{"id":12179,"date":"2015-09-25T14:33:56","date_gmt":"2015-09-25T17:33:56","guid":{"rendered":"http:\/\/www.aicinema.com.br\/?p=12179"},"modified":"2015-09-25T14:33:56","modified_gmt":"2015-09-25T17:33:56","slug":"professores-premiados-no-festival-de-brasilia","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.aicinema.com.br\/professores-premiados-no-festival-de-brasilia\/","title":{"rendered":"Professores premiados no Festival de Bras\u00edlia"},"content":{"rendered":"

\"festival-cinema<\/a>Dois professores da Academia Internacional de Cinema (AIC) sa\u00edram com candangos do 48\u00ba Festival de Bras\u00edlia do Cinema Brasileiro<\/a>. Monica Palazzo<\/a> ficou com o pr\u00eamio de Melhor Dire\u00e7\u00e3o de Arte pelo filme \u201cPara Minha Amada Morta\u201d, do cineasta Aly Muritiba e, o filme \u201cFome\u201d, do diretor Cristiano Burlan<\/a>, recebeu dois pr\u00eamios: Melhor Som e Pr\u00eamio Especial do J\u00fari.<\/p>\n

Para Minha Amada Morta<\/b><\/h4>\n

A trama do longa \u00e9 centrada no fot\u00f3grafo Fernando (Fernando Alves Pinto), um vi\u00favo calado e introspectivo que vive cercado de objetos pessoais da falecida esposa, sofrendo pela sua aus\u00eancia. At\u00e9 descobrir, em uma fita VHS, uma surpresa que coloca em d\u00favida o amor da esposa por ele. Fernando decide investigar a verdade por tr\u00e1s destas imagens, desenvolvendo uma obsess\u00e3o que consome seus dias e sua rotina. Monica Palazzo diz que o filme \u00e9 sobre as transforma\u00e7\u00f5es internas que passamos, sobre a passagem da venera\u00e7\u00e3o para a decep\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Al\u00e9m do pr\u00eamio de Melhor Dire\u00e7\u00e3o de Arte que Monica ganhou, o filme recebeu outros 5, ficando com o maior n\u00famero de pr\u00eamios do Festival. Venceu nas categorias melhor dire\u00e7\u00e3o (Aly Muritiba), melhor atriz e ator coadjuvante pelos trabalhos de Giuly Blancato e de Lourinelson Vladmir (quem fez a prepara\u00e7\u00e3o de atores do filme foi a tamb\u00e9m professora da AIC \u2013 Amanda Gabriel<\/a>), melhor fotografia (Pablo Bai\u00e3o), montagem (Jo\u00e3o Mena Barreto) e melhor longa-metragem segundo a Abraccine (Associa\u00e7\u00e3o Brasileira de Cr\u00edticos de Cinema).<\/p>\n

\"1781863_1423357717909259_1964937558_n\"<\/a>
Equipe do filme Para Minha Amada Morta<\/figcaption><\/figure>\n

Em mat\u00e9ria do jornal curitibano Gazeta do Povo<\/a> o jornalista Sandro Moser fala sobre a grandeza do filme: \u201cPara Minha Amada Morta supera o principal defeito da produ\u00e7\u00e3o mais recente do cinema brasileiro que \u00e9 a pobreza ou o descaso com o roteiro; um \u2018detalhe\u2019 muitas vezes substitu\u00eddo por vaidade da dire\u00e7\u00e3o, processos de prepara\u00e7\u00e3o do elenco ou boas inten\u00e7\u00f5es. No caso do filme de Muritiba, ao contr\u00e1rio, o roteiro escrito pelo pr\u00f3prio cineasta \u00e9 a grande for\u00e7a, ao contar em tr\u00eas atos uma hist\u00f3ria sobre luto, amor e vingan\u00e7a\u201d.<\/p>\n

Monica conheceu Aly Muritiba no 60\u00ba Festival de San Sebastian<\/a>, quando foi para o lan\u00e7amento mundial do filme \u2018Cores\u2019, de Francisco Garcia, no qual tamb\u00e9m assina a dire\u00e7\u00e3o de arte. \u201cEm 2013 ele veio pra S\u00e3o Paulo, fomos tomar um caf\u00e9 e o Aly me convidou oficialmente para fazer o filme. O trabalho todo fluiu muito bem, mesmo sendo um filme de baixo or\u00e7amento me deram a estrutura que pedi. Aly sabia muito bem o filme que estava fazendo, deu refer\u00eancias bem espec\u00edficas e ao mesmo tempo muita liberdade para gente criar. Ele tem o dom de orquestrar o trabalho da equipe. Soube agregar, somar e potencializar\u201d, conta a diretora de arte.<\/p>\n

\"images\"<\/a>Sobre a arte do filme, Monica conta que j\u00e1 na leitura do roteiro as cores “vieram”, o roteiro me \u00a0instigou a propor cores diferentes para cada universo. \u201cO universo do Fernando \u00e9 mais azulado, chove, faz frio. J\u00e1 o de Salvador traz uma paleta de cores quentes. Tivemos refer\u00eancias da pintura e filmes que eram importantes para o Aly, dessa forma as cores come\u00e7aram a se conectar de uma forma natural. Toda a minha equipe foi incr\u00edvel e tivemos muita sintonia, mas gostaria de citar a cen\u00f3grafa Renata Rugai, que fez a dire\u00e7\u00e3o de arte dos meus filmes e foi uma parceira incr\u00edvel. Enfim, estou muito feliz com pr\u00eamio, ele \u00e9 fruto de uma estrada de 13 anos de muita dedica\u00e7\u00e3o e desses bons encontros que a vida nos proporciona.\u201d<\/p>\n

Fome<\/b><\/h4>\n
\"Jean-Claude<\/a>
Jean-Claude no filme “Fome”, de Cristiano Burlan.<\/figcaption><\/figure>\n

Nas veredas da metr\u00f3pole paulistana, um velho homem abandona o passado e caminha na invisibilidade. Carrega consigo apenas um carrinho, alguns trapos e a velhice. Depois que se viu a morte \u00e9 poss\u00edvel morrer de amor por algu\u00e9m? \u2013 essa \u00e9 a sinopse do longa \u201cFome\u201d, dirigido e roteirizado pelo professor Cristiano Burlan. O filme de baixo or\u00e7amento traz o cr\u00edtico, professor e ator Jean-Claude Bernardet<\/a> como protagonista.<\/p>\n

Rodado em 6 dias, o longa sobre um morador de rua, encerra a \u201cTetralogia em preto e branco\u201d do diretor, que se iniciou com \u201cSinfonia de um homem s\u00f3\u201d (2012), \u201cAmador\u201d (2013) e \u201cHamlet\u201d (2014). Os quatro filmes t\u00eam a cidade de S\u00e3o Paulo como for\u00e7a motriz, os personagens deambulam por uma metr\u00f3pole exposta em sua concretude e em perp\u00e9tuo processo de constru\u00e7\u00e3o e desconstru\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

Perguntado sobre o que \u00e9 o \u201cFome\u201d, o diretor diz \u201cMorar na rua \u00e9 um ato de resist\u00eancia. O deambular \u00e9, para mim, n\u00e3o uma busca por chegar em algum lugar, mas a garantia do movimento. Eu j\u00e1 passei fome quando morei ilegalmente na Europa. A \u00fanica coisa que passava na minha cabe\u00e7a era a possibilidade do suic\u00eddio e a necessidade em andar. Mas o filme n\u00e3o \u00e9 sobre mim. Acredito que os filmes s\u00f3 falam sobre duas coisas, o amor e a aus\u00eancia dele\u201d.<\/p>\n

\"O<\/a>
O encontro entre Cristiano Burlan e Jean-Claude resultou na realiza\u00e7\u00e3o de quatro filmes em que JC participa como ator: \u201cAmador\u201d (2013), \u201cHamlet\u201d (2014), \u201cNo Vazio da Noite\u201d (2015) e \u201cFome\u201d (2015).<\/figcaption><\/figure>\n

Jean-Claude, que recebeu o pr\u00eamio Especial do J\u00fari por sua atua\u00e7\u00e3o diz, em entrevista para Burlan, que atuar foi uma experi\u00eancia muito densa e muito positiva. \u201cQuero estar associado a este tipo de cinema, que \u00e9 um cinema de risco, um cinema que voc\u00ea n\u00e3o sabe muito bem no que vai dar e eu tenho um certo prazer angustiante, por\u00e9m prazer em ir at\u00e9 os limites, de tentar ultrapassar os limites. Eu acho que no \u2018Fome\u2019 foi bastante isso\u201d.<\/p>\n

Burlan diz que o pr\u00eamio \u00e9 resultado de um trabalho muito vertical do Jean-Claude. \u201cEle \u00e9 o filme. Ele \u00e9 um ator-performer e a sua interpreta\u00e7\u00e3o \u00e9 muito s\u00f3lida\u201d.<\/p>\n

Quem assina o som direto do filme \u00e9 o ex-professor Cl\u00e1udio Gon\u00e7alves e o aluno F\u00e1bio Bessa. Ainda participaram do filme os alunos e ex-alunos Bil Silvestre (desenho de som e mixagem), Lucas Negr\u00e3o (colorista), Helder Martins (diretor de fotografia),\u00a0Ronaldo Dimer (2\u00ba assistente de fotografia), Arthur Tuoto (montagem adicional), Charlene Rover (fotografia still), Jo\u00e3o Macul (assist\u00eancia de fotografia), Cris Hernandez (assist\u00eancia de produ\u00e7\u00e3o)e Aline Medeiros (produ\u00e7\u00e3o de set), al\u00e9m dos professores Henrique Zanoni<\/a> (roteiro e produ\u00e7\u00e3o) e Ana Carolina Marinho<\/a> (elenco).<\/p>\n

Sobre estar no festival o diretor diz que foi a primeira vez em Bras\u00edlia. \u201cParticipar do Festival de Bras\u00edlia \u00e9 muito importante para o filme. Esse \u00e9 o festival mais antigo de cinema do pa\u00eds e tem um hist\u00f3rico de resist\u00eancia pol\u00edtica e est\u00e9tica necess\u00e1rio para a hist\u00f3ria do Brasil\u201d.<\/p>\n

Confira a lista completa dos premiados<\/b><\/h4>\n
Longa metragem \u2013 J\u00fari Oficial<\/em><\/h5>\n