Sem romantismos, José Henrique falou sobre as dificuldades de se fazer filmes “sem mercado”. Contou sobre a produção, captação e filmagens do longa. “Rodrigo Santoro e eu não ganhamos nada pelo filme, não foi um filme para ganhar dinheiro, mas me orgulho muitíssimo dele. Com uma narrativa densa, em preto e branco e a história de um cara autodestrutivo, definitivamente não poderia ser um filme comercial”, contou rindo. “Tive que ser um pouco Heleno, apaixonado pelo projeto, lutando contra o mundo para o filme sair do papel”.
Falou um pouco sobre a parceria com o diretor de fotografia Walter Carvalho e de como ele comprou imediatamente a ideia de fazer o filme em preto e branco, “foi uma delícia filmar com o Walter, o set era quase familiar, tudo foi muito planejado e decupado e correu bem”. Também contou dos ensaios sistemáticos que duraram dois meses, de como fez um filme com locações como o Maracanã e o Copacabana Palace com apenas 8 milhões e do patrocínio do empresário Eike Batista.
Por fim, o bate-papo acabou com o diretor questionando os estudantes: “Quais os artifícios que você tem para contar uma história? Qual a intenção que você quer passar com determinada cena? O que te motiva, como diretor, a fazer um filme? Preciso confessar que o cinema me dá prazer, mas ao mesmo tempo um certo pânico, como a relação que temos com a montanha-russa, em um parque de diversões, por isso precisamos saber exatamente o caminho que estamos seguindo”.
*Fotos: Karol Salldanha