{"id":13708,"date":"2016-08-22T20:30:37","date_gmt":"2016-08-22T23:30:37","guid":{"rendered":"http:\/\/www.aicinema.com.br\/?p=13708"},"modified":"2025-01-16T11:46:54","modified_gmt":"2025-01-16T14:46:54","slug":"segundo-dia-da-semana-de-cinema-e-mercado-tem-fabiano-gullane","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/segundo-dia-da-semana-de-cinema-e-mercado-tem-fabiano-gullane\/","title":{"rendered":"Segundo dia da Semana de Cinema e Mercado tem Fabiano Gullane"},"content":{"rendered":"
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Nesse segundo dia de palestras, a Academia Internacional de Cinema<\/a> (AIC) recebeu \u00a0Fabiano Gullane, que estudou cinema e estreou na profiss\u00e3o como diretor de produ\u00e7\u00e3o do curta \u201cCart\u00e3o Vermelho\u201d (1994) de La\u00eds Bodanzky. Em 1994, fundou com o irm\u00e3o a produtora Gullane e desde ent\u00e3o, tem realizado muitos filmes de grande destaque, como: \u201cCarandiru\u201d, de Hector Babenco, indicado \u00e0 Palma de Ouro no Festival de Cannes, \u201cO ano em que meus pais sa\u00edram de f\u00e9rias\u201d, em 2008, de\u00a0Cao Hamburger, vencedor do Grande Pr\u00eamio do Cinema Brasileiro em tr\u00eas categorias, incluindo melhor filme, \u201cAt\u00e9 Que a Sorte nos Separe\u201d, em 2012, recordista de bilheteria nacional do ano, com 3,5 milh\u00f5es de espectadores e, em 2015, chegam aos cinemas o filme premiado nos festivais de Sundance e Berlim deste ano,\u00a0\u201cQue horas ela volta?\u201d, de Anna Muylaert.<\/p>\n Gullane come\u00e7ou sua fala ressaltando sobre a import\u00e2ncia do evento para o cinema brasileiro, pois h\u00e1 poucas iniciativas como a da AIC, na qual h\u00e1 um investimento na forma\u00e7\u00e3o dos profissionais da \u00e1rea, que muitas vezes possuem um talento imenso, mas \u201cn\u00e3o possuem um repert\u00f3rio t\u00e9cnico necess\u00e1rio para ter sucesso na \u00e1rea<\/i>\u201d.<\/p>\n O produtor tamb\u00e9m lembrou como come\u00e7ou na \u00e1rea, na \u00e9poca da faculdade, ele e o irm\u00e3o cursaram cinema e participaram da produ\u00e7\u00e3o de quase 30 curtas, trabalhando de tudo um pouco, os desafios que enfrentou e ainda enfrenta. \u201cFoi sempre uma batalha, e continua sendo…\u00a0 o que conquistamos acaba sendo mais vis\u00edvel, mas tem uma hist\u00f3ria de quedas, de erros, mas \u00e9 uma trajet\u00f3ria de muita supera\u00e7\u00e3o, de conquistas e a batalha n\u00e3o acaba nunca. Temos que trabalhar diariamente com muito foco e seriedade para que a produtora d\u00ea bons frutos. A vida para \u00e0queles que vivem do cinema n\u00e3o \u00e9 um sonho, n\u00e3o \u00e9 uma realidade simples. E ainda mais para aqueles que vivem da produ\u00e7\u00e3o independente. E o primeiro conselho que dou para quem est\u00e1 trabalhando de forma independente, \u00e9 estar preparado para essa sucess\u00e3o de desafios que ser\u00e1 a vida de voc\u00eas. \u00c9 ruim? N\u00e3o, tem mais desafios<\/i>!\u201d<\/p>\n Com a retomada do cinema brasileiro entre 1993 e 1994 e a cria\u00e7\u00e3o da Lei do Audiovisual, surge tamb\u00e9m a Gullane. Que come\u00e7a no ramo, fazendo cinema, por\u00e9m, com o tempo, tamb\u00e9m percebe que havia muito pouco olhar para o filme depois de pronto. \u201cNingu\u00e9m sabia o que fazer. O que ach\u00e1vamos uma loucura, tanto trabalho, tanta dedica\u00e7\u00e3o, talento, e o projeto morria na praia.. na verdade, o filme, ele nasce depois que est\u00e1 pronto.\u00a0 E assim, a gente monta a Gullane com esse objetivo, al\u00e9m de nos dedicarmos a financiar e fazer os filmes, t\u00ednhamos um olhar muito forte na sua comercializa\u00e7\u00e3o. Quer\u00edamos fazer com que os filmes existissem para o mundo, n\u00e3o s\u00f3 para gent<\/i>e\u201d.<\/p>\n O filme \u201cBicho de Sete Cabe\u00e7as\u201d lan\u00e7a a produtora para o mundo, e para Fabiano e seu irm\u00e3o, ter acertado j\u00e1 no primeiro longa, \u201cfez com o que o mundo os olhasse com mais respeito\u201d. Depois com o filme \u201cO Ano em que Meus Pais Sa\u00edram de F\u00e9rias\u201d, enfrentar o desafio de tentar vend\u00ea-lo fora do Brasil, j\u00e1 que ningu\u00e9m conhecia ao diretor. Mas novamente tiveram sucesso e conseguiram comerci\u00e1-lo para mais de 35 pa\u00edses. \u201cE com o tempo fomos melhorando, dominando essa opera\u00e7\u00e3o de financiar, produzir, lan\u00e7ar e hoje com muita tranquilidade estamos prontos para fazer qualquer tipo de cinema<\/i>\u201d conta o produtor.<\/p>\n H\u00e1 etapas que devem ser seguidas:<\/p>\n 1\u00aa etapa: a escolha do projeto.<\/p>\n Que demora mais ou menos um ano. Leva-se 12 meses para se escolher o projeto, pesquisar, fazer um argumento, ver se ele vai funcionar, dar uma primeira vers\u00e3o para o roteiro e transform\u00e1-lo num projeto executivo, que significa saber seu custo, se \u00e9 comercial, se \u00e9 mais um projeto onde leva uma assinatura ou se \u00e9 para festivais.<\/p>\n 2\u00aa etapa: capta\u00e7\u00e3o de recursos.<\/p>\n Normalmente, \u00e9 onde se demora de 18 a 24 meses. Esse momento \u00e9 usado para amadurecer o roteiro. E vender a ideia para as pessoas que ir\u00e3o dar cara e corpo a ele, os atores.<\/p>\n 3\u00aa etapa: com o dinheiro captado, pagam-se as d\u00edvidas do passado. Aqui \u00e9 a fabrica\u00e7\u00e3o do filme, que envolve a prepara\u00e7\u00e3o \u2013 pr\u00e9-produ\u00e7\u00e3o \u2013 filmagem \u2013 p\u00f3s-produ\u00e7\u00e3o. E leva mais ou menos um ano para preparar at\u00e9 a \u00faltima c\u00f3pia dele.<\/p>\n Fabiano comentou sobre as duas categorias de financiamento, que s\u00e3o: fomento direto e fomento indireto.<\/p>\n Fomento direto: o pr\u00f3prio fundo setorial (aquele criado para que as empresas de telecomunica\u00e7\u00f5es depositem uma vez ao ano sua contribui\u00e7\u00e3o ao CONDECINE), e hoje, \u00e9 o principal mecanismo de financiamento.<\/p>\n Fomento indireto: por meio do qual, a pessoa recebe autoriza\u00e7\u00e3o da ANCINE para financiar. Gullane explica que aqui h\u00e1 duas formas de receber esse financiamento, \u201cque pode ser pelas empresas que pagam imposto de renda e tenham lucro, podendo destinar at\u00e9 4% desse imposto devido ou empresas da \u00e1rea audiovisual, que ao mandar dinheiro para fora, para suas matrizes, sofrem taxa\u00e7\u00e3o sobre essa opera\u00e7\u00e3o, e podem destinar at\u00e9 70% do valor dessa taxa para investir no cinema\u201d.<\/p>\nFINANCIAMENTO E COMERCIALIZA\u00c7\u00c3O DOS FILMES NO BRASIL E NO MERCADO INTERNACIONAL<\/h5>\n
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\u00a0Como funcionam os projetos dentro da Gullane?<\/h6>\n
Principais Mecanismos De Financiamento no Brasil<\/h6>\n
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