{"id":15324,"date":"2017-04-25T10:42:04","date_gmt":"2017-04-25T13:42:04","guid":{"rendered":"http:\/\/www.aicinema.com.br\/?p=15324"},"modified":"2022-07-15T17:08:35","modified_gmt":"2022-07-15T20:08:35","slug":"quero-trabalhar-com-som-no-cinema","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/quero-trabalhar-com-som-no-cinema\/","title":{"rendered":"Quero Trabalhar com Som no Cinema"},"content":{"rendered":"<p><em>*Por Katia Kreutz e equipe da Academia Internacional de Cinema<\/em><\/p>\n<p>O cinema come\u00e7ou mudo. Durante cerca de duas d\u00e9cadas, ap\u00f3s a primeira exibi\u00e7\u00e3o cinematogr\u00e1fica pelos irm\u00e3os Lumi\u00e8re, criadores recorreram a narrativas que dispensavam o uso de di\u00e1logos e efeitos sonoros, transmitindo informa\u00e7\u00f5es apenas por meio de imagens, gestos e letreiros explicativos. Quando o som finalmente passou a ser introduzido nos filmes, nos anos 1920, os sistemas sonoros ainda eram muito rudimentares, com baixa qualidade na grava\u00e7\u00e3o e amplifica\u00e7\u00e3o, sem contar a dificuldade para sincronizar sons e imagens de maneira adequada.<\/p>\n<p><b>Deixe seu e-mail e Receba&#8230;<\/b><\/p>\n<p>Convite para eventos gratuitos, entrevistas e dicas, promo\u00e7\u00f5es e descontos nos cursos da AIC<\/p>\n<p><script type=\"text\/javascript\" src=\"\/\/mautic.aicinema.com.br\/form\/generate.js?id=28\"><span data-mce-type=\"bookmark\" style=\"display: inline-block; width: 0px; overflow: hidden; line-height: 0;\" class=\"mce_SELRES_start\">\ufeff<\/span><\/script><br \/>\n<b> <\/b><br \/>\n<b> <\/b><br \/>\n<b> <\/b><br \/>\n<b> <\/b><\/p>\n<p>No in\u00edcio, os filmes que inclu\u00edam di\u00e1logos sincronizados (chamados de <i>talking pictures<\/i> ou <i>talkies<\/i>, ou seja, filmes falados) eram exclusivamente curtas-metragens. Os longas que possu\u00edam algum tipo de som gravado se limitavam a m\u00fasica e efeitos. Tanto que o primeiro longa-metragem considerado como <i>talkie<\/i> foi lan\u00e7ado apenas em 1927: \u201cO Cantor de Jazz\/The Jazz Singer\u201d. Embora alguns cineastas e cr\u00edticos tenham recebido os filmes falados com certa resist\u00eancia, pois acreditava-se que eles \u201csubvertiam a est\u00e9tica e a arte do cinema mudo\u201d, foram essas inova\u00e7\u00f5es tecnol\u00f3gicas que garantiram o desenvolvimento de Hollywood como a meca da ind\u00fastria cinematogr\u00e1fica.<\/p>\n<p>Com a populariza\u00e7\u00e3o dos longas-metragens sonorizados, passaram a ser necess\u00e1rios profissionais para fazer esse trabalho nas fases de filmagem e p\u00f3s-produ\u00e7\u00e3o. Ent\u00e3o, quem s\u00e3o exatamente as pessoas que comp\u00f5em uma equipe de som no cinema? \u00c9 correto usar o termo sonoplasta?<\/p>\n<h3><b>Pl\u00e1stica do som<\/b><\/h3>\n<p>O primeiro aspecto que precisamos observar \u00e9 o pr\u00f3prio termo \u201csonoplastia\u201d, que trata da \u201cpl\u00e1stica do som\u201d. A palavra vem do latim <i>sono<\/i> (= som) com o grego <i>plast\u00f3s<\/i> (= modelado). Exclusiva da l\u00edngua portuguesa, surgiu na d\u00e9cada de 1960, com o teatro radiof\u00f4nico. Basicamente, referia-se \u00e0 reconstitui\u00e7\u00e3o artificial dos efeitos sonoros que acompanhavam a a\u00e7\u00e3o. Essa defini\u00e7\u00e3o acabou se estendendo a outras plataformas de express\u00e3o art\u00edstica, que tamb\u00e9m utilizavam narrativa acompanhada de som, como o teatro e a televis\u00e3o.<\/p>\n<p>Apesar de ainda ser utilizado em algumas m\u00eddias, o termo acaba se tornando um pouco simplista quando se trata de cinema. Isso porque, na s\u00e9tima arte, n\u00e3o existe apenas um sonoplasta, mas uma s\u00e9rie de diferentes profissionais com fun\u00e7\u00f5es variadas. Sendo assim, que tal aprendermos um pouco mais sobre cada uma dessas fun\u00e7\u00f5es e os processos de cria\u00e7\u00e3o do som dentro de um longa-metragem?<\/p>\n<p><strong>Neste artigo, vamos responder \u00e0s principais d\u00favidas sobre a carreira nesta \u00e1rea:<\/strong><\/p>\n<ul>\n<li><a href=\"#oquefaz\">O que faz<\/a><\/li>\n<li><a href=\"#responsabilidades\">Responsabilidades<\/a><\/li>\n<li><a href=\"#desafios\">Dificuldades e desafios<\/a><\/li>\n<li><a href=\"#diaadia\">Dia a dia<\/a><\/li>\n<li><a href=\"#tempo\">Quanto Tempo demora cada projeto?<\/a><\/li>\n<li><a href=\"#quantoganha\">Quanto ganha<\/a><\/li>\n<li><a href=\"#comosetornar\">Como ingressar na \u00e1rea<\/a><\/li>\n<li><a href=\"#trilha\">Trilha sonora ou trilha musical<\/a><\/li>\n<li><a href=\"#conselhos\">Refer\u00eancias e Conselhos<\/a><\/li>\n<li><a href=\"\/cursos\/som\/\" target=\"_blank\" rel=\"noopener noreferrer\">Cursos\u00a0de Som para Cinema e TV<\/a><\/li>\n<\/ul>\n<p><strong>Veja tamb\u00e9m nossos outros artigos da s\u00e9rie Profiss\u00f5es do Cinema:<\/strong><\/p>\n<ul>\n<li><a href=\"\/quero-ser-diretor-de-cinema\/\" target=\"_blank\" rel=\"noopener noreferrer\">Quero ser Diretor de Cinema<\/a><\/li>\n<li><a href=\"\/quero-ser-roteirista\/\" target=\"_blank\" rel=\"noopener noreferrer\">Quero ser Roteirista<\/a><\/li>\n<li><a href=\"\/quero-ser-diretor-de-fotografia\/\" target=\"_blank\" rel=\"noopener noreferrer\">Quero ser Diretor de Fotografia<\/a><\/li>\n<li><a href=\"\/quero-ser-diretor-de-arte\/\" target=\"_blank\" rel=\"noopener noreferrer\">Quero ser Diretor de Arte<\/a><\/li>\n<li><a href=\"\/quero-ser-ator-de-cinema\/\" target=\"_blank\" rel=\"noopener noreferrer\">Quero ser\u00a0Ator<\/a><\/li>\n<li><a href=\"\/quero-ser-produtor\/\" target=\"_blank\" rel=\"noopener noreferrer\">Quero ser Produtor<\/a><\/li>\n<li><a href=\"\/quero-ser-editor-de-cinema\/\" target=\"_blank\" rel=\"noopener noreferrer\">Quero ser Editor<\/a><\/li>\n<li><a href=\"\/quero-trabalhar-com-som-no-cinema\/\" target=\"_blank\" rel=\"noopener noreferrer\">Quero trabalhar com Som para Cinema<\/a><\/li>\n<li><a href=\"\/quero-fazer-documentarios\/\" target=\"_blank\" rel=\"noopener noreferrer\">Quero ser Documentarista<\/a><\/li>\n<li><a href=\"\/trabalhar-com-cinema-e-uma-realidade-nao-um-sonho\/\" target=\"_blank\" rel=\"noopener noreferrer\">Trabalhar com Cinema, Sonho ou Realidade?<\/a><\/li>\n<\/ul>\n<p><strong><a name=\"oquefaz\"><\/a><\/strong><\/p>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<h3>O que faz um profissional de som?<\/h3>\n<p>A equipe de som \u00e9 composta pelos seguintes profissionais: na filmagem, o respons\u00e1vel pela capta\u00e7\u00e3o dos sons \u00e9 o t\u00e9cnico de som direto ou diretor de som, junto com seus assistentes (quando necess\u00e1rio, ou se o or\u00e7amento permitir). Na p\u00f3s-produ\u00e7\u00e3o, temos o editor de som e seus assistentes (incluindo os artistas de <i>foley<\/i>) e os profissionais respons\u00e1veis pela mixagem do som. Todos eles s\u00e3o subordinados ao supervisor de edi\u00e7\u00e3o de som, que acompanha ambos os processos (edi\u00e7\u00e3o e mixagem). Mas vamos por partes, para entender melhor esses departamentos?<\/p>\n<p>Na fase de produ\u00e7\u00e3o\/filmagem, o profissional respons\u00e1vel pelo som (t\u00e9cnico de som direto ou diretor de som) realiza a capta\u00e7\u00e3o dos sons no set. \u00c9 ele (ou ela) quem grava os di\u00e1logos, o ru\u00eddo dos ambientes e efeitos diversos (como barulho de portas, carros, passos, etc). A ideia \u00e9 que esses materiais possam ser utilizados na p\u00f3s-produ\u00e7\u00e3o, junto com as cenas sincronizadas. Essa fun\u00e7\u00e3o acaba pendendo mais para o lado t\u00e9cnico, j\u00e1 que o profissional n\u00e3o conceitua o som do filme, apenas segue a orienta\u00e7\u00e3o do diretor sobre que tipo de sons ter\u00e1 que gravar no set.<\/p>\n<p>J\u00e1 na p\u00f3s-produ\u00e7\u00e3o, existem duas equipes: a de edi\u00e7\u00e3o de som e a de mixagem (que s\u00e3o as etapas de finaliza\u00e7\u00e3o da parte sonora de um longa-metragem). Ambas as equipes podem ser bastante numerosas e s\u00e3o coordenadas pelo supervisor de edi\u00e7\u00e3o de som. Aqui, sim, temos um trabalho muito mais criativo e conceitual, j\u00e1 que ambas as fases ser\u00e3o respons\u00e1veis por construir o \u201cdesenho de som\u201d do filme.<\/p>\n<p>Ent\u00e3o, para a edi\u00e7\u00e3o do som \u2013 que, hoje em dia, naturalmente \u00e9 toda feita em programas de computador, com softwares como Pro Tools, Sound Forge ou Sonar \u2013 em geral o supervisor forma equipes de trabalho setorizadas. Por exemplo, uma pessoa mexe nos di\u00e1logos, outra ajusta os ambientes e efeitos, outra faz <i>foley<\/i>, e assim por diante.<\/p>\n<p>Um par\u00eantese: o <i>foley<\/i> \u00e9 uma das atividades mais interessantes e curiosas da \u00e1rea de som. Os profissionais que executam essa fun\u00e7\u00e3o, chamados de artistas de <i>foley<\/i> ou t\u00e9cnicos de grava\u00e7\u00e3o de <i>foley<\/i>, normalmente recebem uma cena do filme, j\u00e1 montada, e precisam fazer a grava\u00e7\u00e3o de sons em sincronismo com essa imagem. \u00c9 bem poss\u00edvel que voc\u00ea j\u00e1 tenha visto algum v\u00eddeo em que uma ou mais pessoas usam todo tipo de material e objeto para tentar reproduzir algum som espec\u00edfico (o ru\u00eddo de uma faca em uma melancia pode simular um esfaqueamento, m\u00e3os batendo em uma tigela de \u00e1gua d\u00e3o a impress\u00e3o de \u00e1gua corrente, e por a\u00ed vai).<\/p>\n<p>Para a edi\u00e7\u00e3o de som, pode-se gravar em est\u00fadio os sons de que se necessita (<i>foley<\/i>), ou tamb\u00e9m fazer uso das populares \u201cbibliotecas de som\u201d \u2013 bancos de arquivos, gratuitos ou pagos, com diversos tipos de sons previamente gravados e separados por categorias, para uso em produtos audiovisuais. Os sons escolhidos ser\u00e3o inseridos no filme, no momento e com a intensidade corretos para que a cena funcione.<\/p>\n<p>Produ\u00e7\u00f5es menores geralmente n\u00e3o possuem recursos para produzir <i>foley<\/i> em est\u00fadio, por isso acabam recorrendo a esse tipo de biblioteca, al\u00e9m de valorizarem a capta\u00e7\u00e3o do m\u00e1ximo poss\u00edvel de material bruto no set. O mesmo ocorre com document\u00e1rios, que t\u00eam um compromisso um pouco maior com a realidade e por isso priorizam som ambiente; no entanto, para todos os casos, se o or\u00e7amento permitir, sempre \u00e9 recomendado o trabalho de edi\u00e7\u00e3o de som e, principalmente, de mixagem.<\/p>\n<p>Chegamos, ent\u00e3o, \u00e0 fase de mixagem de som, um processo que envolve toda a parte de adequa\u00e7\u00e3o sonora do filme. Feito digitalmente, esse trabalho \u00e9 fundamental para que os sons do <i>foley<\/i>, que foram gravados dentro de um est\u00fadio, soem como se estivessem de fato partindo de uma loca\u00e7\u00e3o que o espectador est\u00e1 vendo no filme.<\/p>\n<p><a name=\"responsabilidades\"><\/a><\/p>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<p><a href=\"https:\/\/materiais.aicinema.com.br\/som-cinema\" target=\"_blank\" rel=\"noopener\"><img decoding=\"async\" class=\"size-full wp-image-27761 aligncenter\" src=\"http:\/\/www.aicinema.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/01\/Blog-Aula_Som.png\" alt=\"\" width=\"950\" height=\"300\" srcset=\"https:\/\/www.aicinema.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/01\/Blog-Aula_Som.png 950w, https:\/\/www.aicinema.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/01\/Blog-Aula_Som-930x294.png 930w, https:\/\/www.aicinema.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/01\/Blog-Aula_Som-768x243.png 768w\" sizes=\"(max-width: 950px) 100vw, 950px\" \/><\/a><\/p>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<h3>Quais as responsabilidades de um profissional de som?<\/h3>\n<p>No caso do t\u00e9cnico de som direto, sua responsabilidade no set \u00e9 de escolher os microfones adequados e gravar o som da cena da melhor maneira poss\u00edvel, al\u00e9m de realizar a capta\u00e7\u00e3o de ambientes e efeitos. Assim, ele pode tornar o trabalho dos profissionais de p\u00f3s-produ\u00e7\u00e3o um pouco mais f\u00e1cil. Na verdade, os di\u00e1logos s\u00e3o a parte mais delicada dessa capta\u00e7\u00e3o, pois se o t\u00e9cnico de som direto n\u00e3o realizar um bom trabalho, o filme acaba precisando de &#8220;dublagem&#8221;, ou seja, os atores ter\u00e3o que reproduzir em est\u00fadio as falas da cena, para substituir a vers\u00e3o que n\u00e3o pode ser usada.<\/p>\n<p>\u00c9 na p\u00f3s-produ\u00e7\u00e3o que ser\u00e1 criada, de fato, a linguagem sonora do filme. A equipe de edi\u00e7\u00e3o de som recebe as cenas j\u00e1 montadas, ent\u00e3o o som \u00e9 sincronizado para atuar em conjunto com as imagens, potencializando ritmo e dando impacto \u00e0 hist\u00f3ria. Todos os sons necess\u00e1rios para a narrativa, desde a ma\u00e7aneta de uma porta at\u00e9 uma explos\u00e3o, ou ainda o som da chuva, de cavalos, passos, roupas, tudo \u00e9 criteriosamente estudado e, quando necess\u00e1rio, adicionado na edi\u00e7\u00e3o. Utilizar ou n\u00e3o sons de bibliotecas j\u00e1 prontas ou de <i>foley<\/i> vai depender, basicamente, da qualidade do que foi captado no set e do tamanho da produ\u00e7\u00e3o.<\/p>\n<p>Por fim, a responsabilidade do profissional de mixagem \u00e9 de fazer com que os sons do filme apare\u00e7am e se misturem de maneira org\u00e2nica, removendo imperfei\u00e7\u00f5es e adequando tudo aquilo que for necess\u00e1rio para tornar a experi\u00eancia audiovisual mais completa e realista.<\/p>\n<p><a name=\"desafios\"><\/a><\/p>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<h3>Dificuldades e Desafios<\/h3>\n<p>Para o t\u00e9cnico de som direto, naturalmente a maior dificuldade \u00e9 lidar com imprevistos, t\u00e3o comuns em um set de filmagem (uma constru\u00e7\u00e3o pr\u00f3xima que acaba interferindo no som, o barulho do tr\u00e2nsito em determinada loca\u00e7\u00e3o, um beb\u00ea chorando ou um cachorro latindo insistentemente nas imedia\u00e7\u00f5es da filmagem, e assim por diante&#8230;)<\/p>\n<p>Os profissionais de edi\u00e7\u00e3o de som, apesar de atuarem efetivamente na fase de p\u00f3s-produ\u00e7\u00e3o, t\u00eam como maior desafio a necessidade de come\u00e7arem a pensar e planejar o som do filme antes de sua execu\u00e7\u00e3o \u2013 lendo o roteiro e conversando com o diretor sobre a linguagem conceitual que ser\u00e1 aplicada.<\/p>\n<p>Em alguns casos, \u00e9 poss\u00edvel (e muito interessante, inclusive) que o editor de som participe do processo de filmagem, como mero espectador, sem nenhuma fun\u00e7\u00e3o al\u00e9m de ouvir e observar. Isso serve para que ele comece a entrar no universo daquela hist\u00f3ria e possa ter ideia do que o aguarda na p\u00f3s-produ\u00e7\u00e3o.<\/p>\n<p><a name=\"diaadia\"><\/a><\/p>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<h3>Como \u00e9 o dia a dia de um profissional de som?<\/h3>\n<p>Pelo que vimos at\u00e9 agora, voc\u00ea j\u00e1 pode imaginar que, trabalhando com cinema, cada dia \u00e9 diferente na vida dos profissionais de uma equipe. Os t\u00e9cnicos de som direto t\u00eam a oportunidade de estar nos mais variados sets de filmagem, com as condi\u00e7\u00f5es sonoras mais diversas. Como se trata de um trabalho que exige habilidade e pr\u00e1tica, quanto mais filmes esse profissional fizer, melhor.<\/p>\n<p>Tamb\u00e9m para o editor de som, por ser uma fun\u00e7\u00e3o que envolve criatividade e, muitas vezes, improviso, o dia a dia nunca \u00e9 igual. Cada projeto tem suas peculiaridades, mas a rotina de trabalho desse profissional envolve assistir ao filme j\u00e1 editado, conversar com o diretor sobre os conceitos da linguagem de som, planejar o que ser\u00e1 feito e como isso ser\u00e1 executado e, finalmente, colocar a \u201cm\u00e3o na massa\u201d.<\/p>\n<p>A rotina do profissional de mixagem de som n\u00e3o \u00e9 muito diferente, exceto pelo fato de que seu trabalho acontece depois de todos os outros. Ele precisa fazer com que os sons gravados em est\u00fadio pare\u00e7am ter sido captados em cena. Al\u00e9m disso, esse profissional \u00e9 o respons\u00e1vel por criar os momentos de sil\u00eancio ou de impacto, fazendo com que a linguagem sonora realmente se torne parte da narrativa.<\/p>\n<p><a name=\"tempo\"><\/a><\/p>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<h3>Quanto tempo demora cada projeto?<\/h3>\n<p>O tempo \u00e9 relativo. Se pensarmos no captador de som direto, vai depender da quantidade de di\u00e1rias necess\u00e1rias no set de filmagem. Existem projetos que duram apenas um dia, j\u00e1 outros levam meses. Tudo varia conforme o processo de produ\u00e7\u00e3o de cada filme. O que se pode afirmar com certeza \u00e9 que o t\u00e9cnico de som direto geralmente se envolve nos projetos por um tempo um pouco menor do que os profissionais de edi\u00e7\u00e3o e mixagem.<\/p>\n<p>Para a edi\u00e7\u00e3o e mixagem de som, num longa-metragem, demora-se em m\u00e9dia dois a tr\u00eas meses, desde o in\u00edcio do trabalho, grava\u00e7\u00e3o de <i>foley<\/i> e demais adequa\u00e7\u00f5es, at\u00e9 a entrega do som do filme pronto, mas isso tamb\u00e9m pode variar de acordo com o processo criativo de cada projeto e as demandas do diretor.<\/p>\n<p><a name=\"quantoganha\"><\/a><\/p>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<h3>Quanto ganha um profissional de som?<\/h3>\n<p>Como em todas as \u00e1reas do audiovisual, essa pergunta \u00e9 extremamente dif\u00edcil de se responder. Tudo \u00e9 muito relativo: depende do or\u00e7amento do projeto, de quanto o profissional vai trabalhar, se ele tem um est\u00fadio ou n\u00e3o&#8230;<\/p>\n<p>Na \u00e1rea de som direto, existe um valor de refer\u00eancia determinado pela tabela do Sindcine (aproximadamente 2500 reais por semana, para o t\u00e9cnico de som direto). J\u00e1 na edi\u00e7\u00e3o de som, n\u00e3o existe essa regulamenta\u00e7\u00e3o ou base financeira, por isso o que acaba prevalecendo s\u00e3o as demandas de projetos e as negocia\u00e7\u00f5es do pr\u00f3prio mercado.<\/p>\n<p>Esses profissionais podem atuar basicamente de tr\u00eas formas: como funcion\u00e1rios de uma produtora\/est\u00fadio, como <i>freelancers<\/i> ou donos de seu pr\u00f3prio neg\u00f3cio. Em todos os casos, o sal\u00e1rio depende muito da sua capacidade e experi\u00eancia. Um editor de som experiente pode ganhar em torno de 4 mil reais por semana, ou mais.<\/p>\n<p>Obviamente, uma pessoa que est\u00e1 ingressando agora no mercado n\u00e3o ir\u00e1 receber o mesmo que um profissional reconhecido. Por isso, \u00e9 preciso realizar seu trabalho com qualidade, para se destacar dos demais. Mas, para quem se dedica, uma coisa a saber \u00e9 que trabalhar com som no cinema n\u00e3o \u00e9 uma profiss\u00e3o mal remunerada.<\/p>\n<p><a name=\"comosetornar\"><\/a><\/p>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<h3>Como ingressar na \u00e1rea de som?<\/h3>\n<p>Infelizmente, n\u00e3o existe uma f\u00f3rmula para o sucesso. O que existe \u00e9 uma certa discuss\u00e3o entre os profissionais da \u00e1rea, pois alguns acreditam que trabalhar com som \u00e9 um processo art\u00edstico, que n\u00e3o requer, necessariamente, muita t\u00e9cnica ou conhecimento pr\u00e9vio. Contudo, mesmo para quem j\u00e1 tem essa sensibilidade, ser\u00e1 necess\u00e1rio conhecer os equipamentos e ferramentas utilizados na profiss\u00e3o (tipos de microfones, softwares de edi\u00e7\u00e3o e mixagem, bibliotecas de sons).<\/p>\n<p>Algumas pessoas passam de outras \u00e1reas do audiovisual para o som, uma transi\u00e7\u00e3o que nem sempre \u00e9 tranquila, mas certamente poss\u00edvel. A tradi\u00e7\u00e3o autodidata come\u00e7a a ganhar um respaldo educacional a partir de cursos especializados que v\u00eam se integrando recentemente no mercado. Ingressar em um curso ou faculdade \u00e9 uma excelente forma de criar oportunidades, j\u00e1 que, muitas vezes, os pr\u00f3prios professores s\u00e3o profissionais em atividade e acabam necessitando de novos talentos dentro de suas equipes. A partir disso, podem surgir convites e projetos. Ainda assim, tamb\u00e9m h\u00e1 pessoas que n\u00e3o passaram por nenhum curso, que s\u00e3o formadas em \u00e1reas sem rela\u00e7\u00e3o com o cinema, mas que conseguiram \u201cseu lugar ao sol\u201d.<\/p>\n<p>Com algum estudo e muita boa vontade, o ideal para quem est\u00e1 come\u00e7ando \u00e9 tentar ingressar na \u00e1rea como estagi\u00e1rio ou aprendiz. Come\u00e7ar de baixo, como em qualquer outra carreira, permite aprender com os mais experientes e adquirir pr\u00e1tica, al\u00e9m de ajudar a definir exatamente qual trabalho de som no cinema interessa mais a voc\u00ea.<\/p>\n<p>A boa vontade \u00e9 necess\u00e1ria, em qualquer est\u00e1gio da profiss\u00e3o, porque \u00e9 preciso muita paci\u00eancia para conhecer e dominar esse of\u00edcio t\u00e3o &#8220;artesanal&#8221;. Fazer um filme d\u00e1 muito trabalho, um trabalho que normalmente precisa ser realizado em equipe, portanto humildade e perseveran\u00e7a s\u00e3o excelentes qualidades para quem deseja ingressar no mercado.<\/p>\n<p>Muitos dos t\u00e9cnicos de som ou editores de som que trabalham no cinema tamb\u00e9m acabam atuando em filmes publicit\u00e1rios, j\u00e1 que o processo, as t\u00e9cnicas e os equipamentos utilizados para capta\u00e7\u00e3o e edi\u00e7\u00e3o de som s\u00e3o muito semelhantes. Tamb\u00e9m \u00e9 comum, nesses profissionais, o gosto pela m\u00fasica. Ter um \u201cbom ouvido\u201d e sensibilidade para os mais diferentes ru\u00eddos, al\u00e9m de prestar aten\u00e7\u00e3o \u00e0s trilhas e efeitos sonoros dos filmes que voc\u00ea assiste, s\u00e3o caracter\u00edsticas que ajudam muito.<\/p>\n<p><a name=\"trilha\"><\/a><\/p>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<h3>Trilha Sonora ou Trilha Musical?<\/h3>\n<p>Pessoas que n\u00e3o s\u00e3o da \u00e1rea de som no cinema costumam chamar a parte musical de um filme de \u201ctrilha sonora\u201d \u2013 novamente emprestando o termo de outras m\u00eddias, como o teatro. No caso do fazer cinematogr\u00e1fico, muitos te\u00f3ricos preferem definir como trilha sonora o conjunto geral dos elementos relativos ao som dentro de um filme, ou seja, n\u00e3o somente a m\u00fasica. Por isso, um termo mais apropriado seria \u201ctrilha musical\u201d. Para se aprofundar nesse assunto, uma leitura recomendada \u00e9 o livro \u201cA M\u00fasica do Filme\u201d, de Tony Berchmans.<\/p>\n<p>Em geral, o m\u00fasico que faz composi\u00e7\u00e3o para um filme \u00e9 escolhido pelo diretor ou diretora e trabalha \u00e0 parte da equipe de edi\u00e7\u00e3o de som. Sozinho ou com seu pr\u00f3prio grupo de trabalho, o compositor \u00e9 quem ir\u00e1 construir o conceito musical do filme, seguindo as orienta\u00e7\u00f5es do diretor. Essa trilha, no entanto, nem sempre \u00e9 formada apenas por composi\u00e7\u00f5es originais e pode conter tamb\u00e9m m\u00fasicas n\u00e3o originais, cujos direitos tenham sido cedidos ou comprados para uso na obra audiovisual.<\/p>\n<p>Em se tratando de trilha musical original, ao longo da hist\u00f3ria do cinema, a fun\u00e7\u00e3o de compor essas m\u00fasicas costumava ser desenvolvida por pessoas com alguma forma\u00e7\u00e3o musical mais cl\u00e1ssica, erudita. A partir dos anos 1980, a \u00e1rea se expandiu, abrangendo tamb\u00e9m outros m\u00fasicos e integrantes de bandas pop. Atualmente, existe uma miscel\u00e2nea de profissionais que comp\u00f5em trilhas musicais para filmes.<\/p>\n<p>O trabalho do compositor junto com o diretor \u00e9 importante porque, conceitualmente, a m\u00fasica \u00e9 um elemento bastante autoral dentro de um filme. A trilha musical \u201cd\u00e1 o tom\u201d da hist\u00f3ria, por assim dizer, levando o espectador a sentir certas emo\u00e7\u00f5es em determinadas cenas, de maneira inconsciente. Casos cl\u00e1ssicos de parcerias que duraram muitas d\u00e9cadas, entre m\u00fasicos e diretores, s\u00e3o Bernard Herrmann com Alfred Hitchcock, Nino Rota com Federico Fellini e Danny Elfman com Tim Burton. Outro exemplo de sucesso \u00e9 o compositor John Williams, criador de trilhas extremamente reconhecidas para filmes de diretores como Steven Spielberg e George Lucas (incluindo \u201cTubar\u00e3o\u201d, \u201cIndiana Jones\u201d e \u201cStar Wars\u201d).<\/p>\n<p>Essas m\u00fasicas, quando compostas exclusivamente para o filme, n\u00e3o obedecem apenas ao conceito musical, mas precisam seguir outro tipo de m\u00e9trica, pois s\u00e3o apoiadas por imagens. Por esse motivo, o processo de composi\u00e7\u00e3o acaba sendo um pouco diferente daquelas m\u00fasicas que \u201cj\u00e1 v\u00eam prontas\u201d. No entanto, se o diretor quiser utilizar uma pe\u00e7a j\u00e1 existente, ele precisa ter em mente que precisar\u00e1 pagar n\u00e3o s\u00f3 pelo direito de composi\u00e7\u00e3o (que diz respeito ao artista, \u00e0 cria\u00e7\u00e3o), mas tamb\u00e9m pelo fonograma (referente ao est\u00fadio onde a m\u00fasica foi gravada).<\/p>\n<p>Nesse sentido, h\u00e1 outra quest\u00e3o importante a considerar: por exemplo, o diretor n\u00e3o tem dinheiro para comprar os direitos de uma m\u00fasica famosa, nem para contratar um m\u00fasico que fa\u00e7a a trilha de seu filme, ent\u00e3o opta por usar m\u00fasicas antigas, que j\u00e1 ca\u00edram em dom\u00ednio p\u00fablico (de compositores como Beethoven, Chopin, Bach, Mozart, etc). O problema \u00e9 que, nesses casos, o direito de composi\u00e7\u00e3o caiu, sim, em dom\u00ednio p\u00fablico, por\u00e9m o fonograma n\u00e3o. Ou seja, se algu\u00e9m quiser usar uma m\u00fasica composta por Mozart, mas que foi executada recentemente pela Filarm\u00f4nica de Berlim, ter\u00e1 que pagar o direito do fonograma sobre essa grava\u00e7\u00e3o.<\/p>\n<p>Outra coisa a se considerar, no uso de m\u00fasica para o cinema, \u00e9 a inser\u00e7\u00e3o de \u201ctrilha branca\u201d. Trata-se de uma composi\u00e7\u00e3o livre para uso, tanto no que diz respeito a direito autoral quanto do fonograma. Existem duas possibilidades para adquirir esse tipo de trilha: por meio de uma biblioteca de sons (assim como existem efeitos sonoros para venda, tamb\u00e9m h\u00e1 bibliotecas de trilha branca, com todo tipo de m\u00fasica para compor uma atmosfera) ou adquirindo essa trilha branca gratuitamente na internet. Alguns sites disponibilizam v\u00e1rias m\u00fasicas de compositores que est\u00e3o se lan\u00e7ando e que querem ganhar visibilidade. Esse material pode ser baixado e usado livremente, sem custo, apenas com a obriga\u00e7\u00e3o de inserir os cr\u00e9ditos do autor.<\/p>\n<p><a name=\"conselhos\"><\/a><\/p>\n<p>&nbsp;<\/p>\n<h3>Refer\u00eancias e conselhos<\/h3>\n<p>Uma \u00f3tima refer\u00eancia para quem gosta de som \u00e9 o filme &#8220;Um Tiro no Escuro\/Blow Out&#8221;, de Brian de Palma. O longa de fic\u00e7\u00e3o conta a hist\u00f3ria de um profissional de som que, sem querer, grava um acidente, que depois se revela um assassinato. A \u00fanica pista do crime \u00e9 a sequ\u00eancia sonora que ele gravou.<\/p>\n<p>Al\u00e9m disso, existe uma enorme variedade de document\u00e1rios dispon\u00edveis online, sobre o trabalho dos profissionais de som no cinema. \u00c9 poss\u00edvel encontrar, em sites como o YouTube ou blogs especializados, desde v\u00eddeos tutoriais at\u00e9 entrevistas e curtas-metragens sobre o assunto, al\u00e9m de <i>making of<\/i> de filmes, que podem ser boas refer\u00eancias para entender a profiss\u00e3o e ter acesso a depoimentos de quem j\u00e1 trabalha na \u00e1rea.<\/p>\n<p>Recentemente, foi lan\u00e7ada tamb\u00e9m uma sess\u00e3o de entrevistas, falando sobre esses verdadeiros \u201cartes\u00e3os do som\u201d. A s\u00e9rie \u201cOper\u00e1rio Criador\u201d, idealizada pela t\u00e9cnica de som direto Gabriela Cunha, aborda alguns aspectos do trabalho na \u00e1rea e traz uma reflex\u00e3o sobre o mercado audiovisual brasileiro.<\/p>\n<p>O principal conselho, para quem pretende iniciar agora, \u00e9 ter disposi\u00e7\u00e3o para aprender. Come\u00e7ar como assistente e observar os mais experientes, se poss\u00edvel sem fazer muitas perguntas. Lembre-se: falar durante o trabalho de som \u00e9 uma interfer\u00eancia enorme! \u00c9 a mesma coisa que ficar passando na frente do monitor de algu\u00e9m que est\u00e1 editando um filme.<\/p>\n<p>No set de filmagem, \u00e9 importante tentar ser \u00fatil e n\u00e3o atrapalhar o servi\u00e7o dos outros, ter paci\u00eancia e demonstrar iniciativa. Outro conselho, mesmo para aqueles que j\u00e1 est\u00e3o estabelecidos como profissionais de som, \u00e9 se manter sempre atualizado sobre novas linguagens, t\u00e9cnicas e tecnologias.<\/p>\n<p>Na verdade, algumas recomenda\u00e7\u00f5es valem para qualquer \u00e1rea: toda pessoa que tem interesse em alguma coisa precisa se dedicar, conhecer o m\u00e1ximo sobre aquilo e mergulhar de cabe\u00e7a. A carreira de som para cinema pode n\u00e3o ser uma das mais f\u00e1ceis, mas em \u00faltima inst\u00e2ncia o que conta \u00e9 seu grau de dedica\u00e7\u00e3o e comprometimento com o trabalho.<\/p>\n<p>\u00c9 poss\u00edvel, sim, usar o som para trazer ideias novas e contribuir no enriquecimento de uma narrativa. Para isso, o essencial \u00e9 ter a mente aberta e muito amor pela arte cinematogr\u00e1fica. O som de um filme \u00e9 uma ilus\u00e3o criada e orquestrada de maneira a levar o espectador a mergulhar em uma hist\u00f3ria. Seu papel, como profissional de som, ser\u00e1 o de dar vida a esse mergulho.<\/p>\n<p><b>Deixe seu e-mail e Receba&#8230;<\/b><\/p>\n<p>Convite para eventos gratuitos, entrevistas e dicas, promo\u00e7\u00f5es e descontos nos cursos da AIC<\/p>\n<p><script type=\"text\/javascript\" src=\"\/\/mautic.aicinema.com.br\/form\/generate.js?id=28\"><span data-mce-type=\"bookmark\" style=\"display: inline-block; width: 0px; overflow: hidden; line-height: 0;\" class=\"mce_SELRES_start\">\ufeff<\/span><\/script><br \/>\n<b> <\/b><br \/>\n<b> <\/b><br \/>\n<b> <\/b><br \/>\n<b> <\/b><\/p>\n<p><b>Leu tudo e se identificou? Confira os <a href=\"https:\/\/www.aicinema.com.br\/cursos\/som\">Cursos de Som para Cinema da AIC<\/a> para iniciar ou se aprofundar na \u00e1rea.<\/b><\/p>\n<p>* Fontes consultadas para esse artigo, professores da Academia Internacional de Cinema: Fernanda Nascimento e Pedro Lima<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"<p>*Por Katia Kreutz e equipe da Academia Internacional de Cinema O cinema come\u00e7ou mudo. Durante cerca de duas d\u00e9cadas, ap\u00f3s a primeira exibi\u00e7\u00e3o cinematogr\u00e1fica pelos irm\u00e3os Lumi\u00e8re, criadores recorreram a narrativas que dispensavam o uso de di\u00e1logos e efeitos sonoros, transmitindo informa\u00e7\u00f5es apenas por meio de imagens, gestos e letreiros explicativos. 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