Curta documental de aluno é selecionado para festival no México
Graduado em Engenharia de Produção e pós-graduado em Gestão de Processos e Qualidade de Serviços, Marcio Di Benedetto decidiu deixar para trás sua área original de formação e realizar o sonho de estudar cinema. Depois de realizar alguns estudos independentes, em janeiro de 2018 ele se inscreveu no curso de férias de Cinema na AIC, com a professora Teresinha Cipolotti.
A breve experiência aprendendo sobre o fazer cinematográfico despertou em Marcio a vontade de continuar estudando. Por isso, entre o final de 2018 e o início de 2019, ele ingressou na turma do curso online de Documentário da AIC, coordenado pelos professores Julio Wainer e Luciano Abe. “Tenho um grande projeto de documentário junto com meu irmão, que é artista de quadrinhos, mas não me sentia preparado para realizá-lo somente com o curso de férias. Optei, então, por buscar um curso de curta duração e online, com foco em documentários”, explica o aluno.
Marcio conta que nunca havia participado de aulas a distância, mas gostou da forma como a AIC abordou o programa de estudos. “Os professores passaram desde a história do gênero até exemplos recentes, como Eduardo Coutinho. Passei a assistir e a me interessar mais por documentários depois do curso, já que era uma área pouco explorada por mim, até então. Assim, além de me sentir mais preparado tecnicamente para prosseguir com meu projeto, fui despertado para um outro gênero dentro do cinema”, conta.
O curta-metragem realizado por Marcio durante o curso de documentário, Tape Project, foi recentemente selecionado para participar do Festival Internacional Cine de América, no México, na categoria Corto Continental Documental. “Devo ter feito a inscrição do filme em uns 50 festivais. Alguns pagos, outros não. O pessoal do FICAH me enviou um e-mail, informando sobre a seleção e solicitando mais informações do curta, poster, etc. O filme foi para a seleção oficial e passou por um grupo de jurados, que iriam escolher o vencedor para melhor documentário de curta-metragem. Não vencemos, mas estar presente já é incrível!”, afirma o documentarista. Tape Project também recebeu o selo de outro festival internacional, esse online, chamado Lift-Off Global Network: First-Time Filmakers Sessions 2019, no qual participam apenas diretores estreantes. “Estamos ainda no Lake City International Film Festival, na Índia, e no Vercine, que é um festival de cinema da Baixada Fluminense”, acrescenta.
A ideia do curta surgiu a partir de um exercício proposto durante o curso online de documentário. Marcio já conhecia o artista plástico e ilustrador retratado no filme, Daniel Moreno, há cerca de dez anos, e conta que sempre foi encantado por seu trabalho. “Os professores solicitaram aos alunos que escolhessem alguém conhecido, mas não íntimo; uma pessoa que tivesse feito algo que chamasse a atenção”, relata. Os alunos precisaram ainda definir o local para a entrevista, delimitar os temas a serem abordados e conduzir a conversa com o entrevistado de maneira propositiva.
Antes de partir para o gênero documental, Marcio atuou como profissional de edição e de finalização de vídeos, mixagem, captação e edição de som, com algumas experiências como corroteirista. “Foi a formação pela AIC que me permitiu ter o domínio dos conceitos, dos processos, da história do cinema e das técnicas de documentários”, afirma o cineasta, cujos projetos futuros incluem um filme sobre o mercado de quadrinhos no Brasil, alguns curtas e também um longa-metragem, a ser filmado com o diretor Marcelo Calone, colega de AIC.
Sobre o curso de documentário online oferecido pela escola, seu principal objetivo é atender a um espectro amplo de interessados. “São quatro exercício práticos, que emulam os principais procedimentos do fazer documental e que se aplicam tanto para iniciantes como profissionais – cada qual respondendo de acordo com seu talento e seus limites. Somos rigorosos na análise, mas cuidadosos no retorno a esses exercícios. Certamente, essa é a parte mais relevante do curso. Deu no que deu: um dos exercícios concorreu a um prêmio internacional”, comenta o professor Julio Wainer.
*Por Katia Kreutz