PAUSA PARA INSPIRAR
Thomas Edison e Albert Einstein tinham muitas coisas em comum, principalmente sua genialidade, mas ambos também concordavam quando o assunto era trabalho, cada um a seu modo, disse que o sucesso é fruto de muito trabalho e pouca inspiração. “Gênio é 1% inspiração e 99% transpiração”, dizia Thomas Edison, para Einstein: “A física teórica moderna é 10% inspiração e 90% transpiração.”
Mas e o que isso tem a ver com o curso Filmworks – de formação em cinema – da Academia Internacional de Cinema (AIC)? Tem a ver pois no FILMWORKS os alunos suam a camisa e trabalham muito em cima de cada projeto. Nada como uma pausa nos trabalhos para se inspirar ainda mais.
Assim, surgiu a ideia de trazer a grande cineasta Júlia Murat para uma aula especial na AIC. “Na verdade, a ideia da aula, é dar um intervalo, uma espécie de respiro antes do pitching. Uma master class que tem o objetivo maior de inspirar e animar os alunos para a apresentação de seus projetos. Mostrar uma visão diferente do que é dirigir e como funciona o processo… Além disso, Júlia tem o raro dom da generosidade, o que talvez seja uma das maiores virtudes de um professor. Essa seria uma combinação adequada para o tipo de aula que a gente queria proporcionar aos alunos” afirma Michael Wahrmann, o Misha, professor de Direção do curso.
Misha reforça que trazer uma pessoa como Júlia, seria apresentar novas visões aos alunos, um “pensar fora da caixa”, dizer a eles que não existem fórmulas prontas, eles podem e devem buscar várias inspirações para a realização dos seus projetos.
PITCHING
O pitching é um evento muito aguardado pelos alunos do último semestre do Filmworks, pois é reproduzida dentro da escola uma situação comum no mercado do audiovisual. Afinal, diversos editais e linhas de patrocínio utilizam esse sistema para seleção de projetos. “Aqui na AIC convidamos três profissionais do mercado para formarem a comissão de seleção do pitching. Os alunos recebem um regulamento e têm um prazo para entrega dos projetos, como se fosse um edital. Os três membros da comissão de seleção leem os projetos, assistem às apresentações dos alunos e fazem perguntas sobre cada proposta. Assim, o aluno já vivencia na escola uma dinâmica que encontrará no mercado” revela Francine Barbosa, coordenadora do curso.
Para Francine, esse encontro foi fundamental para mostrar aos alunos “como um diretor apresenta suas ideias e Júlia falou exatamente sobre o processo criativo do seu próximo filme, “Pendular”. Portanto, foi uma boa oportunidade, antes deles mesmos se expressarem no pitching.”
JÚLIA MURAT
Júlia tem um longo currículo no cinema; começou a trabalhar em 1996 com o filme “Doces Poderes”. Foi assistente de direção, assistente de câmera, assistente de montagem. Hoje é montadora e diretora e está iniciando um trabalho como produtora. Editou diversos filmes como “Maré Nossa História de Amor” de Lúcia Murat, que teve estreia no Festival de Berlim. Em 2011, lançou “Histórias que Só Existem Quando Lembradas”, seu primeiro longa de ficção, que estreou no festival de Veneza e foi selecionado para mais de 80 festivais no mundo.
Para a diretora, o encontro foi muito gratificante, pois ela teve a oportunidade de falar aos alunos sobre seu processo criativo, desde a primeira ideia. “Acho muito importante que eles tenham a oportunidade de ver como várias pessoas distintas trabalham, para escolherem seus próprios caminhos,” afirma.
Inspirar para transpirar, este é o lema. “Trazer jovens realizadores é muito importante no Filmworks. Um profissional em início de carreira – mesmo que já seja bem-sucedido – frequentemente lembra-se dos seus tempos de estudante e consegue dialogar de maneira próxima com os alunos. Essa proximidade é uma troca muito rica” garante Francine Barbosa.