Academia Internacional de Cinema (AIC)

Documentário de alunos AIC vence Festival em Portugal

Curso de documentário AIC

O filme de conclusão do curso de Documentário, A Única Terra, dirigido pelos ex-estudantes Gustavo Benji e Gabriela Amorim, conquistou o prêmio de Melhor Curta Metragem na categoria Meio Ambiente no Marmostra Internacional Film Festival, em Portugal. A obra, que retrata a história de uma comunidade indígena vivendo em um aterro sanitário em Guarulhos, também foi selecionada para outros sete festivais.

Conversamos com Gustavo, co-diretor do projeto, para entender o processo criativo por trás do filme e como a ideia foi desenvolvida.

 

 

Como surgiu a ideia de contar a história dessa família de indígenas?
“A Gabriela estava fazendo um curso e ouviu falar sobre uma aldeia indígena que morava em cima de um aterro sanitário. Na nossa primeira visita, tivemos a oportunidade de conhecer a aldeia e acabamos nos conectando com três personagens principais. Eles têm histórias ricas e multifacetadas. A aldeia ainda está em construção; eles possuem diversos projetos de expansão e organizam eventos culturais para arrecadar recursos.”

 

Conte como foi a construção da narrativa e o que consideraram importante transmitir para o filme.

“O objetivo do filme foi mostrar a situação da aldeia e a questão do governo ter cedido um território que era um aterro sanitário. Queríamos destacar todo o trabalho que esse povo realiza para tornar o local mais apropriado e acolher mais membros da comunidade que estão em São Paulo. Também abordamos os ataques criminosos que a aldeia sofreu, onde até hoje não se encontrou os responsáveis ou as reais motivações.”

 

 

Como foi o processo criativo e a concepção do roteiro?
“Na nossa primeira visita, conversamos por mais de uma hora com Alan, que nos deu um panorama geral sobre a história deles. Gravamos essa conversa para que pudéssemos escutar e debater depois. A partir dali, já entendemos o que queríamos abordar e fomos para a captação com algumas perguntas-chave, mas as entrevistas foram conduzidas muito no ‘feeling’. Com a Arlete, por exemplo, andamos pela aldeia enquanto ela nos apresentava o lugar e sua rotina, fazendo perguntas ao longo do caminho. As captações ocorreram de forma tranquila, aproveitando as situações que surgiam.

Mas  podemos dizer que o documentário realmente ganhou vida na ilha de montagem. Como fizemos entrevistas mais abertas e nos deixamos levar pelo clima, captamos bastante material com diversos assuntos. Depois de algumas versões, chegamos à montagem final que foi lançada.”

 

Festivais de Cinema

Além do Marmostra Internacional Film Festival (Portugal), o filme também foi selecionado para o Lift-Off Filmmaker Sessions (Inglaterra), Young Creative Awards (França), Vianatur Environmental Film Festival (Espanha), Power24 Internacional Film Festival (África do Sul), Suncine: Environmental Film Festival (Espanha), Offcine (Brasil) e Filmworks Film Festival, o festival de cinema da AIC.

Sinopse

Uma família indígena do povo Wassú Cocal, nativos do estado de Alagoas, vivem em uma aldeia acima de um aterro sanitário, desligado a mais de meio século, em Guarulhos (SP). Sob entulhos, os indígenas realizam diariamente uma limpeza do local, onde erguem ocas, realizam plantios e planejam expandir seus trabalhos através de projetos culturais; os quais têm o objetivo de aumentar o apoio às causas dos povos originários da terra.

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