Dirigido por Angelo Defanti, o filme coloca em discussão as bem-humoradas manchetes do Jornal Meia Hora e faz o público pensar sobre como as notícias são concebidas e quais as muitas perspectivas por trás de uma manchete. O diretor conta que o primeiro impulso do filme surgiu como um curta-metragem. “A ideia era fazer um pequeno documentário sobre a história por trás de algumas capas mais notórias. Assim o projeto prosseguiu até ganhar o edital de produção da RioFilme, quando aprofundamos a pesquisa e percebemos que havia ali uma discussão muito mais profunda. Era necessário discutir as consequências dessas repercussões e ponderar a validade de certas manchetes. Afinal, o jornalismo, como mediador entre os fatos e o público, presta um desserviço ao entregar notícias com piadas? O fator de isenção na comunicação popular pode ser relevado? O público majoritário quer, de fato, sangue, sexo e futebol? Por outro lado, é papel dos jornais educar seus leitores? Essa responsabilidade não seria do Estado? Enfim, a discussão não é simples e o filme levanta todas estas arestas para que o espectador saia instigado a questionar as matérias e manchetes com as quais se depara todos os dias. Não apenas dos jornais populares, mas também dos chamados quality papers”, conta.
Os Festivais e A Produção
O filme estreou na Première Brasil do Festival do Rio e no fim de semana passado teve a pré-estreia paulista no Festival Latino-americano. Felippe conta que daqui pra frente, além dos cinemas, também querem realizar debates em cursos e faculdades de cinema e jornalismo. “A trajetória do filme está se iniciando e queremos promover a discussão entre os interessados em cinema documentário e alcançar os leitores do jornal e os fãs manchetes inusitadas”.
Felippe divide a produção com Bárbara Defanti. Eles contam que as entrevistas que aparecem no filme foram gravadas em uma semana e meia em Botafogo. “Estamos os três (eu, Angelo e Felippe) juntos no andamento artístico e estrutural do documentário desde a pesquisa das capas e personagens até o processo da animação e videografismos. Então, de verdade, a produção vem acontecendo pra gente desde 2012 e tem sido bacana. A equipe era pequena, mas experiente e bem entrosada, o que faz tudo caminhar com mais facilidade”, conta Bárbara.
Angelo diz que para as entrevistas optou por colocar todos os depoentes num mesmo cenário, com um fundo cinza discreto e uma cadeira laranja. “Dessa forma, o filme deixa claro que está interessado em seus personagens. Não quisemos ir à redação do jornal, nem frequentar casas e escritórios dos entrevistados. Todos, no mesmo ambiente, deixam ressaltar apenas tem a oferecer em relação aos temas propostos. Ainda assim, nosso protagonista são as capas do jornal. Sendo estes objetos inanimados, animações e grafismos ocupam boa parte do filme entrelaçadas às entrevistas”.
Para saber mais horário e informações, acesse a página do Facebook do Filme.
Entrevistados
Alexandre Freeland: Diretor de redação Meia Hora 2007-2012 – David Brazil: Colunista social Meia Hora – Eucimar de Oliveira: Diretor de redação Meia Hora 2005-2007 – Flavio ‘Tiozão’ Trindade: Coluna Gata da Hora – Gigi de Carvalho: Ex-Proprietária Grupo O Dia – Giovani Marangoni: Publicitário – Henrique Freitas: Editor Executivo Meia Hora 2005-2013 – Humberto Tziolas: Editor-chefe Meia Hora – Muniz Sodré: Escritor e Professor UFRJ – Paulo Renato: Diretor comercial Meia Hora – Sylvia Debossan Moretzsohn: Professora UFF – Valesca Popozuda: Cantora – Washington ‘Apolinho’ Rodrigues: Colunista esportivo Meia Hora
Ficha técnica
Direção: Angelo Defanti – Produção: Angelo Defanti, Bárbara Defanti e Felippe Schultz Mussel – Montagem: Bernardo Jucá – Direção de fotografia: José Eduardo Limongi – Trilha sonora: Gustavo Monteiro – Animações: Estúdio MOL / Rafael Müller – Edição de som e Mixagem: Daniel Turini e Fernando Henna – Som direto: Felippe Schultz Mussel – Colorista: Fabrício Batista – Montagem adicional: Eduardo Aquino – Distribuidora: Boulevard Filmes