O curta-metragem “Prata”, dirigido pelo ex-aluno, Lucas Melo – jovem realizador da Baixada Fluminense, venceu o Grande Prêmio Curta Cinema 2020, principal prêmio de curtas-metragens do país. Com o prêmio, o filme está qualificado para pleitear indicações ao Oscar, ao BAFTA e ao Goya, alguns dos festivais mais importantes do mundo.
“Foi uma surpresa incrível, não porque não acreditávamos no filme, mas enviamos um corte de trabalho, com intuito de não perder o festival, não tínhamos muitas pretensões de sermos selecionados, ganhar então… Mais feliz ainda por ver os meninos que atuaram no filme assistindo o trabalho deles e o vendo reverberar de forma tão positiva. Sinto que é a coroação de um trabalho muito especial, feito coletivamente. Tem um pouquinho de todo mundo ali. É apenas o começo, mas foi um começo muito lindo”, diz Lucas.
“Prata” foi feito como projeto de finalização do Filmworks – o curso Técnico em Direção Cinematográfica da Academia Internacional de Cinema (AIC) do Rio de Janeiro e é também uma produção da Lanterna Filmes, produtora recém-criada por Lucas e outros 5 cineastas que se conheceram durante o curso.
O filme conta com a participação dos alunos e ex-alunos: Rayane Khalil, Caio Lemos, Fillipe França, Uli Dile, Isabella Lins, Tiago Fonseca, Pedro Vampre, Valtecir C. Heckert, Paulo Gabriel Almeida, Gustavo Vorage e Victor Hugo Gonzaga; e do professor Thiago Sobral.
Sinopse
O filme acompanha Gustavo, um jovem do bairro da Prata, em Nova Iguaçu, que perdeu seu emprego após uma discussão com seu chefe sobre a primeira imagem real de um buraco negro.
O filme mergulha nas rotinas, subjetividades e complexidades da juventude de seus personagens, flertando com o realismo fantástico e borrando as linhas que dividem documentário e ficção, Prata é acima de tudo sobre juventude.
O diretor conta que a ideia surgiu da vontade de falar sobre a juventude, sobre os sonhos da adolescência e também sobre o bairro onde cresceu. “O bairro da Prata acaba sendo também um personagem muito importante no filme. Sinto que o PRATA é o resultado de um amontoado de memórias visuais e afetivas que eu acumulo nesses 26 anos vivendo aqui”, diz.
Lucas também falou sobre a escolha de atores não profissionais, moradores do bairro, e como eles enriqueceram o processo, trazendo suas vivências para a tela.