Coimbra começou falando sobre como entrou em contato com a história real da “Fera da Penha” ao ler uma edição dos anos 60 da extinta Revista Manchete em 1999. Intrigado por aquela história, ele viajou para o Rio de Janeiro e fez extensa pesquisa em jornais da Biblioteca Nacional. Depois, com acesso ao processo judicial, pode confrontar os diversos pontos de vista dos personagens que participaram daquele relato. Coimbra produziu um primeiro roteiro, o qual foi diversas vezes modificado ao longo dos anos em que se dedicou à realização de vários curtas-metragens, como “Trópico das Cabras”. A experiência acumulada nos mais variados curtas preparou-o para lançar-se no terreno do longa metragem.
Finalizado em 2013, “O Lobo Atrás da Porta” fez bela carreira em festivais nacionais e internacionais, recebendo mais de 20 prêmios ao redor do mundo. No ano seguinte, foi lançado comercialmente pela Imagem Filmes. E em 2016, o filme continuou rendendo frutos. Coimbra foi indicado ao prêmio de melhor diretor estreante pelo Directors Guild of America.
Coimbra também respondeu perguntas sobre a transição de um longa autoral para a série “Narcos”, produção milionária do Netflix, na qual dirigiu dois episódios. Em relação ao “Lobo”, destacou o curto tempo de preparo para dirigir os episódios e o tempo ainda mais enxuto para entregar seu corte aos produtores – uma semana.
Finalmente, ele explicou como foi a ponte para o cinema internacional por meio dos agentes que conheceu no Festival de Toronto, na ocasião do lançamento do “Lobo”. Recebeu diversas propostas de Hollywood, sendo que uma vingou: o drama de guerra “Sand Castle”, em etapa de pós-produção.
*Texto: Paulo Marcelo do Vale Tavares
*Fotos: Raissa Nosralla