O Botão de Pérola, de Guzmán, no Cineclube da AIC
O Botão de Pérola, do chileno Patricio Guzmán, é o próximo filme a ser analisado no Cineclube da AIC, no dia 24 de junho, às 18h30, no Canal do YouTube. O bate-papo fica por conta do professor e crítico de cinema Filippo Pitanga, do artista e pesquisador em mídias digitais Lucas Bambozzi e do documentarista Pedro Dantas .
SINOPSE
O oceano contém a história de toda a humanidade. No mar estão as vozes da Terra e de todo o espaço. A água, fronteira mais longa do Chile, também esconde o segredo de dois misteriosos botões encontrados no fundo do mar. Com mais de 4 mil km de costa e o maior arquipélago do mundo, o Chile apresenta uma paisagem sobrenatural, com vulcões, montanhas e glaciares. Nessa paisagem estão as vozes da população indígena da Patagônia, dos primeiros navegadores ingleses que chegaram ao país, e também a voz dos presos políticos chilenos. Alguns dizem que a água tem memória. Este filme mostra que ela também tem voz.
O FILME
O documentário O Botão de Pérola foi vencedor do prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Berlim, em 2015. O filme dá continuidade ao processo iniciado com Nostalgia da Luz (2010), ode Guzmán aproximava a geografia chilena da ditadura militar do governo Pinochet. Em Nostalgia mulheres buscavam seus mortos no deserto do Atacama. Em O Botão de Pérola a busca por desaparecidos políticos é no mar.
O filme está disponível no Youtube ou na plataforma Reserva Imovision.
O DIRETOR
Patrício Guzmàn iniciou a carreira de cineasta com os curtas-metragens de animação Viva la libertad (1965) e Electro show (1966). Seu primeiro documentário foi o curta Artesanía popular (1966). Em 1967, fez os curtas de ficção Cien metros con Charlot e o documentário Escuela de surdomudos. No ano de 1968, fez La tortura entre otras formas de diálogo e o documentário Imposibrante. Seus filmes de 1969 foram o média El paraíso ortopédico e o documentário Opus 6. Filmou o documentário Chile, elecciones municipales (1970). Seus longas foram El primer año (1971), sobre o primeiro ano de governo do presidente chileno Salvador Allende.
Filmou a trilogia de documentários La batalla de Chile: la insurrección de la burguesía (1975), La batalla de Chile: el golpe de Estado (1977) e La batalla de Chile: el poder popular (1979), registro do golpe que derrubou o presidente Salvador Allende. Exilado, passou a filmar no exterior e, radicado na Espanha, fez seu primeiro longa ficcional, La rosa de los vientos (1983). Trabalhou para a televisão, onde realizou curtas, documentários, médias e oito longas das séries El proyecto ilustrado de Carlos III (1988) e La mirada de Dios en América Latina (1989). Retomou seus documentários com o média Chile, la memoria obstinada (1997) e os longas Invocación (2000), que dirigiu com Héctor Faver e Fred Kelemen, Le cas Pinochet (2001) e Salvador Allende (2004).
Em 2013 doou 28 de seus filmes à Cineteca Nacional do Chile. Os documentários A nostalgia da luz, em 2010, e El bóton de nácar, em 2015, receberam o prêmio de melhor roteiro no Festival de Berlim, na Alemanha. Em 2013 foi premiado no Festival do Cinema e Direitos Humanos de San Sebastián, na Espanha, por seu trabalho como “cronista da história recente do Chile”.