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Em que momento a vida deixa de ser um direito e passa a ser um dever? Essa \u00e9 uma das quest\u00f5es abordadas em\u00a0\u201cAntes do Fim\u201d, \u00faltimo longa-metragem do diretor e professor da Academia Internacional de Cinema (AIC)\u00a0Cristiano Burlan, que estreia nos cinemas no pr\u00f3ximo dia 15 de fevereiro.<\/p>\n
A coprodu\u00e7\u00e3o entre Bela Filmes<\/a> e canal Brasil<\/a>, protagonizado por Helena Ignez e Jean-Claude Bernardet, trata com leveza de quest\u00f5es existenciais relacionadas ao corpo e \u00e0 velhice, encarando o suic\u00eddio como um ato de resist\u00eancia. O filme retrata a vida do casal de idosos que na fic\u00e7\u00e3o leva o mesmo nome dos atores. Jean sente-se preso na l\u00f3gica de longevidade que a ind\u00fastria farmac\u00eautica o imp\u00f5e e decide planejar um suic\u00eddio consciente. Ele convida Helena para que o suic\u00eddio seja a dois. Ela, por sua vez, hesita, sabe que viver\u00e1 bem inclusive se precisar viver s\u00f3, mas o ajuda em suas inten\u00e7\u00f5es.<\/p>\n A proposta de Burlan era questionar o lugar do idoso na sociedade. Para o diretor, mais importante do que a oportunidade de trabalhar com duas figuras extraordin\u00e1rias do cinema brasileiro foi explorar o encontro de dois corpos em uma fase na qual muitas pessoas simplesmente abandonam a vontade de viver. \u201cO filme n\u00e3o \u00e9 sobre a morte, mas sobre a vida. Fala sobre a rela\u00e7\u00e3o que se descobre entre esse casal de artistas, antes do fim. Viver n\u00e3o pode ser um dever, mas um direito, um desejo\u201d, conta.<\/p>\n N\u00e3o \u00e9 a primeira vez que o diretor trabalha com Jean-Claude Bernardet. J\u00e1 Helena Ignez, \u00edcone do Cinema Marginal, \u00e9 a primeira vez. Por\u00e9m, da parceria Burlan-Ignez, se estende para novas produ\u00e7\u00f5es, a atriz participa do longa-metragem \u201cO Projecionista\u201d, que est\u00e1 em fase de finaliza\u00e7\u00e3o. \u201c\u00c9 sempre um desafio trabalhar com Helena e Jean-Claude, eles s\u00e3o intensos, rebeldes e embarcam comigo nesse abismo que \u00e9 produzir filmes nas circunst\u00e2ncias em que fa\u00e7o\u201d, diz.<\/p>\n O filme passou pelo \u00faltimo Festival de Bras\u00edlia, ganhou pr\u00eamios de melhor filme e dire\u00e7\u00e3o no Festival de Aruanda e recentemente esteve na Mostra de Tiradentes. Gravado em 2016, o longa conta tamb\u00e9m com a participa\u00e7\u00e3o dos ex-alunos Renato Maia (montagem), Lucas Negr\u00e3o (finaliza\u00e7\u00e3o de imagem), Helder Martins (fotografia), Emily Hozokawa (assistente de dire\u00e7\u00e3o), Amanda Bortolo (produ\u00e7\u00e3o de set) e dos professores\u00a0Ana Carolina Marinho<\/a>\u00a0e\u00a0Henrique Zanoni<\/a>\u00a0no elenco.<\/p>\n *Fotos: Marina de Almeida Prado<\/em><\/p>\n