O 26º Festival de Cinema de Vitória está com inscrições abertas até o dia 20 de maio. O evento acontecerá entre os dias 24 e 29 de setembro, no Centro Cultural Sesc Glória, Cineclube Metrópolis e Hotel Senac Ilha do Boi de Vitória, no ES.
O festival aceita inscrições de curtas e longas-metragens de gêneros variados, incluindo documentários, animações, videoclipes, experimental e ficção. As obras devem ter sido realizadas a partir de 1º de janeiro de 2018.
Serão 11 mostras competitivas: Mostra Competitiva Nacional de Curtas; Mostra Competitiva de Longas; Mostra Foco Capixaba; Mostra Corsária; Mostra Quatro Estações; Festivalzinho de Cinema de Vitória; Mostra de Animação; Mostra Mulheres no Cinema; Mostra Cinema e Negritude; Mostra Nacional de Videoclipes e Mostra Nacional de Cinema Ambiental.
O Exterminador do Futuro 2 (1991) de James Cameron
Cinema é uma arte e também uma indústria multimilionária. Embora Hollywood siga ditando tendências desde a década de 1920, outros países têm ingressado nesse mercado. Em um contexto cada vez mais amplo e multifacetado, no qual as salas de cinema competem com a televisão e serviços de streaming, é importante entender de que maneira os aspectos comerciais de uma produção podem determinar seu sucesso junto ao público. Para tanto, basta analisar as principais mudanças da indústria cinematográfica nas últimas décadas.
Mercado competitivo
Atualmente, a indústria de cinema hollywoodiana produz de 600 a 800 longas-metragens por ano. Já Bollywood, cerca de 1200 filmes – a maior parte deles para seu próprio mercado. A China não fica para trás, com 400 produções – a maior parte delas assistidas localmente, pela enorme população do país. O Brasil tem uma média anual mais baixa, produzindo aproximadamente 150 filmes nacionais.
O fato é que um número gigantesco de produções está disponível anualmente para o circuito distribuidor. Com tantas opções, as salas de exibição precisam limitar o tempo em que cada filme ficará em cartaz. Antigamente, alguns filmes eram exibidos durante anos. Esse intervalo passou para alguns meses, até chegar à média de um blockbuster na atualidade: no máximo oito semanas.
Além disso, salas mais alternativas, voltadas a filmes artísticos, estão se tornando cada vez mais raras – e caras. Os chamados “filmes de autor” não atraem grandes multidões, o que faz com que alguns proprietários de cinemas não consigam manter a viabilidade de seus negócios. Além disso, o hábito que muitos cinéfilos tinham de ver o mesmo filme diversas vezes no cinema foi se alterando no decorrer das últimas décadas, devido aos preços dos ingressos e à variedade de opções.
No geral, os lucros da bilheteria de um filme dependem de quanto foi gasto em sua produção, divulgação e distribuição. Longas com grandes orçamentos, de franquias conhecidas pelo público e repletos de efeitos especiais, tendem a atrair muitos espectadores. A indústria de Hollywood cresceu justamente por conta de seu sucesso junto às massas, dentro e fora dos Estados Unidos.
Essa expansão do mercado hollywoodiano para o resto do mundo se potencializou entre os anos 1960 e 1970, quando os norte-americanos passaram a investir em blockbusters com orçamentos milionários, pensados para agradar os mais diversos tipos de público. O dinheiro gerado por esses longas permitiu a produção de mais filmes, movendo as engrenagens de uma máquina que ainda hoje é uma das mais bem-sucedidas no planeta.
Top Gun – Ases Indomáveis (1986) de Tony Scott
Nos anos 1980, com a popularização do VHS (Video Home System, ou “sistema de vídeo caseiro”), a indústria cinematográfica tentou equilibrar a queda nas vendas de ingressos cobrando preços bastante altos pelas fitas – a VHS de um filme chegava a custar mais de 80 dólares. O longa Top Gun – Ases Indomáveis (1986) revolucionou esse mercado, tendo sua fita lançada por apenas 26,95 dólares. Isso foi possível porque a Paramount Pictures incluiu um comercial de Pepsi antes dos créditos do filme, em troca da divulgação do longa nas campanhas da marca na TV.
Com a chegada do DVD (Digital Video Disc, ou “disco digital de vídeo”), no início dos anos 2000, os distribuidores de filmes voltaram a aumentar seus lucros, já que a nova tecnologia era mais cara do que as fitas VHS – graças à sua maior capacidade de armazenamento e qualidade de resolução superior. Um processo semelhante ocorreu com a invenção do Blu-ray, disco óptico capaz de armazenar filmes em full HD, porém essa tecnologia não chegou a se popularizar no Brasil. Isso porque, entrando na década de 2010, as mídias digitais (e, com elas, a pirataria), assim como os serviços de streaming, já começam a surgir.
Como o público passou a frequentar menos as salas de cinema, muitas vezes optando por assistir filmes pela televisão ou internet, a indústria cinematográfica (especialmente Hollywood) abordou essa mudança de maneira conservadora, apostando cada vez mais em projetos de baixo risco e lucro garantido: franquias, reboots, remakes e sequências de grandes sucessos, ao invés de produções originais.
Do herói clássico à geração videoclipe
A Era de Ouro de Hollywood(anos 1920 a 1960) estabeleceu um modo de fazer filmes que precisou ser atualizado com a chegada da televisão. Com o passar dos anos, a indústria cinematográfica viu seus filmes se tornarem mais dinâmicos e ambiciosos, com cortes cada vez mais rápidos e uma grande quantidade de efeitos digitais. A necessidade de atrair multidões provocou uma mudança no tom e nas técnicas de fazer cinema.
As maiores bilheterias de todos os tempos tendem a refletir os aspectos culturais e sociais de sua época. Nos anos 1940 e 1950, muitas pessoas buscavam esquecer a Segunda Guerra Mundial com histórias positivas, focadas no heroísmo ou escapismo, evitando temas como sexo e violência. Já nos anos 1960, iniciou-se um movimento de produções mais ousadas, densas e experimentais, que se potencializou nos anos 1970 com sucessos norte-americanos como O Poderoso Chefão / The Godfather (1972), Taxi Driver (1976) e O Franco Atirador/ The Deer Hunter (1978).
Guerra nas Estrelas / Star Wars (1977) de George Lucas
Aos poucos, o público acabou se cansando da violência gratuita e do constante pessimismo. Com o lançamento de Guerra nas Estrelas / Star Wars (1977), uma nova onda se popularizou: histórias em que os mocinhos venciam no final. Por conta disso, os anos 1980 se caracterizaram por filmes mais otimistas e aventureiros, com protagonistas carismáticos em situações inusitadas, quase sempre com final feliz. Exemplos disso são E.T.: O Extraterrestre / E.T. the Extra-Terrestrial (1982), Os Caça-Fantasmas / Ghostbusters (1984), De Volta para o Futuro / Back to the Future (1985) e Curtindo a Vida Adoidado / Ferris Bueller’s Day Off (1986).
Os anos 1990 substituíram os longas de aventura pelos de ação. O público jovem, em especial, passou a ter contato com novas mídias e essa influência da tecnologia se refletiu nas histórias vistas nas telas: os heróis passaram a usar mais a cabeça do que os músculos, em tramas envolvendo inteligência artificial e ficção científica, como O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final / Terminator: Judgment Day (1991), O Parque dos Dinossauros / Jurassic Park (1993), e Independence Day (1996).
Nos anos 2000, muitos filmes voltaram a temas mais pesados, inclusive envolvendo terrorismo e extremismo, até mesmo nas populares franquias de super-heróis. Batman: O Cavaleiro das Trevas / The Dark Knight (2008) exemplifica bem esse período, que substituiu os vilões cômicos por ameaças reais. Essa visão mais pessimista do mundo, gerada por conflitos políticos e ataques terroristas (principalmente aos Estados Unidos), abriu espaço para produções como Filhos da Esperança / Children of Men (2006) e Guerra ao Terror / The Hurt Locker (2008). O cinema brasileiro também entrou nessa onda mais realista, com Cidade de Deus (2002).
Atualmente, as gerações que cresceram assistindo a videoclipes na televisão e vídeos curtos na internet são as maiores frequentadoras das salas de cinema. Por conta disso, os filmes que se tornam grandes sucessos são blockbusters hollywoodianos que abusam dos cortes rápidos e efeitos especiais, preferencialmente com histórias já conhecidas pelo público, como as franquias de super-heróis originadas nos quadrinhos. As mais bem-sucedidas exploram múltiplas sequências e spin-offs para permanecer no topo das vendas, mantendo seus roteiros em um território “seguro”, sem grandes ousadias, e apostando no bom humor para entreter os espectadores.
O poder da tecnologia
A tecnologia foi o que levou o cinema de uma indústria silenciosa, em preto e branco, para espetáculos visuais em alta definição, capazes de transportar o público para dentro do filme. Nesse sentido, os avanços tecnológicos tiveram enorme impacto sobre o fazer cinematográfico – em especial no decorrer das últimas décadas. Da steadicam ao CGI (computer generated imagery, ou “imagens geradas por computador”), os avanços tecnológicos têm influenciado o teor e o tipo de histórias desenvolvidas, principalmente em Hollywood. Hoje em dia, não há praticamente nada que se possa imaginar que também não possa ser realizado com a ajuda da tecnologia digital.
Os sets de filmagem atuais utilizam com frequência técnicas como chroma key
Esses avanços podem ser vistos nos próprios sets de filmagem. Entre os anos 1940 e 1960, a maioria dos filmes eram gravados em estúdios ou em ambientes controlados, para evitar imprevistos que pudessem colocar em risco as gravações. A partir dos anos 1960, a melhor qualidade das câmeras e do aparato cinematográfico permitiu que os cineastas passassem a gravar em locações externas, possibilitando também maior realismo aos filmes. Essa liberdade permitiu experimentações – como comprovaram os cineastas da Nouvelle Vague francesa, por exemplo.
Com o passar das décadas, os filmes se tornaram cada vez mais próximos da realidade, indo ainda mais longe com o desenvolvimento da tecnologia 3D, fazendo com que o espectador se sentisse imerso no mundo retratado na tela. Os sets de filmagem, hoje em dia, utilizam com frequência técnicas como chroma key (efeito visual inserido na pós-produção por meio do anulamento de uma cor padrão, em geral uma tela verde) e motion capture (captura digital de movimento).
Nesse contexto, o conceito de autoria também se modificou com o tempo. No passado, muitos filmes tinham como figura principal o produtor ou o ator principal (o star system de Hollywood ilustra bem esse período). Aos poucos, em especial após movimentos de vanguarda como o Neorrealismo italiano e a Nouvelle Vague, o diretor conquistou o papel de maestro da equipe, sendo responsável pelas decisões criativas mais importantes. Já com a era dos blockbusters, os produtores executivos ganharam poder sobre o produto final, uma vez que o dinheiro é extremamente importante para a realização desses filmes. Tem sido cada vez mais comum em Hollywood (recentemente, em filmes de super-heróis), a demissão e a contratação de diretores durante o processo.
Por outro lado, as mudanças tecnológicas simplificaram bastante o processo de fazer um filme, permitindo que o cinema independente florescesse. Há cerca de 50 anos, as câmeras precisavam de uma equipe inteira para serem operadas e era praticamente impossível fazer tomadas aéreas por conta do peso do equipamento. A edição da película era feita em um aparelho chamado moviola – o editor/montador fisicamente cortava e colava o filme. Fazer cinema era um processo longo e difícil, que ainda assim resultava em imagens de baixa qualidade. No mundo totalmente digital no qual vivemos, é até difícil imaginar esses desafios.
A tecnologia afeta não apenas a maneira como os filmes são gravados e editados, mas o modo de serem vistos pelo público. Jovens nascidos na última década assistem a programas na internet e televisão em altíssima resolução (4K), com uma amplitude de cores enorme e até mesmo maior velocidade de fotogramas (frame rate). Tudo aponta para uma convergência das mídias: em um futuro não muito distante, TV e internet acabarão se fundindo, para dominar ainda mais esse mercado que antes era das redes exibidoras de filmes.
No escurinho do cinema
Todas essas vantagens da tecnologia tornaram o ato de ir ao cinema um certo luxo, já que demanda tempo e dinheiro. A televisão a cabo e os serviços on-demand, além das plataformas de streaming como a Netflix, facilitaram a vida dos espectadores e provocaram uma crise no circuito exibidor. Hoje em dia, boa parte dos lucros das salas de cinema não estão nas vendas de ingressos, mas nas bombonières (que vendem pipoca, refrigerante, doces, etc).
O filme Pantera Negra mostrou nas bilheterias que a representatividade é importante para a indústria
Para os grandes estúdios, além da necessidade de atrair grandes bilheterias, é importante investir em franquias que permaneçam populares durante muitos anos, possibilitando a venda de outros produtos – como roupas e brinquedos. Os universos de super-heróis das gigantes Marvel e DC competem com animações da Disney e spin-offs de Harry Potter. Vale tudo para monetizar a atenção do público.
O universo digital traz a possibilidade de inovar e criar de maneira multimídia, confundindo as barreiras que separam a arte do entretenimento. Apesar desse contexto voltado essencialmente para o lado comercial das produções, há quem ainda acredite que a experiência de ver um filme no escurinho do cinema e os aspectos artísticos do fazer cinematográfico são imprescindíveis. Afinal, existe um público para cada tipo de filme produzido, basta que seja encontrado esse nicho.
Embora os equipamentos de home theater estejam se aproximando cada vez mais da experiência cinematográfica e muitas pessoas tenham se acostumado a ver conteúdos audiovisuais em seus celulares, o prazer de compartilhar um filme com outras pessoas em uma tela grande, no escurinho do cinema, ainda deve perdurar por mais algumas décadas. Conforme a competição vai se acirrando no mercado, a tendência é de que os realizadores passem a buscar não apenas o sucesso nas bilheterias, mas a atenção de um público específico por meio da qualidade e originalidade de seus conteúdos.
Mudanças de posicionamento
Talvez um dos aspectos mais positivos da evolução da indústria cinematográfica nas últimas décadas, especialmente a partir do início do século 21, tem sido a preocupação com a diversidade e a representatividade. Os movimentos por representações mais abrangentes, tanto no que diz respeito a questões raciais quanto de gênero, têm provado que as temáticas dos filmes também podem ser influenciadas pelo contexto histórico na qual são criadas.
Wonder Woman 1984 (2020) de Patty Jenkins
Discussões e atitudes em favor da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, por exemplo, clamam por mudanças estruturais na indústria cinematográfica. Depois de escândalos como as denúncias de assédios e abusos em Hollywood que vieram à tona em 2017, com os movimentos #MeToo e #TimesUp, outras iniciativas passaram a pedir a maior inclusão feminina – na frente e atrás das câmeras.
De acordo com o que anunciou a atriz Tessa Thompson, em janeiro deste ano, um grupo de celebridades hollywoodianas está se unindo para estimular o trabalho de cineastas mulheres na indústria. O chamado 4% Challenge (ou Desafio das 4%) surgiu da estatística de que apenas 4% dos diretores dos 1,2 mil filmes mais bem-sucedidos nas bilheterias de 2007 a 2018 eram mulheres.
Capitã Marvel (2019) co-dirigido por Anna Boden e Ryan Fleck
Ao lado de Tessa Thompson estão nomes como Brie Larson, Reese Witherspoon, J.J. Abrams, Jordan Peele, Armie Hammer, Paul Feig, Amy Schumer, Nina Jacobson, Constance Wu e Kerry Washington. Esses artistas e muitos outros declararam que nos próximos 18 meses irão anunciar um filme que será realizado por uma diretora mulher. Dois grandes sucessos de bilheteria recentemente, Mulher-Maravilha (dirigido por Patty Jenkins) e Capitã Marvel (co-dirigido por Anna Boden e Ryan Fleck) ajudaram a pavimentar o caminho para diretoras em um universo antes essencialmente masculino.
A verdade é que a indústria está descobrindo que a diversidade pode ser lucrativa. Pantera Negra, o primeiro filme de super-heróis a ser protagonizado por um ator negro, faturou mais de 1,3 bilhão de dólares no ano passado, foi indicado a sete Oscars (inclusive de melhor filme) e já tem uma sequência garantida. Roma, longa produzido por uma plataforma de streaming (Netflix), em preto e branco e todo falado em espanhol, levou 10 indicações ao Oscar e se consagrou pela vitória em categorias importantes (como a de melhor diretor). Nesse sentido, o mercado acompanha as demandas por representações mais verdadeiras de seu próprio público.
No que diz respeito aos serviços de streaming, o fato de a Netflix concorrer em igualdade com grandes estúdios tem causado certa preocupação nos gigantes do mercado, mas a competição pode ser algo muito positivo para os espectadores e os realizadores. A mudança de paradigmas certamente permite um grau maior de liberdade criativa aos showrunners de séries e aos diretores de filmes produzidos pela plataforma, possibilitando experimentações e estimulando conteúdos originais. Como disse o cineasta Joel Coen, que lançou há alguns meses A Balada de Buster Scruggs na Netflix: “Eles são as pessoas que estão se posicionando e gastando dinheiro em filmes que não são de quadrinhos da Marvel, franquias de ação ou esse tipo de coisa”. Uma renovação mercadológica, principalmente no que diz respeito aos meios de distribuição, é muito bem-vinda.
Quem saber mais sobre algum curso da Academia Internacional de Cinema? Entre em contato com a gente pelo Whastsapp ou por E-mail.
As inscrições para a mostra Competitiva Brasil do Cine Esquema Novo 2019 – Arte Audiovisual Brasileira estão abertas até o dia 30 de junho. O evento será em Porto Alegre, de 21 a 27 de novembro.
As produções podem ser de qualquer duração ou formato, pensados para diferentes ambientes (cinema, galeria etc.), realizados por brasileiros ou estrangeiros residentes no Brasil e finalizadas a partir de 30 de junho de 2018.
A mostra Competitiva Brasil pretende apresentar um amplo panorama da recente produção autoral e independente do País e dará, ao final do evento, o Grande Prêmio Cine Esquema Novo e até cinco Prêmios Especiais do Júri. A programação deste ano também contará com outras atividades: além das exibições das obras, oficinas e debates, o Cine Esquema Novo 2019 terá uma Rodada de Negócios.
A experiência AO VIVO reproduz o ambiente da sala de aula, possibilitando interatividade entre professores e alunos em tempo real (podendo também acessar versões gravadas das aulas a qualquer hora.)
Flexibilidade de equipamentos para cursos mais técnicos, incluindo o uso de câmeras de celular.
Professores especializados para cada disciplina e atuantes no mercado.
Conteúdos desenvolvidos sob medida, com a metodologia prática voltada para a realização de filmes e de projetos que é a marca registrada da AIC e faz da escola uma referência no ensino audiovisual.
Alguns dos mais cultuados diretores do mundo eram (ou ainda são) cinéfilos assumidos. Stanley Kubrick, por exemplo, tinha uma verdadeira obsessão por filmes. Quentin Tarantino diz que aprendeu a fazer cinema vendo o trabalho de outros cineastas.
Já a diretora Greta Gerwig recentemente afirmou: “Eu amo filmes, mas às vezes é melhor que os atores não sejam cinéfilos. É preciso ser capaz de fazer seu trabalho em algum momento; você não pode ficar totalmente deslumbrado”. Para quem – como ela – tem a chance de estar em um set de filmagem com seus ídolos, esse definitivamente é um ótimo conselho.
Cena de a Invenção de Hugo Cabret dirigido por Martin Scorsese
O fato é que muitas pessoas gostam de filmes, mas nem todas podem se considerar verdadeiras cinéfilas. Para entrar nesse grupo seleto de amantes da sétima arte, é preciso se dedicar um pouco mais do que um espectador comum e realmente aprender algumas coisas sobre a história do cinema e o fazer cinematográfico. Mas como saber se você é realmente um apaixonado por filmes, digno de fazer parte desse clube? Selecionamos aqui 10 provas de que você é cinéfilo de carteirinha:
Os cinéfilos sempre conhecem o trabalho dos grandes cineastas e têm à mão uma lista de filmes favoritos, às vezes citando nomes que não são muito familiares aos espectadores de cinema menos fervorosos. Entre os queridinhos de muitos cinéfilos estão Paul Thomas Anderson, Stanley Kubrick, Ingmar Bergman, Akira Kurosawa, Andrei Tarkovski, Federico Fellini, Alfred Hitchcock, David Lynch, Werner Herzog, Jean-Luc Godard, Spike Lee, Jane Campion, Claire Denis e Agnès Varda.
Além da listinha de cineastas favoritos, os cinéfilos também têm seus atores preferidos e costumam conhecer o elenco envolvido nos filmes que assistem, associando os atores e atrizes a outras obras já realizadas, mantendo-se a par também das premiações recebidas por cada um deles. Em épocas de grandes eventos, como o Oscar ou o Globo de Ouro, os cinéfilos estão sempre preparados com suas apostas e opiniões para esclarecer os amigos leigos sobre o assunto.
Um cinéfilo que se preze precisa ter noções básicas sobre os grandes movimentos cinematográficos ao redor do mundo, como o Cinema Soviético, o Neorrealismo Italiano, a Nouvelle Vague Francesa, o Cinema Novo no Brasil, a Era de Ouro de Hollywood, entre outros. Conhecer a história do cinema é também assistir aos seus filmes mais relevantes – não se atendo somente à produção cinematográfica norte-americana, mas ampliando seu repertório para os principais representantes da cinematografia mundial.
Um bom cinéfilo também conhece os diferentes elementos que fazem parte da produção cinematográfica e sabe identificar a qualidade de cada um desses aspectos em um filme, desde o roteiro até a direção de fotografia, passando pela direção de arte, montagem, atuação, música e edição de som. Justamente por isso, um cinéfilo de verdade considera o cinema como uma expressão artística, não apenas entretenimento.
Cinéfilos mais entusiasmados costumam gostar de filmes que se afastam um pouco do circuito hollywoodiano e das salas multiplex que exibem blockbusters, buscando novos olhares e cineastas independentes, que produzam conteúdos diversificados e experimentais ou de vanguarda. Essa busca por diferentes linguagens inclui filmes de países cuja cultura não é tão próxima da brasileira, como os cinemas asiáticos ou africanos.
O personagem Totó de Cinema Paradiso se torna um grande cinéfilo
Um verdadeiro cinéfilo também é aquele que está sempre por dentro dos festivais e mostras de cinema que acontecem em sua cidade ou região, especialmente os que fomentam produções alternativas e independentes. Ao participar desses eventos, ele (ou ela) aproveita para conhecer pessoas com os mesmos interesses, ao mesmo tempo em que assiste ao maior número possível de filmes. Outra prática dos cinéfilos é conferir os filmes mais aguardados ainda na pré-estreia ou em sua noite de estreia no circuito de exibição (mesmo que isso signifique encarar filas ou ir ao cinema sozinho), para não ter sua experiência prejudicada por spoilers.
Um hábito comum dos cinéfilos é ler matérias, críticas de filmes ou entrevistas com os realizadores muito antes de comprar os ingressos para ir ao cinema. Assistir aos trailers e clipes disponíveis online também é praticamente uma regra. Revistas, jornais e sites são excelentes fontes de informação para quem deseja se manter atualizado. Publicações especializadas como Film Comment, Sight & Sound e Cahiers du Cinéma são um bom lugar para começar. Além disso, o site IMDb (Internet Movie Database) é uma das mais completas bases de pesquisa para assuntos relacionados ao cinema – ou seja, se você conhece e utiliza essa plataforma, talvez já esteja com um pezinho no clube dos viciados pela sétima arte.
Os cinéfilos gostam de encontrar outros cinéfilos para discutir e debater sobre filmes, trocar ideias e impressões, até quando discordam uns dos outros. Não há nada melhor do que encontrar sua turma: pessoas que têm algo em comum e adoram conversar sobre esses assuntos. No caso de quem ama cinema, essas pessoas estão nas próprias salas de exibição, em cursos especializados, grupos de pesquisa e cineclubes. Ou, quem sabe, você não consiga “converter” seus amigos em cinéfilos também? Vale a tentativa.
Um cinéfilo não tem preguiça de fazer verdadeiras maratonas cinematográficas, emendando um filme após o outro para conferir a maior quantidade possível de obras no tempo que tiver disponível. Além disso, esse tipo de espectador tende a assistir aos materiais extras, disponíveis em DVDs ou na internet: making of, cenas cortadas, comentários do diretor, etc. Com a facilidade da televisão a cabo e dos serviços de streaming, saber tudo sobre os filmes é uma tarefa tem se tornado cada vez mais simples. Apesar dessa praticidade toda, um bom cinéfilo também busca regularmente a lista de produções em cartaz nas salas de cinemas, para programar sua diversão no final de semana.
O fato é que um cinéfilo de verdade nunca vai abrir mão de ver filmes no escurinho do cinema. A sala de exibição, o público, as poltronas aconchegantes, a tela de projeção e toda a magia que estão imbuídas nesse contexto são parte integrante da experiência cinematográfica para os amantes da sétima arte.
Se você se identificou com alguns desses itens, talvez tenha vontade de conhecer mais sobre o cinema ou até já trabalhe na área – o que é uma forma de levar esse amor um pouco além dos outros espectadores. A verdade é que se apaixonar por um filme é algo que quase todo mundo já experimentou, pelo menos uma vez na vida. Quem não se emociona ao ouvir as notas de uma trilha sonora marcante ou lembrar do primeiro filme que viu na tela grande? O cinema tem esse poder, seja você um cinéfilo ou não.
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Por conta do temporal de ontem, da previsão de mais chuva e da impossibilidade de locomoção de alguns colaboradores e professores, cancelamos as aulas de hoje (09/04) na unidade do Rio de Janeiro. Mesmo sem aulas, a escola ficará aberta até às 18h.
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