Roney Freitas e Cristiano Burlan no Festival de Brasília
A 49º edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro vai contar com o trabalho de dois professores da Academia Internacional de Cinema (AIC): o curta-metragem intitulado “DEMÔNIA – melodrama em 3 atos”, produzido por Roney Freitas, professor do curso Filmworks, com direção de Fernanda Chicolet e Cainan Baladez e o longa-metragem “Estopô Balaio” dirigido pelo também professor Cristiano Burlan. O evento que acontecerá entre os dias 20 a 27 de setembro terá a participação de convidados ilustres, como: Lauro Escorel, que tempos atrás esteve na AIC dividindo sua experiência com os alunos, irá abrir o Festival com seu curta “Improvável Encontro”, juntamente com o longa-metragem “Cinema Novo” de Eryk Rocha, apresentações apenas para convidados. Além de Lauro, outro convidado especial que estará presente no evento será Jean Claude Bernardet, que também já esteve na AIC compartilhando sua experiência, grande parceiro de Burlan, sendo protagonista em diversos de seus filmes, será o homenageado do Festival.
Além da exibição, o Festival fará debates sobre os filmes. Acompanhe os dias:
Demônia será exibido:
Dia 25- domingo, às 21h30
Cine Brasília
Dia 26/09 – segunda-feira, às 17h
Cine Cultura Liberty Mall.
E o debate acontecerá no dia:
26/09 – segunda-feira, às 11h30
Kubitschek Plaza Hotel, salão Caxambu.
Acesso Livre
Já Estopô Balaio será exibido:
Dia 22/09 – quinta-feira, às 15h
Cine Brasília
Dia 23/09 – sexta-feira, às 19h
Cine Cultura Liberty Mall,
Debate:
Dia 22/09 – quinta-feira, após exibição do filme.
No foyer do Cine Brasília
OS FILMES
DEMÔNIA – MELODRAMA EM 3 ATOS
A ficção “Demônia” foi um curta filmado na Vila Ema, em São Paulo, e acompanha “a discussão de um casal que tem sua intimidade exposta de maneira sensacionalista por uma TV. Foi gravado em menos de três dias, e levou menos de 10 meses ao todo entre ganhar o edital, pré-produzir, filmar e finalizar” conta Roney.
Roney Freitas conta que como produtor executivo de “Demônia” teve uma experiência diferente de direção “acompanhei a inquietação sobre a narrativa pelos diretores… mas foi algo mais distanciado de certo modo,… sendo de natureza mais pragmática as minhas preocupações – não que isso implique em menos inquietações porque é, ainda, após a recepção do filme, a partir do espectador recebendo e retornando, que a gente se assenhorará do trabalho. Estamos na expectativa, portanto… foi a primeira vez assumindo essa função de produtor executivo, com uma equipe muito boa, profissional, que meu deu todo suporte. Auxiliou e suplantou qualquer falta de experiência minha (também por isso, foi mais tranquilo).”
No filme, além de Roney Freitas, participaram outros dois professores da AIC, André Luiz de Luiz, na fotografia e Dicezar Leandro, na Direção de Arte.
Ficha Técnica
Direção: Cainan Baladez e Fernanda Chicolet
Produção executiva: Roney Freitas
Roteiro: Fernanda Chicolet
Fotografia: André Luiz de Luiz
Montagem: Allan Ribeiro e Thiago Ricarte
Som Damião Lopes
Direção de arte: Dicezar Leandro
Cenografia: Dicezar Leandro
Figurino: Rodrigo Rosa
Trilha sonora: Filipe Junqueira Machado e Thiago Ricarte
Música original: Filipe Junqueira Machado
Elenco: Fernanda Chicolet, Vinicius de Oliveira, Henrique Schafer, Daniel Ortega, Júlia Araújo e Angelo Defanti
Produtora Arte In Vitro Filmes
ESTOPÔ BALAIO
O filme de Cristiano Burlan traz a história do Coletivo Estopô Balaio, que reside no Jardim Romano, bairro do extremo leste paulistano que sofre constantemente com enchentes. Em 2010, o bairro ficou submerso por três meses, dessa maneira, os moradores foram obrigados a se reinventar, a reinventar a vida, a criar novas perspectivas de viver. Assim, o Coletivo Estopô Balaio estabelece uma residência artística no bairro, que já resultou em três espetáculos, que foram construídos a partir dos relatos dos moradores sobre suas experiências com enchentes. E o filme traz a seguinte indagação: Como opera a arte em situações de trauma social?
Cristiano revela que o intuito do Coletivo, desde o início, sempre foi investigar a memória social dessa população por meio de processos criativos, que reúnem artistas e moradores que estão se formando artisticamente nas atividades desenvolvidas na sede do Coletivo. Todos os processos, os ensaios de cena na rua, espetáculos, projeção de filmes em espaços públicos, por exemplo, foram criados a partir dos depoimentos dos moradores sobre as experiências com as águas, mas a ideia também é colocá-los como protagonistas dessas histórias, dando a oportunidade de ressignificar sua memória.
Ficha Técnica
Direção: Cristiano Burlan
Produção: Ana Carolina Marinho e Henrique Zanoni
Fotografia e Câmera: João Macul e Cristiano Burlan
Roteiro: Ana Carolina Marinho, Cristiano Burlan e Marcelo Paes Nunes
Montagem: Marcelo Paes Nunes e Cristiano Burlan
Som direto: Ney Damacena
Desenho de som: Gabriel Silvestre
Produtora Bela Filmes Produções Ltda.
Coletivo Estopô Balaio:
João Júnior, Adrielle Rezende, Ana Carolina Marinho, Ana Maria Marinho, Bruno Fuziwara, Clayton Lima, Edson Lima, Keli Andrade, Juão Nin, Lisa Ferreira, Paulo Oliveira, Ramilla Souza, Wemerson Nunes e Amanda Preisig.
Além disso, alguns alunos e ex-alunos da AIC compõem a ficha técnica do filme “Estopô Balaio”, são eles: João Macul, Charlene Rover, Cris Hernandez, Carolina Meneghel, Marcelo Paes Nunes, Lucas Negrão, Gabriel Silvestre, Monique Lemos, Bruno Trentin.
Teaser Estopô Balaio
SOBRE O FESTIVAL
A edição do Festival deste ano apresentará 09 longas-metragens e 12 curtas ou médias-metragens na Mostra Competitiva. As mostras paralelas e sessões especiais contam outros 20 filmes. E ao todo, serão exibidos 41 filmes.
Produções vindas de todo o país estarão competindo pelo principal prêmio do Festival, o Troféu Candango, cujo nome faz homenagem aos brasilienses. Além do troféu, há prêmios que serão divididos entre os grandes vencedores.
E essa edição do Festival conta com uma novidade, é a criação da medalha “Paulo Emilio Salles Gomes”, intelectual, ensaísta, historiador, crítico de cinema, militante e também um dos responsáveis pelo surgimento do Festival de Brasília, junto com outros professores da Universidade de Brasília, como: Jean Claude Bernardet e Vladimir Carvalho.
A honraria será concedida a figuras que se destacaram no ensino, crítica e difusão do cinema brasileiro, o homenageado da vez é o ator, crítico, teórico e também ficcionista Jean-Claude Bernardet, que a receberá na solenidade de premiação do Festival, no dia 27 de setembro, às 19 horas. Além dessa participação especial, Bernardet apresentará seu documentário “A destruição de Bernardet”, que propõe uma reflexão sobre os diferentes papéis do crítico.
Para Cristiano estar no Festival de Brasília é sempre uma experiência singular “o Festival de Brasília é um dos mais importantes festivais de cinema do país, quiçá o mais. Ultrapassou diversos momentos políticos do país e sempre resistiu com engajamento. É a segunda vez em que participo do festival com o um longa-metragem. No ano passado, participei da competição com o filme FOME e esse ano o filme ESTOPÔ BALAIO integra uma mostra em que discute arte e política. Sempre acho imprescindível fomentar o debate e a reflexão sobre os filmes e me sinto honrado de ir novamente ao festival. Costumo me inscrever em festivais em que reconheço uma curadoria interessante, festivais que fomentam reflexões e críticas.”
Serviço:
De 20 a 27 de setembro, no Cine Brasília (Entrequadra 106/107 Sul, 3244-1660). Mostra competitiva: R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia). Entrada franca: mostras paralelas e sessões especiais. A classificação indicativa varia de acordo com os filmes. Veja a programação completa.