Saiba quais são alguns dos principais diretores brasileiros de cinema
O cinema nacional já passou por diversos altos e baixos e, atualmente, enfrenta um de seus períodos mais delicados. Poucos investimentos, redução da ação da ANCINE e corte de verbas em editais públicos dificultam a vida dos profissionais do audiovisual, mas de forma alguma inibem o brilhante trabalho dos diretores brasileiros.
Prestigiar a nossa produção, seja na sala de cinema, seja por meio dos streamings, é uma forma de valorizar a cultura do nosso país e o trabalho árduo desses profissionais. Com isso em mente, apresentamos neste texto 6 diretores e diretoras que muito já contribuíram para o cinema nacional — e certamente ainda contribuirão muito mais.
Prontos para conhecê-los e se inspirar? Então continue com a gente e acompanhe a leitura até o fim!
Fernando Meirelles
Sem dúvidas, Fernando Meirelles é um dos diretores brasileiros mais conhecidos no cinema internacional. De sua extensa lista de filmes nacionais, destacam-se “Cidade de Deus”, “Cidade dos Homens”, “Xingu” e “Rio, Eu Te Amo”.
O paulista também tem uma já consolidada carreira no cinema internacional. Em 2008, lançou “Ensaio Sobre A Cegueira”, um roteiro adaptado do livro de José Saramago e estrelado por Mark Ruffalo e Julianne Moore.
Em 2019, foi sua vez de chegar à Netflix, com a produção “Dois Papas”, que tem os gigantes Jonathan Pryce e Anthony Hopkins no elenco. O longa garantiu ao diretor uma indicação ao BAFTA na categoria Melhor Filme Britânico.
Anna Muylaert
A temática da maternidade costuma ter forte presença no trabalho de Anna Muylaert, esteja ela atuando como roteirista (“O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Casa”) ou como diretora (“Mãe Só Há Uma” e “Que Horas Ela Volta?”). Esse último filme, estrelado por Regina Casé e responsável pela revelação de Camila Mardila, foi o seu trabalho de maior destaque.
“Que Horas Ela Volta”, de 2015, conta a história de Val, uma empregada doméstica que praticamente cria o filho de sua patroa, enquanto abdica de fazer o mesmo com sua própria filha para lhe garantir um sustento financeiro. O filme foi amplamente premiado em festivais nacionais e internacionais, incluindo o Festival de Sundance e o Festival de Berlim.
Kleber Mendonça Filho
Você, provavelmente, ouviu falar de Kleber Mendonça Filho ao longo do último ano — e se não ouviu, pare tudo o que estiver fazendo para conhecer o trabalho desse pernambucano. Já conhecido por seus trabalhos com “O Som Ao Redor” e “Aquarius”, o diretor despontou ainda mais com o faroeste distópico “Bacurau”.
No longa, uma comunidade do interior de Pernambuco precisa mostrar sua força e retomar suas raízes em prol da manutenção de sua existência no mapa. O filme foi a segunda produção brasileira a levar o Prêmio do Júri no Festival de Cannes (o que não acontecia desde 1962, com “O Pagador de Promessas”, de Anselmo Duarte).
Laís Bodanzky
Laís Bodanzky começou cedo como diretora. Seu primeiro trabalho de maior sucesso foi “O Bicho de Sete Cabeças”, do ano 2001, também responsável pela revelação de Rodrigo Santoro. O filme trata de temas delicados, como a relação entre pais e filhos e os abusos psicológicos a que pacientes de clínicas psiquiátricas são submetidos.
Seu quarto longa, “Como Nossos Pais” (que traz Maria Ribeiro, Paulinho Vilhena e os gigantes Clarisse Abujamra e Jorge Mautner no elenco), foi o trabalho mais premiado de sua carreira e o filme nacional de maior destaque em 2017. Por meio de diálogos muito próximos aos do cotidiano, vemos diferentes conflitos geracionais e de gênero em uma família apresentados de forma bastante realista.
Guel Arraes
Guel Arraes é um experiente diretor brasileiro, também nascido em Pernambuco. Seus roteiros são conhecidos por retratar a história do Brasil, assim como do povo brasileiro e nordestino. Entre seus trabalhos de maior destaque estão “Caramuru — A Invenção do Brasil”, “Lisbela e O Prisioneiro” e “Meu Tio Matou um Cara”.
Porém, um longa que, sem dúvidas, merece um parágrafo à parte é “O Auto da Compadecida”. Com Matheus Nachtergaele, Selton Melo e Fernanda Montenegro no elenco, o filme foi inspirado na peça de Ariano Suassuna. Levou os troféus de Melhor Diretor, Melhor Roteiro, Melhor Lançamento e Melhor Ator no Grande Prêmio de Cinema Brasil, em 2000, sendo também a maior bilheteria nacional daquele ano.
Petra Costa
Temos representante brasileiro no Oscar em 2020? Temos sim, senhor! A diretora mineira já havia ganhado algum reconhecimento por seus documentários “Elena”, de 2012, e “Olmo e a Gaivota”, de 2014. Seus longas costumam trazer recortes autobiográficos, contrastando elementos de sua experiência pessoal com questões sociais profundas.
Esse foi o caso, também, de seu último trabalho, o polêmico “Democracia em Vertigem”, de 2019. Uma produção original Netflix, o filme retrata os últimos dias do governo da ex-presidente Dilma Roussef, desde a cobertura das manifestações contra e a favor de seu impeachment.
Muito bem recebido em diversos festivais internacionais, o longa também está indicado ao Oscar de Melhor Documentário, sendo a quarta nomeação de uma produção brasileira nessa categoria.
O cinema nacional tem excelentes produções e profissionais e está no momento em que novos talentos podem e devem surgir para chacoalhar o sistema e o status quo.
Exemplos disso são jovens como Viviane Ferreira, Larissa Fulana de Tal e Yasmin Thayná, que mostram que ainda há fôlego e esperanças tanto para nosso cinema como para os novos diretores brasileiros que buscam uma chance ao sol.
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