Ex-aluna da turma do Filmworks, formada em 2011, Luiza Cunha retornou à Academia Internacional de Cinema (AIC) há algumas semanas, só que numa nova condição. Em vez de vir para as aulas, agora ela encara o primeiro desafio como profissional: ser assistente no filme “A Magia do Mundo Quebrado”, dirigido pelo cineasta José Eduardo Belmonte.
O longa, oitavo dirigido por ele, é um roadmovie que conta a história de Afonso (Fábio Assunção), que após uma desilusão amorosa, segue com seu filho para São Paulo. No caminho, o carro quebra e o jeito é arrumar carona com belas mulheres, interpretadas por atrizes de quilate, como Ingrid Guimarães, Alice Braga, Maria Flor e Caroline Abras (foto abaixo).
Antes das gravações, que se iniciam no final de fevereiro, a AIC deu uma mãozinha para a produção do filme, emprestando uma sala para que os primeiros ensaios fossem realizados.
“Estou me sentindo em casa!”, afirmou entusiasmada. Luiza destacou o respaldo dado pela AIC para acompanhar alunos e ex-alunos em início de carreira e, sobretudo, apoiá-los em suas realizações: “Quando a equipe de filmagem solicitou um lugar para o ensaio, no mesmo instante lembrei da AIC. Liguei para alguns professores com quem mantive amizade depois do curso e em duas horas resolvi a questão da locação para os ensaios”.
Além da agilidade, o cineasta José Eduardo Belmonte faz questão de citar outras qualidades da Luiza, fundamentais para um iniciante na carreira de cinema. “Ela tem muita vontade de fazer as coisas acontecerem e trazer a luz as ideias. Como ex-aluno de cinema sempre admiro muito isso, pois essa postura traz consigo várias virtudes como perseverança, paciência, inteligência, organização e um discernimento entre equilibrar contrários: como pragmatismo e inconsequência. Como diria o (diretor Martin) Scorsese, atingir esse equilíbrio é complicado, mas essencial pro cinema”.
Relembrando o tempo das aulas, Luiza também aproveitou para deixar algumas dicas que foram importantes para ampliar as oportunidades dela para se colocar no mercado de trabalho audiovisual. Segundo ela, uma certa mistura de cara-de-pau com humildade é fundamental para descolar uma chance para iniciar. Vale até trabalhar de forma voluntária, com emprego paralelo, até que as coisas se ajeitem.
“Aqui mesmo dentro do curso existem muitas possibilidades, desde que o aluno se esforce e mostre dedicação. É legal chegar mais cedo e aproveitar pra fazer uma rede de contatos, tanto com os professores como, inclusive, com colegas da própria turma e de semestres diferentes, procurando fazer o maior número de filmes possíveis. O negócio é aproveitar o ambiente da escola para respirar cinema.”, diz.
Persistência e fé também são fundamentais, como mostra a própria história do encontro da ex-aluna com o diretor. Foram dois anos entre o dia em que ela viu uma palestra do diretor na AIC e o convite para trabalhar com ele.
“Quando o Belmonte veio na semana de orientação, eu logo me identifiquei e fui pesquisar sobre a filmografia dele. Busquei cursos livres além do Filmworks para me especializar. Virei aluna e monitora dele, cheguei a fazer até uma rápida figuração no filme “O Gorila” (com estreia para este ano, veja o vídeo abaixo a Luiza aos 36 segundos, no plano desfocado). E eu sempre dizia pra ele que um dia trabalharíamos juntos. Nos encontramos algumas vezes na rua, sem querer, em locações onde eu estava filmando. Numa dessas vezes veio o convite que eu tanto esperava.”, conclui Luiza.
Agora, como profissional, Luiza ainda sente-se acolhida e aprendendo, da mesma forma de quando era estudante na AIC: “Esta oportunidade de estar aqui com um diretor e atores reconhecidos no mercado acaba sendo para mim como uma nova aula aqui na AIC, uma oportunidade de aprender também com a experiência deles. Sou muito grata a Deus e à AIC!”.
Trailer de “O Gorila”
Créditos:
Reportagem e edição: Paulo Castilho.
Fotos: Alessandra Haro (AIC) e divulgação.