Bollywood: A Hollywood Indiana
O que é Bollywood?
O cinema indiano mainstream, muitas vezes referido como Bollywood, abrange uma indústria de filmes predominantemente no idioma hindi, produzidos em Mumbai (também conhecida como Bombaim), a maior e mais importante cidade da Índia. O termo é uma junção das palavras “Bombaim” e “Hollywood”, já que Bollywood é responsável pela realização dos filmes indianos de grandes orçamentos, assim como um dos maiores centros de produção cinematográfica do planeta.
A indústria de cinema indiana é a maior do mundo em termos de produção, tendo lançado em 2017 quase dois mil longas-metragens. Bollywood é certamente a maior produtora do país, com 364 filmes produzidos anualmente (segundo estatísticas do ano passado), representando 43% das bilheterias no país; sendo a porcentagem restante preenchida por cinemas regionais. Com relação à popularidade dos filmes, as bilheterias vendem anualmente o impressionante número de 3,6 bilhões de ingressos para longas indianos, enquanto que as produções norte-americanas hollywoodianas ficam em torno de 2,6 bilhões por ano.
De acordo com o cineasta indiano Ram Devineni, Bollywood é uma indústria que tenta emular o encanto e a popularidade de Hollywood. “Bollywood é a denominação da forma mais apreciada de filmes feitos em hindi. Desse modo, representa o cinema popular indiano, embora não signifique que seja necessariamente bom. Há muitas produtoras regionais fazendo filmes mais sinceros e artísticos, mas eles não conquistam a mesma popularidade”, ressalta.
Um pouco de história
O cineasta Dadasaheb Phalke é considerado o precursor do cinema indiano, inclusive de Bollywood. Seu curta-metragem silencioso Raja Harishchandra (1913) foi o primeiro filme produzido na Índia. Com a chegada do cinema sonoro, Ardeshir Irani dirigiu o primeiro filme falado do país, o longa Alam Ara (1931). Alguns anos depois, Moti B. Gidwani foi responsável por dirigir o primeiro longa-metragem em cores no idioma hindi, Kisan Kanya (1937). Já nessa época, a indústria indiana produzia mais de 200 filmes por ano e vinha obtendo grande sucesso comercial.
Embora houvesse um enorme mercado para filmes falados e musicais, os anos 1930 e 1940 foram tumultuados na Índia, uma vez que o país foi muito afetado pela Grande Depressão e pela Segunda Guerra Mundial, além de passar por conflitos internos relativos à sua independência. Nesse contexto, os filmes de Bollywood surgiram como formas de escapar um pouco da dura realidade – embora diversos cineastas indianos do período tenham abordado temas sociais e políticos em suas histórias.
Em 1947, quando a Índia se tornou independente dos ingleses e o território foi dividido entre República da Índia e Paquistão, a indústria cinematográfica de Bombaim (Bollywood) atuava diretamente com os profissionais da cidade paquistanesa de Lahore (indústria essa que hoje é chamada de Lollywood), já que ambas produziam filmes em hindi-urdu, ou hindustani. Por esse motivo, muitos atores e cantores paquistaneses acabaram migrando para Bombaim.
Os anos 1950 e 1960 marcaram a Era de Ouro de Bollywood, quando os filmes em cores já eram muito populares e os romances e melodramas musicais com produções elaboradas faziam sucesso nas salas de cinema. Alguns dos mais aclamados filmes indianos de todos os tempos foram produzidos nessa época, entre eles Pyaasa (1957) e Flores de Papel / Kaagaz Ke Phool (1959), dirigidos por Guru Dutt; O Vagabundo / Awaara (1951) e Shree 420 (1955), de Raj Kapoor; e Fantasia Oriental / Aan (1952), dirigido por Mehboob Khan. Esses longas tratavam de personagens da classe trabalhadora indiana, particularmente abordando a vida urbana: O Vagabundo, por exemplo, apresentava a cidade como um pesadelo e um sonho.
Honrarás Tua Mãe / Mother India (1957), de Mehboob Khan, foi o primeiro longa indiano a ser indicado para um Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, o qual acabou não vencendo. Ainda assim, o filme foi extremamente relevante e definiu o que seria convencionado como o cinema hindu por muitas décadas subsequentes. Honrarás Tua Mãe influenciou também Gunga Jumna (1961), de Nitin Bose, um drama criminal sobre dois irmãos em lados opostos da lei – tema esse que se tornou comum em filmes indianos desde então. Já o longa Madhumati (1958), dirigido por Bimal Roy, popularizou as histórias sobre destino e reencarnação.
Entres os anos 1950 e 1960, foram produzidos alguns dos mais famosos filmes épicos do cinema bollywoodiano, entre eles Mughal-e-Azam, de K. Asif (1960), estrelando Dilip Kumar, reconhecido como um dos grandes atores indianos, por seu método de atuação pioneiro. Entre as estrelas mais influentes de Bollywood, ao lado de Kumar, estão Raj Kapoor (que fazia um estilo “vagabundo”, inspirado por Charlie Chaplin) e Dev Anand (que seguia o exemplo de atores mais “suaves”, como Gregory Peck e Cary Grant). No que diz respeito às atrizes do período, destacam-se Suraiya, Nargis, Sumitra Devi e Madhubala.
Ao mesmo tempo em que o cinema comercial de Bollywood fazia um enorme sucesso nas bilheterias, surgiu na Índia o movimento de Cinema Paralelo. Embora tenha conquistado maior proeminência na região de Bengala, também teve alguma representação de filmes em hindi. O movimento é conhecido pelas temáticas sociopolíticas, buscando o realismo e o naturalismo, com o uso de elementos simbólicos e a rejeição das populares sequências musicais tão comuns no cinema indiano mainstream. O Cinema Paralelo obteve grande sucesso de crítica, o que pavimentou o caminho para o surgimento do Neorrealismo Indiano (1944 a 1952) e do Cinema Novo Indiano (1958 até o final dos anos 1960).
Entre as décadas de 1960 e 1970, a indústria cinematográfica indiana foi dominada por filmes com protagonistas que personificavam o ideal de “herói romântico”, sendo Rajesh Khanna o mais popular de todos. Khanna foi o primeiro ator indiano a ser considerado uma “super estrela” de cinema, tendo protagonizado nada menos do que 15 grandes sucessos consecutivos, de 1969 a 1971.
Nos anos 1970, iniciou-se aquela que ficou conhecida como a Era Clássica de Bollywood, que durou até meados dos anos 1980. Foi também quando surgiu o termo “Bollywood”, marcando o momento histórico em que a Índia tomou dos Estados Unidos o posto de maior indústria cinematográfica do mundo. A criação do nome que une “Bombaim” a “Hollywood” é creditada a várias pessoas, incluindo o cineasta Amit Khanna e a jornalista Bevinda Collaco. No entanto, muitos acreditam que essa denominação diminui a relevância do cinema indiano, como se ele fosse uma espécie de “primo pobre” de Hollywood.
Ainda nos anos 1970, durante o auge do cinema bollywoodiano, a dupla de roteiristas conhecida como Salim-Javed (Salim Khan e Javed Akhtar) trouxe uma mudança de paradigmas que revolucionou toda a indústria. Para superar a estagnação pela qual os filmes musicais românticos de Bollywood passavam, Salim e Javed introduziram histórias de gênero, marcadas por conflitos violentos mostrando o submundo do crime em Bombaim. Essas novas temáticas revitalizaram o mercado cinematográfico, com filmes retratando ambientes urbanos e contemporâneos, refletindo o descontentamento e a precariedade da vida nas grandes cidades – assuntos com os quais as massas se identificavam. Surgiu então a figura do “jovem homem revoltado”, personificada pelo popular ator Amitabh Bachchan. Entre os filmes mais famosos desse período estão Zanjeer (1973), dirigido por Prakash Mehra, e Deewaar (1975), de Yash Chopra, ambos protagonizados por Bachchan.
Muitas das estrelas do cinema de Bollywood, tanto atores quanto diretores, tiveram carreiras bem sucedidas que duraram várias décadas. Madhuri Dixit é considerada uma das maiores atrizes do cinema indiano, por seu sucesso comercial e de crítica entre as décadas de 1980 e 1990. Mais recentemente, a partir dos anos 2010, uma nova geração passou a ganhar fama. Entre os atores mais populares nos dias de hoje estão Ranbir Kapoor, Ranveer Singh, Varun Dhawan, Sidharth Malhotra, Sushant Singh Rajput, Arjun Kapoor, Aditya Roy Kapur e Tiger Shroff. Entre as atrizes, Vidya Balan, Kangana Ranaut, Deepika Padukone, Sonam Kapoor, Anushka Sharma, Sonakshi Sinha, Jacqueline Fernandez, Shraddha Kapoor e Alia Bhatt. As duas primeiras conquistaram enorme reconhecimento por protagonizarem filmes voltados ao público feminino, como The Dirty Picture (2011), Kahaani (2012), Queen (2014) e Tanu Weds Manu Returns (2015).
Segundo Ram Devineni, os “reis” do cinema de Bollywood atualmente são chamados de os Três Khans: os atores Shah Rukh Khan, Salman Khan e Aamir Khan. “Shah Rukh Khan é mais popular e tem mais fãs do que Tom Cruise, mas ele não é tão conhecido nos Estados Unidos, especialmente se comparado a Aamir Khan, cujo filme Lagaan: Era uma Vez na Índia / Lagaan (2001) foi indicado para um Oscar. Já Salman Khan é mais famoso junto à classe trabalhadora na Índia”, conta o cineasta.
Principais características estéticas
De acordo com Devineni, sequências de música e dança têm sido uma característica padrão nos filmes de Bollywood desde os anos 1960, quando os musicais hollywoodianos se popularizaram no mundo. “Esses elementos permaneceram nos filmes indianos, mesmo depois que Hollywood passou a seguir outras tendências. Sequências musicais ainda são muito populares porque a maioria dos filmes de Bollywood são melodramas, semelhantes às novelas de televisão no Brasil. As músicas levam a atuações exageradas e histórias melodramáticas. Além disso, a Índia é um país muito musical. Às vezes as músicas das trilhas sonoras de Bollywood fazem mais sucesso e dinheiro do que os próprios filmes”, explica. É comum, inclusive, que as músicas sejam lançadas antes da estreia dos filmes, para que o público já esteja familiarizado com elas e também para atrair os espectadores ao cinema.
Pode-se dizer que, em suas origens, os filmes de Bollywood foram inspirados por textos clássicos como o Mahabharata (obra monumental, com mais de 74 mil versos em sânscrito, atribuída a Krishna Dvapayana Vyasa e considerada um dos maiores épicos da cultura indiana) e o Ramaiana (outro épico em sânscrito, com 24 mil versos, atribuído ao poeta Valmiki e parte importante do cânon hindu, cuja tradução significa “a viagem de Rama”). Essas histórias influenciaram o processo de pensamento e de criação dos filmes populares indianos, particularmente no que diz respeito à construção de narrativa – por exemplo, com o uso de subplots e dispersões narrativas.
Outro aspecto dos dramas em sânscrito que passou para os filmes de Bollywood é a natureza estilizada e com ênfase no espetáculo das histórias, nas quais a combinação entre música e dança cria uma unidade artística vibrante que se torna indispensável à experiência dramática. Esse elemento é um dos diferenciais do cinema indiano, particularmente do bollywoodiano, com relação à cultura ocidental.
A estética dos filmes de Bollywood também traz elementos do teatro folclórico tradicional da Índia, que se tornou popular no país no século X, com o declínio do teatro sânscrito. O teatro Parsi do início do século XX, mais voltado ao entretenimento, foi outra grande fonte de inspiração, já que misturava realismo e fantasia, música e dança, narrativa e espetáculo, tudo isso integrado ao discurso dramático do melodrama, com uma pitada de sensacionalismo e cenários fabulosos.
Embora os musicais hollywoodianos, em especial os do período entre 1920 e 1960, tenham sido essenciais para a cristalização do estilo de filme que se tornaria popular na Índia, algumas diferenças podem ser apontadas entre as duas indústrias. Enquanto as tramas de Hollywood serviam basicamente para mostrar o glamour do próprio mercado do entretenimento, Bollywood usava os elementos de fantasia dos musicais como uma forma orgânica de articular situações cotidianas dentro dos filmes. Ou seja, os norte-americanos tentavam manter o realismo e disfarçar o fato de que as pessoas começavam a cantar e a dançar no meio das histórias, mas os indianos simplesmente optaram por assumir que aquilo que estava na tela era mera ficção, nada além de ilusão e imaginação.
O fato é que romance e melodrama estão entre os ingredientes básicos de um filme bollywoodiano. Também se espera que as sequências de música e dança sejam bem amarradas no roteiro e executadas com qualidade. O público indiano vai até o cinema esperando que o espetáculo valha o que está sendo pago por ele, ou seja, a maioria das pessoas quer entretenimento – o que inclui muita música, triângulos amorosos, heróis e vilões, cenas cômicas e algum suspense, durante três horas de exibição (com um intervalo). Esses são os chamados filmes “masala”, assim denominados por conta da mistura de temperos que leva o mesmo nome; afinal, são um “mix” de romance, comédia, drama, ação e aventura.
As tramas de filmes bollywoodianos tendem a envolver fórmulas consideradas clichês, mas que agradam às grandes massas: amantes separados pelo destino, relações e dramas familiares, crimes como sequestros ou roubos, golpes de sorte que tornam ricas pessoas pobres, irmãos que se reencontram e outras coincidências que só acontecem na ficção. Naturalmente, houve diversas produções indianas que buscaram fugir desses estereótipos e abordar narrativas mais artísticas e sofisticadas, tanto dentro de Bollywood quanto em outros movimentos cinematográficos do país (como o Cinema Paralelo). No entanto, esses filmes sempre tiveram bilheterias muito menores do que os longas bollywoodianos, famosos por atrair a população em geral.
Outro detalhe interessante está no fato de que os diálogos e as letras das músicas em geral são escritos por pessoas diferentes nos filmes de Bollywood. As falas dos atores normalmente são escritas no dialeto coloquial hindustani, uma mistura entre os idiomas hindi e urdu, para poderem ser compreendidos pela maior quantidade possível de pessoas. Já as letras das músicas são muito influenciadas pela poesia urdu, uma vez que essa era considerada, na tradição indiana, como a língua do “amor, da guerra e do martírio”. Produções contemporâneas de alto orçamento também usam o chamado “inglês indiano” ou “hinglish”, no qual os personagens vão mudando de um idioma a outro dependendo do contexto – por exemplo, o inglês é usado em ambientes mais corporativos, enquanto o hindi prevalece em diálogos informais.
Por questões de economia e praticidade, raramente o som dos filmes de Bollywood era gravado diretamente nas locações. Em geral, a trilha de áudio era criada totalmente em estúdio e inserida na pós-produção, com os atores dublando seus personagens e adição de efeitos sonoros, os quais nem sempre correspondiam perfeitamente aos sons reais – no que diz respeito à verossimilhança e sincronização. Somente a partir dos anos 2000 alguns cineastas passaram a questionar essa tradição e a gravar som direto em seus filmes.
As trilhas musicais que aparecem nos longas de Bollywood geralmente são gravadas com antecedência por cantores profissionais e dubladas pelos atores no set, enquanto eles dançam. São as músicas que determinam se o filme será um sucesso ou um fracasso. Embora muitos atores, especialmente nos filmes indianos modernos, sejam excelentes dançarinos, poucos sabem cantar, de fato (uma das raras exceções foi Kishore Kumar, estrela de diversos filmes nos anos 1950, que também teve uma bem sucedida carreira como cantor). Os compositores das músicas apresentadas nos filmes também costumam se tornar conhecidos junto ao público indiano. Acompanhando as tendências internacionais, ritmos como a salsa, o pop e o hip hop têm ganhado cada vez mais espaço nessas composições.
Já o estilo das coreografias usadas nas sequências musicais dos filmes remete às danças clássicas e folclóricas indianas, embora nas produções contemporâneas também sejam incorporados elementos ocidentais da cultura pop. Em uma típica sequência, o protagonista do filme apresenta um número de dança, acompanhado por um grupo de dançarinos coadjuvantes. Muitas cenas envolvendo música mudam subitamente de cenário ou de figurino, de maneira pouco realista, ainda que as canções sejam inseridas no contexto da história. Por exemplo, o número musical pode ser inserido na narrativa de alguma forma, dando ao personagem uma razão para cantar. Outras vezes, a música externaliza um pensamento ou estado de espírito do personagem, ou mesmo uma premonição, numa espécie de “sequência de sonho”.
Curiosamente, os primeiros filmes indianos mostravam beijos e até sexo. Foi somente após a independência da Índia, com o estabelecimento de um conselho avaliador, que esse tipo de cena passou a ser censurado. Assim, os rituais de conquista amorosa passaram a ser representados nas sequências musicais, muitas delas de teor bastante sensual. Os próprios padrões da moda indiana são influenciados pelos filmes, que por sua vez não escaparam da globalização e acabam copiando as tendências e influências do mundo ocidental, o que tem aproximado os filmes de Bollywood cada vez mais dos modelos hollywoodianos.
Prova disso são as influências de Hollywood no que diz respeito à estética cinematográfica. A televisão norte-americana, principalmente a MTV, estabeleceu inovações de estilo que foram assimiladas por vários cinemas ao redor do mundo, especialmente o indiano – por exemplo, o ritmo ágil popularizado pelos videoclipes, com cortes e ângulos de câmera ousados. Esse modo de filmar pode ser percebido em Bombay (1995), de Mani Ratnam. Os filmes de gangsters italianos e de artes marciais também inspiraram as sequências de ação dos filmes de Bollywood, que inovaram com o uso de dublês em cenas acrobáticas e coreografias misturando lutas indianas e kung fu.
Legado para o cinema
Talvez a maior influência de Bollywood tenha sido na sedimentação do nacionalismo indiano. A indústria cinematográfica acabou se tornando uma parte da história do país e é frequentemente associada à identidade nacional, dando aos indianos uma sensação de pertencimento. O cinema acabou se tornando uma mídia indispensável para que o povo hindu conhecesse sua própria história: as lutas pela independência, os conflitos para obter uma unidade como nação e seu despontar como país emergente na economia global.
Por ser a maior indústria de entretenimento da Índia, há várias décadas Bollywood tem influenciado sua cultura, ditando tendências e retratando a realidade sociopolítica do país. Por mais que seu objetivo seja divertir, os filmes também lidam com assuntos relevantes para o povo, como a pobreza e a corrupção, ou o desencantamento com relação às instituições públicas. A fantasia, nesse caso, é uma válvula de escape e uma forma de dar voz a uma população que não tem muitas outras maneiras de se sentir representada.
Internacionalmente, Bollywood também é uma fonte de poder econômico e social para a Índia, já que os filmes moldam a percepção dos outros países no que diz respeito à realidade indiana. A indústria cinematográfica atua como uma verdadeira embaixadora do país, levando sua cultura para o resto do mundo. Ironicamente, os musicais bollywoodianos também inspiraram produções recentes de Hollywood, como Moulin Rouge! (2001), de Baz Luhrmann – que conta com uma sequência musical de temática indiana, com danças ao estilo de Bollywood – e o premiado Quem Quer Ser um Milionário / Slumdog Millionaire (2008), de Danny Boyle – com uma trama que remete aos filmes policiais bollywoodianos e cujos créditos finais são acompanhados por um número de música e dança.
O sucesso de público e crítica de Moulin Rouge! renovou o interesse do mundo ocidental pelo gênero musical, que se encontrava em decadência nos Estados Unidos, possibilitando a produção de filmes como Chicago (2002), Rent (2005), Dreamgirls (2006), Hairspray (2007), Sweeney Todd (2007), Mamma Mia! (2008) e, mais recentemente, Os Miseráveis / Les Misérables (2012), La La Land (2016) e O Rei do Show / The Greatest Showman (2017). As influências das trilhas musicais bollywoodianas também podem ser percebidas na música pop ao redor do mundo, em especial no mercado musical asiático.
“Nunca fui um grande fã de Bollywood, mas desde jovem percebi seu poder e sua atração. É um cinema de sonhos.”, afirma Ram Devineni. “Tanto que acabei usando filmes bollywoodianos para criar uma conexão entre o Brasil e a Índia, quando vim para seu país. A recepção foi extremamente calorosa entre os brasileiros, que adoraram assistir aos filmes de Bollywood porque eles eram divertidos e fáceis de entender”, conclui o cineasta.
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*Texto e pesquisa Katia Kreutz imagens divulgação