{"id":15270,"date":"2017-04-05T09:53:34","date_gmt":"2017-04-05T12:53:34","guid":{"rendered":"http:\/\/www.aicinema.com.br\/?p=15147"},"modified":"2022-08-18T14:54:28","modified_gmt":"2022-08-18T17:54:28","slug":"quero-fazer-documentarios","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/quero-fazer-documentarios\/","title":{"rendered":"Quero Fazer Document\u00e1rios"},"content":{"rendered":"
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Voc\u00ea gosta de document\u00e1rio, ou pelo menos sabe o que caracteriza esse tipo de filme?<\/strong> Uma vis\u00e3o sobre a atualidade, um tratamento criativo da realidade? Ambas as coisas? \u00c9 o que vamos descobrir neste artigo \u2013 em sua ess\u00eancia, tamb\u00e9m um pouquinho documental.<\/p>\n O document\u00e1rio \u00e9 uma pr\u00e1tica cinematogr\u00e1fica que est\u00e1 constantemente evoluindo e n\u00e3o tem fronteiras muito claras. Acredita-se que o termo documentary<\/i> tenha sido cunhado pelo cineasta escoc\u00eas John Grierson. Segundo ele, o princ\u00edpio do document\u00e1rio estava no potencial do cinema para a observa\u00e7\u00e3o da vida<\/strong>, que poderia ser explorado em uma nova forma de arte. Ele defendia que o ator \u201coriginal\u201d e a cena \u201coriginal\u201d seriam melhores para interpretar o mundo moderno do que os elementos que a fic\u00e7\u00e3o oferecia. Ou seja, que os conte\u00fados tirados do \u201cmaterial cru\u201d seriam sempre mais reais do que os encenados.<\/p>\n J\u00e1 o cineasta sovi\u00e9tico Dziga Vertov<\/a> definiu o document\u00e1rio como uma apresenta\u00e7\u00e3o da vida como ela \u00e9, capturada sem aviso<\/strong>; ou seja, a vida provocada e surpreendida pela c\u00e2mera. Outras defini\u00e7\u00f5es s\u00e3o um pouco menos po\u00e9ticas, vendo o document\u00e1rio simplesmente como um filme factual que tamb\u00e9m \u00e9 dram\u00e1tico.<\/p><\/blockquote>\n Para muitos estudiosos, o document\u00e1rio se diferencia das outras formas de n\u00e3o-fic\u00e7\u00e3o porque oferece uma opini\u00e3o<\/strong>, uma mensagem espec\u00edfica, junto com os fatos que apresenta. O que todos concordam \u00e9 que a pr\u00e1tica do cinema documental \u00e9 um processo complexo, que envolve escolhas e problemas criativos, \u00e9ticos e conceituais. Esse tipo de filme pode ser usado como uma forma de jornalismo, sim, mas tamb\u00e9m para defender uma causa ou expressar um ponto de vista pessoal do cineasta.<\/p>\n O documentarista norte-americano Michael Moore costuma dizer que n\u00e3o quer que ningu\u00e9m saia do cinema deprimido depois de assistir seus filmes (que, frequentemente, tratam de den\u00fancias e assuntos preocupantes para a sociedade).<\/p>\n \u201cEu quero que as pessoas fiquem com raiva. Depress\u00e3o \u00e9 uma emo\u00e7\u00e3o passiva, raiva \u00e9 ativa. Esse sentimento talvez queira dizer que 5% ou 10% daquele p\u00fablico vai levantar e dizer: Preciso fazer alguma coisa.\u201d<\/p>\n <\/p><\/blockquote>\n <\/p>\n <\/a><\/strong><\/p>\n O documentarista observa, dialoga e inventa. Ele observa o mundo ou uma situa\u00e7\u00e3o, se apaixona por um determinado sujeito ou objeto, estabelece estrat\u00e9gias de aproxima\u00e7\u00e3o e finalmente processa aquele assunto por meio da cria\u00e7\u00e3o cinematogr\u00e1fica. Em sua produ\u00e7\u00e3o de conte\u00fado, o cineasta documental formula seu olhar sobre aquele tema, tendo o discurso audiovisual como ferramenta.<\/strong><\/p>\n Ao contr\u00e1rio do que muitas pessoas pensam, o document\u00e1rio n\u00e3o \u00e9 um registro fiel da realidade<\/strong>. Trata-se de uma constru\u00e7\u00e3o de linguagem que parte da reflex\u00e3o do cineasta. O mesmo tema poderia ser passado para diversos documentaristas diferentes e isso geraria filmes completamente diversos, pois a perspectiva de cada um \u00e9 \u00fanica.<\/p>\n Um dos aspectos mais interessantes do document\u00e1rio \u00e9 a autonomia do criador. O documentarista geralmente faz um pouco de tudo no set. Al\u00e9m disso, \u00e9 muito raro um document\u00e1rio em que a ideia inicial n\u00e3o parte do pr\u00f3prio cineasta. Trata-se de um profissional que se apaixona por um assunto e, dominando grande parte do processo da produ\u00e7\u00e3o cinematogr\u00e1fica, transforma aquilo em um filme, uma constru\u00e7\u00e3o narrativa que mostre seu ponto de vista sobre o tema.<\/p>\n <\/a><\/p>\n Para a maioria dos documentaristas, essa distin\u00e7\u00e3o \u00e9 bastante nebulosa. Na verdade, o cinema nasceu como document\u00e1rio; afinal, os primeiros filmes dos irm\u00e3os Lumi\u00e8re<\/a>, pioneiros do fazer cinematogr\u00e1fico, l\u00e1 no final do s\u00e9culo XIX, retratavam cenas do cotidiano dos franceses da \u00e9poca.<\/p>\n Uma das maiores diferen\u00e7as entre os dois estilos de filmes \u00e9 de que o cinema de fic\u00e7\u00e3o tem suas responsabilidades \u00e9ticas, naturalmente, mas no document\u00e1rio essa responsabilidade aumenta. Por qu\u00ea? Para um ator, o filme em que ele est\u00e1 trabalhando \u00e9 apenas isso: um trabalho. J\u00e1 para o sujeito de um document\u00e1rio, a filmagem vai acabar, mas a vida continua. Esse \u201cpersonagem\u201d tem uma experi\u00eancia existencial com o filme.<\/p>\n Outra diferen\u00e7a \u00e9 que no document\u00e1rio voc\u00ea lida com a realidade de uma forma mais intensa, o que inclui as surpresas e decep\u00e7\u00f5es que fazem parte do mundo real. O que a realidade apresenta ao documentarista pode fazer parte do filme e enriquec\u00ea-lo, mas tamb\u00e9m podem causar problemas de log\u00edstica e planejamento. \u00a0Na fic\u00e7\u00e3o, existe uma possibilidade muito maior de se planejar o que acontece no set, embora tamb\u00e9m exista espa\u00e7o para improviso. S\u00f3 que o controle \u00e9 muito maior.<\/p>\n Enquanto que na fic\u00e7\u00e3o boa parte do que se v\u00ea no filme j\u00e1 est\u00e1 previamente estabelecido no roteiro, partindo de alguma coisa que j\u00e1 existe no papel, o document\u00e1rio \u00e9 muito mais org\u00e2nico. Ele se constr\u00f3i enquanto est\u00e1 sendo feito: a filmagem busca o imprevisto<\/strong>. Nesse contexto, a pesquisa e a montagem s\u00e3o processos longos e important\u00edssimos para essa constru\u00e7\u00e3o.<\/p>\n Recentemente, a cultura do document\u00e1rio se expandiu e a pr\u00f3pria fic\u00e7\u00e3o tem usado elementos documentais, misturando linguagens. Para muitos cineastas, a diferen\u00e7a entre os g\u00eaneros n\u00e3o importa muito, pois trabalhar conscientemente na fronteira entre as v\u00e1rias formas de explorar a realidade pode enriquecer qualquer tipo de arte.<\/p>\n A \u00fanica distin\u00e7\u00e3o que precisa ser feita, para o artista, \u00e9 de que o filme seja fiel e potente quanto \u00e0 sua pretens\u00e3o art\u00edstica, que tenha coer\u00eancia interna de linguagem. O impacto que ele vai gerar no p\u00fablico, no final das contas, vai depender de in\u00fameras vari\u00e1veis que est\u00e3o fora do controle do cineasta.<\/p>\n <\/a><\/p>\n \u00c9 muito forte a ideia, principalmente para o p\u00fablico brasileiro, de que o document\u00e1rio \u00e9 algo pedag\u00f3gico, did\u00e1tico e, por consequ\u00eancia, chato. Ele pode ensinar algo, claro, mas em geral n\u00e3o \u00e9 pela via mais simplista ou \u00f3bvia. A li\u00e7\u00e3o deve vir embutida em uma cria\u00e7\u00e3o art\u00edstica, um olhar intenso sobre o mundo, um ponto de vista interessante do documentarista. \u00c9 preciso recortar a realidade, criando dispositivos que potencializem o que o artista quer falar<\/strong>, entender, mostrar. \u00c9 sempre um di\u00e1logo.<\/p>\n Um consenso entre os documentaristas \u00e9 de que sempre se sai de um filme sabendo mais sobre o mundo, entendendo melhor a realidade. Entretanto, como essa realidade nem sempre \u00e9 muito bonita ou agrad\u00e1vel, um dos maiores desafios est\u00e1 na maneira como o cineasta \u2013 e tamb\u00e9m os personagens retratados por ele \u2013 ir\u00e3o se comportar no meio do \u201cfurac\u00e3o\u201d. O filme nunca \u00e9 uma linha reta, previs\u00edvel.<\/p>\n Lidar com a mudan\u00e7a, com situa\u00e7\u00f5es inusitadas ou inesperadas, pode ser uma enorme dificuldade para muitas pessoas. Para o documentarista, \u00e9 o que faz a diferen\u00e7a em seu trabalho. Existe um primeiro filme, que est\u00e1 em sua cabe\u00e7a. Ele pesquisa e descobre que aquilo n\u00e3o \u00e9 bem assim, o que j\u00e1 transforma a ideia em um segundo filme. Depois de tudo filmado, acaba aparecendo na edi\u00e7\u00e3o um terceiro filme, totalmente diferente do que o imaginado no in\u00edcio. Deu pra perceber como \u00e9 din\u00e2mico e interessante esse processo?<\/p>\n Essas transforma\u00e7\u00f5es radicais, do desejo inicial at\u00e9 a vers\u00e3o final do filme tornam o processo mais desafiador, mas tamb\u00e9m um pouco incerto. Lidar com o descontrole, o acaso, o imprevisto, \u00e9 uma das principais qualidades que um cineasta documental precisa ter.<\/strong> S\u00e3o essas dificuldades e novidades que exigem mais aten\u00e7\u00e3o, pois elas acabar\u00e3o conduzindo a narrativa.<\/p>\n Al\u00e9m da responsabilidade com a realidade e das quest\u00f5es \u00e9ticas que muitas vezes o cinema de fic\u00e7\u00e3o n\u00e3o enfrenta, outra grande dificuldade para quem est\u00e1 nessa \u00e1rea \u00e9 o pr\u00f3prio mercado. \u00c9 uma carreira que envolve constantes oscila\u00e7\u00f5es e o sucesso com o p\u00fablico nas bilheterias muitas vezes demora a chegar, ou nem chega. Claro que cada caso \u00e9 um caso, mas o profissional de document\u00e1rio precisa estar preparado para trabalhar por paix\u00e3o, n\u00e3o por reconhecimento.<\/p>\n Ele tamb\u00e9m precisa estar disposto a ser tolerante no trabalho em grupo, fazer concess\u00f5es, ceder, mudar os planos, dividir fun\u00e7\u00f5es, deixar totalmente o ego de lado, compartilhar e absorver ideias. A \u00e9tica que se mostrar\u00e1 no trabalho final, que vai para o mundo, \u00e9 a mesma que come\u00e7a dentro da equipe. <\/p>\n Isso depende do momento da produ\u00e7\u00e3o. Na fase de pesquisa, em geral o cineasta se re\u00fane com a equipe de pesquisadores e define as horas e o m\u00e9todo de trabalho<\/strong>. J\u00e1 no momento de gravar, \u00e9 como se ele sa\u00edsse do seu mundo, pois se dedica 24h por dia ao projeto \u2013 mais ainda se a grava\u00e7\u00e3o for em outra cidade ou pa\u00eds. Na edi\u00e7\u00e3o, o tempo e o envolvimento do diretor (caso ele mesmo n\u00e3o seja o editor do projeto) tamb\u00e9m variam de acordo com o material captado.<\/p>\n O que o documentarista precisa estar preparado para fazer \u00e9 estar sempre presente, em todas as fases da produ\u00e7\u00e3o, e disposto a fazer o que for preciso. Geralmente, ele \u00e9 quem tem a ideia e participa dela desde a entrevista da primeira fonte at\u00e9 a inser\u00e7\u00e3o do \u00faltimo cr\u00e9dito. Com as novas tecnologias e equipamentos dispon\u00edveis hoje em dia, \u00e9 cada vez mais comum o cineasta colocar \u201ca m\u00e3o na massa\u201d e \u00e0s vezes at\u00e9 fazer tudo sozinho, explorando novas possibilidades narrativas e realizando projetos extremamente autorais.<\/p>\n Essa ideia de um profissional multifun\u00e7\u00e3o pode soar atrativa para alguns, por conta da autonomia, mas o importante mesmo \u00e9 sentir quais ser\u00e3o os recursos e profissionais necess\u00e1rios, desenvolvendo e aprimorando esses processos, que variam de filme para filme.<\/p>\n O que o trabalho de um documentarista sempre envolve, no entanto, \u00e9 muita observa\u00e7\u00e3o, paci\u00eancia, leitura, pesquisa de campo, de materiais de arquivo<\/strong>. O diretor de um document\u00e1rio precisa conduzir a hist\u00f3ria em todos os momentos, pois n\u00e3o existe um manual, uma planilha, uma f\u00f3rmula, como muitas vezes \u00e9 comum no cinema de fic\u00e7\u00e3o.<\/p>\n Tudo depende do tamanho da empreitada. Alguns projetos podem ser pesquisados, filmados e editados relativamente r\u00e1pido \u2013 o que, para um longa-metragem, em geral significa alguns meses. Entretanto, a maioria dos document\u00e1rios, pelo fato de envolverem muita pesquisa de campo, deslocamento e situa\u00e7\u00f5es da vida real, acabam levando anos para ficarem prontos. Por isso, muitos documentaristas optam por trabalhar em mais do que um projeto ao mesmo tempo, dependendo da fase em que est\u00e3o em determinado filme.<\/p>\n O importante \u00e9 ter em mente que quase nunca ser\u00e1 um processo r\u00e1pido e tranquilo, j\u00e1 que o tempo no document\u00e1rio desempenha um papel important\u00edssimo; em alguns filmes, o tempo \u00e9 o pr\u00f3prio sujeito da a\u00e7\u00e3o<\/strong>. Por isso, paci\u00eancia \u00e9 fundamental.<\/p>\n Essa tamb\u00e9m \u00e9 uma grande diferen\u00e7a do document\u00e1rio e do jornalismo: para o documentarista, \u00e9 preciso ter uma rela\u00e7\u00e3o amorosa com o tempo; j\u00e1 o jornalista muitas vezes acaba desrespeitando um pouco o tempo, no sentido de ter que jogar a informa\u00e7\u00e3o para o p\u00fablico imediatamente, sem se permitir a reflex\u00e3o que um olhar demorado sobre o conte\u00fado pode gerar.<\/p>\n A resposta padr\u00e3o de todo documentarista para essa quest\u00e3o \u00e9 de que tudo varia muito, n\u00e3o existe um par\u00e2metro. Muitas vezes, o projeto \u00e9 financiado por conta pr\u00f3pria, j\u00e1 que \u00e9 relativamente barato fazer um document\u00e1rio e quase sempre se trata de um trabalho autoral, embora sempre exista a possibilidade de vender o filme se ele for bem sucedido em festivais.<\/p>\n Editais e leis de fomento tamb\u00e9m podem ser boas op\u00e7\u00f5es para documentaristas<\/strong>, j\u00e1 que muitos contemplam verba de at\u00e9 1 milh\u00e3o de reais para longas-metragens de document\u00e1rio. J\u00e1 para curtas, normalmente o valor que se pode solicitar fica em torno de 100 mil reais. A divis\u00e3o dos recursos entre o sal\u00e1rio do diretor e as despesas de produ\u00e7\u00e3o varia de acordo com as demandas de cada projeto, mas normalmente esse cach\u00ea n\u00e3o ultrapassa 15% do valor total do filme. No entanto, \u00e9 poss\u00edvel buscar incentivos de diferentes fontes, o que permite maior autonomia financeira no filme e melhor remunera\u00e7\u00e3o para seus realizadores.<\/p>\n H\u00e1 quem produza material para a internet, o que abre in\u00fameras oportunidades hoje em dia, ou tamb\u00e9m para a televis\u00e3o \u2013 nesse caso de conte\u00fado \u201csob encomenda\u201d, \u00e9 bem poss\u00edvel que o ponto de vista do documentarista n\u00e3o esteja t\u00e3o presente no filme. Mas como se trata de uma \u00e1rea bastante aberta e fluida, existem ainda profissionais que transitam entre a fic\u00e7\u00e3o e o document\u00e1rio, e vice-versa.<\/p>\n Com um or\u00e7amento razo\u00e1vel, pode-se ganhar um cach\u00ea de 20 mil reais como diretor de um document\u00e1rio de longa-metragem. Considerando que geralmente o documentarista tamb\u00e9m produz o pr\u00f3prio filme, ou ajuda na produ\u00e7\u00e3o, \u00e9 sempre uma quest\u00e3o de saber negociar e adequar os recursos dispon\u00edveis. Contudo, para aqueles que ainda est\u00e3o come\u00e7ando, que precisam ganhar experi\u00eancia e habilidade na \u00e1rea, em algum momento acaba sendo preciso trabalhar por meio de incentivos ou \u201capostar\u201d em um projeto, muitas vezes fazendo parcerias e recebendo valores bem mais baixos \u2013 tanto por acreditar na hist\u00f3ria quanto para \u201cmostrar a cara\u201d.<\/p>\n Um movimento que tem crescido recentemente \u00e9 o dos cursos de document\u00e1rio<\/strong><\/a>. No passado, era mais comum pegar a c\u00e2mera e sair fazendo filmes, curtas e at\u00e9 mesmo longas, ou partir de uma forma\u00e7\u00e3o ou profissionaliza\u00e7\u00e3o no cinema ficcional para ent\u00e3o experimentar o documental.<\/p>\n Estudar, especificamente se aperfei\u00e7oando em document\u00e1rio, pode ser interessante n\u00e3o apenas para conhecer pessoas com os mesmos interesses, mas para aprender na pr\u00e1tica sobre quest\u00f5es log\u00edsticas, art\u00edsticas e \u00e9ticas de se fazer document\u00e1rios. Al\u00e9m disso, o que come\u00e7a como uma aula com um documentarista reconhecido pode se tornar uma ponte para a sua carreira: se voc\u00ea se destacar, pode ser chamado para a equipe de pesquisa de um filme do seu professor, por exemplo, e dali para seu pr\u00f3prio document\u00e1rio.<\/p>\n Mas o aprendizado vai muito al\u00e9m disso. A troca de informa\u00e7\u00f5es \u00e9 uma das partes mais essenciais de um document\u00e1rio. Praticar em um ambiente controlado e favor\u00e1vel, sistematizando comportamentos e entendendo o ser humano (que ser\u00e1 seu principal \u201cobjeto de trabalho\u201d), \u00e9 uma excelente maneira de come\u00e7ar. Por isso \u00e9 bom fazer um curso, sim, mas tamb\u00e9m encontrar um grupo de pessoas com as quais voc\u00ea possa criar, dialogar, mostrar seus trabalhos, compartilhar suas ideias e tir\u00e1-las do papel.<\/p>\n Conviver com pessoas, trabalhar na maior quantidade poss\u00edvel de filmes, procurar uma forma\u00e7\u00e3o te\u00f3rica e pr\u00e1tica. Essas s\u00e3o as bases do documentarista que est\u00e1 come\u00e7ando. A porta de entrada para o document\u00e1rio deve ser o interesse pelo mundo, pelas coisas que voc\u00ea v\u00ea ao seu redor. A observa\u00e7\u00e3o da realidade \u00e9 sempre o primeiro passo.<\/p>\n Naturalmente, um curso n\u00e3o vai transformar aluno em cineasta automaticamente e imediatamente. Voc\u00ea precisa ir atr\u00e1s do que quer falar, usando as ferramentas audiovisuais para contar isso. \u00c9 uma longa jornada, que come\u00e7a na descoberta de um assunto que o fascina. A partir da\u00ed, existem editais p\u00fablicos de incentivo \u00e0 produ\u00e7\u00f5es documentais. Voc\u00ea pode inscrever seu projeto e conseguir financiamento, ou tentar transform\u00e1-lo em uma s\u00e9rie para produtoras ou canais de televis\u00e3o.<\/p>\n Leu tudo e se identificou? Confira os cursos de document\u00e1rio<\/span><\/a> da AIC para iniciar ou se aprofundar na \u00e1rea.<\/b><\/p>\n <\/p>\nNeste artigo, vamos responder \u00e0s principais d\u00favidas sobre a carreira nesta \u00e1rea:<\/strong><\/h2>\n
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Veja tamb\u00e9m nossos outros artigos da s\u00e9rie Profiss\u00f5es do Cinema:<\/strong><\/h5>\n
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O que faz um documentarista?<\/b><\/h3>\n
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Qual a diferen\u00e7a entre fic\u00e7\u00e3o e document\u00e1rio?<\/b><\/h3>\n
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Dificuldades e desafios<\/b><\/h3>\n
\n<\/a><\/p>\nQuais as responsabilidades de um diretor de document\u00e1rio? <\/b>Como \u00e9 o dia a dia de um documentarista?<\/b><\/b><\/h3>\n
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Quanto tempo demora cada projeto?<\/b><\/h3>\n
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Quanto ganha um documentarista?<\/b><\/h3>\n
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Como se tornar um documentarista?<\/b><\/h3>\n
Refer\u00eancias e conselhos<\/h3>\n
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