A história é contada a partir do ponto de vista da personagem principal, Hannah, uma mulher delicada e feminina que, meio a contragosto, acaba participando de uma aula de boxe. Bruna, a outra aluna que incentiva Hannah a participar da aula, parece não gostar muito do tipo delicado de Hannah, como se ela estivesse entrando em um território que não lhe pertencesse, ameaçando sua soberania Elas se aproximam, tornam-se amigas e aí tudo acontece. “Sentimentos se confundem e todas as ponderações são retratadas com um combate real de boxe, como uma luta voltada para dentro de si mesma”, conta Fabiana que é diretora e roteirista do filme.
Fabiana conta que a ideia do filme surgiu de um bloqueio criativo. “Geralmente gosto de trabalhar com temas tristes e fantásticos, como outro curta que escrevi e dirigi onde a Morte é o personagem principal. Decidi investir nesse tema que, para mim, se resume a gostar de alguém e não ser correspondido. E com quem isso nunca aconteceu? Se não aconteceu, desculpe, vai acontecer. O boxe como tema de fundo foi por achar algo poético trabalhar com o dito feminino e dito masculino, mas sem criar estereótipos. Sou uma artista marcial também, por isso a afinidade e certo conforto em trabalhar com algo que me identificava”, conta.
Produção, Direção de Arte e Direção de Fotografia
Como a maioria dos projetos independentes, a produção do filme não foi fácil. “Tivemos problemas de locação. De não ter onde gravar
A ideia foi misturar Direção de Arte e Direção de Fotografia. “Iluminação e arte se misturassem em tons pastéis, para reforçar a ideia de que é a vida real não é bonita, não é alegre. Ao contrário da vida real retratada, brincamos bastante com o combate no ringue, livremente inspirado em “Touro Indomável”. Muita contraluz e fumaça. Gravamos tanto nesse dia, já que ficou tão bonito de ver, e no filme, a cena aparece rapidamente, mas valeu a pena, com certeza”.
Outros Alunos
O curta também contou com a participação de vários outros alunos e ex-alunos da Academia Internacional de Cinema (AIC). Entre eles estão: Erick Martorelli na produção, Caetano Grippo e Leo Grego na fotografia, Roberta Fabruzzi na Direção de Arte, Elias Resende no Som, e Mariana Sierra na montagem.
A Diretora
Fabiana tem 27 anos e sempre teve o desejo de estudar e fazer cinema. “Eu desenhava e queria fazer animação stop-motion. Gostava do estilo divertido do Tim Burton, pela representação forçada parecendo um desenho, um rascunho de desenho com pessoas de verdade”, conta. Então comecei a procurar escolas de cinema, fazer cursos livres e num desses cursos conheci a AIC, onde tive a oportunidade de fazer e viver cinema de verdade. Me afastei um pouco do que queria inicialmente, a animação. Mas conheci o departamento de edição, o qual me identifiquei muito e busquei estudar por fora também. Editei o curta “Estrela Radiante”, da minha amiga e xará Fabiana Servilha, um dos meus maiores orgulhos.
*Fotos Fabiana de Freitas