André conta que rodou o filme sozinho, em fevereiro, na cidade de Cachoeira – BA, lugar de referência nacional para a religiosidade afro-brasileira. “Cheguei lá com a ideia de filmar ‘vistas’, ao modo do primeiro e primitivo cinema; a tradicional Festa de Iemanjá no rio Paraguaçu, documentada por Geraldo Sarno já nos anos 70 em seu filme Espaço Sagrado; e super big-closes de pessoas em transe, sem saber o que iria resultar disto, que filme estava fazendo. Então descobri, enquanto filmava, que lidava justamente com o próprio conceito de realidade, do realismo cinematográfico no documentário e seus limites. Assim, distanciando-me da abordagem histórica ou da usual perspectiva antropológica para assumir uma mirada mística, documentei com ‘Vistas e Visões’ manifestações religiosas e experiências espirituais do candomblé baiano buscando sublinhar o inenarrável, aquilo que através de um filme não podemos acessar do transe e do saber oculto, através da atitude da câmera e da montagem, de performances ficcionais, manipulações plásticas e intervenções gráficas no espaço-tempo”, diz André.
Além da sessão do dia 23 o filme conta com outras duas exibições dentro do festival. No dia 25/8, às 17h, no Espaço Itaú de Cinema e no dia 31/8, às 17h, no Cine Olido.
Confira a programação completa e os endereços dos cinemas aqui.
*Imagens divulgação filme