Confira como foi o Tela em Movimento com Lúcia Murat
No dia 15 de setembro a Academia Internacional de Cinema recebeu a cineasta Lúcia Murat no primeiro encontro do Tela em Movimento, projeto que, ao modo dos cineclubes, promove discussões sobre os temas suscitados pelos filmes.
Lúcia participou do debate que se seguiu à exibição de seu documentário “Olhar Estrangeiro”, que trata da imagem do Brasil apresentada pelo cinema mundial, permeada de imprecisões, estereótipos e fantasias. Nos filmes analisados pela documentarista é comum que o Brasil seja apresentado como um país feito de praias e mulheres de topless, ou ainda, como a terra ideal para a fuga de bandidos (em mais de 40 filmes estrangeiros o bandido se esconde no Brasil). Para desvendar os mecanismos que produzem esses clichês, Lúcia entrevistou diversos diretores da França (Lyon e Paris), Suécia (Estocolmo) e EUA (Nova York e Los Angeles). Ela também falou um pouco sobre as dificuldades que teve para realizar esse filme, aproveitando-se das viagens pagas pelos festivais internacionais para gravar as entrevistas e da tensão que algumas perguntas geravam em seus entrevistados.
Essa edição do Tela em Movimento foi conduzido pelo Cineclube Cinemulher e contou com um público de 40 pessoas. Além dos temas específicos do “Olhar Estrangeiro”, Lúcia também falou sobre aspectos de sua obra e de seu processo criativo, como a diferença entre dirigir documentário e ficção e a maneira como suas experiências e histórias pessoais estão presentes em seu trabalho. Também falou de sua filha, Júlia Murat, que sempre a acompanhou como aprendiz em suas produções e que agora caminha por conta própria, com muito sucesso em seu mais recente trabalho “Histórias que só existem quando lembradas‘”.