Filmes de alunos em Festivais do Alagoas ao Rio Grande do Sul
Do Alagoas ao Rio Grande do Sul tem filme de aluno da Academia Internacional de Cinema (AIC) sendo exibido em festival. Nos meses de outubro e novembro quatro documentários estão rodando o país. Confira as programações, conheça os filmes e saiba um pouco mais sobre cada projeto.
Eu sou Bixiga
O curta documentário dos alunos Adeline Haverland, Adriana Terra, João Dias, Marco Paraná, Otávio Penteado e Vinícius Paroni foi selecionado para o Festival Mimo 2015, que exibe filmes inéditos em que o tema central é a música. O festival acontece em três cidades: Paraty – de 2 a 4 de outubro, Rio de Janeiro – de 13 a 15 de novembro e Olinda – de 20 a 22 de novembro.
O filme é um passeio pelo bairro paulistano do Bixiga guiado pelo dançarino Ricardo Rocha Santos. A música, as origens negras da região e um pouco da espiritualidade que mora nela, intermediadas pela personalidade de Ricardo, vão se desdobrando enquanto o protagonista nos conduz.
Feito como projeto final do curso de documentário da Academia Internacional de Cinema (AIC), Otávio conta que inicialmente o ideia era fazer um filme sobre a possível saída da escola de samba Vai Vai do bairro paulistano por conta da construção da linha laranja do Metrô. “Durante o processo de pesquisa do filme, conhecemos Ricardo, um dançarino que nasceu no bairro e que morava atrás do palco da escola. Através de sua história, reforçamos a intenção de tratar de uma história diferente do bairro, além da italiana já conhecida”, conta.
Matinê
Também feito durante o curso de documentário, o filme dos alunos Abel Freitas, Adriana de Almeida Gomes, Eduardo Chauvet, Iberê Perissé, Márcio Siecola e Rafael Yamamoto, foi selecionado para o 2º Festival de Cinema de Três Passos – Ideias Vertentes, que acontece entre os dias 12 e 14 de novembro e para o V Festival de Cinema Universitário de Alagoas, que acontece entre os dias 03 a 07 de novembro.
Na São Paulo do final dos anos 30, ir ao cinema era um verdadeiro evento. Era o auge da Cinelândia Paulista com salas suntuosas e de grande público, entre elas, o cine Oberdan, construído no bairro do Brás, onde ocorreu uma história pouco conhecida até os dias de hoje. O filme descreve e reconstrói sonora e visualmente uma época de grande importância cultural para a cidade de São Paulo, mergulhando no tempo em busca de uma história quase perdida, e revelando fatos inusitados que mudariam de forma dramática todo aquele clima de efervescência que a cidade experimentava.
Marrocos
O filme dirigido pelas ex-alunas Andrea Nero e Iajima Silena, que fizeram o Intensivo de Documentário Férias está no 25º Festival Curta Cinema, que acontece entre os dias 4 e 11 de novembro no Rio de Janeiro.
O filme é sobre o antigo Cine Marrocos que hoje é ocupado por cerca de 500 famílias organizadas em torno de um movimento social pela habitação e traz como tema a transitoriedade. “O espaço já foi palco de importantes episódios da cinematografia brasileira. A palavra Marrocos transforma-se em ponte possível de acesso à culturas que possuem a prática nômade e o cenário desértico como elementos marcantes de um imaginário praticamente atemporal. O documentário utiliza-se destes elementos para abordar – privilegiando aspectos sensoriais e imagéticos – as realidades provisórias que atravessam a história de vida do Cine Marrocos e de seus atuais moradores”, diz a sinopse do curta.
O documentário já passou também pelos Festivais de Vitória, Internacional do Rio, Campinas e Curta Canoas. “É muito emocionante ver um sonho se materializando. Quando escrevemos o argumento deste curta, queríamos que as imagens falassem por si. Que a fala ou depoimentos, caso houvessem, fossem pontuais. Queríamos o imagético, o sensorial. A finalização de cor e imagem enriqueceram a fotografia e a trilha original nos passa a sensação de tempo. Juntas hipnotizam e podemos contemplar os detalhes do Cine Marrocos”, conta Andrea.
Ocupação Hotel Cambridge
O filme dirigido pela ex-aluna Andrea Mendonça com a participação do ex-aluno Leonardo Ciaccio como codiretor, tem sua pré-estreia na 8ª Mostra Luta, no dia 3 de outubro, às 16h no MIS – Museu da Imagem e do Som de Campinas e está concorrendo na competitiva de curta digital do 9º Curta Cabo Frio, que acontece entre os dias 12 e 18 de outubro. Sua grande première será no Curta Cinema 2015 – Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro, que acontece entre os dias 4 a 11 de novembro.
O filme retrata o funcionamento do movimento de moradia sem teto do centro da cidade de São Paulo, Frente de Luta Por Moradia (FLM), por meio do cotidiano dos moradores da Ocupação Hotel Cambridge e através de depoimentos de diversas famílias.
O antigo Hotel Cambridge, localizado na região central de São Paulo, fechou as portas em 2004. Após 8 anos de abandono e sem função social, o edifício foi ocupado pela FLM em 23 de novembro de 2012 e hoje abriga cerca de 200 famílias. O filme mostra como a ocupação é gerida e mantida por seus moradores, que organizam diversas iniciativas coletivas para garantir que as famílias dos trabalhadores tenham acesso à moradia digna, educação e cultura.
O documentário conta com a participação dos ex-alunos Roberto Carvalho (produção), Lucas Miranda (produção), Alexandre Calado (direção de fotografia e som), Maria Eduarda Medeiros (direção de fotografia), Lucas Miranda (som e assistência de direção), Matheus Aragão (Ass. de Produção) e Guillherme Zucconi (Ass. de Produção).
Andrea diz que a ideia surgiu a partir do ex-aluno Leonardo Ciaccio que tinha interesse em conhecer ocupações na cidade de São Paulo. “Quando chegamos no Cambridge ficamos impressionados pela organização de seus moradores, pelo trabalho coletivo, pela consciência e respeito com relação as políticas públicas. Também percebemos que seus moradores são famílias comuns, com sonhos. Todos saem para trabalhar, estudar, assim como qualquer família brasileira. Nossa intenção com o filme era dar espaço para os moradores da Ocupação falarem, mostrarem seus pontos de vista, pois existe uma visão muito preconceituosa criada pela mídia brasileira, principalmente a televisão, a respeito dos sem tetos e dos movimentos de moradia”.
*Fotos Divulgação