaborar um projeto relevante e bem escrito. Um ponto que merece aten\u00e7\u00e3o \u00e9 o descritivo do projeto, j\u00e1 que os textos de apresenta\u00e7\u00e3o e de justificativa devem ser claros e objetivos, atendendo \u00e0s demandas do edital. Se poss\u00edvel, tente tamb\u00e9m encontrar um parceiro, tanto uma empresa coprodutora quanto um distribuidor ou canal de televis\u00e3o disposto a contribuir para tornar o projeto uma realidade.<\/p><\/blockquote>\n<h3><strong>A vis\u00e3o dos produtores<\/strong><\/h3>\n<p>Uma das grandes dificuldades dos produtores iniciantes diz respeito aos documentos de inscri\u00e7\u00e3o exigidos pelos editais. Outro desafio \u00e9 adequar o projeto aos formul\u00e1rios, que estabelecem um formato padr\u00e3o de apresenta\u00e7\u00e3o das propostas. Tanto no FSA como em qualquer outro concurso, \u00e9 preciso prestar muita aten\u00e7\u00e3o \u00e0s regras e detalhes, para que os requisitos de participa\u00e7\u00e3o sejam plenamente atendidos.<\/p>\n<p>De modo geral, para inscrever um projeto em um edital p\u00fablico, o produtor executivo precisa saber interpretar o roteiro, conhecendo suas necessidades no que diz respeito aos recursos humanos, t\u00e9cnicos, art\u00edsticos e log\u00edsticos. Essas informa\u00e7\u00f5es permitem ao profissional tra\u00e7ar um or\u00e7amento e um cronograma corretos.<\/p>\n<p>No caso de produtores que ainda n\u00e3o possuem muita experi\u00eancia no mercado audiovisual, \u00e9 aconselh\u00e1vel come\u00e7ar com concursos mais simples do que o FSA, como o <a href=\"http:\/\/www.proac.sp.gov.br\/noticias\/secretaria-da-cultura-do-estado-de-sao-paulo-divulga-calendario-do-proac-editais-2018\/\">Pr\u00eamio Est\u00edmulo ao Curta-Metragem<\/a> (fique atento, os primeiros editais devem ser lan\u00e7ados ainda no m\u00eas de mar\u00e7o) ou editais privados. Assim, pode-se aprender a visualizar e or\u00e7ar bem um projeto, antes de partir para fontes de recurso de maior complexidade.<\/p>\n<h3><strong>Ideias no papel<\/strong><\/h3>\n<p>Mas como aprender a preparar o projeto perfeito? Como tudo na vida, \u00e9 uma quest\u00e3o de pr\u00e1tica: o produtor aprende errando e acertando. Uma possibilidade \u00e9 buscar cursos na \u00e1rea de produ\u00e7\u00e3o, que tenham aulas especificamente sobre <em>pitching<\/em> e inscri\u00e7\u00e3o de projetos em editais e leis de incentivo. Afinal, esse \u00e9 um mercado que depende muito de recursos p\u00fablicos, por isso estar preparado para defender seu projeto \u00e9 sempre uma habilidade valiosa.<\/p>\n<p>Lembre-se: voc\u00ea n\u00e3o vai conseguir aprovar todos os projetos que inscrever. \u201cO importante \u00e9 continuar tentando e n\u00e3o desistir\u201d, observa <a href=\"https:\/\/aicinema.com.br\/docente\/alessandra-haro\/\">Alessandra Haro<\/a>, professora de <a href=\"https:\/\/aicinema.com.br\/cursos\/producao-audiovisual\/\">Produ\u00e7\u00e3o<\/a> na Academia Internacional de Cinema. Uma vez que a defesa do projeto esteja no papel, o trabalho maior j\u00e1 foi feito. Ou seja: se n\u00e3o for aprovado no FSA, basta buscar outros editais ou concursos e fazer os ajustes necess\u00e1rios. \u00c9 sempre um exerc\u00edcio.<\/p>\n<p>Outra dica de Alessandra \u00e9 entrar em contato com o \u00f3rg\u00e3o que vetou o projeto e descobrir as raz\u00f5es pelas quais ele n\u00e3o foi aprovado. \u201cEssa \u00e9 uma forma de entender o que deu errado, em que aspectos ele poderia ter pontuado melhor e ser bem-sucedido em uma tentativa futura\u201d, explica.<\/p>\n<p>Al\u00e9m de conhecer o funcionamento do fundo e as regras do edital em que se pretende inscrever, \u00e9 interessante participar de festivais de cinema e de outros eventos do mercado. Eles s\u00e3o fundamentais para ter contato com produtores mais experientes e conhecer a trajet\u00f3ria de projetos vencedores.<\/p>\n<h3><strong>O que esperar para 2018<\/strong><\/h3>\n<p>De acordo com <a href=\"https:\/\/aicinema.com.br\/docente\/leonardo-lima\/\">Leonardo Lima<\/a>, professor no curso de <a href=\"https:\/\/aicinema.com.br\/cursos\/producao-audiovisual\/\">Produ\u00e7\u00e3o Executiva<\/a> da AIC e servidor da Ancine no cargo de especialista em regula\u00e7\u00e3o, este ano devem ser implementados ajustes nas regras de acesso e de avalia\u00e7\u00e3o das empresas e de projetos para o FSA. Algumas mudan\u00e7as j\u00e1 foram aplicadas no novo edital, lan\u00e7ado em mar\u00e7o de 2018, voltado \u00e0 produ\u00e7\u00e3o de longas-metragens para o cinema.<\/p>\n<p>\u201cO Minist\u00e9rio da Cultura, atrav\u00e9s da Secretaria do Audiovisual, recentemente anunciou tamb\u00e9m o lan\u00e7amento de editais voltados a pol\u00edticas afirmativas, com cotas para mulheres, negros, ind\u00edgenas e projetos de empresas localizadas fora do eixo Rio\/S\u00e3o Paulo\u201d, ressalta Leonardo. S\u00f3 para esses editais, est\u00e1 prevista a aloca\u00e7\u00e3o de R$ 80 milh\u00f5es. O or\u00e7amento total do FSA este ano deve ficar em torno de R$ 700 milh\u00f5es, permanecendo no mesmo patamar de 2017.<\/p>\n<p><strong>Confira nossos cursos de <a href=\"https:\/\/aicinema.com.br\/cursos\/producao-audiovisual\/\">produ\u00e7\u00e3o audiovisual<\/a> para iniciar ou se aprofundar na \u00e1rea.<\/strong><\/p>\n<p><em>* Escrito por Katia Kreutz. Fontes consultadas para esse artigo, professores da Academia Internacional de Cinema: Leonardo Lima e Alessandra Haro<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<p>Um dos maiores desafios, para os produtores de cinema, \u00e9 conseguir recursos para tirar hist\u00f3rias do papel. Felizmente, algumas iniciativas p\u00fablicas est\u00e3o a\u00ed para fomentar a produ\u00e7\u00e3o e refor\u00e7ar um mercado que, apesar de ainda em crescimento, j\u00e1 mostra sinais de maturidade. 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