Letícia Leão, aluna do Filmworks, produz vídeo para a ONG Health In Harmony
Durante o isolamento social, a aluna do Filmworks Letícia Leão foi convidada, através da Academia Internacional de Cinema, para dirigir, produzir e editar um vídeo da ONG Health In Harmony em parceria como Instituto Socioambiental, as comunidades ribeirinhas do Xingu e a Universidade Federal do Pará. Letícia, que sempre enxergou o audiovisual como uma ferramenta de transformação social, topou trabalhar como voluntária.
“Eu aceitei, porque sabia que seria uma oportunidade de me aprimorar profissionalmente e trabalhar com narrativas que me tocam de alguma forma”, afirmou Letícia.
O Trabalho da ONG
Logo no início, Trina Noonan, Diretora da ONG, explicou que a Health In Harmony é uma organização sem fins lucrativos, que trabalha com comunidades próximas de florestas para a regeneração de ecossistemas e melhoria do bem-estar humano. Eles procuram entender as causas básicas da degradação florestal e como as famílias podem viver em harmonia com o meio ambiente. Na Indonésia, por exemplo, o projeto já levou a uma redução de 68% da mortalidade infantil e uma melhoria na segurança econômica para várias famílias.
A Health In Harmony precisava de um vídeo para apresentar o novo local de atuação da ONG, o Brasil, mais especificamente a Bacia do Xingu. Lugar que vem enfrentando inúmeras dificuldades devido a pecuária, queimadas, garimpos ilegais, e agora a COVID-19.
O Filme
O projeto durou quase dois meses. Foram muitas conversas de brainstorming, e-mails de referência, calls e ideias de roteiro. Letícia sugeriu que a trilha sonora fosse brasileira e o filme narrado em português por um ribeirinho do Xingu. A equipe envolvida, mesmo sabendo que isso poderia aumentar o tempo de execução, confiou e abraçou a ideia.
“Além de romper o imaginário existente de que na Amazônia só moram índios, traria uma potência de representatividade ao vídeo e uma afirmação da nossa língua ao público internacional. A valorização da cultura brasileira tem que vir cada vez mais das nossas afirmações de identidade”, afirmou Letícia.
A partir daí foram inúmeros desafios: achar um narrador local, fazer a produção de equipamentos a distância e dirigir o ribeirinho por vídeo chamada. Isso tudo com um fuso horário diferente. Mas a maior dificuldade foi encontrar imagens e uma música que pudessem transmitir a mensagem do filme. Apesar do acesso ao banco de imagens do Instituto Socioambiental, elas não mostravam os problemas atuais. Letícia precisou achar outros parceiros e filmmakers que tivessem imagens confiáveis de degradação ambiental.
No fim deu tudo certo. O filme ficou lindo!
– Aprendi muito e só posso agradecer pela confiança da equipe e troca de conhecimento, principalmente com a Emma Sutton, Devon Schmidt, Kristen Grauer, Trina Noonan, Isabel Harari, Marcelo Salazar, o ribeirinho Higor Matheus e o Kiko Horta, que disponibilizou seu “Forró Transcendental”.