<\/a><\/p>\n\u00a0\u201cSempre escolho atores que me possibilitem trocar, atores criadores. E sempre ensaio muito com eles para criar intimidade. Tamb\u00e9m acho que o ator pode ter suas \u2018frescuras\u2019, \u00e9 um direito dele e a equipe tem que respeitar o processo dele, pois s\u00f3 o ator est\u00e1 na frente da c\u00e2mera, s\u00f3 ele coloca o corpo, s\u00f3 ele vai ser apontado na rua, o resto da equipe est\u00e1 escondida, ent\u00e3o tem que respeitar o ator, o processo do ator\u201d, defende.<\/p>\n
Ao ser questionada sobre como escolhe os atores, La\u00eds revelou que jamais escolheu um ator pensando no mercado, no ator que est\u00e1 em voga, ou que ajudar\u00e1 no lan\u00e7amento. \u201cSinceramente acho isso um equ\u00edvoco. N\u00e3o basta ter o ator famoso, a gente precisa ter o ator certo para o personagem certo e para isso acontecer muitos fatores precisam combinar entre si. N\u00e3o existe uma formula na hora de escolher, \u00e0s vezes escolho porque me apaixono por eles ainda na fase da escrita, \u00e0s vezes busco o ator que j\u00e1 tenha a ess\u00eancia que a personagem precisa. \u00c0s vezes \u00e9 uma express\u00e3o, um jeito de falar, uma maneira de pensar, uma experi\u00eancia da vida, cada um tem uma coisa. Por isso quando estou no processo de escolha do elenco, eu tento conversar com os atores, conhecer quem \u00e9 a pessoa. \u201d<\/p>\n
La\u00eds diz n\u00e3o acreditar que o ator seja uma tela em branco onde podemos construir o que quiser, mas que ele \u00e9 uma tela que j\u00e1 vem com tra\u00e7os pr\u00e9-definidos e quando o diretor sabe utilizar isso a seu favor o efeito \u00e9 maravilhoso.<\/p>\n
\u201cCom o Rodrigo Santoro tive uma sintonia muito grande, a ponto de discutirmos a velocidade que ele ia acender o f\u00f3sforo\u201d, contou.<\/p>\n
Como tudo come\u00e7ou e a import\u00e2ncia de estudar cinema<\/b><\/h4>\n Filha de cineasta, no in\u00edcio, La\u00eds queria ser atriz. Estudou no Centro de Pesquisa Teatral do Antunes Filho, de onde traz muitas influencias. Foi ainda quando estudava atua\u00e7\u00e3o que percebeu que o que gostava mesmo era da concep\u00e7\u00e3o do espet\u00e1culo. Acabou na faculdade de cinema onde conheceu seus parceiros de trabalho, Caio e Fabiano Gullane e onde come\u00e7ou o projeto de cinema itinerante. \u201cBicho de sete cabe\u00e7as foi o primeiro longa de todo mundo e todos fizeram com muito carinho, o que deixava o set muito leve, apesar da hist\u00f3ria ser ardida\u201d.<\/p>\n
Salientou que o mais importante de estudar cinema \u00e9 achar seus pares. \u201cTrabalhar com os melhores do mercado nem sempre \u00e9 sinal de sucesso. Para mim, o que sempre funcionou bem foi trabalhar com pessoas do mesmo n\u00edvel que o meu, pessoas talentosas que crescem juntas e onde possa haver di\u00e1logo sobre os processos\u201d.<\/p>\n
Cine Mambembe \u2013 O Cinema Descobre o Brasil<\/b><\/h4>\n Em parceria com o roteirista Luiz Bolognesi, La\u00eds rodou o interior do Brasil exibindo curtas-metragens brasileiros em pra\u00e7as p\u00fablicas. Para ela, o cinema itinerante foi um divisor de \u00e1guas importante. Observar como as diferentes experi\u00eancias do p\u00fablico afetam a percep\u00e7\u00e3o dos filmes foi crucial para que compreendesse melhor seu processo de cria\u00e7\u00e3o e entendesse como passar a mensagem que deseja.<\/p>\n
\u201cNo come\u00e7o do projeto a gente tinha s\u00f3 8 curtas e projetava os mesmos filmes em cada cidade que passava. Era interessante perceber que cada cidade tinha seu filme preferido e o mesmo filme gerava diferentes debates. O que entendi \u00e9 que a prefer\u00eancia estava ligada ao lugar, ao p\u00fablico, a identifica\u00e7\u00e3o com determinado personagem ou hist\u00f3ria. \u00c9 preciso ter empatia para dialogar com qualquer plateia\u201d.<\/p>\n
La\u00eds brinca que ela e o Luis criaram o que chamam de efeito mambembe, que \u00e9 quando a plateia se identifica com o filme. Quando o filme atinge seu p\u00fablico-alvo.<\/p>\n
Filmes e nomes de m\u00fasica<\/b><\/h4>\n Para finalizar perguntaram a La\u00eds sobre seus filmes terem nomes de m\u00fasica como t\u00edtulos.<\/p>\n
\u201cN\u00e3o sei explicar porque, mas, a m\u00fasica me inspira, de fato. O \u00fanico filme que n\u00e3o tem nome de m\u00fasica \u00e9 \u2018As Melhores Coisas do Mundo\u2019, mas eu briguei at\u00e9 o fim para que se chamasse \u2018Ovelha Negra\u2019 (Risos) Mas n\u00e3o deu. Com \u2018Bicho de Sete Cabe\u00e7as\u2019, estava vasculhando discos em casa, escutei a m\u00fasica e achei que casava muito bem com o filme, apesar de ter sido escrito com outro contexto. Em \u2018J\u00e1 Chega de Saudade\u2019, inicialmente o filme chamava \u2018Uni\u00e3o Fraterna\u2019. O nome dava uma conota\u00e7\u00e3o de fraternidade estranha e quando estava fazendo a pesquisa das m\u00fasicas do filme me deparei com uma vers\u00e3o linda do Rog\u00e9rio Duprat, achei perfeito\u201d, conta.<\/p>\n
Como nossos pais, por outro lado, foi o contr\u00e1rio, ela fez o filme inspirada no t\u00edtulo da m\u00fasica, conta que j\u00e1 sabia do t\u00edtulo antes de come\u00e7ar a fazer o filme. O filme n\u00e3o tinha a m\u00fasica, pois a letra dava outro contexto, mas ela precisava colocar para n\u00e3o ficar estranho e acabou surgindo a sugest\u00e3o de usar apenas uma vers\u00e3o instrumental. \u201cTemos a cena da personagem tocando a m\u00fasica no piano e para mim \u00e9 uma das cenas mais bonitas e emocionantes do filme\u201d.<\/p>\n
*Fotos Al\u00ea Borges<\/strong><\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"Come\u00e7ou ontem (1), em S\u00e3o Paulo, a 6\u00aa edi\u00e7\u00e3o da Semana de Cinema e Mercado da Academia Internacional de Cinema (AIC). Quem abriu o evento foi a cineasta La\u00eds Bodanzky, que conversou com os convidados sobre seu quarto longa-metragem, \u201cComo Nossos Pais\u201d, que estreia nos cinemas no pr\u00f3ximo dia 31. Al\u00e9m de falar do novo …<\/p>\n
La\u00eds Bodanzky fala sobre sua carreira, seu processo criativo e seu novo filme – Como Nossos Pais<\/span> Leia mais »<\/a><\/p>\n","protected":false},"author":23,"featured_media":25844,"comment_status":"closed","ping_status":"closed","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"site-sidebar-layout":"default","site-content-layout":"","ast-site-content-layout":"","site-content-style":"default","site-sidebar-style":"default","ast-global-header-display":"","ast-banner-title-visibility":"","ast-main-header-display":"","ast-hfb-above-header-display":"","ast-hfb-below-header-display":"","ast-hfb-mobile-header-display":"","site-post-title":"","ast-breadcrumbs-content":"","ast-featured-img":"","footer-sml-layout":"","theme-transparent-header-meta":"","adv-header-id-meta":"","stick-header-meta":"","header-above-stick-meta":"","header-main-stick-meta":"","header-below-stick-meta":"","astra-migrate-meta-layouts":"","ast-page-background-enabled":"default","ast-page-background-meta":{"desktop":{"background-color":"var(--ast-global-color-4)","background-image":"","background-repeat":"repeat","background-position":"center center","background-size":"auto","background-attachment":"scroll","background-type":"","background-media":"","overlay-type":"","overlay-color":"","overlay-gradient":""},"tablet":{"background-color":"","background-image":"","background-repeat":"repeat","background-position":"center center","background-size":"auto","background-attachment":"scroll","background-type":"","background-media":"","overlay-type":"","overlay-color":"","overlay-gradient":""},"mobile":{"background-color":"","background-image":"","background-repeat":"repeat","background-position":"center center","background-size":"auto","background-attachment":"scroll","background-type":"","background-media":"","overlay-type":"","overlay-color":"","overlay-gradient":""}},"ast-content-background-meta":{"desktop":{"background-color":"var(--ast-global-color-5)","background-image":"","background-repeat":"repeat","background-position":"center center","background-size":"auto","background-attachment":"scroll","background-type":"","background-media":"","overlay-type":"","overlay-color":"","overlay-gradient":""},"tablet":{"background-color":"var(--ast-global-color-5)","background-image":"","background-repeat":"repeat","background-position":"center center","background-size":"auto","background-attachment":"scroll","background-type":"","background-media":"","overlay-type":"","overlay-color":"","overlay-gradient":""},"mobile":{"background-color":"var(--ast-global-color-5)","background-image":"","background-repeat":"repeat","background-position":"center center","background-size":"auto","background-attachment":"scroll","background-type":"","background-media":"","overlay-type":"","overlay-color":"","overlay-gradient":""}},"footnotes":""},"categories":[305],"tags":[],"acf":[],"yoast_head":"\nLa\u00eds Bodanzky fala sobre sua carreira, seu processo criativo e seu novo filme - Como Nossos Pais - Academia Internacional de Cinema (AIC)<\/title>\n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n\t \n\t \n\t \n \n \n \n\t \n\t \n\t \n