Cristiano Burlan ganha o prêmio de Melhor Documentário no É Tudo Verdade
Cristiano Burlan, diretor de cinema e professor da Academia Internacional de Cinema, venceu ontem a competição do maior festival de cinema documental da América Latina, o É Tudo Verdade. O filme “Mataram meu Irmão”, ficou com o principal prêmio da noite, o de Melhor Documentário Brasileiro de Longa ou Média-Metragem.
“Mataram meu Irmão” reconstrói, por meio de relatos de parentes e amigos, o assassinato de Rafael Burlan, irmão de Cristiano, morto com sete tiros, em 2001. Além de uma jornada pessoal, o filme retrata a violência de bairros da periferia paulista, como o Capão Redondo, onde ele morava com a família.
Em matéria publicada na Folha de S.Paulo, a repórter Eleonora de Lucena, conta um pouco do filme: “o cineasta Cristiano Burlan não está preocupado em fazer uma ode ao irmão nem em esclarecer o crime ou clamar por justiça. (…) Sua câmera entra nos apartamentos de conjuntos habitacionais, nas lajes e vielas da favela. Lá encontra parentes que oferecem café e falam de Rafael enquanto cuidam de suas lides: lavar a roupa, cuidar das crianças, seguir a vida. Quase como num filme caseiro, a lente dança. (…) Com seu relato, de certa forma o cineasta extrai o irmão das estatísticas, construindo um retrato multifacetado da sua trajetória. Despretensioso, Burlan não busca explicações ligeiras. Só escancara a vida como ela é”.
“A Máquina que Faz Tudo Sumir”, de Tinatin Gurchiani, ganhou o prêmio de Melhor Documentário Internacional; o prêmio de melhor Documentário Brasileiro de Curta ficou para “Pátio”, de Aly Muritiba e o de Melhor Curta Internacional foi para “Uma História para os Modlin”, de Sergio Oksman.
Confira entrevista com Cristiano e assista ao trailer do filme aqui.
*Fotos divulgação filme