<\/a>A professora Maria Clara Mattos, atriz, roteirista de humor e professora do Curso de Roteiro de Humor da Academia Internacional de Cinema (AIC) conta um pouco, nessa entrevista curtinha, sobre as peculiaridades da escrita para s\u00e9ries c\u00f4micas, d\u00e1 \u00f3timos exemplos para quem quiser se inspirar e de quebra fala sobre como ser\u00e3o suas aulas na AIC.<\/p>\nComo criar uma boa premissa para uma s\u00e9rie c\u00f4mica?
\n<\/b><\/em>M.C.:<\/b> Boa pergunta haha. N\u00e3o acredito que exista uma forma\/f\u00f3rmula para criar uma premissa de humor. Na verdade, o humor pede um talento muito espec\u00edfico, que n\u00e3o \u00e9 exatamente saber fazer piada ou ser engra\u00e7ado. Acho que o humor envolve ponto de vista. Um ponto de vista peculiar. Sim, a escrita sempre ser\u00e1 uma quest\u00e3o de ponto de vista, mas num drama, num romance, voc\u00ea pode simplesmente abordar um tema, uma situa\u00e7\u00e3o humana, apresentando vers\u00f5es alternativas de fatos e sentimentos. Voc\u00ea pode escrever uma hist\u00f3ria envolvendo drogas a partir do traficante, do dependente, do combatente, do familiar etc.\u00a0 (Scarface, Trainspotting, Requi\u00e9m Para Um Sonho, Traffic, Cidade de Deus, Christiane F., Blow…). J\u00e1 em \u201cO Barato de Grace\u201d o humor est\u00e1 diretamente relacionado ao ponto de vista enviesado da personagem em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s drogas: uma vi\u00fava inglesa, dona de casa em cidade pequena, precisando de dinheiro para pagar as d\u00edvidas deixadas pelo marido morto e para sobreviver, acaba plantando e vendendo maconha. S\u00f3 isso j\u00e1 \u00e9\u00a0engra\u00e7ado.\u00a0A imagem que a gente faz na cabe\u00e7a meio que imediatamente j\u00e1 \u00e9 um ponto de partida sensacional pro humor.<\/p>\nPreencha o formul\u00e1rio para Fazer o Download de Modelo de Roteiro<\/h3>\n