{"id":15207,"date":"2017-04-07T07:59:14","date_gmt":"2017-04-07T10:59:14","guid":{"rendered":"http:\/\/www.aicinema.com.br\/?p=15207"},"modified":"2017-08-16T14:04:51","modified_gmt":"2017-08-16T17:04:51","slug":"arte-e-resistencia-piano-forte-no-arizona-international-film-festival","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/arte-e-resistencia-piano-forte-no-arizona-international-film-festival\/","title":{"rendered":"Arte e Resist\u00eancia: Piano Forte no Arizona International Film Festival"},"content":{"rendered":"
Em \u201cPiano Forte\u201d, a resist\u00eancia transpira, seja pela hist\u00f3ria em que o m\u00fasico amador e autodidata Maur\u00edcio Maia sai do sub\u00farbio da baixada fluminense, em uma longa viagem at\u00e9 o centro do Rio de Janeiro, em busca de pianos abertos ao p\u00fablico, para que possa tocar. Seja pela linguagem e narrativa, que convidam \u00e0 reflex\u00e3o sobre o acesso \u00e0 cultura, as desigualdades de oportunidade e o esfor\u00e7o individual de quem sonha em viver de arte.<\/p>\n \u201c\u2018Piano Forte\u2019 tenta de alguma forma abafar as vozes do preconceito e convida a olhar para \u2018o outro\u2019. Prop\u00f5e o deslocamento do olhar para a periferia, onde muitos cidad\u00e3os comuns resistem a diversos tipos de viol\u00eancia, incluindo a que a pr\u00f3pria sociedade tem institu\u00edda.\u00a0 Maur\u00edcio, jovem negro da periferia, quer ser feliz, compor m\u00fasica, direcionar o seu trabalho para a dan\u00e7a. Ele busca isso, procura pianos que o ajudem a aprimorar a sua t\u00e9cnica. Ele \u00e9 um resistente\u201d, diz Anabela Roque, aluna do FILMWORKS<\/a> – curso t\u00e9cnico em dire\u00e7\u00e3o cinematogr\u00e1fica da Academia Internacional de Cinema –\u00a0 e diretora do document\u00e1rio.<\/p>\n Anabela conta que a proposta era representar o confronto do indiv\u00edduo na sua miss\u00e3o – perseguindo suas aspira\u00e7\u00f5es – e o espa\u00e7o urbano representativo da sociedade com as suas normas, desordens e paradigmas. \u201cOs momentos que expressam a sua busca nos conduzem pelo espa\u00e7o urbano e pelas suas\u00a0desigualdades numa cidade que\u00a0continua \u2018partida\u2019. Procuramos assim mostrar, de modo transversal, as conex\u00f5es poss\u00edveis – ou a aus\u00eancia delas – entre diferentes mundos,\u00a0trazendo \u00e0 discuss\u00e3o a realidade social brasileira\u201d.<\/p>\n O filme ter\u00e1 sua estreia internacional no 26\u00ba Arizona International Film Festival<\/a>, um dos festivais de filmes independentes mais importantes dos Estados Unidos, que esse ano exibe 70 curtas-metragens de 19 pa\u00edses. A exibi\u00e7\u00e3o de \u201cPiano Forte\u201d ser\u00e1 no dia 27 de abril, \u00e0s 18h, na cidade de Tucson.<\/p>\n A estreia nacional foi no Iguacine \u2013 5\u00ba Festival de Cinema da Cidade de Nova Igua\u00e7u onde recebeu a Men\u00e7\u00e3o Honrosa do j\u00fari que parabenizou a equipe pela \u201coriginalidade com que aborda a quest\u00e3o do tr\u00e2nsito entre territ\u00f3rios, valorizando uma figura emblem\u00e1tica para cena cultural da Baixada Fluminense, o m\u00fasico Maur\u00edcio Maia\u201d.<\/p>\n Anabela ressalta que nada disso seria poss\u00edvel sem o engajamento de toda a equipe, composta pelos (tamb\u00e9m) alunos da AIC: Ana Clara Nini Cartaxo (dire\u00e7\u00e3o de fotografia e montagem), Eduardo Kozlowski (dire\u00e7\u00e3o de fotografia), Silvana Didonet (produ\u00e7\u00e3o e som direto), Camila Mac\u00e1rio\u00a0(assistente de produ\u00e7\u00e3o e assistente de som), Nicolas Bastos (2\u02daAssistente de Produ\u00e7\u00e3o) e C\u00e9sar Augusto Moura\u00a0(2\u02da Assistente de Som).<\/p>\n Al\u00e9m dos companheiros de filmagem, fez quest\u00e3o de ressaltar os professores Bebeto Abrantes, Vin\u00edcius Reis, Waldir Xavier, Rodrigo Sacic, Fabian Boal, Livia Arbex, Gisela C\u00e2mara e Isaac Pipano, que orientaram todo o processo.<\/p>\n Tudo come\u00e7ou com a ideia de pesquisar as rela\u00e7\u00f5es que se estabelecem \u00e0 volta de um piano que qualquer um pode tocar, num espa\u00e7o p\u00fablico e a ideia inicial era falar sobre um\u00a0piano que se encontrava aberto na Caixa Cultural, no Centro do Rio de Janeiro.\u00a0\u201cA inten\u00e7\u00e3o era falar do\u00a0piano como elemento aglutinador de \u2018personagens\u2019,\u00a0impulsionador de la\u00e7os afetivos e troca de viv\u00eancias atrav\u00e9s da m\u00fasica. Queria sobretudo,\u00a0mostrar\u00a0um exemplo de acessibilidade \u00e0 cultura num momento em que, politicamente, se restringem oportunidades\u201d, conta Anabela. Mas, como tratando-se de document\u00e1rio nada \u00e9 efetivo, o piano foi desativado na \u00e9poca das pesquisas e assim, o projeto tomou um novo rumo: fazer um filme sobre os usu\u00e1rios dos pianos e entre\u00a0essas pessoas\u00a0estava o Maur\u00edcio Maia e sua impressionante hist\u00f3ria.<\/p>\n<\/a>\u201cMede-se a grandeza de uma ideia pela resist\u00eancia que ela provoca. \u201d, j\u00e1 dizia o fil\u00f3sofo pr\u00e9-socr\u00e1tico An\u00e1xagoras<\/a>. A arte, quando usada como ferramenta de resist\u00eancia, parece despertar ainda mais como\u00e7\u00e3o e, em tempos de crise pol\u00edtica, exerce um papel importante, \u00e9 um instrumento que auxilia nas transforma\u00e7\u00f5es.<\/p>\n
Estreia Nacional e Internacional<\/b><\/h3>\n
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Cinema – Uma arte Coletiva<\/b><\/h3>\n
A Produ\u00e7\u00e3o: resistir e construir <\/b><\/h3>\n