{"id":17529,"date":"2017-10-31T10:35:44","date_gmt":"2017-10-31T12:35:44","guid":{"rendered":"http:\/\/aicinema.site.brtloja.com.br\/?p=17529"},"modified":"2017-11-01T11:11:03","modified_gmt":"2017-11-01T13:11:03","slug":"piano-forte-faz-carreira-em-festivais-nacionais-e-internacionais","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/piano-forte-faz-carreira-em-festivais-nacionais-e-internacionais\/","title":{"rendered":"“Piano Forte” faz carreira em festivais nacionais e internacionais"},"content":{"rendered":"
Por Katia Kreutz<\/p>\n
Curta-metragem da aluna da Academia Internacional de Cinema (AIC), Anabela Roque, acompanha os caminhos de um m\u00fasico autodidata da periferia carioca<\/em><\/strong><\/p>\n Baixada fluminense, sub\u00farbio de Rio de Janeiro. Para poder tocar piano, o m\u00fasico amador Maur\u00edcio Maia empreende uma jornada at\u00e9 ao centro da cidade, mapeando instrumentos abertos ao p\u00fablico. Seus olhos brilham a cada piano encontrado, especialmente aqueles que est\u00e3o afinados e prontos para serem tocados. Autodidata, ele acredita que a m\u00fasica ir\u00e1 guiar seu futuro.<\/p>\n \u201cEu acho que \u00e9 poss\u00edvel conseguir um piano. N\u00e3o \u00e9 uma coisa barata, mas tamb\u00e9m n\u00e3o \u00e9 imposs\u00edvel\u201d, observa o artista. Em seu caminho da periferia at\u00e9 o centro, que ele considera uma verdadeira viagem, Maur\u00edcio desafia as desigualdades de um mundo sem muitas oportunidades. Seu percurso mostra a realidade e o esfor\u00e7o de quem deseja viver da arte, mas n\u00e3o nasceu no \u201clado certo\u201d da cidade.<\/p>\n O curta-metragem documental Piano Forte<\/em>, realizado por um grupo de estudantes do FilmWorks da Academia Internacional de Cinema do Rio de Janeiro, com dire\u00e7\u00e3o de Anabela Roque, prop\u00f5e uma reflex\u00e3o sobre o acesso \u00e0 cultura e a determina\u00e7\u00e3o necess\u00e1ria a um artista. \u201cToda vez que vejo um piano, eu acho que n\u00e3o posso tocar. Eu sempre tenho essa sensa\u00e7\u00e3o de que n\u00e3o est\u00e1 aberto\u201d, descreve o m\u00fasico, que \u00e9 autor de algumas das composi\u00e7\u00f5es usadas no filme.<\/p>\n A diretora conta que a ideia inicial partiu de uma pesquisa sobre as rela\u00e7\u00f5es que se estabelecem \u00e0 volta de um piano aberto a qualquer pessoa, em um espa\u00e7o p\u00fablico. O plano era falar sobre um instrumento espec\u00edfico que se encontrava na Caixa Cultural, no centro do Rio de Janeiro, explorando seu papel como aglutinador de \u201cpersonagens\u201d e gerador de la\u00e7os afetivos, na troca de viv\u00eancias das mais diversas pessoas atrav\u00e9s da m\u00fasica.<\/p>\n \u201cA inten\u00e7\u00e3o era, sobretudo, de mostrar um exemplo de acessibilidade \u00e0 cultura em um momento no qual, politicamente, restringem-se oportunidades\u201d, explica Anabela. No entanto, o piano em quest\u00e3o foi desativado, ainda na fase de pesquisa do filme. \u201cFoi uma prova de como o acesso a um instrumento, at\u00e9 ent\u00e3o aberto a todos, pode ser simplesmente vetado, de um dia para outro\u201d, completa.<\/p>\n O foco da pesquisa ent\u00e3o mudou, passando a abordar o tema sob a perspectiva dos usu\u00e1rios do piano, j\u00e1 que Anabela havia conversado com algumas das pessoas que tocavam o instrumento naquele centro cultural. Um desses m\u00fasicos amadores era Maur\u00edcio Maia, cuja hist\u00f3ria impressionou a cineasta desde o primeiro momento. Jovem negro da periferia, ele sonhava em aprimorar suas t\u00e9cnicas, compor suas m\u00fasicas e direcionar seu trabalho para a dan\u00e7a.<\/p>\nComo tudo come\u00e7ou<\/strong><\/h4>\n