{"id":15380,"date":"2017-05-04T11:36:28","date_gmt":"2017-05-04T14:36:28","guid":{"rendered":"http:\/\/www.aicinema.com.br\/?p=15380"},"modified":"2017-09-05T15:15:06","modified_gmt":"2017-09-05T18:15:06","slug":"curtas-documentarios-discutem-o-empoderamento-da-mulher-negra","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/curtas-documentarios-discutem-o-empoderamento-da-mulher-negra\/","title":{"rendered":"Curtas-document\u00e1rios discutem o empoderamento da mulher negra"},"content":{"rendered":"
Dia 6, s\u00e1bado, \u00e0s 14h, acontece a exibi\u00e7\u00e3o de dois curtas-document\u00e1rios produzidos por alunas e alunos da \u00faltima turma do Curso de Document\u00e1rio<\/a> da Academia Internacional de Cinema (AIC) de S\u00e3o Paulo, no Cine Matilha. Os filmes retratam o universo da mulher negra e seu percurso de empoderamento.<\/p>\n \u201cEsse Bumbo \u00e9 Meu<\/span><\/b>\u201d, dirigido por Paula Sim\u00f5es, Ruy Reis, Dagmar Serpa, Daniel Mirolli e Marina Chekmysheva, apresenta a luta, preconceitos e conflitos vividos pelas mulheres do samba que tentam manter viva a cultura de seus ancestrais, o samba de bumbo, express\u00e3o musical tradicional do interior paulista, heran\u00e7a do tempo da escravid\u00e3o.<\/p>\n Julio Wainer, professor e s\u00f3cio mantenedor da AIC, diz que o filme trabalha com uma sofisticada camada de interesses e disputas. \u201cHerdeira da tradi\u00e7\u00e3o familiar, a personagem Luciana Fernandes transgride ao comentar o samba de bumbo na qualidade de mulher, em um grupo s\u00f3 de mulheres. Ao mesmo tempo, o grupo \u00e9 colocado em segundo plano em fun\u00e7\u00e3o da presen\u00e7a avassaladora do sertanejo…”<\/p>\n Paula Sim\u00f5es, uma das diretoras do filme, diz que escolheram o tema por ser uma tradi\u00e7\u00e3o marginal em rela\u00e7\u00e3o a grande m\u00eddia, principalmente por ser local e negra. \u201cFazer o filme foi um presente, pudemos mergulhar em um universo em que o feminino \u00e9 praticamente a for\u00e7a motriz de sobreviv\u00eancia dessa cultura atrav\u00e9s das diferentes gera\u00e7\u00f5es.\u00a0\u00c9 interessante observar o despertar que esse document\u00e1rio causou em mim e na equipe\u201d.<\/p>\n <\/a><\/p>\n \u201cCarolina – O filme<\/span><\/b>\u201d, de Camilla Lima, Fernanda Pithan, J\u00e9ssica Cruz, Nat\u00e1lia Francis e Felipe Nunes revela a hist\u00f3ria da migrante, negra, favelada e m\u00e3e solteira, Carolina Maria de Jesus que escreveu o livro “Quarto de Despejo”, publicado nos anos 60, que estabelece pontos que se fundem com a trajet\u00f3ria da poeta Tula Pilar.<\/p>\n Julio Wainer comenta: \u201cAcreditava-se que um favelado jamais poderia escrever daquela maneira. Essa discuss\u00e3o, sobre linguagem e exclus\u00e3o social \u00e9 atualizada no document\u00e1rio social, quando popula\u00e7\u00f5es exclu\u00eddas fazem a narrativa de suas pr\u00f3prias vidas\u201d.<\/p>\n “A Carolina caiu nas nossas m\u00e3os por um acaso do destino! Faltando por volta de um m\u00eas para as grava\u00e7\u00f5es, n\u00f3s est\u00e1vamos seguindo um caminho totalmente diferente, quando encontramos a Pilar (uma das estrelas do filme)! Foi atrav\u00e9s dela que descobrimos o universo encantador da vida de Carolina.Fazer esse filme foi muito importante para n\u00f3s e acredito que ele seja de extrema relev\u00e2ncia para o debate do empoderamento feminino”, conta Fernanda Pithan,uma das diretoras do filme.<\/p>\n Al\u00e9m da exibi\u00e7\u00e3o dos dois filmes e do bate-papo com os realizadores, o evento traz a apresenta\u00e7\u00e3o do Grupo de Samba de Bumbo de Dandara, da poeta Tula Pilar que, al\u00e9m do espet\u00e1culo musical, apresenta uma cena da pe\u00e7a teatral inspirada em sua hist\u00f3ria e na de Carolina de Jesus.\u00a0 Muita arte e discuss\u00e3o de primeira: empoderamento feminino, poesia e samba. N\u00e3o d\u00e1 para perder!<\/p>\n