{"id":12721,"date":"2016-01-21T11:41:13","date_gmt":"2016-01-21T13:41:13","guid":{"rendered":"http:\/\/www.aicinema.com.br\/?p=12721"},"modified":"2016-01-21T11:41:13","modified_gmt":"2016-01-21T13:41:13","slug":"professores-alunos-mostra-tiradentes-2016","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/professores-alunos-mostra-tiradentes-2016\/","title":{"rendered":"Professores e Alunos na Mostra de Tiradentes"},"content":{"rendered":"
Amanh\u00e3 come\u00e7a um dos mais ousados festivais do pa\u00eds, a 19\u00aa Mostra de Cinema de Tiradentes<\/b>. At\u00e9 o dia 30 de janeiro a cidade mineira \u00e9 palco da diversidade da produ\u00e7\u00e3o nacional e apresenta mais de 100 filmes brasileiros em pr\u00e9-estreias mundiais e nacionais. Entre os filmes est\u00e1 o primeiro longa-metragem do cineasta Thiago B. Mendon\u00e7a, \u201cJovens Infelizes<\/b>\u201d, que tem sua estreia nacional, no dia 29 de janeiro, \u00e0s 20h. O filme conta com a participa\u00e7\u00e3o de dois professores e dois ex-alunos da Academia Internacional de Cinema (AIC). Andr\u00e9 Moncaio<\/a> <\/b>assina a Dire\u00e7\u00e3o de Fotografia, Renan Rovida<\/a><\/b> fez a prepara\u00e7\u00e3o de elenco e tamb\u00e9m atuou e os ex-alunos\u00a0Ronaldo Dimer<\/a><\/b>\u00a0 e Luiz Augusto Moura fizeram\u00a0assist\u00eancia de c\u00e2mera.<\/p>\n “Aborto<\/strong>” do\u00a0ex-aluno Lincoln P\u00e9ricles, tamb\u00e9m tem sua estreia na mostra, no dia\u00a028\/01, \u00e0s 22h, no Cine Tenda. O filme fala sobre como um casal de prolet\u00e1rios refletem sobre seus trabalhos e lidam com uma imposs\u00edvel gravidez.<\/p>\n Produzido de forma independente dentro de uma perspectiva em que o documental invade a narrativa, o filme desconstr\u00f3i a trajet\u00f3ria art\u00edstica e pol\u00edtica de um grupo de jovens, que intensificam at\u00e9 o limite as rela\u00e7\u00f5es entre arte e vida.<\/p>\n O professor Renan Rovida fala que o filme \u00e9 sobretudo sobre nosso tempo. \u201cUm filme que reflete sobre o papel do \u2018artista\u2019 na nossa sociedade e na raiz do que \u00e9 ser artista hoje: nada menos do que n\u00e3o aceitar o mundo organizado pelo capitalismo. No filme, um grupo de jovens, v\u00ea cada vez mais o horizonte se fechar \u00e0 possibilidade de qualquer transforma\u00e7\u00e3o e, juntos, decidem realizar um \u00faltimo ato est\u00e9tico e pol\u00edtico\u201d, conta.<\/p>\n Rodado durante a Copa do Mundo de 2014, o longa acompanha de forma org\u00e2nica os protestos e a violenta repress\u00e3o da pol\u00edcia. \u201cEste \u00e9 um filme espelho sobre minha gera\u00e7\u00e3o e suas lutas. Sobre a forma como nos apropriamos da nossa cidade, das suas ruas e espa\u00e7os. Como sentimos, amamos e lutamos num mundo de horizontes rebaixados\u201d, afirma o diretor Thiago B. Mendon\u00e7a.<\/p>\n \u201cJovens Infelizes\u201d integra a Mostra Aurora, que neste ano traz sete t\u00edtulos in\u00e9ditos e valoriza o cinema contempor\u00e2neo de inven\u00e7\u00e3o e experimenta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n Andr\u00e9 Moncaio conta que o filme tem uma textura granulada e \u201csuja\u201d como forma de representar a falta de caminhos e de esperan\u00e7a dos jovens. \u201cA linguagem de c\u00e2mera veio muito clara na proposta do diretor e entramos imediatamente de acordo. O filme foi feito praticamente todo com c\u00e2mera na m\u00e3o em plano-sequ\u00eancia, permitindo que a a\u00e7\u00e3o se desenvolvesse com liberdade diante da c\u00e2mera, em um misto de cena preparada (mise en sc\u00e8ne pr\u00e9-definida) e interpreta\u00e7\u00e3o\/movimenta\u00e7\u00e3o livre dos atores. J\u00e1 o conceito de ilumina\u00e7\u00e3o buscou transformar em imagem o conflito principal, atrav\u00e9s de um desenho de luz contrastado que privilegiasse o espa\u00e7o c\u00eanico e no qual os atores pudessem circular entre a luz e a penumbra\u201d.<\/p>\n Moncaio diz que as principais refer\u00eancias para todo o trabalho foram os filmes \u201cManhattan” do Woody Allen, “Estranhos\u00a0no\u00a0para\u00edso” do Jim Jarmush e \u201cLola” do Fassbinder. \u201cCada um deles foi importante para um aspecto.\u00a0\u2018Manhattan\u2019 foi refer\u00eancia para o uso de fontes de luz em quadro e para a atmosfera \u2018elegante\u2019 da luz, com muitas \u00e1reas escuras. \u2018Estranhos no Para\u00edso\u2019 me trouxe uma refer\u00eancia de luz naturalista, na qual se tem a sensa\u00e7\u00e3o de que a luz vem apenas de fontes cotidianas como janelas, l\u00e2mpadas etc. As cenas de cabar\u00e9 do \u2018Lola\u2019 foram refer\u00eancia para a cena inicial do filme. A forma como as cores \u2018tingem\u2019 a pele e os cabelos dos atores nestas cenas foi uma inspira\u00e7\u00e3o fundamental para a atmosfera que eu precisava. A\u00a0ideia foi provocar desconforto, iluminando os atores com cores de luz \u2018anti-naturais\u2019 para a pele, como o Ciano, o Magenta, o Amarelo e o Verde\u201d.<\/p>\n Renan Rovida, que faz o papel de um ex-padre desiludido com a igreja, tamb\u00e9m preparou o elenco. Toda a atua\u00e7\u00e3o teve como pressuposto o naturalismo. \u201cTrabalhamos muito para que todos entendessem a linguagem que estava sendo constru\u00edda no filme e dentro dela pudessem estar livres para criar. Uma linguagem que em muitas situa\u00e7\u00f5es era documental e em outras, altamente estilizada. A prepara\u00e7\u00e3o se concentrou na ilimitada capacidade imaginativa de cada ator e atriz e no diferencial que um ator que est\u00e1 imbu\u00eddo disto pode acrescentar a uma interpreta\u00e7\u00e3o para cinema. Com muito trabalho de todos, os personagens foram ganhando vida e o Thiago Mendon\u00e7a ia, acertadamente, mexendo no roteiro, dependendo do que observava. Como eu era preparador e ator, e o Thiago esteve presente em toda a prepara\u00e7\u00e3o, n\u00f3s t\u00ednhamos um combinado que em determinado momento o preparador sumiria, para que eu pudesse trabalhar s\u00f3 como ator junto aos outros\u201d.<\/p>\n Sobre seu personagem, Rovida conta que foi inspirado em um padre que andava junto com os surrealistas e que mesmo excomungado continuava andando de batina. \u201cAssim, o personagem \u00e9 quase uma alegoria. Um ser estranho ao grupo retratado e ao mesmo tempo, familiar. Li muito a b\u00edblia, poesias e textos de padres e ex-padres como Dom Pedro Casald\u00e1glia, Frei Betto e Leonardo Boff. Al\u00e9m de andar pelos lugares onde o personagem andaria, como a regi\u00e3o da Cracol\u00e2ndia no centro de S\u00e3o Paulo. Trabalhei muito para que quem assista veja o personagem e n\u00e3o a atua\u00e7\u00e3o, ainda que sempre seja eu ali, mas para que a cena seja reconhec\u00edvel como vida, mesmo em situa\u00e7\u00f5es limite. Creio que com isso o cinema se torna mais vivo porque parte da realidade para retornar a ela, na perspectiva de transform\u00e1-la\u201d.<\/p>\nJovens Infelizes<\/h3>\n
Dire\u00e7\u00e3o de Fotografia<\/b><\/h4>\n
Prepara\u00e7\u00e3o de Elenco <\/b><\/h4>\n
Trailer Jovens Infelizes<\/h4>\n